2 de set. de 2016

O bolivarianismo abarcou o país...

• Coalizão de Temer lidera arrecadação eleitoral pelo país. Candidatos do PT estão em 7º lugar, segundo dados da Justiça Eleitoral. 
• Renan Calheiros ajudou a costurar fatiamento do impeachment. Manobra foi negociada pelo presidente do Senado e Kátia Abreu no PMDB; sondado, Temer teria dado aval. 
• Gilmar Mendes: manutenção de direitos políticos de Dilma é bizarra e extravagante. Para ele, se penas são autônomas, Senado poderia ter aplicado à petista somente pena de inabilitação, mas mantendo-a no cargo. O ministro disse ainda que decisão do parlamento não passa na prova dos 9 do jardim de infância do direito constitucional
• PSDB vai ao STF contra decisão do Senado que favoreceu Dilma na votação do impeachment. Por decisão do ministro Ricardo Lewandowski, votação do impeachment foi fatiada e, mesmo cassada, petista manteve direito a exercer funções públicas. 
• Alvaro Dias vai ao STF contra manutenção dos direitos políticos de Dilma. O senador Alvaro Dias (PV-PR) protocolou nesta quinta-feira (1º) um mandado de segurança no STF em que pede anulação da segunda votação realizada em plenário durante a última fase do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. 
• Defesa de Dilma apresenta recurso ao STF contra impeachment. O advogado da ex-presidente Dilma Rousseff, José Eduardo Cardozo, apresentou um mandado de segurança junto ao Supremo Tribunal Federal nesta quinta-feira (1º) contra o julgamento que afastou definitivamente a petista da Presidência da República. 
• Dilma Rousseff mantém movimentação por plebiscito. Presidente cassada deve contrariar cúpula do PT e, após descanso, defender consulta sobre eleições. 
• Milhares vão às ruas do País em atos contra o impeachment. Em São Paulo, ato contra o presidente Michel Temer teve vandalismo e confronto com a PM. 
• Caiado critica decisão que preservou direitos de Dilma e deixa base de Temer. Senador anunciou que seguirá de maneira independente, numa postura de apoio crítico. Decisão foi motivada pela posição adotada por alguns setores do PMDB que permitiram a manutenção dos direitos políticos de Dilma Rousseff. 
• Governo Temer terá corrida contra o relógio para aprovar medidas. Equipe do novo presidente precisará agir rápido para fazer reformas da Previdência e trabalhista. 

O último dia de agosto.
Felizmente, setembro chegou. Agosto fez das suas, terminando com o impeachment de Dilma Rousseff e a preservação de seus direitos políticos, ainda que não se saiba bem para quê. Mês do capeta, que saiu pelo ralo com o anúncio, pela equipe econômica, de que o salário mínimo, ano que vem, passará para 945 reais. Vá o agora presidente definitivo, Michel Temer, viver com essa merreca, mesmo dispondo de casa, comida e outras mordomias. Talvez por isso tenha decidido viajar para a China logo depois de empossado.
Algumas lições podem ser tiradas do dia da posse que não foi posse, pois ele já era presidente. A primeira, de que torna-se obrigatório vetar o uso de telefone celulares e sucedâneos nas solenidades de entronização de presidentes da República.
Espetáculos ridículos como o uso dessas maquininhas deveriam ser objeto de ampla proibição. Vetustos deputados, senadores e bicões amontoados no plenário do Senado e adjacências deram a impressão de um circo armado no Congresso. A cada instante alguém levantava o braço exigindo que as autoridades se imobilizassem sorrindo e olhando firme o horizonte, quando não abraçados com Temer e olhando um horizonte inexistente, entre seguranças com cara de bravo e a expectativa de incontáveis papagaios de pirata. Sendo também que ninguém andava, por impossibilidade física.
Pairava sobre a multidão a alma danada do deputado Eduardo Cunha, várias vezes citado naquele plenário pela presidente escorraçada como a causa de todos os males. Ele não apareceu, mas se estivesse presente, seria objeto de linchamento explícito.
Entre selfies e abraços de urso, o novo presidente custou a escalar os degraus até o pódio onde prestou o juramento à Constituição, sob os acordes do Hino Nacional.
Teve de tudo na plateia, a começar pela negação do maior princípio da Física, de que dois corpos não podem ocupar o mesmo espaço. Podem sim, em se tratando de posses improvisadas.
Graças aos céus, durou pouco, mas para o futuro seria bom que solenidades assim recebessem um mínimo de organização. Afinal, ninguém sabe quando será a próxima…
Em outro palco apresentava-se Dilma Rousseff, para as despedidas. Sua retaguarda também foi disputada, a começar pelas meninas que durante todo o julgamento comportaram-se como se as bancadas do Senado fossem um galinheiro. Onde não faltou o galinho maluco para agredir adversários e a paciência do vetusto juiz que dirigia os trabalhos.
Madame prometeu oposição desvairada e jurou que a história não acabaria assim. Faltou-lhe coragem para personalizar o retorno, preferindo o plural ao exclamar nós voltaremos. Nós quem, cara pálida? Para onde e de onde? Posto em frangalhos, o PT ainda não revelou seu plano de batalha, mas jamais será liderado por ela.
A improvisação nas duas cerimônias do último dia de agosto dá o tom do que nos espera. Ou setembro será diferente? (Carlos Chagas) 

O único golpe a que se assistiu foi o dado por Lewandowski.
Os petralhas deixaram o poder. Não sinto saudade antecipada nem terei crise de abstinência. Sei que continuarão rondando. É da natureza rapace das hienas. Não estão só no PT. A rosa teria igual perfume se tivesse outro nome, a exemplo do monturo moral caso se chamasse rosa. O petralhismo é uma legião.
Está no PSOL, no PSTU, na Rede -nesse caso, vem acompanhado com uma espuma de Banco Central independente e uma redução de ecologia balsâmica. Mas a crença é a mesma. A cozinha molecular de Marina Silva tem a idade do atraso.
Um bando de vagabundos, protegidos por boa parte da imprensa paulistana, voltou a causar tumulto em São Paulo no pós-impeachment. Como sempre, meia dúzia de gatos pingados. Como sempre, depredaram agências bancárias. Como sempre, queimaram lixeiras. Como sempre, atacaram a polícia. Uns tontos picharam a porta desta Folha com a palavra golpista.
Justamente a Folha, o maior celeiro de colunistas de esquerda do país. Há mais colunistas de esquerda na Folha do que no Granma, o jornal oficial do Partido Comunista de Cuba. Esquerdista é assim: não respeita clube que o aceita como sócio. Esquerdistas são como Gleisi Hoffmann: pensam que a Casa que os abriga não tem moral.
A PM teve de recorrer a bombas de gás. Sabem como é... A democracia de uniforme precisa de meios de dissuasão. Leio no O Estado de S. Paulo que, na quarta à noite, em menos de dois minutos, os policiais lançaram 10 bombas... Não entendi se o jornalista acha muito ou acha pouco...
Se o bando estiver quebrando um banco, atacando um prédio público ou tentando rachar a cabeça de adversários, como de hábito, acho pouco. Se estiver lendo os Evangelhos e atrapalhando o trânsito, acho muito.
Eis um vício, um sestro, uma deformação mesmo, muito típica da imprensa paulistana. A PM está sempre errada, mesmo quando certa. Entendo a razão: boa parte da mão de obra é contratada entre formados de jornalismo que tiveram aulas com professores do PSOL e do PSTU. Há até moderados dando aula. São os petistas... Mesmo quando manifestantes batem em jornalistas, estes sempre compreendem por que estão apanhando.
Eis o tipo de gente que o PT e Dilma mobilizam com a sua conversa mole de golpe.
O único golpe a que se assistiu na quarta-feira foi o desferido por Ricardo Lewandowski ao ignorar a letra explícita da Constituição. O parágrafo único do artigo 52 da Carta não deixa margem a interpretações. Vota-se a perda do cargo, com inabilitação, por oito anos, para o exercício de função pública, sem prejuízo das demais sanções judiciais cabíveis. E ponto!
A menos que o senhor presidente do Supremo me apresente um tratado sobre o sentido derivado da palavra com, ele rasgou a Constituição. Quero discutir gramática com Lewandowski. Cabe mandado de segurança. Cabe ADPF. Rodrigo Janot terá a coragem?
Qualquer decisão que não atrele a inabilitação à perda do mandato é exercício picareta do direito. Se o fundamento teve uma aplicação torta (e teve!) no caso Collor de Mello, dois erros não fazem um acerto. Em dobradinha com Renan Calheiros, Lewandowski resolveu sobrepor um artigo meramente procedimental do Regimento Interno do Senado a um fundamento constitucional.
Nas ruas, os dilmistas queimam lixo e pneus; no Senado, Lewandowski e Renan Calheiros queimam a Constituição.
Dia desses, chamando-me várias vezes de cachorro, Guilherme Boulos, a hiena, perguntou no site da Folha o que eu escreveria quando o PT se fosse.
Em país em que há Lewandowski, Boulos e Renan, infelizmente, fala-se menos de rosa do que de monturo moral.
Ah, sim! Tchau, petralhas! É só o começo. (Reinaldo Azevedo) 

Uma estreia com clima de racha da nova base aliada.
A queda de Collor e a posse de Itamar foram uma festa quase apoteótica, mas a troca de comando do País de Dilma Rousseff para Michel Temer foi formal, protocolar, sem povo nos gramados do Congresso e, pior, em clima de racha da nova base aliada.
Durante todos os longos meses do processo de impeachment, todas as previsões eram de derrota de Dilma. O que não se esperava é que, aos 48 do segundo tempo, o Senado fatiasse o artigo da Constituição sobre o impeachment e criasse uma excrescência jurídica: o artigo diz que o presidente é cassado com perda dos direitos políticos, mas Dilma foi cassada sem perder os direitos políticos.
Como assim? Um destaque apresentado pelo PT e encampado pelo presidente da sessão e do Supremo, Ricardo Lewandowski, pode jogar no lixo um artigo - ou meio artigo - da Constituição? A questão pode ir parar no próprio Supremo, que ficaria numa saia-justa, mas ontem mesmo o PSDB e o DEM recuaram da ideia de recorrer à alta Corte.
Se o questionamento jurídico parece estar afastado, até segunda ordem, o racha na base aliada de Temer já explode no seu primeiro dia de governo efetivo, o próprio dia da posse. Com quem o PT negociou o fatiamento da Constituição? Com Temer? Com a cúpula do PMDB? Com o PSDB e o DEM?
Todos eles juram de pés juntos que não têm nada com isso e apontam o dedo para o senador Renan Calheiros. Aí tem. Desconfia-se que, por trás da colher de chá para Dilma, esteja um interesse comum: livrar os futuros réus da Lava Jato da inelegibilidade. O Senado ontem abriu a porteira e onde passa boi, passa boiada. E passa Eduardo Cunha. Por isonomia, ora, ora. (Eliane Cantanhêde) 
O céu conhece as razões e as configurações que existem por detrás de todas as nuvens. Tu também as reconhecerás quando te elevares à altura indispensável para ver mais além dos horizontes. (Richard Bach)

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