5 de abr. de 2015

A maior tragédia da História.

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. Sem temer a Deus e cometendo o maior crime de todos os tempos, a única preocupação dos príncipes dos sacerdotes ao se aproximar a Páscoa era de condenar Jesus Cristo à morte de Cruz. E procuravam afanosamente um meio para fazê-lo, cuidando para que o povo não soubesse de seus desígnios, pelo receio de uma sublevação.

. Com os olhos postos apenas no campo temporal e político, a inveja dos sacerdotes lhes carcomia o coração. Procuravam uma justificativa para o crime como meio de aliviar suas consciências ímpias, agitadas pelo ódio diante dos grandes milagres de Jesus e da correspondente manifestação de afeto que o povo Lhe votava.

. A ressurreição de Lázaro os deixou ainda mais perturbados, pois tendo Jesus encontrado seu amigo jazendo havia quatro dias na sepultura, ergue Sua voz de poder infinito e ordena a Lázaro que venha para fora. Compreende-se com facilidade a multidão que acorreu às ruas no Domingo de Ramos para aclamá-Lo filho de David, portanto, Rei.

. Não conseguindo incriminar Jesus, os sacerdotes contaram com a figura sinistra de Judas Iscariotes, um dos doze apóstolos, que nutria a pior das intenções em relação ao Mestre. Ficou acertado de parte a parte que Judas receberia trinta dinheiros como paga de seu ofício sacrílego. As portas se abriram para que se consumasse a traição.

. Judas abriu então seu coração a satanás. Com efeito, o Evangelho afirma que o demônio apossou-se dele por causa de sua ganância, insensibilidade e cobiça. Havia muito que Judas se voltara tão-só para a satisfação de seus próprios interesses e caprichos, pois sonhava em ocupar alta posição no Reino do Divino Mestre.

. Nele não havia admiração ou enlevo pelo Divino Mestre, que conduziria ao desapego e à dedicação, mas seu arraigado desamor fazia com que tudo aquilo que era lançado na bolsa para o bem comum de todos, ele apropriava para si. Muitos ficavam perplexos diante da brutalidade de Judas, não entendendo por que Jesus o tolerava entre os seus escolhidos. Sendo Deus, como poderia ter escolhido um homem tão vil para evangelizar a Terra?

. Isso não quer dizer que Judas, o traidor infame, tenha se corrompido de uma hora para outra. Ao entrar no Colégio Apostólico, ele certamente teve verdadeira admiração pelo Divino Mestre. Mas à medida que se deixava aliciar pela avareza foi paulatinamente se distanciando, até perpetrar a traição mais abjeta da História.

. Percebendo a decadência de Judas e sabendo que ele era o homem previsto pelos profetas para consumar a sua traição, Jesus fez de tudo para dissuadi-lo. E São João narra que Iscariotes, ao receber um pedaço de pão molhado no vinho, sinal de distinção e apreço, renunciou esta última graça, e satanás entrara em seu coração.

. Segundo Santo Agostinho, ao tolerar Judas no Colégio Apostólico, Jesus quis ensinar às gerações futuras que poderia haver bispos e hierarcas que incorreriam em deslizes, maus exemplos e mesmo em heresias, facilitando assim ao povo fiel a compreensão das tramas que se dariam no seio da Igreja.

. Assim, vislumbramos as traições perpetradas por heresiarcas dentro das fileiras católicas ao longo dos séculos. Judas, escolhido pelo próprio Nosso Senhor, aliou-se aos inimigos e decidiu liquidar com Aquele que veio à Terra fazer o bem. É triste recordar essa verdade, na mesma noite em que Cristo quis permanecer entre nós pela Eucaristia.

. A palavra de Nosso Senhor ecoou entre os apóstolos… Ai daquele por quem o Filho do homem será entregue; melhor fora que não tivesse nascido. Sua profecia deixou a todos desconcertados. Mas, ao mesmo tempo, Ele nunca deixava de lhes fazer sentir sua grande bondade e poder para tirar as almas pecadoras do vício e do mal.

. Ao proferir essas palavras relativas a Judas, Cristo nos faz compreender a malícia do traidor, que não se dissuadiu e consumou a sua perfídia. Mesmo participando do mais elevado mistério daquela noite, a Eucaristia, ele não se converteu, tornando-se sua culpa por isso ainda maior, pois se aproximou da Sagrada Mesa com o intuito de entregar Jesus aos seus algozes.

. Nosso Senhor não declinou o nome de Iscariotes para que este não ficasse espiritualmente ainda pior. Apenas assinalou o crime e o castigo ao qual incorreria quem o praticasse, para que a ameaça levasse Judas a afastar-se de sua má conduta.

. Osculando-o no Jardim das Oliveiras, Jesus o trata como amigo: Amigo, a quê vieste? Com um ósculo trais o Filho do homem? Jesus o disse com tanta bondade e censura, que era para Judas ter-se ajoelhado diante d’Ele e pedido perdão. No entanto, permaneceu insensível em relação à ferocidade do crime que acabava de cometer.

. Apanhou o dinheiro das mãos dos inimigos em paga de sua traição… e foi se enforcar. (Pe. David Francisquini)
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