25 de ago. de 2017

Leilões e o fundo do país...

manterisso 
 • Temer diz que tem preocupação zero com delação de Funaro. Nem o conheço, afirmou presidente sobre o novo delator da Lava Jato, apontado como operador de propinas do PMDB; Funaro prevê que acordo seja homologado até semana que vem. 
• STF deve conter Gilmar, pede associação de procuradores. Em carta aberta aos ministros do STF, a Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) atacou o ministro Gilmar Mendes: causa perplexidade ao País a desenvoltura com que se envolve no debate público, dos mais diversos temas, fora dos autos, fugindo, assim, do papel e do cuidado que se espera de um juiz
• Menos partidos. Cláusula de barreira e fim das coligações nos pleitos proporcionais avançam na Câmara dos Deputados. 
• Estamos a venda? Pacote de privatizações diminui possibilidade de aumento de impostos, diz Henrique Meirelles. Para ministro, histórico de concessão de aeroportos e telecomunicações mostra que ganhos superam custos; Governo deve acelerar trâmites de leilões para alcançar meta fiscal; Presidente da Infraero: venda de aeroportos dará prejuízo de R$ 3 bi
• Câmara aprova MP que cria TLP para empréstimos do BNDES. Índice será usado já a partir de 2018; críticos dizem que nova taxa encarecerá empréstimos. 
Querem é favorecer a eleição dos mesmos de sempre. (Sérgio Besserman) 
• Tragédias anunciadas. 1) Uma embarcação naufragou próximo à Ilha de Itaparica, na localidade de Mar Grande, na baía de Todos-os-Santos, na Grande Salvador, deixando 18 mortos - entre eles um bebê de um ano. 123 passageiros estavam a bordo. Foi o segundo acidente hidroviário no Brasil em pouco mais de 24 horas. Três são detidos por saquear embarcação que afundou no Pará; Navegação deixa 2.300 mortos em 10 anos. Marinha tem efetivo pequeno para rede navegável do país, de 35,5 mil km. 2) Barco com mais de 70 a bordo naufraga no Rio Xingu; há pelo menos 10 mortos. Até o início da noite de ontem, equipes de resgate confirmaram 15 sobreviventes; um deles relatou que tempestade fez a embarcação Capitão Ribeiro, que fazia transporte clandestino de passageiros, estalar. Grupo nadou por seis horas até as margens. PA: Dono de barco naufragado diz que não havia controle de passageiros. 
• O maná em 25 anos. MPF homologa acordo de leniência da J&F, que pagará R$ 10,3 bilhões de multa. 
• Justiça agiliza processo de Lula no caso do tríplex do Guarujá. Recurso teve o trâmite mais rápido e levou 42 dias para chegar à 2ª instância.
• Abriu para encobrir. Área extinta de reserva na Amazônia tem contaminação. Estudo aponta altos índices de mercúrio em peixes de área da Renca. 
• Zelotes denuncia executivos da Gerdau por corrupção no Carf. Atos praticados configuram os crimes de corrupção ativa, passiva e lavagem de dinheiro. O Ministério Público Federal (MPF) denunciou 14 investigados por crimes cometidos junto ao Carf. Trata-se da 17ª ação penal proposta no âmbito da Operação Zelotes e, desta vez, os alvos são executivos do Grupo Gerdau, além de advogados e ex-conselheiros do tribunal administrativo. 
• MPF reabre inquérito sobre pedaladas do governo Dilma. 
• STF mantém proibição do uso de amianto em São Paulo. 
• Caetano Veloso e outros artistas apoiam juiz da Lava Jato no Rio. 
• Jungmann: governo já tem plano para tirar brasileiros da Venezuela. Jucá propõe que Brasil negue refúgio a venezuelanos. Senador diz que fluxo do país vizinho dobraria população de Boa Vista. 
• Tarifa de energia subirá mais que esperado, diz Aneel. Agência estima que a conta de luz possa aumentar até 16,7% com mudanças. Mudança proposta na Eletrobrás pode aumentar conta de luz. A política de descotização de usinas hidrelétricas pode impactar no bolso do consumidor. 
• Procuradoria faz denúncia contra três da Gerdau. Denúncia atinge executivos, mas poupa donos do grupo, que é alvo da Zelotes. 
• Evento de apoio a Bretas junta artistas e juristas. Ato tem ataque a Gilmar Mendes, que criticou juiz da Lava Jato no Rio. 
• Inutilidades a mais. Partidos trocam 'P' por slogans para eleições de 2018. Legendas mudam de nome para palavras como Avante, Mude e Patriota. 
• Principais credores da Oi se unem para apresentar proposta de reestruturação. Plano do grupo, que detém um terço da dívida total da operadora, prevê injeção de R$ 3 bilhões na tele e a conversão de 88% do débito em ações e a emissão de novos títulos; operação não tem a participação do egípcio Naguib Sawiris. 
• Precisa de exorcismo? De volta à F1 após ausência na Hungria, Massa perde controle do carro e bate no início do primeiro treino na Bélgica. 

• Cafezinho equivale na Venezuela a 60 tanques de gasolina. Dono da maior reserva de petróleo do mundo, país não tem sabão nas prateleiras. 
• Ventos e vulcões ajudam a iluminar o Chile. Com capacidade para abastecer 165 mil lares, nova usina é mais um passo em direção à energia renovável e limpa.
• Odebrecht vende a 3ª maior hidrelétrica do Peru para consórcio China Three Gorges por R$ 4,4 bi. Maior parte do valor será usada para quitar dívidas com bancos que financiaram a construção da usina. 
• Ex-procuradora liga cúpula chavista a propinas e distribui provas entre países. Luisa Ortega diz que detectou depósito de US$ 100 milhões da Odebrecht na Espanha em nome de 2 primos de Cabello, um dos líderes do chavismo, e Maduro mantém, por meio de terceiros, empresa mexicana que distribui cestas básicas na Venezuela. 
• Apoio a Macron cai à metade na França após cem dias. Proposta de reforma trabalhista ajuda a derrubar apoio do líder para 37%. 
• Após ataque em Barcelona, Turim instala vasos gigantes em sua rua mais movimentada. 

Pela quarta vez em menos de três meses, o ministro Henrique Meirelles (Fazenda) exibiu sua pose de presidenciável num evento evangélico. 
Compareceu nesta quinta-feira à Convenção da Assembleia de Deus, na cidade mineira de Juiz de Fora. Discursou sobre economia, ouviu palavras de estímulo à sua hipotética candidatura e concedeu uma entrevista. Nela, falou sobre a importância do diálogo com a comunidade evangélica -são 30 milhões de pesssoas no país. E respondeu gostosamente a uma indagação sobre 2018.
Evocando uma entrevista que Meirelles deu à Folha, um repórter atiçou o ministro: O senhor disse recentemente que o discurso reformista vai vencer as eleições de 2018. Escutou aqui a confiança de uma candidatura do senhor no ano que vem. Qual pode ser o nível de confiança de uma candidatura de Henrique Meirelles?
Ao responder, o ministro calibrou as palavras de modo a não ficar tão próximo de uma candidatura que amanhã tenha que ficar distante, nem tão distante que amanhã não possa se aproximar.
No momento, eu estou totalmente concentrado e focado no meu trabalho, visando fazer com que o Brasil volte a crescer, disse Meirelles. Não trabalho pensando em hipótese de futuro. […] O Brasil está voltando a crescer e nós precisamos continuar criando as condições para isso. […] A partir daí, o país voltando a crescer, nós estamos atingindo o nosso objetivo.
Ex-tucano, ex-peemedebista, hoje filiado ao PSD, Meirelles incluiu os evangélicos no seu radar político em junho. Antes do evento desta quinta, participara de uma convenção de todas as assembleias de Deus do Brasil, prestigiara a festa dos 106 anos desta denominação religiosa, e dera as caras no aniversário de Manuel Ferreira, bispo primaz da igreja.
Mantido esse ritmo, Meirelles só esquentará a cadeira de ministro por mais sete meses, pois as autoridades que desejarem disputar mandatos eletivos em 2018 terão de deixar seus cargos no início de abril. Até lá, Meirelles terá de entregar crescimento econômico e empregos. De resto, não poderá descuidar de uma máxima cunhada pelo ex-presidente Janio Quadros: Política é como fotografia. Se a pessoa mexe muito, não sai. (Josias de Souza) 

No país do direito achado no arbítrio, professora espancada vira um símbolo do vale-tudo e do ódio.
Flechas de bambu cruzam os céus do país. É Rodrigo Janot recitando seus últimos cantos de morte da reputação alheia. No mês que vem, ele cai fora da Procuradoria-Geral da República e não vai se aposentar, não! Buscará a proteção do foro especial -que ele e seus amigos buliçosos de Curitiba, para incitar a fúria ignara, chamam de privilegiado. Vai se aboletar como subprocurador em alguma repartição que demanda esse tipo de serviço. 
Tem até abril do ano que vem para se filiar a algum partido caso queira concorrer a um cargo eletivo. Conservará, então, memória do que fez em verões passados e buscará se preservar do direito criativo que ajudou a consagrar. Está por pouco. Até a despedida, pretende denunciar tudo o que não tem como provar. Afinal, podem-lhe faltar as evidências, mas jamais lhe falecerá a convicção. 
Desde terça-feira, quando se anunciou que o operador -essa ocupação é um mimo que acabou ganhando lugar na imprensa- Lúcio Funaro havia fechado um acordo de delação premiada, comecei a contar as horas para algum vazamento barulhento.
Janot abriu, como é notório, uma concorrência pública entre o corretor de valores (outro eufemismo influente para Funaro) e o ex-deputado Eduardo Cunha. O ainda titular da PGR tem em mãos algo bastante cobiçado por bandidos: a impunidade ou quase. Numa disputa assim, é grande a chance de que fique com as batatas o que tem menos pudor, não o que tem mais a contar. 
Para o criminoso ter direito a tal benefício, estava posto, era preciso saber quem atingiria de forma mais contundente o presidente Michel Temer e toda a cúpula do PMDB. O dito combate à impunidade no país está se fazendo da incapacidade de investigar e de produzir provas e da licença para arrancar delações de presos reais e potenciais.
A conta segundo a qual a maioria das colaborações se deu com os acusados em liberdade é para convencer energúmenos. O medo da cadeia pode ser ainda mais convincente do que a própria. Num modelo sem regras -e há muito o artigo 312 do Código de Processo Penal é letra morta, como sabem os especialistas em direito-, a ameaça é sempre um forte argumento. 
Funaro venceu a parada. Atendeu à expectativa. Na inesquecível entrevista à Folha do dia 7 de agosto, Janot cantou a bola com a desfaçatez de quem dispõe do arbítrio, não da lei.
Os jornalistas quiseram saber o que uma figura como Cunha teria de entregar para conseguir fazer um acordo. Ele não hesitou e até se socorreu da mímica para que o desenho ficasse mais evidente: O cara está neste nível aqui [faz um sinal com uma mão parada no ar], ele tem que entregar gente do andar para cima [mostra um nível acima com a outra mão]. Não adianta ele virar para baixo, não me interessa.
Cunha presidia a Câmara quando caiu em desgraça. No andar acima, está o presidente da República.
O país e a política derivados do direito achado no arbítrio estão nas ruas e nas redes sociais. Seu emblema poderia ser a professora esquerdista que diz ser uma revolução jogar ovo num adversário ideológico. 
Espancada por um aluno em ocorrência que nada tem a ver com a política, tal professora é alvo da fúria dos partidários daquele político. Eles fingem, sim, lamentar a violência, mas deixam claro que a professora sabe muito bem por que está apanhando e é, de fato, a verdadeira responsável pela surra que levou. 
É nesse ambiente que a condenação de Lula chega ao TRF-4. E aí, leitor? Você escolhe a absolvição que traz a possibilidade de o petista se eleger presidente ou a confirmação do veredito de um juiz que admitiu não ter levado em conta o conteúdo da denúncia ao condenar?
É um jogo de perde-perde. Melhor pensar com calma, mirando a foto da professora espancada que acha "uma revolução" jogar ovos em adversários. (Reinaldo Azevedo)
Época triste a nossa... mais fácil quebrar um átomo do que o preconceito! (A. Einstein)

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