22 de dez. de 2014

Refletindo

A sabedoria do velho 

Um jovem advogado foi indicado para inventariar os pertences de um senhor recém falecido. 

Segundo o relatório do seguro social, o idoso não tinha herdeiros ou parentes vivos. Suas posses eram muito simples. O apartamento alugado, um carro velho, e móveis baratos. 

- Como alguém passa toda a vida e termina só com isso?, pensou o advogado. 

Anotou todos os dados e ia deixando a residência quando notou um porta-retratos sobre um criado mudo.

Na foto, estava o velho morto. 

Ainda era jovem, sorridente, ao fundo um mar muito verde e uma praia repleta de coqueiros.

A caneta escrito bem de leve no canto superior da imagem lia-se sul da Tailândia

Surpreso, o advogado abriu a gaveta do criado e encontrou um álbum repleto de fotografias.

Lá estava o senhor, em diversos momentos da vida, em fotos em todo canto do mundo.

Em um tango na Argentina, na frente do Muro de Berlim, em um Tuk Tuk no Vietnã, sobre um camelo com as pirâmides ao fundo, tomando vinho em frente ao Coliseu, entre muitas outras.

Na última página do álbum um mapa, quase todos os países do planeta marcados com um asterisco vermelho, indicando por onde o velho tinha passado. 

Escrito à mão no meio do Oceano Pacífico uma pequena poesia: 

“Não construí nada que me possam roubar.
Não há nada que eu possa perder.
Nada que eu possa tocar,
Nada que se possa vender.

Eu que decidi viajar,
Eu que escolhi conhecer,
Nada tenho a deixar/
Porque aprendi a viver.”


Minha vida

Quantas vezes damos tratos a bola buscando preencher cada segundo de nossa vida. 

Seguimos ou não padrões? 

De criança nos ensinaram a ler e estudar: coisas díspares. 

E seguimos como curso de rio na sabedoria dos livros, dos ensinos de mestres, aprendemos a socializar com todos dentro do tempo, no respeito e do que poderia nos ensinar no viver. 

Andamos um bom pedaço. 

Como rio, curvas e mais curvas, pedras, saltos, despencávamos e quando nos surgiam obstáculos, lá vinham elas, as chuvas figurativas a tirar-me e continuar nos rumos. 

O tempo nos seguia e não pensávamos num amanhã, para nós era tardio, não interessava, apenas viver a vida que tínhamos. 

E assim fomos. 

Um dia acordamos. 

A idade assomava-se como o mar. Estávamos despejados em ondas e mais ondas, batíamos contra outros rios, mesclávamos e a confusão era enorme. Chegávamos talvez ao princípio do tudo. 

Voltamos ao berço. Embalados e lançados em espaços nunca dantes navegados e nas calmarias ou tempestades, víamos rostos de pessoas, casas, cidades - um mundo de cidades -, e num repente, se esvaiam  em borbulhas, em formas de peixes, profundezas, vidas nos mares. 

E por que, pensei eu. Não era sonho. Me transformara num algo naquele turbilhão e instantes após acariciados.  

A vida traz quando vivos e personificados, a áurea de que seremos algo, atingiremos o apogeu.... mas qual, apenas carne, alma/espírito, magnetismo e atração.... Me transformaram. 

E nas vezes, enrolado dentre as pedras das praias me debruçava nas areias. Estas, brilhavam ao sol, lançavam imagens de minha vida e de outras pessoas. As abraçava e dizia em murmúrios aos borbulhões: Obrigado por me ajudarem a caminhar! (AAndrade)  

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