26 de fev. de 2016

O vácuo do poder...

 photo acrise_zpsahater3i.jpg • Odebrecht pagou caixa 2 fora do país, diz mulher de João Santana. À PF ela afirma que US$ 3 mi eram pagamentos por campanhas no exterior. 
• Surto de zika pode piorar antes de melhorar, diz OMS. Diretora falou que não será surpresa microcefalia se espalhar pelo país. 
• Avança projeto que reduz peso da Petrobras no pré-sal. Proposta libera estatal de manter participação mínima de 30% em exploração. 
• Brasil perde de vez selo de bom pagador. Moody's reduz nota em dois degraus; governo pressiona pela CPMF. 
• Saúde atrasa distribuição de remédio para doenças graves. Medicamentos de alto custo e vacinas estão em falta em SP, MG, PR e Rio. 
• Lava Jato apura elo entre Santana e petróleo. Investigadores suspeitam que empresas retribuíram ganho de contratos. 
• Deputados aprovam projeto de lei antiterror. Casa alterou texto para deixar claro exclusão de manifestações políticas. 

• Trump vence de novo e assusta base republicana. Empresário conquista 46% dos votos em Nevada; Rubio fica em segundo. 
• Com crise, venezuelanos pedem residência na Argentina. Maioria dos que deixam o país vê novo destino como local mais seguro. 

O pior é que não há que fazer.
Quanto mais explodem denúncias de corrupção ou participação de gente ligada ao governo, ao PT e a penduricalhos, mais se estreita o círculo onde, culpada ou inocente, isola-se a presidente Dilma. O último a integrar a quadrilha é o marqueteiro João Santana, acompanhado da esposa, ambos com prisão preventiva decretada, tendo recebido centenas de milhões de reais e de dólares no mesmo circuito podre lá de fora. Não apenas a Petrobras e as empreiteiras servem de fonte para irrigar o pantanal em que se transformou o país. Governos estrangeiros participam da farra, em especial da América Latina, com ênfase para a América Central, mas também da África.
Sem esquecer bancos e tamboretes sediados na Europa, em paraísos fiscais e na Ásia. Uma ciranda que cobre o planeta, estendendo tentáculos pela China, a Rússia, o Japão e onde pareça mais propício ao faturamento criminoso. Negócios lícitos misturam-se aos sujos, estabelecendo-se estranha parceria entre a truculência, a esperteza e a honestidade. Sem deixar de fora o crime organizado, porque no fim dá tudo na mesma.
Ninguém escapa, sequer as religiões, as ideologias, os partidos, a História. O vencedor escreve a vitória que o tempo quase sempre confirma, tornando-se tempo perdido imaginar definitivos os ciclos agora vividos. Tudo indica a continuidade dessa experiência malograda, mas garantir quem há de? Não poderia um reverter e envolver um retorno aos princípios da fundação do PT?
Em suma, parece difícil, quase impossível, que o governo Dilma dê certo, com três anos abertos na mesma trajetória e, em especial, sem ter apresentado nenhuma alternativa. Não haverá solução interna, se a saída continuar na aceitação do desemprego em massa, do aumento de impostos, taxas e tarifas, da elevação do custo de vida, da diminuição da qualidade do ensino e da saúde pública, da ausência da segurança do cidadão e tantas mazelas a mais conduzidas pela égide da corrupção.
Pensar que venha de fora para dentro algum milagre salvador equivale a acreditar em Papai Noel. Supor que iluminaremos o universo com forças que não temos, será regredir. 
João Santana os une
O marqueteiro João Santana e sua mulher Mônica foram parar na cadeia. Motivos não faltam. Meteram a mão, como tanta gente. A farra encenada pela Petrobras, Odebrecht, outras empreiteiras, ministros, altos e baixos funcionários, difere da performance do casal porque para eles na maior parte dos casos houve sucesso. Muitos de seus candidatos foram eleitos, a começar pelos mais ricos.
Nem por isso deveriam, Santana e mulher, ocupar a pole-position nessa corrida de horror. Nem poderiam. Porque acima deles situa-se outro poder maior e mais forte. Por mais que se dissimule e por mais que se tente ocultar sua participação, seu nome é Lula.
Impossível retirar-lhe os méritos de excepcional presidente. De imagem que mais se aproximou do conjunto que o escolheu para conduzi-la. Pelo menos no seu período inicial, dadas as expectativas e esperanças despertadas. Foi ao alcançar patamares tão altos, porém, que determinou o divisor de águas. Sem perceber ou por cair em tentação, entregou-se às facilidades do jogo do poder. Acostumou-se a ser tratado como um marajá. Em sua volta posicionou-se todo o tipo de bicões, cortesãos, aproveitadores e até bandidos. Não que ele tivesse dado o exemplo ou puxado a fila, mas era o chefe. João Santana, como antes outros seguiram o mesmo modelo.
Por mais cruel que possa ser o quadro, inexistem tintas tão verdadeiras: o país tornou-se o paraíso do crime. Quem pode passa adiante o colega do lado. Seja empresário, operário, profissional liberal, político, aluno ou professor, interessa-lhe chegar na frente, mesmo às custas de quaisquer sacrifícios de outros.
Dilma mudou muito pouco, apesar de aparências distintas. Também ela não se deixa levar por sentimentos à margem de suas concepções, ainda que contrárias à natureza das coisas. Tome-se o desemprego em massa. A elevação de impostos, taxas e tarifas. O custo de vida. A inflação.
O antecessor gerou uma sucessora diversa, mas a consequência é a mesma. João Santana os une. (Carlos Chagas) 

Passo a passo para o caos.
Razões conhecidas - As razões para que as três maiores agências internacionais de avaliação de risco resolveram tirar o Grau de Investimento do nosso pobre país são por demais conhecidas. A única surpresa fica por conta do tempo que cada uma levou para anunciar a cassação do nosso Investment Grade. 
Pedra no sapato - A rigor, como os pensantes estão carecas de saber, o Grau de Investimento sempre foi uma enorme pedra no sapato do PT e na cabeça oca da presidente Dilma, pois um selo de bom pagador, além de indevido e constrangedor, não condiz, minimamente, com os propósitos da Matriz Econômica Bolivariana. 
Passo a passo petista - Quem se dispuser a ler com alguma atenção as justificativas que cada uma das Agências -Standard & Poors, Fitch e Moody's- apresentou para a cassação do Investment Grade do nosso pobre país, vai perceber que está diante do passo a passo petista para que o nosso país chegue, enfim, a uma absoluta inviabilidade econômica. 
Grécia - Há quem diga que diante deste temporal de destruição econômica, o Brasil está ficando, dia após dia, mais parecido com a Grécia. Pois, no meu entender, a grande diferença que existe hoje entre ambos os países está no idioma. O calote já está praticamente assegurado. É apenas uma questão de dias...
Texto brilhante - Já que estamos falando de Política Monetária, eis o que diz o texto abaixo, cujo autor desconheço, mas gostaria que se apresentasse para que possa cumprimentá-lo e, inclusive, dar o merecido crédito. Vale a pena ler:
"Imagine que, em 1995, você tinha duas novíssimas notas de um real. Uma delas você converteu em um dólar, e aplicou o dinheiro em treasuries (títulos do tesouro) norte americano. Com a outra, você comprou títulos do tesouro nacional.
. Seu irmão, um pouco menos esclarecido do que você, também dispunha da mesma quantia, e fez o mesmo: converteu uma das notas em dólar e manteve a outra em moeda nacional, mas enterrou as duas no quintal de casa./ 21 anos depois...
. Exatos 21 anos depois, seu irmão vai lá e desenterra. Sem grandes surpresas, o dólar dele segue valendo um dólar e o real, cerca de 25 centavos da moeda americana. E assim, ele concluiu: deveria ter convertido tudo em dólar.
. Já você, após esses 21 anos, decide recuperar seu dólar investido e resgata a aplicação. Saca seus recursos corrigidos pelo tesouro americano (Effective Federal Funds Rate) e recebe do banco US$1,75.
. Fazendo as contas - Em seguida você vai no Tesouro Direto, e (hipoteticamente, já que não estamos descontando impostos) saca o velho real aplicado em 1995 e atualizado pela SELIC. Para sua surpresa, aquele único real (pasmem!) virou R$ 30,31.
. Estimando que o dólar ande pela faixa dos R$ 4, os US$1,75 converte-se em R$ 7,00, o que lhe faz concluir, e sem medo de errar, que, mesmo com o real depreciado, diferentemente do seu irmão que enterrou o dinheiro, você deveria ter mantido tudo em moeda nacional.
. O que tudo isso significa é que, infelizmente, nosso governo paga juros altíssimos se comparado ao governo americano. São 2.331% que o nosso governo bancou a mais que os americanos nesses 21 anos. E isso considerada a recente desvalorização do Real. Se ignorarmos a disparidade entre as moedas, pagamos um juros acumulado que é 39 vezes maior do que o que o juros que se paga por lá.
. Para compensar a falta de confiança na nossa moeda, o Banco Central brasileiro (opta, ou) vê-se obrigado a oferecer taxas de juros (reais) que notoriamente são as mais altas do mundo. Essa política monetária favorece os rentistas, que lucram sem expor seus ativos a economia real.
. As incertezas, que desfavorecem a economia brasileira, decorrem da instabilidade da economia, da insegurança jurídica, gastos públicos descontrolados e outros fatores que contribuem para o chamado risco Brasil. Ao contrário do que se prega, esses fatores são todos endógenos... O que quer dizer que somos vítimas apenas de nós mesmos. Pois, se existe uma coisa que o capital não tem, é pátria ou preconceito.
. O comportamento da moeda demonstra o quanto somos penalizados pela incompetência na gestão pública, e de como tudo isso, além de perpetuar a pobreza, exacerba a desigualdade. De modo paliativo, os bancos, seguradoras e demais instituições financeiras nacionais são obrigados a devolver 45% dos seus lucros (sendo 25% de Imposto de Renda e 20% de Contribuição sobre o Lucro Líquido) como impostos. Com os recursos provenientes desses impostos, o Estado consegue redistribuir um pouco da renda para a faixa mais baixa, buscando compensar o desajuste que ele mesmo promoveu. Mas a classe produtiva, espremida entre as duas bandas, permanecerá achatada e incapaz de alavancar o tão desejado crescimento que o país necessita. O Resultado é esse nosso conhecido modelo que promove a estagnação e o patrimonialismo.
Por fim, sem nos atermos as verdadeiras causas das nossas mazelas, seremos eternos fregueses dos discursos oportunistas, e reféns das esmolas que nos dão e que é apenas uma mísera fração de tudo que nos tiram, incluso ai nosso potencial de crescimento. É por tudo isso que a responsabilidade fiscal é tão importante. Pois, quando o assunto é política fiscal e monetária, ironicamente, os que mais pagam, são os que menos tem."
PEC importantíssima - A Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania do Senado (CCJ) aprovou proposta de emenda à Constituição (PEC 35/2015) que estabelece mandato de 10 anos para ministros do STF. A proposta modifica ainda o processo de escolha do indicado para a função e o torna inelegível para qualquer cargo eletivo pelo prazo de cinco anos após o término do mandato.
. A PEC 35/2015 foi apresentada pelo senador Lasier Martins (PDT-RS), para quem a atual vitaliciedade do cargo pode trazer vários riscos à estabilidade institucional. Lasier também criticou o processo adotado nas indicações para o STF, da alçada exclusiva do presidente da República. Hoje, um Poder depende do outro para a formação de quadros e isso tem levado a aberrações. O Judiciário às vezes aguarda meses, como aconteceu com a aposentadoria do ex-ministro Joaquim Barbosa, quando o cargo ficou vago por nove meses. A Presidência da República indica quando quer e quem quer, e isso é absurdo, protestou Lasier. (GSPires) 
 Aprender sem refletir é desperdiçar a energia. (Confúcio)

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