22 de out. de 2016

O Rio em suas mãos.

• Legado: Rio-2016 deve R$ 20 mi e busca desconto para pagar. Entidade sofre ao menos 25 ações na Justiça e tenta cortar 30% dos valores. 
• PF prende chefe da polícia do Senado e mais três agentes. Investigação suspeita de esquema para obstruir Operação Lava Jato; Ação no Senado dá fôlego a projeto antiabuso de poder. Após operação, aliados de Renan decidem fazer ofensiva contra o Judiciário. 
• Renan: Leia 
• Contribuição de servidores estaduais pode subir. Rombo nas previdências, de R$ 77 bi, pode levar ao aumento da alíquota nos Estados de 11% para 14%. 
• Cunha pode ser condenado a 160 anos de prisão. Ex-deputado tem tudo para bater recorde histórico de condenação; Claudia Cruz, mulher de Eduardo Cunha, visitou o marido na Polícia Federal em Curitiba; o advogado Marlus Arns havia dito que visitas de familiares demorariam mais para aparecer. 
• Petrobrás: Gasolina sobe nos postos mesmo após queda em refinarias. Média é R$ 3,671 por litro, 0,5% superior ao verificado na semana anterior; Agência vê melhoria na Petrobras e sobe nota de crédito. Mudança na administração e venda de ativos para reduzir dívidas agradam. 
• Justiça brasileira: Japonês da Federal Newton Ishii tem pena reduzida e permissão para retirar tornozeleira eletrônica. Conhecido como o Japonês da Federal, ficou famoso ao escoltar os principais envolvidos na Operação Lava Jato que foram detidos e encaminhados à sede paranaense da instituição.

• Escalada totalitária e fuga de cérebros atingem a Turquia. Cem dias após tentativa frustrada de golpe, país ainda enfrenta instabilidade. 
• Metodologia de pesquisas põe em xeque vitória de Hillary. Vantagem da democrata em sondagens esconde problemas de amostragem. 

A Lava Jato é a fiadora da estabilidade.
Um dia depois da prisão de Eduardo Cunha, o presidente Michel Temer deu uma declaração sobre o assunto, por meio do seu porta-voz.
Disse o porta-voz: A agenda política, de recuperação e reconstrução do Brasil, não se confunde com investigações levadas adiante pela Justiça. Na Operação Lava-Jato, relacionada à Justiça, o Executivo jamais interferirá em suas decisões.
Michel Temer, que estava no Japão, antecipou a sua volta ao Brasil por causa da prisão de Eduardo Cunha, prova maior de que a agenda política confunde-se, sim, com a Lava Jato. Aliás, a Lava Jato é A agenda política do Brasil. O futuro de PMDB, PT, PP e PSDB, assim como o de próceres seus, depende do que virá das delações e investigações em andamento.
Ou seja, a nota não traduz a verdade. E ao misturar na mesma frase recuperação e reconstrução do Brasil com Lava Jato, para implicitamente colocar-se como fiador da estabilidade, Michel Temer deixou os medrosos do mercado ainda mais sobressaltados. Resultado: lá está a Standard & Poor’s soltando gritinhos como um porquinho assustado com o Lobo Mau. Quem confundiu tudo foi o presidente.
Os medrosos do mercado precisam entender que, neste momento, nenhum político pode afirmar que é fiador de nada. E que, se há chance de o Brasil sair do atoleiro, é porque existe Lava Jato. Com o apoio dos cidadãos de bem, ela está derrubando um a um os maiores corruptos da nossa história - fator essencial para que o capitalismo de verdade substitua as espúrias relações de compadrio que infeccionam a nossa economia. Como já escrevemos no site, se Michel Temer tiver de cair, ele cairá, porque se tornou incompatível com um país que nutre a esperança de adentrar a modernidade.
A nota presidencial apenas deveria ter dito que Na Operação Lava Jato, o Executivo jamais interferirá em suas decisões. (Mario Sabino) 

Revista revela fotos de prisão oculta de Crivella.
Primeiro colocado na disputa pela prefeitura do Rio, o pastor licenciado Marcelo Crivella (PRB) já foi preso e fichado. Aconteceu em 18 de janeiro de 1990, numa delegacia carioca, a 9ª DP do bairro do Catete. Entretanto, o inquérito havia sumido. Decorridos 26 anos, os repórteres Leslie Leitão e Thiago Prado contam o que se passou em notícia veiculada em Veja.
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A encrenca começou a se formar em 1986. Naquele ano, a Igreja Universal do Reino de Deus comprou um lote de imóveis no bairro de Laranjeiras. Demoliu o que havia neles. Parte do terreno de 840 metros foi transformada num estacionamento. Na outra parte, havia a perspectiva de instalar um templo. À espera da melhor oportunidade para iniciar a obra, a Universal autorizou Nilton Linhares a erguer um casinha no terreno. Mudou-se para o local com a família. E tornou-se vigia.
Súbito, a Igreja Universal quis o terreno de volta. Nilton Linhares se recusou a desocupá-lo. Abespinhado, Crivella decidiu agir. E o fez com alguma truculência. Ele próprio relatou sua versão aos repórteres.
Estava revoltado. Acordei de manhã, peguei os caminhões que a gente tinha e fui para lá. Arrebentei aquela cerca. Entrei lá dentro. Comecei a tirar as coisas dos caras e botei em cima do caminhão. Mas não toquei nas pessoas. Tinha uns dez homens comigo.
O advogado de Linhares contou outra história nos autos. Nessa versão, Crivella esteve duas vezes no local. Numa, tentou bloquear o acesso ao terreno. Mas os obstáculos foram removidos. Noutra, Crivella arrombou o portão com um pé de cabra. Estava acompanhado de seguranças armados. Ameaçou a mulher e as duas filhas de Linhares, que já morreu faz mais de 15 anos. Crivella nega a truculência.
Acionada, a polícia levou o pastor para a delegacia. E Crivella passou o dia preso. Foi liberado sob a condição de se apresentar no dia seguinte. Voltou. Passou mais quatro horas detido. Enviado ao arquivo, o processo desapareceu. Supreendido com o surgimento das fotos, Crivella contou que o delegado que o prendeu, João Kepler Fotenelle, já morto, lhe entregou os originais inquérito. Graciosamente. Por quê? Segundo Crivella, o doutor ficou com medo de um processo que a igreja Universal prometia mover contra ele.
Crivella mostrou o inquérito para os repórteres. É um espinho na minha carne, disse. De todo o episódio o mais grave nem é a prisão. O mais espantoso é o fato de o inquérito ter saltado dos arquivos da polícia para as mãos do acusado. É impressionante o modo como Crivella tenta esconder o seu passado de missionário. (Josias de Souza) 

Extinguir a reeleição com prorrogação é obscenidade.
Extinguir o princípio constitucional da reeleição parece tendência majoritária no Congresso, no meio da reforma política, mas um obstáculo de razoáveis proporções ameaça deixar tudo como está. Não podendo prefeitos, governadores e presidentes da República permanecer dois mandatos no poder, ou seja, quatro mais quatro anos, muita gente acha que seria natural a fixação de seus períodos de governo em cinco anos.
Por esperteza ou pela lei das compensações, mas em nome da coincidência das eleições, deputados reivindicam a mesma extensão, sendo que por analogia aos senadores caberiam mandatos de dez anos.
Aqui as coisas passam a cheirar mal. Mesmo havendo equidade, não haverá quem deixe de estranhar a prorrogação de mandatos. Assim, logo surgirão propostas para os mandatos legislativos permanecerem como se encontram, aumentados apenas os executivos, indo para o espaço a coincidência de mandatos. Claro que as opiniões vão divergir, sobrevindo então a fórmula bem brasileira: deixar tudo como está, inclusive a reeleição…
Não tem limite o mal feito às nossas instituições pela permissibilidade de um mandatário poder disputar um segundo período ainda no exercício do primeiro, sem precisar desincompatibilizar-se. É preciso ser muito incompetente para perder uma eleição assim, quando o cidadão dispõe da caneta e do diário oficial, além de diversas mordomias. Tem acontecido, registrando-se que nem Dilma Rousseff perdeu a reeleição.
Tamanha aberração foi instituída por Fernando Henrique, acusado de haver comprado votos no Legislativo em pleno primeiro mandato. Não perdeu o segundo, assim como o Lula e a já referida Dilma.
Numa projeção ainda indefinida, fica obvio que Michel Temer também não perderia, mesmo por enquanto valendo seu juramento de que não concorrerá. Esse talvez seja o maior argumento para o fim da reeleição, não obstante a obscena prorrogação já engendrada. *Carlos Chagas)
A felicidade é composta de pequenos prazeres. (Charles Chaplin)

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