Nunca antes na história deste País, tivemos um fim tão melancólico para um governante eleito democraticamente, como o que está acontecendo com o sr. BoLSonaro!
Mesmo os dois presidentes
cassados nos últimos anos, saíram de testa erguida, com altivez...
Fica difícil definir se ficamos
com pena, ou se ficamos aliviados!
Mas uma conclusão óbvia
podemos tirar de todo esse cenário do último mês: há indivíduos que não foram feitos para viver em
regimes democráticos! Não sabem e não têm condições de aceitar as regras do
jogo, não sabem perder, não sabem
respeitar a vontade democrática deum povo...
Que se conscientizem dessa sua
triste realidade e se mudem para regimes
autoritários que eles tanto defendem, como Rússia, Hungria e outros... (Márcio
Dayrell Batitucci)
Bolsonaro
e Putin ficam de fora da cúpula do G20
O presidente Jair Bolsonaro não irá
para a cúpula do G20, marcada para ocorrer na próxima semana na Indonesia. O
gesto é inédito entre os presidentes brasileiros e marca um fim melancólico de
seu governo. O encontro tem em sua agenda alguns dos principais temas
internacionais, num grupo considerado como o diretório do planeta.
Além de Bolsonaro, a única ausência
confirmada é a de Vladimir Putin, presidente da Rússia, e que seria alvo de
duros constrangimentos se optasse por fazer a viagem até Bali. Há ainda a
possibilidade de que o presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, não
participe.
Sem
fotos.
O racha na comunidade internacional
é de tal dimensão que a tradicional "foto de família" não será
realizada neste ano. Os presidentes dos
países ocidentais alertaram que não iriam perfilar para a foto se algum
representante russo estivesse em Bali. Na ausência de Putin, quem o
representará será o chanceler Sergey Lavrov, que insiste que vai e quer sair
numa eventual foto oficial...
Quem
vai representar o governo brasileiro?
No caso do Brasil, está confirmada a
presença do chanceler Carlos França. Fontes no alto comando da diplomacia
nacional informaram ao UOL Notícias que Bolsonaro não iria. Ainda que algumas
das principais vozes entre seus assistentes tenham tentado convencê-lo da
importância da participação institucional da presidência. Mas Bolsonaro optou
mesmo por se ausentar.
Pesou ainda o fato de que o
presidente se deu conta que nenhum outro governo desejava manter reuniões com
ele e que o foco da comunidade internacional é mesmo com a posse do presidente
eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Nenhuma reunião bilateral havia sido
agendada para ele...
O
que representa a ausência de Bolsonaro?
Confirmada sua decisão de não
viajar, diplomatas estrangeiros apontam que a ausência sedimenta a irrelevância
internacional de Bolsonaro e seria um "réquiem" de um governo que
apequenou o Brasil no mundo.
Mesmo dentro do Itamaraty, sua
ausência é um sinal de que ele não entendeu o cargo que assumiu em 2019 e que a
presença de um presidente do Brasil na cúpula não tem relação com o resultado
das eleições.
Para diplomatas estrangeiros, a
ausência de Bolsonaro é uma mistura de alívio e de "pena" diante do
colapso de uma política externa de um país que servia de referência ao mundo.
Já em 2021, na cúpula do G20 em
Roma, Bolsonaro viveu uma situação de pária internacional, ignorado pelos
demais líderes e com uma agenda completamente esvaziada. Mais recentemente, em
Nova York, ele voltou a ver sua passagem pela Assembleia Geral das Nações
Unidas marcada por uma ausência de encontros de alto escalão e chegou a faltar
na reunião que teria com Antonio Guterres, secretário-geral da entidade...
Outras
ausências.
Até agora, tampouco está confirmada
a participação de Bolsonaro na Cúpula do Mercosul, marcada para ocorrer no
Uruguai em três semanas. O bloco jamais foi sua prioridade e a ausência
política do Brasil nos últimos quatro anos contribuiu para enfraquecer os
projetos de integração.
Ficou ainda sem resposta o convite
feito pelo Catar para que o presidente brasileiro esteja na Copa do Mundo, que
ocorre a partir do final do mês. É tradição que o chefe de estado do país que
eventualmente chegue à final esteja presente no jogo. No caso de Bolsonaro,
essa final ocorreria poucos dias antes do final de seu mandato...
Na ONU, na próxima segunda-feira,
uma sabatina que estava sendo planejada há meses para ocorrer com o governo de
Jair Bolsonaro para avaliar suas políticas de direitos humanos promete se
transformar em uma avalanche de denúncias contra a gestão que assumiu o poder
em 2019 e que, em quatro anos, desmontou uma parcela importante das estruturas
que defendem direitos fundamentais no país.
Para diplomatas brasileiros, o fim
do governo Bolsonaro está sendo acompanhado no exterior com um sentimento de
alívio e revanche. Mas, acima de tudo, com a percepção de que a comunidade
internacional tem saudades do Brasil...
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