18 de fev. de 2016

Como aguentar. Até onde...

• Standard & Poor’s volta a rebaixar nota do Brasil cinco meses após perda de selo de bom pagador. Pela segunda vez em cinco meses, agência de classificação de risco rebaixa a nota do Brasil. Desafios econômicos e políticos do país são consideráveis, avalia. 
• Temporal deixa vários bairros do Rio sem energia. Moradores das zonas Norte, Sul e Oeste relatam problemas. Deve chover mais hoje. 
• Horário de verão termina à meia noite deste sábado. 
• Zoológico do Rio fechado desde janeiro deve ser reaberto em 1º de março. 
• Imposto de Renda: Comprovante de rendimentos tem de ser entregue até 29 de fevereiro. 
• Cunha tem dez dias para apresentar defesa contra afastamento do mandato. Presidente da Câmara é notificado pelo Supremo sobre pedido da PGR para que ele seja afastado do mandato parlamentar por tentar obstruir as investigações da Lava Jato e tornar a Casa um balcão de negócios, nas palavras de Janot. 
• Planalto reedita fórum sobre reforma da Previdência, iniciativa que se mostrou infrutífera sob Lula. 
• Leniência = indecência: Leniência garante milhões para empresa da Odebrecht enrolada na Lava Jato. MP da leniência faz Odebrecht levar R$188 milhões via Braskem; Regras suspeitas: Venda de ativos da Petrobras tem regras suspeitas; Petrobras escolhe compradores sem licitação e transparência. (ClaudioHumberto) 
• Repórter com quem FHC teve relações extraconjugais decide romper silêncio. FHC usou firma para me mandar dinheiro, diz ex-namorada. Miriam Dutra afirma que Brasil pagava US$ 3.000 mensais por contrato fictício. 
• Ameaça a bebês, sífilis congênita avança no Brasil. Cenário é agravado há dois anos devido à falta de medicamento para gestantes. 
• Doente, ministro da Integração Nacional, Gilberto Occhi, vai entregar o cargo. 
• STF decide que réus podem ser presos antes do fim do processo. Condenado pode ir para a cadeia após decisão em 2ª instância, define tribunal. 
• Maioria no Supremo aprova cumprimento de pena antes do trânsito em julgado. Corte está revendo sua atual jurisprudência para admitir que o princípio constitucional da presunção de inocência cessa após a confirmação da sentença pela segunda instância. Votação ainda não foi concluída. Ajufe e ANPR comemoram nova regra de prisão em segunda instância. 
• O número de trabalhadores na indústria caiu 6,2% em 2015, quarto ano seguido de queda, e o pior desempenho desde 2002, início da série histórica da Pesquisa Industrial Mensal de Emprego e Salário (Pimes), do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). 
• Dilma derrota Cunha em eleição de líder do PMDB. Leonardo Picciani bateu Hugo Motta, preferido do presidente da Câmara. Contrário ao impeachment, Leonardo Picciani é reconduzido à liderança do PMDB na Câmara. 
• Pedido de vista coletivo adia votação do processo contra Cunha. Manobra paralisa por dois dias o processo contra o presidente da Casa. Votação do parecer de Marcos Rogério ficou para a próxima semana. Conselho de Ética e OAB vão ao STF contra manobra de aliados de Cunha. Em tom de desabafo, presidente do conselho disse que vai recorrer à instância superior para garantir a independência das investigações do colegiado. 
• Sem aviso, Alckmin fecha turmas em SP. Pais e alunos foram surpreendidos por uma série de mudanças na rede estadual. 
• O que é isso? Governo Perillo militariza escolas em GO e retém menores por protesto. 
• O jornalista Antonio Marcos Pimenta Neves, 79, ex-diretor de redação do jornal O Estado de São Paulo, e condenado pela morte da jornalista Sandra Gomide, foi solto do presídio de Bragança Paulista (SP) no dia 10 deste mês, e agora cumpre em casa o restante de sua pena pelo homicídio, cometido em agosto de 2000. 
• Portadores da Síndrome da Talidomida podem ter aposentadoria especial. Comissão de Assuntos Sociais do Senado aprovou projeto de lei que concede aposentadoria especial aos portadores da doença. A matéria segue para análise do plenário. 
• A tropa do Stédile defendendo Lula e sua corja na Barra funda São Paulo.

• Polarização suprema. Indicação de novo juiz para a Supremo Corte dos EUA ameaça deflagrar crise política. 
• Carro-bomba mata ao menos 28 na Turquia e fere 61. Explosão em Ancara é considerada terrorista; nenhum grupo assume autoria. 
• Maduro aumenta preço da gasolina em até 6.000%. Reajuste histórico faz parte de pacote para conter grave crise econômica. 
 • Obama prepara viagem a Cuba em março, diz TV dos EUA. 
• Atentado contra comboio militar deixa ao menos 7 mortos na Turquia. 
• Universidade do Texas autoriza armas de fogo em salas de aula. 
• Hospitais da Médicos Sem Fronteiras sofreram 94 ataques na Síria. 

O 'point of no return'.
O vexame oferecido ontem pelo PT nas ruas do centro de São Paulo marcou o ponto do qual não há retorno na implosão anunciada a partir da reeleição da presidente Dilma, logo depois de outubro do ano passado. Ficou clara a impossibilidade de o atual governo seguir adiante na farsa construída com mentiras e prestidigitações inauguradas pelo Lula. Infelizmente, desmorona o sonho construído com esperança e malandragem.
Mais do que a evidência de haver caído a máscara dos salvadores da pátria, revela-se a impossibilidade de conciliação entre seus métodos de mudar o Brasil pelo diálogo ou de satisfazer seus ímpetos ditatoriais. Agora é na violência. Prevaleceu o direito da força entre os companheiros, mas a partir de terça-feira ficou claro que a lei celerada despertou seus contrários. Se o princípio é de esmagar o adversário, é bom olhar adiante.
Conquistado o poder, impõem-se o silêncio. Senão também o garrote. No palácio do Planalto, valeu-se o Lula de expedientes para enriquecer, coisa que não é proibida para um cidadão normal. Sua família participou. Amigos e correligionários, também. Como bicões de toda espécie. Formou-se uma quadrilha, tanto faz se germinada em casa ou no vizinho. Foi tão mal organizada que alastrou-se. E acabou contaminando o país. Despertou seus contrários, mesmo em muito menos número, mas eles mobilizaram-se, a partir de Judiciário, do Ministério Público, da Policia Federal e de parte da mídia. Veio a reação.
O diabo é que em determinado aspecto da equação foram aparecendo os responsáveis. Estes menos, aqueles mais culpados. Os grandes e os pequenos. Até o clímax. Foi quando pontificaram viagens ao exterior, propinas, triplex, sítios, empreiteiras. Não poderia ser diferente: ilações, denúncias, condenações, prisões.
Eis que, de repente, surge o astro principal no firmamento: o Lula. Sem esquecer sua turma. Bem que mobilizaram-se as forças contrárias, quer dizer, seus asseclas, mas não adiantou. Um juiz surgiria. Ou vários. O resultado eclodiu esta semana: o confronto.
Vale repetir, não há como evitar como que nas novelas deixe de aparecer o que inglês se chamada de point of no return. Com todas as suas consequências. (Carlos Chagas) 

Sob o manto da hipocrisia.
Lula e o PT, por coerência, deveriam pedir desculpas a Silvio Pereira, o Silvinho "Land Rover", ex-secretário-geral do partido.
Em julho de 2005, pressionado e ameaçado de expulsão, Silvinho saiu do PT abatido pela descoberta de que ganhara um carro de R$ 73,5 mil de presente da GDK, empresa prestadora de serviços da Petrobras. Cometi um erro. Não me esconderei sob o manto da hipocrisia, disse à época.
A Land Rover surgiu durante as investigações do mensalão. Com a popularidade em queda e temendo ser tragado pelo escândalo, o então presidente tratou de se desvencilhar dos companheiros. Dirceu se demitiu do ministério, Genoino largou a presidência do PT, Delúbio deixou a tesouraria e Silvio foi embora do partido. Em pronunciamento, Lula se disse traído por práticas inaceitáveis. Foi uma facada nas costas. 
O sol de Atibaia, no entanto, serviu para redimensionar o episódio Land Rover. Perto do sítio disponibilizado a Lula e dos favores que ao que tudo indica foram oferecidos por um consórcio de empresas para o bem-estar presidencial, o veículo de Silvinho virou um verdadeiro presentinho de criança.
O sítio de 173 mil metros quadrados foi comprado por R$ 1,5 milhão em 2010 por sócios do filho de Lula - um deles atua em diversos setores, do editorial ao imobiliário. A reforma do imóvel, que teria sido paga pela Odebrecht, custou, só em materiais, cerca de R$ 500 mil. A cozinha planejada, que segundo notas fiscais foi paga pela OAS, R$ 130 mil. A antena de celular instalada pela Oi ao lado do sítio, a pedido de um amigo de Lula, é avaliada em R$ 1 milhão.
Nada disso, porém, incomoda o PT. Dilma diz que o antecessor é vítima de grande injustiça, Rui Falcão afirma que Lula sofre uma tentativa de linchamento moral e Gilberto Carvalho considera ser a coisa mais natural do mundo empresas contribuírem com essa ou com aquela pessoa. Silvinho, a bem da verdade, nunca deveria ter saído do PT. (Rogério Gentile) 

Cachoeiras e sonolência.
Em recente visita aos meus alfarrábios, encontrei um conto interessante, que passo a resumir para o prezado leitor.
Depois de observarem atentamente o comportamento noturno de uma pequena cidade, dois ladrões discutiram as possibilidades de êxito para o assalto. Como todas as casas tinham cachorros, o primeiro ladrão objetou que o da casa acordaria o dono. Mesmo se agissem cautelosamente, eles não teriam escapatória. O outro, mais experiente e atento à psicologia, afirmou que o latido do cachorro seria ótimo para o assalto. Ante a surpresa do comparsa, explicou: - Quando o cachorro da casa latir, os da vizinhança vão acompanhar. Os policiais não terão como descobrir o local do assalto, pois haverá cães latindo em todas as casas. Os latidos vão até ajudar, abafando os ruídos que fizermos.
Concordaram que a ideia era genial, acertaram os detalhes da investida, e logo confirmaram que a confraria canina latia pra valer. Tudo corria bem, e eles nem se preocuparam mais com os ruídos que faziam. Aos poucos os cachorros foram parando de latir. Depois de alguns minutos chegou a polícia e os flagrou com a mão na massa. A caminho da delegacia, não conseguiam entender o que dera errado, e por quê. Perguntaram, e o policial explicou: - Vocês não são os primeiros. Acontece que todos aqui estão acostumados com o latido dos cachorros, e continuam dormindo. Mas para o nosso trabalho, basta observar onde está o primeiro cachorro que parou de latir. Os outros vão parando de acordo com a proximidade, na mesma ordem em que começaram. Não dá para errar, nós sempre achamos o local do assalto.
Não sei se na prática as coisas funcionam exatamente assim, mas interessa-me o fenômeno de início e fim da sinfonia canina. Cabe ao primeiro cachorro despertar o dono da casa. Neste caso ele age como o spala de uma orquestra, e num crescendo esta atinge o seu tutti. Se o dono da casa não liga, o cachorro toma os intrusos como amigos, silencia seu instrumento vocal, e todos os outros o vão acompanhando. Se non è vero, è bene trovato, e isso me basta para fustigar certo tipo de cachorros.
(Por quê?! Que culpa têm os cachorros? Você parece perseguidor de cachorros)
Os cachorros não têm culpa. Estão ali para latir, e cumprem sua tarefa. De quem é então a culpa? Sua, meu caro leitor. Não, não adianta interromper a leitura e fugir de fininho, com ares de ofendido, porque a coisa é assim mesmo. Quer que eu explique?
Examine bem os fatos. Sendo o dono da casa, você compra um cachorro bravo para que o latido dele o acorde quando se apresente o intruso. O cachorro late o quanto pode, consegue até a ajuda prestimosa dos outros. Se você não acorda, ou volta a dormir depois que acordou, é sinal de que achou tudo normal. O cachorro cumpriu o seu papel, e a culpa só pode ser sua.
Entendeu bem o raciocínio? Pois então vamos a uma aplicação concreta.
Algum tempo atrás, a imprensa passou a divulgar o caso Cachoeira. Falou-se tanto de cachoeira, com tantas novidades diárias, tantos comentários, tanta piada para todos os gostos - uma verdadeira sinfonia canina anti-cachoeira - que aos poucos as pessoas ficaram saturadas, desinteressadas. sonolentas. Tanta insistência em cachoeira tornou irritante qualquer alusão a água escorrendo - queda d’água, enxurrada, cascata, corredeira, torneira aberta - servindo de sinal para a imprensa silenciar sobre isso e mudar de assunto. Aos poucos a mídia parou de matraquear, e o distinto público foi esquecendo cachoeiras e escândalos. Não se viu uma solução adequada para as irregularidades, mas a gritaria acabou e tudo voltou aparentemente ao normal.
A propósito, o que foi feito do tal Cachoeira? Não sabe? Eu também não sei. Nem o pessoal da imprensa, tão zeloso em divulgar as cachoeirices, provavelmente não saberá informar-nos de pronto, sem consultar algum arquivo ou outras fontes jornalísticas. Transfira esses dados para mensalão, Celso Daniel, lava-jato, petrolão...
Uma sequência de fatos cachoeirável, como qualquer uma dessas, será sempre motivo para alardes. Se deixamos de nos importar com a gritaria e com o que continua acontecendo, manifestamos assim nossa tácita anuência. A imprensa cumpriu o seu papel, pelo menos enquanto o assunto dava ibope. Mas não reclamamos quando pararam de nos alertar, e assim contribuímos para os interessados arquivarem o assunto. Não cumprindo nosso dever, não reclamando, não protestando, temos que aguentar as consequências. E os cachoeiras da vida nos agradecem. (Jacinto Flexa)

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