Congressistas pedem que Biden
pressione Bolsonaro a respeitar eleições. Trinta
e nove congressistas democratas enviaram nessa sexta-feira (9) uma carta ao
presidente americano, Joe Biden, pedindo ao mesmo que “deixe claro” ao colega
brasileiro, Jair Bolsonaro (PL), que o Brasil ficará isolado “se houver
tentativas de subverter o processo eleitoral” em outubro. (AFP)
7 de setembro foi ressuscitado e definitivamente resgatado
Criticar Bolsonaro faz parte da
democracia, mas há de concordar que, graças a ele, o Brasil resgatou esse
sentimento patriótico e a população foi às ruas nesta data tão importante.
O Rio de Janeiro foi palco de um dos maiores atos do 7 de Setembro deste ano
A imagem está viva, vivíssima em
minha mente. Sweet memories, como dizia o único menino americano que conheci na
infância para se referir às boas lembranças que tinha da sua terra natal.
Garoto ainda, morando na cidade de Araraquara, no interior de São Paulo, na
véspera do 7 de setembro eu já estava muito ansioso. No dia seguinte iria
desfilar. Assim que acordava, já encontrava o uniforme da escola passado e engomado.
Os sapatos engraxados e lustrosos. Havia também uma fitinha verde e amarela
cuidadosamente colocada no bolso da camisa. Tomava um banho caprichado e, ainda
de pijama, já que não queria correr o risco de sujar a “roupa de gala”, ia para
o fogão à lenha. Fazia do fogão a minha mesa. Adorava saborear ali uma tigela
de café com leite e pedaços de pão. Era importante ter um bom café da manhã, já
que voltaria para casa bem depois do horário normal do almoço. Dirigia-me
animado à concentração do desfile. Eu e todos os meus amiguinhos éramos sempre
entusiasmados com essa festividade.
Desfilávamos conscientes do que
estávamos fazendo, pois naquela semana, todos os anos, recebíamos dos
professores informações detalhadas do significado daquela data. Depois das aulas
fazíamos redações sobre a independência do país. Era efetivamente uma grande
comemoração. No final do desfile, todo orgulhoso, perguntava às pessoas
conhecidas: “Você me viu?”. Algumas, provavelmente, não me haviam notado no
meio daquela turma toda, mas como poderiam dizer não àquele menino de olhos
brilhantes de alegria? Todos diziam que sim, e com um complemento que fazia o
meu coração bater mais forte: “Lógico que vi. E você estava lindo!”.
Mais crescidinho, ao servir o
Exército, também participava do desfile. Agora com mais pompa, afinal eu tocava
surdo na fanfarra. O sargento ficava irritado quando percebia que entoávamos as
marchas militares com uma melodia disfarçada de samba. Demonstrava irritação,
mas, no fundo, sabíamos que ele gostava, pois a nossa presença nas ruas se
tornava assim mais interessante e atraente para quem nos via passar. Com o
transcorrer do tempo, essas comemorações foram se esvaziando. Nos 7 de
setembro, vez ou outra, eu me lembrava daqueles momentos. Ninguém da minha
família e nenhum dos meus amigos mencionavam essa data para ser comemorada. Os
mais jovens, então, em sua maioria, nem se davam conta do seu significado.
Do ano passado para cá, entretanto,
depois de tanto tempo, vi novamente a população se movimentando para celebrar a
independência do Brasil. Superando largamente o que fazíamos naqueles anos.
Vestidos de verde e amarelo, lotaram as ruas em uma demonstração emocionante de
patriotismo. Neste dia 6, terça, me surpreendi experimentando a mesma ansiedade
que sentia na época de criança. Estava curioso para saber como seriam as
maiores comemorações já vistas para o 7 de setembro. Havia um motivo especial —
comemoramos 200 anos da nossa independência! Logo pela manhã, assim que abri a
janela, para minha surpresa, vi algumas bandeiras penduradas nas janelas dos
prédios. Até me lembrei do comentário de um de meus vizinhos. Quando souberam
que ele tinha intenção de pôr uma bandeira na sacada do apartamento, chamaram
sua atenção para o fato de poder ser multado, já que estava em desconformidade
com as regras do condomínio. Ele deu de ombros e respondeu: se isso for mesmo
verdade, prefiro pagar a multa e comemorar.
Foi só o começo. Os atos cívicos no
dia 7 superaram todas as minhas expectativas, que eram bem altas. As ruas de
todas as cidades do país ficaram apinhadas de gente. Era um mar verde e
amarelo. Um amigo de Portugal se mostrava muito preocupado com as notícias que
chegavam até lá. Quase todas diziam que seriam demonstrações antidemocráticas e
que o Judiciário havia informado que colocaria snipers no alto dos prédios em
Brasília para evitar excessos. Enviei algumas fotos a ele com a multidão nas
ruas e nas praças. E pedi que observasse bem. Veja quem são essas pessoas que
se manifestam. São famílias, velhos, crianças. O que noticiaram aí não
corresponde à realidade. Se alguém quiser criticar Bolsonaro por uma ou outra
atitude, tudo bem. Faz parte da democracia e da liberdade de opinião. Há de
concordar, todavia, que foi graças a ele que o Brasil resgatou esse sentimento
patriótico e motivou a população a ir às ruas nesta importante data para o
nosso país. (Reinaldo Polito@polito)
O editorial de Zero Hora deste 7 de
setembro alertava para o fato de ser nacional e de todos os brasileiros a data
em festejos. Claro, claro, só que não. Para muitos, tais eventos são
repreensíveis, motivo de revolta e leitura plana, chapada. O aparelho
educacional brasileiro (aparelho, sim) se encarrega de disseminar esses
preconceitos.
Em ampla maioria, têm sentimentos de
animosidade em relação ao Brasil. Pesquisas periódicas registram um percentual
nunca inferior a um terço da população que tem vergonha de ser brasileira.
Conservadores é que não são.
Não é o meu caso. Tenho orgulho de
ser brasileiro, exatamente porque conheço nossa história e vejo nela as
extraordinárias realizações que antecederam o Descobrimento, o valor de nossos
grandes vultos e o papel que nos corresponde na preservação da civilização
ocidental.
Tenho vergonha é dos maus
brasileiros que em ambientes fechados, além dos filtros de acesso, bem como nas
trincheiras de um obscuro poder paralelo, trazem para o horizonte das
possibilidades da corrida presidencial um ladrão condenado unanimemente por
nove magistrados em três instâncias.
Tenho vergonha é do jornalismo
manipulador que apoia qualquer bizarrice do Judiciário e toda uma plataforma de
omissões do Congresso Nacional contanto que isso prejudique o Brasil e seu
governo, ou vice-versa.
Tenho vergonha é dos que, para
desconstruir o amor à pátria, entopem a juventude brasileira com toda
maledicência que encontram em suas sebosas e sinistras cartilhas. Catam o lixo
da história e o exibem, no alto dos telhados e das torres, na mídia e nos
salões culturais, enquanto a beleza, a nobreza e a grandeza são varridas para
baixo dos tapetes.
Bolsonaro não é combatido pelo que
é, mas em virtude dos princípios e valores daqueles que o veem como um fio de
esperança capaz de dar um salto de décadas sobre sua omissão.
Os que são contra essas convicções,
revolucionários com contracheque ou subsídio, combatem Bolsonaro agindo por
dentro do Estado ou à beira de seus recursos. E são contra Bolsonaro porque
querem preservar a situação anterior à 2018, perfeitamente descrita pelo bem
informado circuito de Alckmin, Palocci, Gilmar Mendes, e outros.
Nota do autor: este breve texto
resume a essência do que falei, à tarde de 7 de setembro, à imensa multidão que
tomou todos os espaços da Avenida Goethe, junto ao Parcão, em Porto Alegre. (Percival Puggina, membro da Academia Rio-Grandense de
Letras, é arquiteto, empresário e escritor)
“Você faz suas
escolhas e suas escolhas fazem você.”
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