25 de jun. de 2017

O crer em milagre brasileiro...

 photo festival_zpsdjfijxxn.jpg • Aprovação da gestão Temer cai a 7%, a menor em 28 anos. Índice de ótimo ou bom só não é pior do que o de Sarney em crise inflacionária. 69% da população considera governo ruim ou péssimo, marca pior que a de Dilma. Brasileiro acredita que taxa desemprego vai subir ainda mais. 
• Para 81%, Joesley Batista deveria ter sido preso, diz Datafolha. 64% dos entrevistados acham que MP agiu mal ao fazer acordo com JBS. Rejeição implacável. Segundo Datafolha, 76% dos brasileiros querem renúncia de Temer; descompasso entre eleitorado e políticos aumenta. 
• Janot deve apresentar denúncia contra Temer até terça. Se for apresentada, denúncia terá que ser autorizada pela Câmara. 
• Serra defende reforma política: País está pior que em 1964. 
• Por que a J&F comprou uma usina mico e, segundo delação, ofereceu propina por contrato da Petrobras?. De acordo com relatos de executivos da JBS, foi por causa desse negócio que Rocha Loures, ex-assessor de Temer, recebeu uma mala com R$ 500 mil. 
• Brasileiro segue pessimista em relação à economia. Nem crise política nem expansão do PIB afetam expectativas, indica Datafolha. 
• Ministério da Justiça desmente substituição no comando da Polícia Federal. 
• Sarney Filho nega ter havido retaliação por parte do governo da Noruega. Durante a semana, país europeu anunciou redução em repasses para o Fundo da Amazônia; ministro diz que desmatamento é fruto do governo Dilma; Noruegueses acusam desmatamento, mas matam baleias e poluem com petróleo. Noruega não é nenhuma brastemp sobre temas de meio ambiente. 
• Para compensar queda de arrecadação Governo quer acelerar projeto para recuperar R$ 8 bi em precatórios.
• PSDB vai votar a favor da reforma trabalhista. Votação da CCJ do Senado deve acontecer na próxima quarta. 
• Medo da violência impulsiona nomes como Bolsonaro. Pesquisa indica que o Brasil é terreno fértil para líderes autoritários. 
• Valor de obras do DF citadas em delações da Odebrecht somam R$ 9 bilhões. Mané Garrincha está entre as obras suerfaturadas da Odebrecht.
• A inflação bem-comportada. Os preços vêm tendo um comportamento surpreendente; o BC considera a inflação domada, mas há aspectos não tão animadores. 
• Espinha dorsal da reforma da Previdência pode estar se desmanchando. O mais certo é que, se o Congresso conseguir tocá-la, novas concessões terão de ser feitas. 
• Políticos admitem caixa 3 da Odebrecht em campanhas. Repasses foram feitos por empresas laranjas para esconder real financiador. 
• Juízes linha dura revisam Moro em 2ª instância. Maioria das penas de Curitiba foram elevadas ou mantidas em Porto Alegre. 
• Novas regras do fundo parlamentar de 2018 são alvos de críticas. Base aliada teria 60% de fundo eleitoral. 
• Caixa libera mais de R$ 37 bilhões de contas inativas. 
• Calote de Moçambique no BNDES expõe risco para o Brasil. Tesouro já gastou US$ 15 mi para ressarcir banco após decisão do país africano. 
 • De cada 10 cigarros vendidos no Brasil, 4,5 são ilegais. 
• Promotor quer levar Roger Abdelmassih de volta para a cadeia. 
• Após abscessos em carne, governo vai rastrear vacinas; Governo teme que barreira americana à carne seja adotada por outros países. Ministro tenta se encontrar na próxima semana com autoridades dos EUA para reversão de medida. 
Absurdo, diz mãe de Isabella Nardoni sobre semiaberto a madrasta. Depoimento de Ana Carolina Oliveira sobre provável concessão de benefício a Anna Carolina Jatobá, condenada a 26 anos de prisão pela morte de sua filha. 

• Israel responde ataque e atinge posições na Síria. 
• Serviço secreto da Venezuela detém opositores. Antichavistas alegam que governo prendeu ao menos 2 membros da MUD. 
 • Dúvidas sobre a sustentabilidade da União Europeia começam a dar lugar a prognósticos mais positivos. 
• Xinhua: Após tombar em rodovia, explosão de caminhão-tanque mata ao menos 148 no Paquistão. 
• Explosão em mina de carvão na Colômbia deixa ao menos oito mortos. Além dos mortos, uma pessoa ficou ferida e outras cinco estão desaparecidas até o momento; acidente aconteceu por conta de uma explosão de metano. 
• Deslizamento de terra deixa ao menos 120 desaparecidos na China. Tragédia foi na província de Sichuan, 4ª mais povoada do país; 60 casas estão soterradas. 

Cuba, uma revolução decrépita e rabugenta.
Em 1959, meus pais vieram morar em Porto Alegre. Aqui estavam as universidades e os melhores colégios públicos que para elas preparavam seus alunos. No topo da lista, o Colégio Estadual Júlio de Castilhos e seus excelentes professores. Por ali passaríamos os sete irmãos, cada um ao seu tempo. Era impossível, na efervescência intelecto-hormonal e no dinamismo da política estudantil dos anos 60, ficar imune aos debates e às disputas entre as distintas e sólidas convicções dos adolescentes às voltas com suas espinhas. Foi nesse ambiente que ouvi, pela primeira vez, afirmações que repercutiriam através de sucessivas gerações de brasileiros: nosso país, a exemplo de outros, era subdesenvolvido por causa do imperialismo norte-americano, do capitalismo, da ganância empresarial e da remessa de lucros para o estrangeiro. Desapropriação e nacionalização compunham palavras de ordem e o fogoso Leonel Brizola se encarregava de agitar a moçada com inflamados discursos a respeito.
Para proporcionar ainda mais calor àquela lareira ideológica, Fidel Castro, montado num tanque, passara por cima dos supostos males causados pela burguesia e - dizia-se - colocava Cuba no limiar do paraíso terrestre. Derrubara uma ditadura e implantava o comunismo na ilha. Cá em Porto Alegre, nos corredores do Julinho, os mais eufóricos desfilavam entoando Sabãozinho, sabãozinho, de burguês gordinho! Toda vil reação vai virar sabão!. A efervescência tinha, mesmo, incontidas causas hormonais.
Em meados de 2015, o New York Times publicou matéria repercutida pelo O Globo sobre as expropriações e nacionalizações promovidas pela revolução cubana em seus primeiros três anos. Menciona vários contenciosos que se prolongam desde então, envolvendo, entre outros, o governo espanhol, uma entidade representativa dos interesses dos cidadãos espanhóis, os Estados Unidos, bem como empresas e cidadãos norte-americanos e cubanos. Todos tiveram seus haveres confiscados, expropriados e, em muitos casos, surrupiados por agentes públicos. Ao todo, dois milhões de pessoas abandonaram a ilha, deixando para trás seus bens. Muitos, como a nonagenária Carmen Gómez Álvarez-Varcácel, que falou ao NYT por ocasião dessa reportagem, tiveram tomadas as joias de família que levavam no momento em que abandonavam o país. Segundo a justiça revolucionária, tudo era produto de lucro privado e merecia ser expropriado. Quem, sendo contra, escapasse ao paredón, já estava no lucro. Um estudo da Universidade de Creighton fala em perdas de US$ 6 bilhões por parte de cidadãos norte-americanos. As pretensões espanholas chegariam a US$ 20 bilhões.
No discurso da esquerda daqueles anos, e que se reproduz através das gerações, Cuba, tinha, então, o paraíso ao seu dispor. Sem necessidade de despender um centavo sequer, o Estado herdou todo o patrimônio produtivo, tecnológico e não produtivo de empresas privadas e de milhões de cidadãos. Libertou-se a ilha da dita exploração capitalista. O grande vilão ianque foi banido de seu território. Extinguira-se, de uma só vez e por completo, a remessa de lucros. A maldosa burguesia trocara os anéis pelos dedos. Tudo que o discurso exigia estava servido de modo expresso, simultâneo, no mesmo carrinho de chá.
Cuba, no entanto, mergulhou na miséria, no racionamento, na opressão da mais longa ditadura da América, na perseguição a homossexuais, na discriminação racial e na concessão a estrangeiros de direitos que, desde então, recusa ao seu povo. Por outro lado, enquanto, em nome da autonomia dos povos, brigava como Davi com bodoque soviético contra os Estados Unidos, treinava e subsidiava movimentos guerrilheiros centro e sul-americanos, e intervinha militarmente em países africanos a serviço da URSS.
O recente recuo político promovido por Trump nos entendimentos com a alta direção de Castro&Castro Cia. Ltda. leva em conta aspectos que foram desconsiderados por Obama e pelo Papa Francisco, tanto na política interna da ilha quanto nos contenciosos nascidos naqueles primeiros atos da revolução. Não posso ter certeza sobre quanto há de proteínas democráticas na corrente sanguínea de Trump animando essa decisão. Mas não tenho dúvida, porque recebo informações a respeito, que os milhões de cubanos na Flórida conhecem como ninguém a opressão política, a coletiva indigência, a generalizada escassez e a falta de alternativas que sombreia sucessivas gerações de seus parentes sob o jugo de uma revolução velha e velhaca, decrépita e rabugenta. E essa pressão política pesa muito por lá. (Percival Puggina, arquiteto, empresário e escritor) 

A pão e água.
Desde 2013 defendo que as campanhas eleitorais passem a pão e água. Meu argumento era tipicamente racionalista. Como, em eleições, o nível de gastos não afeta a qualidade do produto -uma campanha mais cara não gera políticos melhores-, não haveria mal nenhum em limitar severamente o teto de despesas em que cada candidato pode incorrer. Ao contrário, haveria vantagens em fazê-lo, já que isso permitiria proibir as doações empresariais com o objetivo de reduzir a promiscuidade entre políticos e financiadores de campanha. Foi o que o STF fez em 2015.
O bonito na ciência é que, por meio da empiria, ela consegue ir além de nossos argumentos racionalistas, que são, por definição, limitados. Foi com satisfação, portanto, que li na Folha de 19/6 reportagem que mostra que um grupo de pesquisadores foi a campo e descobriu que impor limites mais estritos às campanhas faz bem para a democracia. A menor oferta de dinheiro não só não produziu alguns dos efeitos deletérios que os críticos da proibição imaginavam como atraiu mais postulantes para os postos em disputa e reduziu a chance de candidatos que estavam no poder se reelegerem –ou seja, aumentou o nível de competição.
Mais interessante, os economistas Eric Avis, Claudio Ferraz, Frederico Finan e Carlos Varjão, do National Bureau of Economic Research, dos EUA, chegaram a essas conclusões tomando por base um experimento natural ocorrido no pleito brasileiro de 2016, que, devido a nossas excentricidades regulatórias, apresentou um grupo de cidades em que o teto de gastos ficou limitado a algo em torno dos R$ 100 mil e outro em que os candidatos tiveram limites mais folgados. A descontinuidade permitiu aos pesquisadores analisar o efeito do dinheiro extra em disputas entre cidades de resto semelhantes e num mesmo momento político. (Hélio Schwartsman) 
Peça o que deseja, mas esteja disposto a receber o que deus lhe dá. Poderá ser melhor do que aquilo que você pediu. (Normam V. Peale)

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