19 de nov. de 2015

O cuidado no falar e escrever. Censura?...

• Rio: 13º salário dos servidores não está garantido. Contas se agravam e Pezão suspende pagamentos para garantir aposentadorias. 
• Comissão da Câmara Municipal do Rio quer que Pedro Paulo seja afastado da prefeitura. Comissão de Direitos Humanos emitiu nota em que reivindica o afastamento do peemedebista da administração municipal. 
• Dilma quer nova CPMF aprovada até julho. 
• Após 10 h de sessão, Congresso derruba 2 vetos e mantém outros 12. Foi mantido veto sobre reajuste do Judiciário e a recibo de voto. 
• O governo determinou aos parlamentares o sepultamento de todas as CPIs, começando pelo veto à prorrogação de todas as comissões na Câmara. Em reunião no Palácio do Planalto, terça (17), o ministro Ricardo Berzoini (Secretaria de Governo) deixou escapar o pânico do governo com as investigações dos fundos de pensão e do BNDES, uma verdadeira caixa preta finalmente aberta pelas investigações. 
• Fitch projeta contração de 0,6% do PIB da América Latina. 
• Minas Gerais notifica mineradora a pagar multa de R$ 112 milhões por danos. Samarco pode recorrer da decisão. A empresa tem 24 horas para evitar que rejeitos entre em mar capixaba. 
• Site do Simples Doméstico vai mudar de novo. Em cerca de 40 dias, patrões terão que emitir e pagar 4 guias diferentes. 
• Despesas do TSE com viagens oficiais constituem um inaceitável desperdício de recursos públicos.
• PSDB prepara documento com propostas anticrise e rivaliza com PMDB. 
• Lei do Direito de Resposta já é usada para tentar intimidar jornalistas. 
• Confusão no Congresso tem tiros, gás pimenta e prisões. Deputado é atingido por gás de pimenta em briga entre manifestantes. 
• Eike Batista contratou empresa de Dirceu para intermediar negócio na Bolívia. Em depoimento à CPI do BNDES o empresário disse que contratou a empresa do ex-ministro da Casa Civil em 2008. Eike também negou ter negócios com o empresário José Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente Lula investigado pela Lava Jato. Disse ainda que recursos do BNDES, um total de R$ 10 bilhões, foram apenas parte dos seus investimentos total de R$ 150 bilhões que investiu. 
• TCU constata superfaturamento de R$ 1 bilhão em Abreu e Lima (PE). Sobre preço envolve equipamentos e projeto. 
• Contradita da entrevista ontem na tv: OAS pagou R$ 700 mil por obra em triplex para Lula. Reforma ocorreu quando ex-presidente tinha opção de compra de imóvel.
• Aumenta consumo de alimentos processados na Amazônia. Pesquisa mostra que Bolsa Família causa efeito mortadela entre ribeirinhos. 
• Collor usou propina para pagar carros de luxo, diz PF. Laudo da polícia vê relação entre depósitos e compra de veículos. Senador diz não ter relação com doleiro; contas de Collor receberam depósitos fracionados em baixos valores. 

• Rússia já considera o uso de tropas terrestres na Síria. Objetivo é tornar situação militar estável para iniciar transição do regime. 
• Brasil quer discutir acordos com Argentina após eleições. Pauta inclui abertura comercial entre Mercosul e UE e vendas de veículos. 
• França alerta para risco de sofrer ataques químicos e biológicos. Primeiro-ministro Manuel Valls pede que Parlamento estenda o estado de emergência. 
• Chefe da Europol diz que novos ataques são prováveis. É razoável assumir que futuros ataques são prováveis, disse o diretor da Europol, Rob Wainwright, a parlamentares durante audiência no Parlamento Europeu, em Bruxelas; ele afirmou que as operações do Estado Islâmico representam a mais séria ameaça terrorista enfrentada pela Europa em mais de 10 anos
• Ataques na Nigéria matam ao menos 45 em dois dias. Mulher-bomba de 11 anos estaria envolvida em um dos atentados suicida. 



Vitória de Pirro. 
. É conhecida a história. Depois da batalha em que venceu os adversários, Pirro anunciou que outro embate daqueles exterminaria seu reino. Desde o fim da noite de terça-feira e durante todo o dia de ontem não se registrou uma única comemoração no palácio do Planalto por conta da vitória do governo com a manutenção do veto da presidente Dilma ao aumento dos servidores do Judiciário. A razão é simples: a derrota esteve muito próxima. Dos 513 deputados, apenas 132 votaram pela permanência do veto. Abstiveram-se onze e se opuseram 251. Quer dizer, faltaram apenas seis deputados para infligir a Madame o sucesso da rebelião em suas bases.
. Esfrangalhou-se a tal maioria de que o governo dispôs desde o primeiro mandato do Lula. Apesar de PT, PMDB, PP e penduricalhos alardearem integrar formidável base governista, só conseguiram reunir 132 seguidores fiéis. Os detentores do poder encontram-se a um passo de despencar. Imagine-se a tremedeira que irá assolar o conjunto cada vez menor, caso o deputado Eduardo Cunha aceite fazer tramitar o pedido de impeachment da presidente. Bem como durante a votação da nova CPMF, prevista para março.
. Por enquanto não se aceitará a afirmação de que o governo acabou, mas é quase isso. Faltam três anos de conflitos e confrontos, se não vingar o afastamento de Dilma, mas será um período de turbulências. O PMDB tornou-se inconfiável. Até no PT houve quem se insurgisse contra o veto presidencial. Mesmo com o fisiologismo correndo solto na Esplanada dos Ministérios, o governo balança diante da tempestade que se aproxima. Imaginar sua rápida recuperação e a perspectiva do fim da crise econômica virou exercício de fantasia. Não há certeza de nada, exceção de que o país não aguentará muito mais tempo sem uma reforma profunda. Promovida por quem?
Efeitos da privatização
. Não há como evitar a conclusão: a queda das barragens poluídas em Mariana constitui evidência dos males da privatização. Desde Getúlio Vargas que a Vale sustentava boa parte da economia nacional como empresa estatal. Mesmo sujeita aos exageros do empreguismo e da burocracia, sempre foi penhor de eficiência. Privatizada pelo sociólogo e pelas facilidades do BNDES, viu-se endeusada no altar do neoliberalismo, pois passou a dar lucros cada vez maiores.
. O resultado aí está: o maior desastre ecológico de nossa História, com amplas chances de multiplicar-se ainda mais. A solução para o governo será multar a companhia, nem tanto quanto devia, e ponto final.
. Fossem os companheiros dignos dos tempos de fundação do PT e a Vale já estaria estatizada por um simples decreto da presidente da República. Bem como seus proprietários a caminho da cadeia. (Carlos Chagas)

Tempo do onça sem geringonça. 
Palavras e expressões d’antanho podem causar estranheza em nós, moderninhos, por isso lhe ofereço desde já o significado destas do título de hoje:
Geringonça - Coisa mal feita, de qualidade e duração precárias;
Do tempo do onça - Muito antigo, fora de moda, ultrapassado.
É bom esclarecer que geringonça não se confunde com coisas do tempo do onça, até pelo contrário. Basta lembrar que os multicentenários violinos Stradivarius nunca foram igualados, e muitos estão ainda hoje em perfeito estado, com seus valores na zona do estratosférico. Catedrais góticas e castelos ainda serão atrações turísticas, em ótimas condições de uso, quando todos nós estivermos tão longe delas quanto estão hoje os do tempo do onça.
Casas, palácios, castelos, pontes, estradas, móveis, utensílios, veículos - muitos desses patrimônios de antigamente continuam resistindo ao tempo e ao uso contínuo. Outros foram destruídos ou substituídos por equivalentes de vida curta; que ainda estão tinindo de novos, mas não se sabe até quando serão úteis. Você também sabe, por experiência própria, que a indústria desaprendeu como se fazem coisas duráveis, portanto eu estaria chovendo no molhado, se entrasse em exemplos.
Entre o nosso tempo e o do Onça (±1730, como explicarei adiante) houve a Revolução Francesa, o comunismo, a televisão, a libertinagem sexual, a infernet. Cada uma dessas saiu vitoriosa em muitas coisas e derrotada em outras, sempre deixando marcas lamentáveis, permanentes, demolidoras. No meu exíguo espaço disponível, apontarei alguns itens que mudaram para pior, muito pior. Entra isto na primeira metade da minha área de atuação (agudas), que consiste em espetar flechas em coisas aberrantes, aceitas atualmente como normais. Muitas delas seriam avaliadas como profundamente patológicas, se examinadas por alguma confiável medicina social (longe, muito longe de socialista, esclareço para evitar mal entendidos).
Família - Há sociólogos afirmando que a família deixou de existir. Quando constatamos que a promessa até que a morte nos separe continua sendo feita, mas na prática se reduz a enquanto nosso relacionamento nos der prazer, temos de concordar com esses sociólogos. O que hoje se denomina família é coisa tão mal feita, de qualidade tão precária e duração idem, que até duplas homossexuais podem pleitear inclusão nessa geringonça. Não ousariam, nem sequer pensariam em fazê-lo, se a família estivesse no seu estado normal, não patológico.
Patrimônio - No tempo do onça a moeda tinha valor em si mesma. Depois a moeda em papel, a moeda eletrônica e suas variantes facilitou muito as transações comerciais, mas o seu valor ficou tão volátil, corruptível e não confiável quanto o governo transitório que as imprime e autoriza. Ações de empresas podem atingir alto valor, depois perdê-lo inteiro por motivos imprevisíveis, ou por não existir o fio de barba que era regra no tempo do onça. Não lhe parece tudo isso uma geringonça?
Segurança - Muitos itens desengonçados do mundo atual, como a segurança pública, nos autorizam a considerar nossa estrutura social uma geringonça. Não era assim na época de um chefe de polícia do Rio de Janeiro, capitão cujo rigor e valentia lhe valeu o apelido de Onça. De 1725 a 1732, assumiu suas responsabilidades e exigia dos subordinados um padrão policial digno. Não hesitava em punir severamente os marginais. Tranquilizada e confiando no personagem, a população tinha segurança até para caçoar dele, como geralmente faz com amigos do peito. Compare isso com a segurança atual, examine toda a precariedade atual, e passaremos a admirar juntos aquela segura tranquilidade que existiu no tempo do Onça.
Governo - Todo governo democrático já nasce condenado à morte, quando não ao lixo da História. Tem prazo de validade estabelecido no sistema eleitoral, e está sujeito a degenerações e corrupções de todo tipo e tamanho. Basta ver que o governo novo não tem interesse em concluir obras iniciadas pelo anterior, e com isso se perdem verbas colossais. Cada novo governo se apressa em substituir a equipe de amigos do anterior por outra com seus próprios amigos, e isso exatamente quando já seria útil a experiência que a outra havia adquirido. Mas a equipe nova recomeça o aprendizado, as tentativas fracassadas, os malfeitos.
Caçoar do que não agrada, é atividade amplamente cultivada no nosso País, e muitos a estão praticando para exigir uma melhora na geringonça. Parece que os responsáveis pela coisa pública não aplicam a si mesmos os protestos, cobranças e insatisfações. Acham isso muito engraçado, e riem. Reação insensata, de um governo que virou uma geringonça à espera de ser desmantelada e incinerada. Parece-me muito preocupante, mas muito válido, um convite-protesto como este que alguém sugeriu: Presidente, vem pro olho da rua! (Jacinto Flecha)

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