28 de set. de 2015

Semana de esperas...

• Recessão empurra classe média para o trabalho autônomo. Modalidade já representa 20% da população ocupada e inclui mão de obra. 
• Doações eleitorais vêm de empresas. De cada R$ 3 recebidos por PT, PSDB e PMDB, R$ 2 são pagos por pessoas jurídicas.
• Fundação do PT critica ajuste fiscal de Dilma. Documento diz que lógica que comanda medidas é defesa de grandes bancos. 
• Brasil quer reduzir emissão de poluentes em 43%. Presidente Dilma Rousseff anunciou durante encontro da ONU meta de diminuir gazes de efeito estufa até 2030. 
• Queda da economia chega a 2,8% este ano, dizem instituições financeiras. 
• Kassab faz nova ofensiva para rivalizar com PMDB. Ministro tenta criar partido também para esvaziar oposição e impeachment. 
• Envolvida em propina da Petrobras, SBM é convidada para licitação. Ex-diretor de empresa holandesa delatou esquema de propina no Brasil e mais 2 países. 
A economia vai muito mal e a presidente é refém de uma base de sustentação no Congresso que, a cada dia, é mais do tipo toma-lá-dá-cá. Ela está pagando pela herança maldita que o Lula deixou diz FHC. 
• Para 2016, pesquisa Focus do Banco Central reduz a projeção do crescimento do PIB de -0,80% para -1,00%; no caso da taxa básica de juros, a previsão da Selic para 2015 foi mantida em 14,25% e elevada para o ano que vem de 12,25% para 12,50%; para o câmbio, as previsões foram subiram de R$ 3,86 para R$ 3,95 ao fim de 2015 e mantida em R$ 4 em 2016. 
• Ministro da Saúde, que deve ceder seu cargo para a negociação do governo com o PMDB, afirma que recursos do Orçamento cobre gastos da área só até outubro de 2016: essa é uma situação que nunca foi vivida pelo Sistema Público de Saúde nos seus 25 anos. Ela aponta para um verdadeiro colapso na área; como alternativa, ele aponta a possibilidade de reestruturação do uso de recursos do DPVAT. 
• Segundo a colunista Mônica Bergamo, embora o vice negue envolvimento na Lava Jato, rumores de que o lobista Fernando Baiano, que operava para o PMDB, teria citado Michel Temer no acordo de delação premiada voltaram a agitar os bastidores de Brasília. 
• Investigação sigilosa colhe dados sobre viagens de Lula. Leia
• Ban Ki-Moon pede na ONU solidariedade da União Europeia com refugiados. Na reunião de hoje foram discutidos a migração, a acolhida aos refugiados e assuntos relacionados com a situação da Ucrânia. Mais de 8,4 mil refugiados chegam à Áustria. Os migrantes distribuem-se por diferentes regiões austríacas para seguir até a Alemanha. 
• Platini desistiu de presidir Fifa em 2011 por US$ 2 mi. Dinheiro teria sido pago por Joseph Blatter; o francês era favorito para as eleições na Fifa e havia recebido o apoio de Mohamed Bin Hammam, chefe na época da Confederação Asiática de Futebol; mas, em maio daquele ano, assinou uma carta conjunta da Uefa dando apoio à Blatter; ele alega suspeitas e diz que o dinheiro era um pagamento por um trabalho realizado entre 1999 e 2002. 

Sentimento de urgência. 
. O empresariado está perdendo a paciência com a presidente Dilma. Pelo menos o da construção civil, principalmente os que tocam obras do governo federal, como as do Minha Casa, Minha Vida.
. Reunidos em Salvador para o encontro nacional do setor, empresários aplaudiam com entusiasmo quando convidados para falar sobre reformas criticavam Dilma Rousseff ou defendiam seu impeachment.
. Não foi uma nem duas, foram inúmeras as vezes em que os empresários fizeram questão de manifestar contrariedade, de forma bem efusiva, com a presidente Dilma.
. Ministro das Cidades, Gilberto Kassab já havia sentido na pele o clima hostil dos presentes contra o governo, que tem atrasado sistematicamente o pagamento de obras.
. Na abertura do evento, Kassab foi vaiado ao ser anunciado como representante da presidente. Depois, foi alvo de fortes apupos ao repetir a chefe e atribuir a culpa pela crise brasileira ao cenário mundial.
. Para quem esteve presente, ficou patente o sentimento de urgência e emergência dos empresários em busca de uma saída para a crise que engole a construção civil.
. Em outras palavras, o clima do encontro era de não dá mais para aguentar.
. Tal insatisfação crescente no setor empresarial deve acender um sinal de alerta no Palácio do Planalto. Afinal, até aqui os donos do PIB se colocavam contra qualquer iniciativa de impeachment da presidente e lançavam âncoras para Dilma.
. Não que o empresariado esteja a ponto de abraçar a bandeira do impedimento da petista. Pelo contrário, entre eles segue a avaliação de que a presidente tem legitimidade para estar no cargo e nada de grave surgiu contra ela até agora.
. O que já se discute, porém, é que às vezes não basta ter legitimidade, é preciso demonstrar viabilidade para se manter no posto diante de uma crise aguda na economia. A vantagem de Dilma é que, neste caso, a solução está em suas mãos. (Valdo Cruz) 

Serrou o galho onde estava sentada
. A imagem é cruel mas aplica-se perfeitamente à situação: a presidente Dilma serrou o galho no qual estava sentada. Vai despencando. Sempre terá a chance de segurar-se em alguma forquilha da árvore, mas o chão se aproxima desde que resolveu diminuir o número de ministérios, decisão, aliás, justa e oportuna, mas malfeita. Ao anunciar a diminuição, deveria ter apontado os ministérios a ser suprimidos, participando a mudança aos já ex-ministros e escolhido outros. Perdeu-se em indecisões e abriu a guarda para a briga de foice em quarto escuro entre PMDB, PT e penduricalhos. Levou para dentro de cada legenda as contendas e bate cabeças anteriores, que apenas se acirraram, sem que ela pudesse chegar a alguma conclusão.
. Hoje, ignora-se quais os dez ministérios que desaparecerão. Muito menos os que serão incorporados a outros. Sequer os novos integrantes da equipe. Pressões e ameaças invadem o palácio do Planalto enquanto sua inquilina refugia-se no Wardolf Astoria, em Nova York, em dispor de um esboço do que anunciará quando desembarcar em Brasília, amanhã à noite.
. Uma trapalhada a mais, estimulando parte do PMDB a desligar-se do governo e impondo ao PT um jejum de presença na Esplanada dos Ministérios, responsável pelo início da debandada de companheiros para outros partidos. Qualquer que seja o resultado do remanejamento ministerial, haverá mais descontentes do que beneficiados, consequência inevitável de Madame não ter feito o dever de casa. Seria simples se tivesse armado a operação em seus mínimos detalhes para depois torná-la pública.
. Em especial por ter-se voltado à acomodação das bancadas governistas, esquecendo que o objetivo maior da mudança deveria ser a eficiência da máquina administrativa, jamais uma operação de compra e venda incompleta, como se encontra. Se o objetivo era aparar arestas e consolidar suas estruturas parlamentares, saiu tudo errado.
. Só falta mesmo acreditar na disposição de Michel Temer, Renan Calheiros e Eduardo Cunha de não se intrometerem na reforma, deixando de indicar novos ministros. Proveito eles estão tirando das indefinições e da disputa interna em seu partido, mas no sentido de saltarem de banda, desfazendo a aliança com o governo. Faltam ser apreciados alguns vetos apostos a projetos de lei já aprovados no Congresso. Ninguém se espante caso a maioria conquistada semana passada se desfaça.
. Em suma, se os partidos encenam espetáculo nada edificante na busca fisiológica de espaços de poder, a presidente Dilma recebe o ônus de haver precipitado mais uma crise. Teria sido melhor deixar 39 ministérios, em vez de 29? (Carlos Chagas)

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