7 de nov. de 2016

O sonho da Justiça rápida.

• Operações da PF prendem 11 por fraude no Enem. Delegado diz que ações ainda terão desdobramentos; ao todo, 50 mandados judiciais foram cumpridos; Enem tem 30% de abstenção, maior taxa desde 2009. Dos 8.356.215 inscritos que realizariam a prova neste fim de semana, 2.507.596 faltaram, segundo o Inep; Denúncias de intolerância religiosa crescem 3.606%. Para antropóloga, dado da Secretaria de Direitos Humanos mostra relevância do tema na Redação do Enem; Enem aborda intolerância religiosa; abstenção atinge 30%. Tema de redação retoma direitos humanos; polêmica aumenta risco a alunos. PF prende quadrilha especializada em fraudar Enem e vestibulares. 
• Pesquisa: 69% dos brasileiros rejeitam invasões a escolas. Pesquisa mostra reprovação dos brasileiros às ocupações
• Estudioso do sistema educacional acredita que Enem é jogo de cartas marcadas. O professor Simon Schwartzman, um dos maiores estudiosos da questão educacional, lança, dia 10, num seminário internacional, o seu trabalho Educação média profissional no Brasil: situação e caminhos, que trata da reforma do ensino médio que está causando esta polêmica toda. Veja só. Com auxílio de números, Simon, que foi presidente do IBGE, diz que o Enem é um jogo de cartas marcadas. Para passar e entrar em uma universidade federal, que precisa de pelo menos 650 pontos, é preciso ter pai com ensino superior e estar em uma escola particular ou federal (que são poucas). Para os demais, a chance é quase nenhuma. (Ancelmo Gois)
• Polícia Militar cumpre no Jardim Botânico reintegração de posse de famílias em terreno no horto. PMs de três batalhões e seguranças do parque estão no local nesta manhã. 
• Temer envia projeto de lei que substitui MP da revisão de benefícios do INSS. 
• Sem reforma, Previdência vai consumir 87% do orçamento da União em 20 anos. Estudo do economista Paulo Tafner mostra comprometimento quase total da receita se nada for alterado. 
• Delação premiada não vai tirar Marcelo Odebrecht da prisão. Herdeiro da Odebrecht já está na cadeia há 1 ano e meio. Um acordo foi firmado entre ele, seus advogados e os procuradores da Justiça. Depois de deixar a prisão ele ainda ficará cinco anos em prisão domiciliar, em regime fechado, no qual ele não poderá deixar sua residência em hipótese nenhuma. Depois ele ainda cumprirá mais dois anos e meio em regime semi-aberto, devendo permanecer em casa das 22h até 7h, sem poder sair nos finais de semana ou viajar sem prévia autorização da justiça. Marcelo ainda usará tornozeleira nestes sete anos e meio de reclusão. Vale lembrar o ex-presidente da construtora Odebrecht foi condenado a 19 anos de prisão em uma das ações penais. Ele ainda responde por mais três processos. 
• Lula tenta usar MST e centrais como cabos eleitorais para 2018. Lula, três vezes réu, volta a fazer uso eleitoral de sem-terra. Lula propõe acordo para evitar racha entre correntes do PT. Lula quer reunir a bancada do PT. O intuito é unir novamente o partido, que no momento está dividido. Metade está preocupada com a capacidade de seus filiados nas próximas eleições; a outra metade quer o partido seja refundado para tentar resgatar suas bandeiras políticas. O ex-presidente acredita que se o partido não se unir agora pode se enfraquecer. Neste momento de fragilidade, se o partido ficar parado, a tendência é que haja dispersão, disse um deputado em apoio a Lula. 
• Concessões para o setor privado estão no limite, aponta Ipea. Estudo mostra que Brasil é um dos países que mais concederam projetos de infraestrutura. 
• Indústria brasileira prevê perdas com novo status comercial da China. Reconhecimento do país asiático como economia de mercado pode trazer prejuízo de R$ 410 bi. 
• Propina era institucionalizada, profissional e com hierarquia, diz PF. Esquema envolvia desde o presidente a responsáveis pelas obras. 
• Governo bancará até R$ 9 mil em cartão reforma de moradias. Programa será anunciado na quarta-feira para famílias com renda de até R$ 1,8 mil. 
• Centrão rejeita reeleição de Maia na Câmara dos Deputados. Líderes dizem que consulta sobre 2º mandato deve ser rechaçada e articulam candidato único. 
• Pagamentos de férias a juízes viram alvo do TST. Tribunal questiona a liberação de valores milionários a magistrados. 
• Ministros da gestão Temer ignoram normas em 238 viagens pela FAB. Titulares usaram aviões oficiais 781 vezes; em quase 1/3 do total teriam descumprido lei e decreto. 
• Delação de Cunha é tudo que Temer os caciques do PMDB não precisam. Possibilidade da repatriação de recursos ser extensiva a políticos é recado para ex-deputado. 
• Fachin nega aposentadoria a juiz como desembargador que ficou só um mês no cargo. 
• Governo estuda MP emergencial para salvar a Oi. Solução pode ser tomada se operadora não encontrar comprador. 
• Justiça do Trabalho fere a lei. A farra nos TRTs é manchete da Folha. Uma auditoria concluiu que 24 tribunais estão cometendo ilegalidades com férias de juízes e desembargadores. 
• Pagamento de R$ 23 milhões como férias a juízes vira alvo de análise do TST. Auditoria aponta para 335 magistrados que receberam, em dinheiro, o valor de férias não usufruídas, o que é proibido por lei; TRT de SP lidera a lista. 
• Lewandowski, legado petista que o PMDB adora. Vera Magalhães publica que ministros do STF acreditam que os próximos julgamentos da Segunda Turma da Corte, encarregada dos processos da Lava Jato, podem começar a apresentar placares apertados. De acordo com esses ministros, a nova configuração do colegiado, que passou a contar com o ex-presidente Ricardo Lewandowski, começaria a ter decisões por 3 votos a 2. O risco, apontam esses magistrados, é que a maioria estreita comece a ser contra o andamento de muitos processos. Ricardo Lewandowski é um legado petista que o PMDB adora. 
• Para quem conhece os meandros de Brasília, está claro que o governo de Michel Temer pressiona a PGR a não retomar o acordo de delação premiada de Léo Pinheiro. Ou será que foi a PGR a antecipar-se à pressão? 
• Eleitores podem ser estúpidos. O pensador americano Jason Brennan deu uma ótima entrevista à Folha. Ao contrário de Lula, ele não acha que voto é passe livre para decisões cretinas. Leiam uma das suas respostas:
Folha: O governo brasileiro está tentando passar medidas de austeridade e está sendo criticado. O governo não deveria ouvir a população?
Jason Brennan: O simples fato de uma política ser impopular não é necessariamente um ponto contra ela, pois nem todas as pessoas sabem como ela funciona. Duvido que o brasileiro comum tenha condições de ter uma opinião bem informada sobre isso, como também não teria a população do Canadá ou da Alemanha. Saber se isso é uma boa ideia ou não é algo complicado, que depende de um conhecimento avançado de economia. Uma questão óbvia: se vamos tomar uma decisão sobre o encanamento de uma casa, precisamos de conhecimento sobre o assunto. A maioria das pessoas não tem conhecimento sobre como o encanamento funciona, então não é preciso ter a opinião de todas as pessoas a respeito do encanamento, e a decisão precisa ser tomada por quem entende do assunto. Em resumo, eleitores podem ser estúpidos. Ou, como disse Winston Churchill,  democracia é o pior dos regimes políticos, mas não existe sistema melhor do que ela
• MST: uma quadrilha dentro da organização criminosa. O G1 repercute a reportagem do Fantástico que mostra como casos do MST mantinham milícias particulares para barbarizar em assentamentos e acampamentos. 
• Maranhão troca influência do clã Sarney por comunistas. Sob o comando do governador Flávio Dino, PCdoB amplia de 5 para 46 prefeitos no Estado. Vide texto abaixo. 
• Pesquisa põe Hillary 5% à frente de Trump na reta final de campanha; Hillary se livra de investigação do FBI a dois dias da eleição. Polícia diz que não vai apresentar acusação contra democrata pelos e-mails quando era secretária; Para FBI, não há motivo para processar Hillary. Novas pesquisas mostram democrata à frente de Donald Trump; Hillary batalha por voto negro de Obama. Democrata aciona presidente para conquistar eleitorado; Trump é tirado do palco por Serviço Secreto por suposta ameaça. Após ameaça, Donald Trump é retirado do palanque durante comício em Reno; Como o novo veredicto do FBI sobre os e-mails de Hillary afeta a eleição nos EUA. FBI inocentou democrata Hillary Clinton após avaliar denúncia sobre uso de servidor privado de e-mails; entenda o que isso pode significar para a eleição. 
• Estado Islâmico ameaça EUA com atentados durante eleições presidenciais; Temor de violência marca preparativos para votação nos EUA. Tom agressivo da disputa presidencial é um dos fatores que explica apreensão de autoridades, ativistas e eleitores de ambos os partidos; pleito acontece na terça-feira. Serviços de inteligência trabalham com a hipótese de tentativas de atentado para a véspera das eleições, esta segunda, ou para o dia de votação, terça. 
• Encontro do Clima começa e tenta pôr acordo em ação. COP22 deseja aproximar economia de baixo carbono da realidade. May pede que brexit não seja vetado por Parlamento. Premiê recomenda que deputados britânicos aceitem o que o povo decidiu.
• Saída honrosa: Embora a maioria do Parlamento se oponha ao brexit, dificilmente decidirá contrariar o plebiscito. 
• Embaixada dos EUA produz cartilha sobre impeachment. Texto vai listar medidas do governo Temer para recuperação da economia.
• Explosões de carros-bomba deixam pelo menos 23 mortos no norte do Iraque. 

Voz e imagem de um candidato.
Não deixa dúvidas o recente artigo semanal que dá continuidade a entrevistas permanentes, palpites e manifestações variadas: o sociólogo é candidato mesmo. Afere-se a certeza da afirmação pela evidência de que imagem e voz do personagem ganham cada vez mais intensidade na busca de um objetivo.
Começa pela constatação de que as coisas estão mudando, depois das recentes eleições municipais, mas com o alerta de que mais riscos e medos ganham a realidade.
Não há candidato que despreze essas duas paralelas: otimismo pelas mudanças registradas, mas horror pelo que poderá sobrevir caso sua pregação deixe de ser seguida.
As urnas comprovaram aquilo que orgulhosamente o candidato reivindica ter previsto antes de todo mundo: a derrocada do PT, os êxitos do PSDB, a emergência da antipolítica, o desemprego, os desafios, as abstenções, anulações de votos, a vitória dos não partidos.
Na sequência, ele indaga o que fazer, depois de afirmar como eleitor do PSDB e ampliar aos dirigentes políticos de outros matizes, ao Brasil, como país parte de um mundo desafiador, às demandas dos perdedores e das organizações internacionais, para evitar a escalada dos conflitos geopolíticos. Os que temos responsabilidades públicas ainda não sentimos com força a urgência do que é preciso fazer para reconstruir o tecido social de um país com 12 milhões de desempregados, em situação fiscal falimentar.
O sociólogo aproveita para verberar o estrago e o milenarismo esquerdista que o lulopetismo fizeram, mostrado pelas urnas.
Vai adiante, juntando as peças do raciocínio óbvio de um candidato disposto a, acima das bandeiras partidárias, reconstruir a economia, refazer as bases da convivência política em meio à permissividade e a corrupção, engatando novamente o Brasil no mundo.
Depois de elogiar o governo Temer, fala numa trégua nacional, rejeitando a conciliação das elites e exortando o Supremo Tribunal Federal a deixar o Lava Jato cumprir seu papel de restaurador da moral pública e do respeito aos direitos humanos. Quer salvaguardar os empregos e as empresas, exigindo vozes não ouvidas e exortando o PSDB a reafirmar o social de seu nome, opondo-se às ondas reacionárias.
É ou não é a voz de uma imagem construída ao longo de um objetivo impossível de ser negado? (Carlos Chagas) 

Anistia ao caixa dois é presente de Natal antecipado.
A defesa da anistia para os crimes de caixa dois, tema que era tratado de forma envergonhada até pouco tempo, vai se tornando cada vez mais explícita e ganha certo sentido de urgência no Congresso Nacional diante da proximidade do acordo de delação da Odebrecht.
Um dos defensores da ideia me explica o motivo da pressa. A empreiteira baiana, segundo ele, era a que mais fazia doações por meio de dinheiro de caixa dois -em tempos de eleições e fora delas. Quando vier a público sua delação, pouca gente do mundo da política ficará de fora.
Aí, diz este parlamentar, melhor aprovar a anistia antes que a Lava Jato oficialize o acordo com a empreiteira. Depois, a pressão contra a proposta só tende a aumentar.
A anistia virou o presentão de Natal que a turma da política quer se dar antes do final do ano. O objetivo é um só. Livrá-la das garras da Lava Jato, que tem descoberto várias operações de uso de caixa dois para bancar as últimas eleições.
O agrado de Natal vai ser embalado num pacote de medidas moralizantes. Será colocado no conjunto de projetos de combate à corrupção, entre eles o da criminalização do caixa dois. Mas só daqui para a frente. Em relação ao passado, a estratégia é anistiar todo mundo.
A proposta une governistas e oposição, incluindo aí o PT. Estão fora praticamente apenas o PSOL e a Rede. O discurso em favor da ideia é o velho todo mundo fazia e não vai sobrar ninguém se o caixa dois do passado for realmente punido.
O problema é que essa turma sabia muito bem estar praticando um crime ao aceitar dinheiro frio. Tem mais. Nas delações da Lava Jato, empresários têm confessado que faziam esse tipo de doação com grana fruto de corrupção em estatais.
Ou seja, anistiar o caixa dois pode livrar a cara de muita gente que meteu a mão em dinheiro público. Os defensores da ideia dizem que essa turma não seria poupada. Alguém aí acredita em Papai Noel? (Valdo Cruz) 

A esquerda precisa olhar para a frente, diz Flávio Dino.
Diante do resultado das eleições municipais, o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), admite que a esquerda perdeu no País e precisa encontrar um novo caminho. Defensor da formação de uma frente que alinhe essas forças em 2018, Dino acha que a esquerda precisa parar de olhar para trás e começar a olhar para a frente. Discursos do tipo eu avisei não resolvem nada, diz. Para ele, o grupo necessita criar um programa que responda aos desafios da Nação e o candidato não precisa ser obrigatoriamente Luiz Inácio Lula da Silva.
Eleições
Há uma constatação óbvia de que foi um resultado desfavorável para a esquerda. Acho que isso ocorreu, principalmente, pela crise econômica e pelo desemprego. O grande beneficiário dessa perda de substância eleitoral da esquerda não foi propriamente outro partido e sim a chamada antipolítica. Porque, se você olhar São Paulo, Rio e Belo Horizonte, ganharam três outsiders.
Futuro da esquerda
Primeiro, precisamos olhar mais para frente do que para trás. Acho que o que passou, passou. Não adianta ficar disputando agora críticas e autocríticas. Discursos do tipo ‘eu avisei’ não resolvem nada.
Novos caminhos
A esquerda precisa apresentar um programa que responda aos desafios da Nação, baseado na defesa de direitos e da ampliação de serviços públicos.
Frente partidária
Tenho defendido há mais de um ano a tese de um rearranjo mais frentista, parecido com o do Uruguai. A esquerda deve buscar algum tipo de frente mais orgânica, que consiga atrair o chamado centro político. Quando me refiro ao centro político não me refiro a partido A ou B. Mas sim ao centro da sociedade.
Perda de identidade
No enfrentamento da crise econômica, nessa fase mais aguda, pós 2013, de fato, houve isso. Esse prejuízo foi muito grande. Uma perda de identidade e uma desconexão com sua base política tradicional. Acho que essa é uma questão central.
Esqueçam 2002
Não podemos ficar restritos às bandeiras clássicas da esquerda. Não podemos imaginar que vamos reviver 2002, quando Lula foi eleito pela primeira vez. 2002 tem de ficar em 2002. Claro que você extrai lições daquele momento, mas não pode pretender repetir.
Reforma política
Acho que ficou mais longe agora. Porque se falava muito de cláusula de barreira, por exemplo. Na hora em que o partido do prefeito do Rio de Janeiro (PRB) seria atingido por essa cláusula, e os de Belo Horizonte (PHS) e Curitiba (PMN) também, fica mais difícil.
Clima político
Acho que a gente tem pela frente muita turbulência. A Lava Jato tem uma força muito profunda. Esse fator de instabilidade institucional ainda vai continuar. Além disso, tem um clima de muita disputa entre os Poderes e dentro deles.
Crise dos governadores
É outro foco de tensão. A gente está longe de sair dessa escuridão. O Rio, que é o terceiro maior Estado em população, vive situação de enorme dificuldade financeira. Praticamente metade dos Estados têm dificuldades de fechar as contas.
Economia
A única coisa que pode garantir alguma melhora é se a economia voltar a crescer. Existe um ditado que diz que aonde falta o pão, todo mundo briga e ninguém tem razão. Acho que isso sintetiza a quadra atual que vivemos no Brasil.
Eleição em 2018
Lula pode até ser candidato. Mas, se for, deve ser de um movimento político mais amplo. Alguém de outro partido poderá ser o candidato dessa nova frente. Ciro Gomes está muito credenciado pela trajetória.
Temer
Ele está se virando do jeito que pode. É uma conjuntura muito difícil. Está tentando construir uma agenda praticamente baseada numa ideia central que é essa PEC do Teto dos Gastos.
Convite para Dilma
É lenda. Nunca houve convite para que fosse secretária no Maranhão. (Entrevista de Marcelo de Moraes a Flávio Dino, governador do Maranhão) 

Fazendo sexo com a Terra: chegou a vez dos Ecosexuais?
A insanidade está sem freio! Eu já escrevi aqui sobre as bizarrices do carnivorismo, que acredita que o consumo de carne tem relação com o machismo. Já escrevi sobre o capacitismo, que vê preconceito até mesmo no ato de ajudar um deficiente físico. Agora escrevo sobre os ecosexuais. Parece piada, mas conforme apontam os seguidores dessa prática, existem cerca de 100.000 pessoas no mundo que se identificam abertamente como ecosexuais. Mas o que seria isso?
De acordo com o site Vice, que publicou uma matéria sobre o assunto intitulada Ecosexuals Believe Having Sex with the Earth Could Save It [Ecosexuais acreditam que fazer sexo com a Terra poderia salvá-la], para os adeptos desta prática ou identidade como dizem, seria possível fazer sexo com a Terra. 
Isso inclusive já é objeto de estudo nas universidades dos Estados Unidos. Segundo o site, que entrevistou Jennifer Reed, estudante de sociologia pela Universidade de Nevada, em Las Vegas e que está escrevendo uma dissertação sobre a ecosexualidade, o número de pessoas que se identificam como ecosexuais tem crescido nos últimos dois anos. Além disso, o mesmo site informa que os dados de pesquisa do Google confirmam isso ao mostrarem que as buscas pelo termo aumentaram muito. Eu mesmo fiz buscas em inglês e português e confirmei: existe muito material sobre o assunto.
Não duvido que logo nossas universidades estejam elaborando workshops para a divulgação da prática e que doutores orientem pesquisas sobre o tema - tudo com dinheiro público, claro. O resultado? A ecosexualidade será concebida como normal, apenas como mais uma identidade sexual dentre as dezenas que já foram criadas pelos delírios da esquerda. Quem for contra, evidente, será identificado como preconceituoso.
Mas fica a pergunta: se eles podem se relacionar sexualmente com a Terra, como chegarão ao orgasmo? Uma defensora da causa responde. Amanda Morgan, que é membro da UNLV School of Community Health Sciences, diz que as pessoas rolam na sujeira tendo um orgasmo coberto de potting soil, que é aquela terra utilizada em vasos. Morgan também afirma que existem pessoas que fazem sexo com árvores ou se masturbam sob uma cascata. Mas quem garante que a árvore está disposta a fazer sexo com o ecosexual? Isso não seria estupro? Ridículo, tudo muito ridículo, eu sei!
Duas grandes representantes do movimento ecosexual, que inclusive escreveram o Manifesto Ecosexual, é o casal Annie Sprinkle e Elizabeth Stephens. Elas chegaram a produzir um documentário demonstrando a relação amorosa delas com os Montes Apalaches. Isso é ou não é loucura? Sinto ter que trazer tais bizarrices para você, leitor. Preferiria que isso tudo fosse piada, mas não é.
Além de relatar a relação do casal com os Montes Apalaches (Risadas!), enquanto viajam pelo país para exibir sua peça Dirty Sexecology: 25 Ways to Make Love to the Earth [Sexologia Suja: 25 Maneiras de Fazer Amor com a Terra], elas também oficializam cerimônias de casamentos onde elas mesmas e outros adeptos da ecosexualidade casam com a Terra, com a Lua e com outras entidades naturais! Juro que não estou brincando com você!
Elas também dizem que a ecosexualidade é uma nova forma de identidade sexual e que na última San Francisco Pride Parade, que é a Parada Gay de São Francisco, estavam lutando para acrescentar a letra E, de ecosexual, na sigla LGBTQI. É realmente muita falta do que fazer. Como costuma dizer Luiz Felipe Pondé, se acabasse o conforto do mundo contemporâneo, todas essas idiotices desapareceriam em poucos dias e essa gente teria que voltar para o mundo real.
 Se o tema não foi estúpido o suficiente até agora, vale salientar a paranoia da escritora Stefanie Iris Weiss, que publicou o livro Eco-sex: Go Green Between the Sheets and Make Your Love Life Sustainable com a intenção de ajudar as pessoas a fazerem suas vidas sexuais mais neutras em carbono e sustentáveis, e para nos ajudar a evitar a poluição dos nossos corpos quando temos relações sexuais. Assim ela pretende combater o impacto ambiental causado pelo uso de materiais utilizados na fabricação de preservativos, lubrificantes e outros produtos. Não sei mais o que dizer. Fico pensando até onde esse pessoal vai chegar com tantas ideias estúpidas e que geralmente se convertem em seitas.
  photo militantes_zpsoegjnjc5.jpg 
As militantes Annie Sprinkle e Elizabeth Stephens em sua perfomance. 
Amanda Morgan e Stefanie Weiss dizem que veem o sexo como uma ferramenta potencialmente forte para motivar as pessoas a tornarem o meio ambiente uma prioridade. A militância não se satisfez berrando slogans sobre o tal do aquecimento global. A loucura ambientalista não se contentou com os discursos inflamados contra o consumo de carne e a poluição dos rios. Elizabeth Stephens diz que seu objetivo é reconceitualizar a forma com que nós vemos a Terra, ou seja, ela afirma que devemos parar de ver o planeta como uma mãe para vê-lo como um amante. O que Freud diria disso?
Ambientalismo, relativismo, objetivo de salvar a sociedade, o mundo, sexualidade inventada com fundamentações delirantes. Tudo isso é fruto do mesmo marxismo cultural. Compreendo que a sexualidade seja complexa e não possa ser colocada numa caixinha como querem alguns moralistas, mas ecosexualidade é sair do mundo real para visitar a terra da loucura.
Se o século XX é visto como o século das ditaduras, o século XXI será visto como o século no qual a estupidez humana atingiu seu apogeu!
É sério que alguém que não perdeu a razão possa ter prazer sexual rolando no barro ou fazendo sexo com uma árvore? Pergunto: eles dizem fazer sexo com a Terra. Mas a Terra consentiu? Como ter certeza? Será que não seria interessante tentar compreender também o prazer sexual que as árvores ou a Terra sentem? Onde seria o ponto G da árvore? Logo nascerá um movimento ambientalista dizendo que a Terra e as árvores estão sendo estupradas e acabarão entrando em conflito com os ecosexuais, o que é bem comum desse tipo de seita.
Mas é melhor parar por aqui antes que algum ecosexual me chame de ecosexofóbico!
Haja paciência para tanto absurdo! (Thiago Kistenmacher, estudante de História na Universidade Regional de Blumenau (FURB)) 
Às vezes as rugas significam apenas um caminho bem percorrido. (Ivo Pitanguy)

Nenhum comentário:

O teto vai ruir...

Façamos as contas ao próximo exercício. Você aí que ainda nem recebeu os míseros trocadinhos do patrão e ouve a mulher querendo comprar comi...