11 de mar. de 2016

Protestos, convenções e mais pra que...

 photo jararacaviva_zps8ub9ke7w.jpg • Servidores do Rio sem salário usam as redes sociais para desabafar. 
• Governo do Rio suspende obra de R$ 1,325 milhão no Palácio Laranjeiras. 
• Sem vistoria, Prefeitura do Rio inicia cassação de mais de 400 autorizações de táxis. 
• Juíza linha dura vai decidir prisão de Lula. Leia
• Dilma se mostra conformada com diagnóstico do fim de seu governo. Petistas e auxiliares próximos analisam que presidente não teria exata noção da crise, protegendo-se no que chamam de autismo
• Moro estaria indignado com pedido de prisão. Investigadores da força-tarefa da Operação Lava Jato e o próprio juiz Sérgio Moro acreditam que a peça do promotor Cássio Conserino pedindo a prisão preventiva do ex-presidente Lula não está bem fundamentada, de acordo com reportagem da revista Época, da Globo; a peça do Ministério Público de São Paulo, na interpretação dos investigadores, foi feita com pressa e atrapalha a Lava Jato, que segundo eles é conduzida com cautela e esmero; a Globo também escalou seus colunistas, como Merval Pereira e Ricardo Noblat, para criticar o pedido de prisão do MP-SP, porque preferia que Lula fosse preso por Moro. 
• PSDB e Dilma receberam maior fatia de doações da Andrade Gutierrez em 2014. 
• Decisão de ministro da Justiça é adiada. 
• Pedido de prisão contra Lula afronta lei, dizem especialistas. Juristas ouvidos pela Folha classificam medida contra petista como exagerada
• Operação Zelotes: Ministra do STF mantém na prisão o lobista do esquema das MPs. Cármen Lúcia não relaxa a prisão de Alexandre Paes dos Santos. 
• Tráfico: Paraguai apreende armas pesadas destinadas ao Brasil. Fuzis, silenciadores e granadas seriam levados para SP e RJ. 
• Ao analisar recursos contra decisão sobre o impeachment, STF não terá motivos para mudar veredito. 
• Andrade Gutierrez entrega dados de doações não oficiais a Dilma em 2014. 
• O que um presidente pode levar dos palácios quando seu mandato termina? Saiba
• Dilma diz que Lula pode escolher ministério, e ele pediu prazo até segunda. 
• Alvo da PF, Fernando Pimentel perde apoio de antigos aliados em MG. 
• Brasil gasta R$ 5 bi por ano com atendimento a vítimas de violência. Ministério da Justiça estuda causas e apoia mudança de registro. 
• De acordo com a polícia, uma assistente administrativa da empreiteira foi presa em Salvador em desdobramento das investigações da 23ª fase da operação Lava Jato e será encaminhada para Curitiba, onde estão concentradas as investigações; além da prisão, foram cumpridos mandados de busca e apreensão na sede da Odebrecht em Salvador, segundo a PF na Bahia. 
• Pedro Simon: Lula está cada vez mais nu. O ex-senador Pedro Simon (PMDB-RS), que se aposentou da vida parlamentar no ano passado, tem mais de 50 anos de experiência em política. Já viveu momentos históricos do Brasil, conheceu gente de todo o tipo, e não tem dúvidas em afirmar: Lula está cada vez mais nu. Mérito da Lava Jato, da Zelotes e do Ministério Público de São Paulo. Nunca vi uma situação assim, declarou Simon a O Financista. 

• Em debate mais sóbrio, Trump e rivais diminuem tom. Abertura com Cuba é tema de disputa. Comentários de Trump são criticados. Ex-concorrente republicano Ben Carson anuncia apoio a Trump na disputa presidencial. 
• Kim Jong-un ordena que Coreia do Norte prepare mais testes nucleares. 
Vocês não vão se livrar de mim, diz Maduro a adversários. Oposição planeja manifestação neste sábado. 

No domingo, com saudade do futuro.
Ninguém mais duvida de que já acabou. O governo Dilma chegou ao fim. Hoje, convenham, para fingir que ainda existe, depende apenas do PMDB. Se o partido desembarcar em bloco, a causa está encerrada. E nem precisa haver rompimento formal. Basta que a legenda declare a sua independência.
E aqui cabe uma pergunta muito objetiva aos peemedebistas: se até o PT, sem saída, já caiu fora, por que serão vocês a segurar a alça do caixão? Em nome de quê?
Mesmo as metáforas se cansaram da presidente e fugiram. Esperava-se estrondo, não veio nem suspiro. As coisas foram escorrendo, assim, pelo ralo, preguiçosa e fatalmente. Dilma não nos inspira nem discursos condoreiros. Sua incompetência pastosa não serve nem para animar discurso de resistência. Ela empobrece até a retórica dos adversários.
Neste domingo, muitos milhares sairão às ruas pedindo o seu impeachment. A indignação com a máquina cleptocrata é grande, claro! Mas o sentimento mais perceptível é de enfaro. Essa senhora nunca teve nada a dizer.
E, então, me dou conta de que não é ela. Algo mais está morrendo, se dispersando, nos abandonando, nos libertando...
Na sexta-feira passada, logo depois da condução coercitiva, Lula ainda nos ameaçou a todos com a ira da jararaca ferida no rabo, desafiando a que se lhe esmaguem a cabeça. Será esmagada, não duvidem. Mas o ponto que me interessa aqui nem é esse.
Seu discurso encantou a alguns cronistas políticos, os da minha idade ou mais velhos. Eu mesmo destaquei, em meu blog, sua habilidade retórica; sua fala organizada; sua capacidade de transformar a luta de classes num jogo de truco de botequim; seu dom narrativo que faz Marisa Letícia usar um decanter como se fosse um vaso; sua notável habilidade em exibir todas as suspeitas que há contra si como trunfos, sem responder a nenhuma - até porque respostas não há.
Quase fiquei, leitor, confesso, com saudade de Lula; do tempo em que eu tinha mais cabelo; da minha barba mais preta; dos meus leitores em número muito menor; das minhas reservas ao petismo, exibidas como um traço que alguns queriam esquizoide, já que tantos à minha volta anteviam amanhãs sorridentes onde eu só percebia falência moral e espancamento da lógica. Nota: eu não resistia por heroísmo. Como o artista da fome, de Kafka, era o que eu sabia fazer.
a sexta, tive, admito, certa nostalgia do tempo em que Lula exibia um pouco mais de vigor; dos dias em que seu arranca-rabo de classes era ao menos legitimado pela ignorância de causa; daqueles anos, ainda precoces, das minhas contraposições ao petismo, com sua incrível capacidade de vulgarizar não apenas a história e a trajetória dos adversários, mas de rebaixar os desígnios pregressos da própria esquerda.
Fiquei com vontade de combater um Lula que fosse algo mais que um decrépito contador de histórias de um passado que ele reescreveu para justificar seu presente miserável. Quase gritei, irritado, diante da TV: Deem-me um líder que ainda consiga levar porrada! Esse não serve!.
E já não havia Lula nenhum. Olhei ao redor, pensei nos seus teóricos e justificadores, e tudo era mediocridade e irrelevância. Quase fiquei triste, quase fui tomado pela acídia, que, em Santo Agostinho, se não me engano, é definida como entristecer-se do bem divino, dada a pequenez dos anseios humanos...
Mas depois me animei. Como o garotinho do filme O Sexto Sentido, cansei de ver gente morta o tempo todo.
Eu vou para a rua no domingo. Estou é com saudade do futuro. (Reinaldo Azevedo) 

Companheiros envolvidos em trapalhadas.
A operação Lava Jato continua produzindo notícias, senão informações. O Ministério Público Federal, em documento de 89 páginas, acaba de requerer do juiz Sérgio Moro as medidas cautelares dos pedidos de busca, apreensão e condução coercitiva do Lula, indicando que os procuradores encarregados do caso estão convencidos da culpabilidade do ex-presidente no caso. A referência supõe que o primeiro companheiro está implicado na ocultação de patrimônio e lavagem de dinheiro, no caso do triplex do Guarujá. O imóvel teria sido oferecido ao Lula pela empreiteira OAS, com obras suplementares, inclusive um elevador privativo e móveis de luxo, a preço de banana podre, dada a situação de ficar encarregada do trabalho, pela falência da empresa antecessora, da qual ele era sócio.
Em função dessa versão, da qual o MPF não duvida, divulgou-se que para escapar de ver seu criador tornar-se réu junto ao Supremo Tribunal Federal, e provavelmente ser condenado, a presidente Dilma Rousseff chegou a cogitar nomeá-lo ministro, coisa que garantiria sua blindagem perante a mais alta corte nacional de Justiça. O Lula rejeitou a proposta, que envolveria quatro ministérios: Relações Exteriores, Justiça, Defesa e Comunicações.
Nada mais absurdo do que uma dessas nomeações, não apenas porque misturaria favores de dois governos, de Dilma e Lula, mas porque humilharia o ex-presidente, beneficiando-se de um expediente nada ético para escapar de responder pelos seus atos quando chefe do governo.
Olhando-se de fora a monumental crise que assola o país, tem-se a impressão de valer muito pouco a presença do PT na arte de administrar o país. Companheiros envolvem-se em trapalhadas sem fim, a ponto de uma presidente da República oferecer ao sucessor mecanismos capazes de livrá-lo de condenações. E de o Lula não poder explicar a aquisição de um triplex em desacordo com suas posses. Isso sem entrar na novela de um sítio que não foi comprado mas vem sendo usado por ele e sua família sem contrato de aluguel./ Junte-se à lambança encenada por ministros, aliados, empresários e parlamentares integrantes do time do governo e se terá a receita de uma quadrilha agindo faz tempo à sombra do PT. Por certo existirá gente séria à sombra do palácio do Planalto, mas quem garantirá a ausência de vigaristas?
O fim de semana promete embates, acusações e manifestações em torno do poder. Não seria o caso de preparar sua substituições? (Carlos Chagas) 

Você não é dono de nada. 
Pelo menos é assim que pensam os coletivistas.
Um dos argumentos mais insidiosos utilizados pela esquerda para sustentar suas freqüentes pretensões de estabelecer alíquotas progressivas de impostos sobre a renda e as propriedades dos cidadãos, de acordo com os níveis de riqueza, estabelece que o sucesso das pessoas não é resultado apenas de seu próprio talento e esforços, mas também, senão principalmente, do trabalho duro de outras pessoas e, evidentemente, da ação do governo.
Tal argumento encontra-se tão amplamente disseminado nos Estados Unidos, por exemplo, que a expressão you didn’t build that já ganhou até verbete na Wikipedia. Não por acaso, um dos mais famosos e eloquentes defensores desse pensamento é o presidente Barak Obama. Num comício no estado da Virgínia, durante a campanha presidencial de 2012, Mr. Obama foi categórico:
Se você é bem sucedido, alguém ao longo do caminho deu-lhe alguma ajuda. Houve um grande professor em algum momento de sua vida. Alguém ajudou a criar este inacreditável sistema americano que temos, o qual lhe permitiu prosperar. Alguém investiu em estradas e pontes. Se você tem um negócio - você não o construiu. Alguém fez isso acontecer. A Internet não se inventou por conta própria. Pesquisas do governo criaram a Internet, para que todas as empresas pudessem ganhar dinheiro com ela. 
Quando obtemos sucesso, este sucesso é devido à nossa iniciativa individual, mas também porque fazemos as coisas juntos. Há algumas coisas, como o combate a incêndios, que não fazemos por conta própria. Quero dizer, imagine se todo mundo tivesse seu próprio serviço de bombeiros. Isso seria uma maneira mais difícil de organizar o combate aos incêndios.
 Um ano antes, a deputada democrata Elizabeth Warren fez um discurso bastante semelhante, que se tornou viral nas redes sociais, em favor da cobrança de impostos progressivos sobre os ricos. Salientando que ninguém enriqueceu na América sem depender de serviços públicos pagos pelo resto da sociedade, Warren vociferou:
Não há ninguém neste país que tenha ficado rico por si próprio. Ninguém. Você construiu uma fábrica? Bom para você. Mas eu quero ser clara. Você mandou seus produtos ao mercado pelas estradas que o resto de nós pagou. Você contratou trabalhadores que o resto de nós pagou para educar. Você está seguro em sua fábrica por causa da polícia e dos bombeiros que o resto de nós paga. Você não precisa se preocupar com bandos de saqueadores - nem contratar alguém para se proteger contra isso - por causa do trabalho que o resto de nós faz. Olhe, você construiu uma fábrica e a transformou em algo fantástico, uma grande ideia. Deus o abençoe. Você deve manter uma boa parte dela. Mas o contrato social subjacente diz que você deve retornar um pedaço disso à sociedade, para [ajudar] a próxima criança que virá mais à frente. 
Apesar do palavrório bonito, é tudo balela! Sofismas baratos. Logo de cara, é possível argumentar que, mesmo com alíquotas iguais para todos, a contribuição dos mais ricos será sempre maior, já que a base de cálculo dos seus impostos é também maior. O problema é que os esquerdistas não costumam se curvar à lógica. Seu mundo é pautado por um estranho senso de justiça segundo o qual o simples fato de alguém ter mais do que outros já indicaria uma profunda injustiça, que deve ser corrigida pelos abnegados governantes, através de impostos sempre crescentes.
Num ótimo artigo de 2002, intitulado Seu cão é dono da sua casa, o grande liberal Anthony de Jasay tratou desse tema de forma magistral, que tentaremos traduzir de forma resumida abaixo.
Você sabia que seu cão é dono da sua casa, ou melhor, de uma parte dela? Se isso não é imediatamente óbvio para você, você vai achar útil considerar alguns aspectos da ética e da economia de redistribuição.
Seu cão é um corajoso e temível guardião de sua propriedade. Sem os seus serviços, provavelmente você teria sido assaltado algumas vezes. Muitos de seus pertences teriam sido levados e o valor de seu patrimônio seria muito menor. A diferença entre o valor real de sua propriedade e seu valor desguarnecido é a contribuição do seu cão.
Outros raciocínios são necessários para desvendar totalmente a questão sobre quem é o verdadeiro dono da casa que você chama de sua, ou melhor, quem é dono de tudo. Se não houvesse o Corpo de Bombeiros, a rua inteira poderia ter sido queimada e sua casa não valeria nada. Logo, os bombeiros têm contribuído com algo para seu patrimônio, cujo percentual deve ser colocado em seu nome. Os serviços de infraestrutura não devem ser esquecidos, pois você não gostaria de viver em uma casa sem água, eletricidade, aquecimento e assim por diante. Logo, algum valor deve ser creditado a quem trabalha incansavelmente para fornecê-los. Você também não pode simplesmente ignorar o construtor que ergueu a casa, o madeireiro, a fábrica de tijolos, de cimento e todos os outros fornecedores, sem os quais o construtor não poderia tê-la terminado. Eles também devem ter a sua contribuição reconhecida.
Neste ponto, você provavelmente já desistiu de dizer que a casa é sua, e concluiu que quaisquer outras propriedades que você pensava possuir, realmente pertencem à sociedade. Todo mundo tem direito a uma participação justa nas suas propriedades, assim como você tem uma participação justa nas propriedades em nome alheio. A sociedade - nós - tem o direito de decidir quão grande deve ser a participação de cada um e de todos. Nós somos os legítimos proprietários de tudo, os mestres do nosso universo. Como tais, nós temos o direito de tirar de Pedro para dar a Paulo, bem como regulamentar o que Pedro e Paulo estão autorizados a fazer em matéria de produção, comércio e consumo.
A legitimidade da tributação redistributiva depende disso. O argumento padrão é que, sob uma completa autonomia individual, você poderia alegar que possui aquilo que produz, mas sob o sistema de divisão do trabalho as contribuições de todos para tudo o que é produzido e construído é que devem ser consideradas.
Ao ler o argumento acima, quão rápido você reconheceu a falácia subjacente ao raciocínio central? Ora, o equívoco fundamental, a premissa falsa, é que instituições não agem, a sociedade não tem mente, nem vontade, não trabalha e não faz contribuições. Apenas as pessoas fazem essas coisas. Imputar responsabilidade e créditos pela riqueza acumulada a entidades que não têm nenhuma vontade é um absoluto disparate. Trata-se de uma variante da notória falácia da composição.
Uma vez que isto é compreendido, podemos passar para o ponto principal. Todas as contribuições de outros para a construção de sua casa foram pagas em cada elo da cadeia de produção. Todas as contribuições correntes para a sua manutenção e segurança são igualmente pagas no momento de sua realização. O valor das coisas foi e está sendo dado pelo preço pago e recebido, ainda que o valor não seja sempre medido em dinheiro ou bens, mas às vezes por afeição, lealdade ou senso de dever.
Tudo isso é parte do sistema universal de trocas. Num acordo voluntário, uma vez que cada lado entregou e recebeu a contribuição acordada, as partes estão perfeitamente quites. Por outro lado, se há algo que podemos dizer com absoluta segurança de qualquer troca voluntária realizada no mercado é que todas as partes envolvidas preferiram entrar nela a ficar de fora.
Entretanto, é sempre possível afirmar - como invariavelmente faz a esquerda - que as trocas voluntárias raramente são equitativas, uma vez que as partes têm poder de negociação e informações desiguais.
Paradoxalmente, no entanto, as mais modernas teorias de como as sociedades deveriam funcionar repousam justamente na ideia de acordo. Quase invariavelmente, tal acordo é fictício, hipotético e celebrado como se todos os homens tivessem igual poder de barganha ou vissem as coisas com o mesmo véu de ignorância ou incerteza sobre o futuro. Ou sentissem a mesma necessidade de uma autoridade central. O tal contrato social, nas suas muitas versões, é talvez o mais conhecido destes supostos acordos. Todos foram projetados para atender aos pontos de vista normativos de seus inventores e justificar os tipos de arranjos sociais que eles gostariam de ver adotados. (João Luiz Mauad) 
Muitos são os homens que falam de liberdade, mas poucos são os que não passam a vida a construir amarras. (Gustave Le Bom)

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