14 de mar. de 2015

O Brasil num dilema...

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• Corte de verba deixa universidades sem aulas, limpeza e transporte. 
• Lixo acumula no centro do Rio no 2º dia de greves dos garis. Garis não aceitaram reajuste proposto. 
• O dólar fechou com alta de mais de 2,5%, no maior nível em quase doze anos, com investidores buscando proteção em meio à turbulência política que vem dificultando a aprovação de medidas para o reequilíbrio das contas públicas brasileiras e às dúvidas sobre a intervenção do Banco Central. Moeda norte-americana subiu 2,77%, a 3,2490 reais na venda, após subir a 3,2815 reais na máxima da sessão. Valor do fechamento é o mais alto desde abril de 2003. Na semana, a moeda norte-americana subiu 6,3%, acumulado alta de 13,76% desde o início do mês. 
• STF aceita pedido para investigar senador Fernando Bezerra. Agora são 50 investigados no Supremo, entre eles, 13 senadores e 22 deputados. Investigação de políticos deve durar pelo menos um ano. 
• As manifestações em defesa da democracia, do governo Dilma Rousseff e da Petrobras, puxadas pela CUT, MST e UNE, movimentaram 24 Estados e o Distrito Federal nesta sexta (13). Bandeiras com o nome da presidente eram frequentes e os discursos contra qualquer possibilidade de golpe e de um impeachment dominaram todos os atos. Em São Paulo, onde ocorreu a maior movimentação, mais de 40 mil pessoas foram às ruas, segundo o Datafolha. Grande adesão aos atos surpreendeu até o governo, que temia conflitos com grupos contrários a Dilma, mas todas as manifestações foram pacíficas; mesmo que a marcha deste domingo (15), capitaneada pela oposição seja bem-sucedida os atos deste 13 de março revelam que o governo da presidente Dilma tem um forte bloco de apoio e que qualquer iniciativa golpista será rechaçada nas ruas. Em outras palavras, o golpe morreu. 
• Dilma ultrapassa FHC em pedidos oficiais de impeachment. Petista contabiliza 19 pedidos, contra 17 do tucano; Lula teve 34 solicitações contrárias ao seu mandato em oito anos de governo. 
• Haja saco! Pressão de ministros e rumores da saída de Levy afetam o dólar. A presidente Dilma Rousseff foi avisada das ameaças sobre a demissão de Levy e não gostou. Ação é considerada desastrosa pelo Planalto. 
• Brasil: Bancos públicos têm US$ 30 bi emprestados para a Petrobras. 
• Para Janot, sociedade vai separar decência e vilania. Procurador geral da república diz em encontro com procuradores gerais de Justiça acreditar que os homens de bem não se quedarão inertes e que os cidadãos que pagam impostos e que cumprem com seus deveres cívicos saberão, nessa hora sombria e turva da nossa história, distinguir entre o bem e mal, entre aqueles que lutam por um futuro para o País e aqueles que sabotam nosso sentimento de nação. Em depoimento na CPI da Petrobras, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, voltou a acusar Janot de adotar critério político para pedir ao STF a abertura de investigação contra ele. Deputado Paulinho da Força (SD-­SP) apresentou requerimento pedindo a quebra do sigilo dos e-­mails e telefônico de Janot. 
• Embromação - O petista baiano não deixou de fazer longas exposições enfadonhas e desinteressantes sobre a indústria do petróleo, no figurino do antigo personagem Rolando Lero, com o objetivo de ganhar tempo e nada responder, diz o jornal O Globo, que faz oposição sistemática à Petrobras e à política de conteúdo nacional no setor de óleo e gás, ao se referir ao desemprenho de José Sergio Gabrielli na CPI da Petrobras; Gabrielli alerta para o risco sistêmico que representa a tentativa de destruição da Petrobras. 
• PPS contesta decisão que descartou investigar Dilma. O PPS entrou nesta sexta (13) com um recurso na Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) para que a presidente Dilma Rousseff seja investigada na Operação Lava Jato; ao contrário do entendimento do ministro Teori Zavaski, relator dos inquéritos da investigação no STF, o partido alega que há indícios contra a presidente e que Dilma pode ser investigada durante seu mandato; na petição, o PPS alega que o impedimento constitucional para que o presidente da República seja investigado durante a vigência do mandato não pode ser aplicado na fase pré-processual. 
• Precursor da Ioga no Brasil, Professor Hermógenes morre aos 94 anos. José Hermógenes de Andrade Filho, também conhecido como Professor Hermógenes, morreu no fim da noite desta sexta-feira, segundo informações do Instituto Hermógenes, do qual era fundador, mas a causa da morte ainda não foram confirmada. José Hermógenes foi um dos principais divulgadores da ioga no Brasil. Escreveu livros e foi declarado Cidadão da Paz em 1988.

Vinagre com espinho
Eu hoje estou pulando como sapo
Pra ver se escapo 
Desta praga de urubu
(Noel Rosa) 

. Eis aí onde veio parar, em apenas dois meses de segundo mandato e exatamente como tinha de acontecer, o governo da presidente Dilma Rousseff - ficou sem roupa, como no samba de Noel, e agora está aí, todo santo dia, pulando dos desastres de ontem para os desastres de hoje, e já apavorado com os que virão amanhã. O último infortúnio a entrar em cena é essa lista do procurador-geral Rodrigo Janot, pedindo que o Supremo Tribunal Federal autorize a abertura de inquérito contra 54 políticos e agregados suspeitos de envolvimento na corrupção histórica da Petrobras - calamidade destinada a tornar-se, por sinal, o centro da biografia de Dilma e de sua passagem pela Presidência da República.
. A coisa toda, agora, entra na geringonça que é o aparelho judicial brasileiro - e ali ficará sendo mastigada sabe-se lá até quando, com a produção permanente de material tóxico. Já começou: bem na hora em que a lista era entregue, o presidente do Senado, Renan Calheiros, até a pouco o amigo-parceiro-irmão-camarada do Planalto, recusou-se a colocar em votação uma medida provisória do governo para aumentar impostos, e aproveitou a oportunidade para dizer que Dilma desrespeita o Congresso e o estado de direito.
. Saco de pancadas durante anos a fio, o senador virou automaticamente um herói do Parlamento; hoje em dia, pelo visto, basta bater na presidente para construir uma reputação instantânea. Pouco antes disso, ela já fora infernizada por seu próprio ministro da Fazenda - que considerou brincadeira de mau gosto decisões econômicas tomadas no primeiro mandato. É preciso ficar pulando o tempo inteiro, realmente, para esconder-se de uma fuzilaria dessas. O governo se pergunta: Onde está o chão?. Ninguém sabe.
. Deu a lógica, como se dizia antigamente no turfe: no fim das contas, sempre acaba perdendo quem não poderia mesmo ganhar. Ao longo dos últimos anos, e principalmente dos últimos meses, a presidente foi montando, com tenacidade de monge beneditino, uma pane geral no sistema de funcionamento do seu governo. Não perdeu praticamente nenhuma oportunidade de errar.
. Passou a dizer coisas cada vez mais incompreensíveis - em seu último surto, dias atrás, veio com uma alarmante história de galáxias no Rio de Janeiro, ou algo assim. Levou as contas do país para o bico do corvo. Transformou em déficit tudo o que era superávit, e desenvolveu uma técnica invencível para trocar abundância por escassez. Consegue, ao mesmo tempo, aumentar os impostos e diminuir a arrecadação.
. Socou um aumento de até 45% nas contas de luz, e outro nas bombas de combustível. Pode ter pela frente uma crise no abastecimento de energia, e mais um monte de outras, e não tem a menor noção do que fazer em relação a nenhuma delas. Conseguiu brigar com a Indonésia. Pode dar certo um negócio desses? Não pode. Deu a lógica.
. A praga de urubu que atormenta Dilma nestes dias de vinagre e de espinhos, e que veio como consequência inevitável dos atos que ela mesma praticou, já seria ruim o bastante se ficasse limitada à sua falta de aptidão, de conhecimentos e de equilíbrio para governar. Mas o pior, provavelmente, é a escolha fatal que fez - amarrada ao ex-presidente Lula e ao PT, jogou-se na maior campanha pró-corrupção já vista na história do Brasil.
. Seja lá qual for o destino dos políticos da Lista de Janot, ora entregues aos vagares do STF, é esse o fato número 1 da vida pública brasileira de hoje. A defesa da corrupção está nos fatos. Dilma é a favor de um tenebroso acordo de leniência com as empreiteiras metidas no assalto aos cofres da Petrobras - trata-se, muito simplesmente, de livrar as empresas de punição nos processos em andamento na Justiça. Quem protege o mal é cúmplice do mal - o que seria, então, se não fosse isso?
. A presidente nos pede que acreditemos que advoga em favor das empreiteiras para garantir empregos e continuar obras. Ficamos assim, nesse caso: ela está dizendo que o Brasil precisa de corrupção para gerar empregos e obras públicas. Não é só isso. O ministro da Justiça passou a fazer parte da equipe de defesa das empresas. O advogado-geral da União dá consultoria para deputados do PT enrolados no petrolão. Seu relator na CPI recém-aberta para investigar o escândalo, um despachante do Palácio do Planalto, já começou tentando melar os trabalhos - sua primeira ação foi pedir investigações sobre o governo anterior.
. É mais um acesso na paixão oficial por chamar a população de idiota: a CPI foi instalada para apurar o roubo deste governo, e não do de Fernando Henrique, ou do regente Feijó. Dilma chefia a campanha ao lado de Lula; tristemente, a caminho dos 70 anos e com mais de quarenta de carreira política, ele está acabando assim, como um advogado de milionários e burocratas corruptos. Nada de bom pode sair disso tudo.
. Quanto à praga de urubu, o jeito é torcer para que ela passe. O sapo somos nós. (J.R. Guzzo)

É preciso um plano/lista. 
Manifestações de rua - Tenho conversado com muita gente que, cheia de entusiasmo, deve participar das manifestações programadas para o dia 15, domingo próximo, em todo o país. De forma espontânea, como é sabido, o povo brasileiro escolheu esta data, via redes sociais, para ir às ruas protestar contra o governo, responsável direto pela gravíssima situação que o país vive.
Agenda positiva - Pois, mesmo que a vontade de participação seja grande (tomara que exceda as expectativas), se não houver um plano, ou agenda positiva, faço aqui um alerta: sem o devido apontamento de itens que precisam ser perseguidos, constantemente, portanto bem além do domingo, a indignação da sociedade insatisfeita estará fadada ao fracasso. 
Day After - É preciso levar em conta que, ao voltar para casa no final da tarde de domingo, com a sensação do dever cumprido por ter participado das manifestações, sem saber o que precisa ser feito no day after, pode soar nos ouvidos do governo Dilma e sua camarilha que o povo simplesmente deu o assunto por encerrado. 
O MST como exemplo - Insisto: manifestações recheadas de protestos e reivindicações só podem ser dissipadas depois que as pretensões forem levadas à sério. Vide exemplo dos caminhoneiros que ficaram por vários dias protestando nas estradas. Um só dia, sem vigília constante, como de resto fazem os experientes que participam do MST e assemelhados, morre por falta de resultados efetivos. 
Lista proposta pelo pensar+ - Com o propósito de colaborar com os manifestantes e, notadamente, com as eventuais lideranças que sempre surgem ao longo das mais variadas manifestações, o Pensar+, cujos integrantes têm por princípio produzir conteúdos de causa/efeito, resolveu entrar no circuito propondo um plano através de uma lista primária de reivindicações racionais, ou seja, não ideológicas
Base - A lista toma por base não só as velhas doenças de origem, desde aquelas que vieram acondicionadas nas naus portuguesas, a partir de 1500, e sequer foram tratadas, até as novas que foram contraídas após e, principalmente, nos últimos doze anos de governo petista.
Abrir mentes - Mesmo sujeita a todos os tipos de comentários, como manda o figurino da Democracia, a pretensão inicial dos Pensadores, através da lista prévia e primária, com apenas 10 itens, é abrir as mentes para que percebam e discutam onde estão os grandes males que precisam ser tratados para tornar o país mais saudável. Eis: 
1 - Nova constituinte (condicionada à saída do PT do governo); 
2 - Voto distrital
3 - Novo pacto federativo
4 - Papel do estado (segurança e justiça)
5 - Financiamento privado a partidos, não a políticos
6 - Lei de transparência dos agentes públicos
7 - Liberdade ampla de expressão (cidadãos e imprensa)
8 - Votação popular no judiciário. Independência do STF/STJ/STE
9 - Responsabilidade fiscal sem waivers
10 - Privatizações, já!
Golpe - O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Ricardo Lewandowski, oficializou no início da tarde de ontem, quarta-feira, 11, a transferência do ministro Dias Toffoli para a segunda turma da Corte, colegiado que vai julgar parte da Operação Lava Jato. Isto significa que a turma do PT evolvida no Lava Jato, por antecipação, será absolvida. Viva o Brasil do PT golpista! (Gilberto Simões Pires)

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