30 de jun. de 2017

Greve Geral, se já não bastassem....

 photo gilmarxtemer_zpsejllnld1.jpg • Temperatura cai no fim de semana e Rio terá chuva e ventos fortes. 
• Greve Geral: O presidente Michel Temer acenou com a criação de um novo mecanismo de financiamento para as centrais sindicais. Essa medida deve substituir a contribuição sindical, que será extinta na reforma trabalhista - texto ficará pronto para ser votado no plenário do Senado na semana que vem; Greve fica esvaziada sem adesão de ônibus e metrô. Divididas após atuação do governo, centrais sindicais fazem paralisação parcial. 
• Alerj aprova teto de gastos, última exigência do governo por socorro financeiro. Proposta que limita investimentos do estado do Rio pelos próximos seis anos foi aprovada por 49 votos a 10, resultado que abre caminho para o governo federal aceitar suspender a cobrança de dívidas do estado com a União. 
• Megaoperação no Rio prendeu 63 PMs por elo com tráfico. Rio perdeu um batalhão de PMs em seis meses de 2017. Corrupção, mortes ou aposentadorias fizeram a corporação perder agentes. 
• Estratégia do governo: Planalto apressa tramitação para matar denúncia contra Temer. Deflagrada a estratégia para sepultar processo contra Temer. 
• STF questiona Maia sobre pedidos de impeachment de Temer parados. 
• Corrupção passiva: Temer recebe notificação da Câmara dos Deputados sobre denúncia da PGR; Maia diz que denúncia contra Temer seguirá o que aponta o regimento. 
• Maioria do STF decide que delação pode ser revista em caso de ilegalidades. 
• Liminar garante 50% da frota do transporte público durante greve geral; Centrais sindicais: Visitação à Câmara está suspensa nesta sexta devido a manifestações. 
• O ministro Marco Aurélio de Mello concedeu, a pedido da Procuradoria Geral do Estado do Rio (PGE), liminar determinando correção monetária no repasse dos royalties ao governo do Rio, no período entre 2012 e 2016. Com isso, o Rio passará a receber cerca de R$ 32 milhões a mais por ano. 
• Fachin livra mais um petista de de Sérgio Moro: Guido Mantega. Segundo Edson Fachin, o caso não tem relação com a Lava Jato. 
• Satiagraha: TRF da 3ª região revoga prisão do ex-delegado Protógenes Queiroz. 
• Próxima procuradora-geral: Sabatina de Raquel Dodge deve ocorrer no dia 12 de julho. Com um terço dos senadores alvo de investigações na Lava Jato, a subprocuradora-geral Raquel Dodge não deve enfrentar dificuldades para ter seu nome aprovado no Senado após ser indicada para comandar a Procuradoria-Geral da República pelo presidente Michel Temer. 
• Demóstenes Torres volta a cargo de procurador e tira 2 meses de férias. Senador cassado estava afastado desde 2012 por suspeita de corrupção. Processo foi arquivado. 
• Cabral se torna réu pela 12ª vez na Operação Lava Jato. 
• Qual a obrigação do Executivo usar senadores e deputados federais para sua Corte? Afinal de contas os eleitores não concordam com isso. 

Temer perde medo do ridículo e ataca irresponsáveis que assediam estatais.
A pretexto de celebrar o aniversário de um ano da Lei de Responsabilidade das Estatais, Michel Temer declarou em discurso que era preciso proteger as empresas e bancos públicos de um certo assédio ilegítimo de quem quer que fosse. Seu pronunciamento deixou claro que, depois de perder o recato, o presidente da República perdeu o nexo.
Se a Lava Jato provou alguma coisa é que muita gente enriqueceu ilicitamente nos governos coabitados por PT, PMDB e seus parceiros. Foi sob Lula e Dilma que a aliança profana das empreiteiras com o Estado se agigantou, assumindo proporções amazônicas.
Como presidente do PMDB e vice-presidente da República, Michel Temer assistiu e até coordenou a ocupação de repartições públicas e diretorias de estatais por prepostos das duas alas do seu partido: a da Câmara e a do Senado.
Nessa época, peemedebistas como Renan Calheiros, José Sarney, Romero Jucá, Edison Lobão, Jader Barbalho, Eduardo Cunha, Henrique Eduardo Alves e um enorme et cetera tiveram o vislumbre das dádivas que o mundo proporciona a alguém que enfia o dedo num favo de mel, lambendo-o em seguida. Hoje, todos fogem dos ferrões da abelha como protagonistas de inquéritos policiais.
Foi contra esse pano de fundo que Michel Temer, que acaba de ser denunciado por corrupção, declarou: Vivemos tempos que exigem, mais do que nunca, responsabilidade. Manejando as palavras como se nada tivesse sido descoberto sobre ele e seus correligionários, o presidente atacou a falta de responsabilidade, essa praga que destrói empresas, corrói instituições.
Esquecendo-se de que acaba de ser gravado pelo delator Joesley Batista numa conversa vadia, Temer se jactou de ter moralizado as estatais. Após indicar para o dono da JBS o preposto que seria filmado depois recebendo propina de R$ 500 mil numa mala, o presidente estufou o peito como uma segunda barriga para declarar:
Frustramos interesses de gente poderosa. Eu pude verificar logo em seguida essa frustração de gente que se servia da atividade de empresas públicas para objetos não lícitos.
Quem escuta o presidente e fica imaginando que país extraordinário seria o Brasil se, de repente, baixasse no Palácio do Planalto uma epidemia de ridículo. (Josias de Souza) 

Quem tem medo de Sérgio Moro?
Não são poucos os encrencados ou simplesmente citados em delações da lava jato que pedem aos seus advogados para que deem um jeito de tirá-los da jurisdição de Curitiba.
Melhor dizendo, de Sergio Moro, o protótipo do Juiz que, nos interrogatórios, não se altera por nada, trata respeitosamente o acusado num tom de voz suave lembrando cantiga de ninar.
Consta que até antes de estar cara a cara com o temível Juiz, tudo o que o Lula pedia aos seus advogados era para não ser levado para depor perante o Moro em Curitiba.
O medo de Lula de ser preso durante ou após a audiência foi tamanho que a militância petista trazida de ônibus do interior paranaense e de outros Estados, inclusive Minas, não arredou da praça próxima ao fórum, mesmo com chuva caindo.
Antes do encontro marcado com Moro, Lula chegou escoltado por alguns deputados e senadores petistas, subiu ao palanque, discursou à vontade e depois num cotejo rápido seguiu a pé para o seu compromisso.
Quem viu a postura, ora querendo dissimular o medo, ora querendo mostrar firmeza de modo a parecer verdadeiro, não tinha porque concluir que o Presidente mais popular da história, mais do que o grande Getúlio, pai dos pobres e mãe dos ricos, sairia dali preso.
Hoje o Lula, denotando até um certo carinho, trata o jovem Juiz Moro e a nova geração de Procuradores atuantes na Lava Jato como os meninos de Curitiba.
Quem parece ainda estar medrando é o PT que, por sua jovem e tarrabufada nova Presidente, esbraveja que o seu partido só aceita para o Lula a absolvição absoluta, total.
Isso é medo generalizado que nem o do poeta que morria de medo não só de que chegasse a hora de entrar no avião, mas também de abrir a porta que daria para sertão da sua solidão. (Belchior, Pequeno mapa do tempo, in Coração Selvagem, 1977).
Quem quando criança não ouviu a canção sobre o lobo mau que pegava criancinha para fazer mingau? Maldade do Braguinha, nosso popular João de Barro, autor dos versos que não lhe deram só fama. Também muito dinheiro.
O medo é uma maldade dos adultos que o inoculam nas crianças limitando-as desde cedo em suas iniciativas. Medo não são o receio, o cuidado, a prudência, que tem carga de responsabilidade.
Medo é o que encurrala e manipula as sociedades contemporâneas fustigadas por extremistas da esquerda e da direita. (Ver Bauman, Em busca da política, Zahar, SP, 2014).
O lobo mau sempre fazendo-se passar pela Chapeuzinho ao mesmo tempo sempre a fim da vovozinha deve ter mexido tanto com a cabeça de Edward Albee (1928-2016), quando criança, que já crescido, determinado a ser escritor, revelou-se um dos mais talentosos teatrólogos de sua geração nos anos 1960.
Misto de Millôr Fernandes com William Shakespeare, Albee estreou com a História do Zoológico em que duas personagens se encontram ali, entre feras, casualmente. A conversa descamba para a solidão. Quero dizer, toda e qualquer solidão.
A catarse do medo infantil do lobo mau se realizou com Quem tem medo de Virginia Wolf?. Aquele título, de saída, chamou a atenção para a obra da escritora inglesa, até então restrita a pequenos círculos intelectuais e maldita pelas elites conservadoras.
Nessa coisa de dar títulos sem nada a ver com o texto, o Augusto Blum, meu colega de faculdade, sob inspiração do Missa Convite, escreveu sua peça nunca encenada - A redenção dos vuuupts ou quem tem medo de Silvia Teresa?.
Agora, na segunda instância, uma sentença do Juiz Moro foi reformada - porque delação por si só não vale como prova, e isso está na lei nº 12.850/13, Art. 4º, Parágrafo 16, que ordena assim - nenhuma sentença condenatória será proferida com fundamento apenas nas declarações de agente colaborador. Ou seja, o delator.
Não há sentença terminativa no primeiro grau. Quem é o Juiz que não sabe disso? Mas, afinal, errare humanum est...
O absolvido no segundo grau foi ninguém mais nem menos que um certo senhor Vacari, tesoureiro do PT. (Edson Vidigal, advogado, foi Presidente do Superior Tribunal de Justiça e do Conselho da Justiça Federal) 
O temor do Senhor é o princípio do conhecimento; os loucos desprezam a sabedoria e a instrução. (Salomão)

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