10 de abr. de 2013

Cultura nacional

A tonga da mironga

• Realmente eu não fazia a menor ideia do significado... 

• 1970. Vinícius e Toquinho voltam da Itália onde haviam acabado de inaugurar a parceria com o disco A Arca de Noé, fruto de um velho livro que o poetinha fizera para seu filho Pedro, quando este ainda era menino. 

• Encontram o Brasil em pleno milagre econômico. A censura em alta, a Bossa em baixa. 

• Opositores ao regime pagando com a liberdade e a vida o preço de seus ideais. 

• O poeta é visto como comunista pela cegueira militar e ultrapassado pela intelectualidade militante, que pejorativa e injustamente classifica sua música de easy music. 

• No teatro Castro Alves, em Salvador, é apresentada ao Brasil a nova parceria. Vinícius está casado com a atriz baiana Gesse Gessy, uma das maiores paixões de sua vida, que o aproximaria do candomblé, apresentando-o à Mãe Menininha do Gantois. 

• Sentindo a angústia do companheiro, Gesse o diverte, ensinando-lhe xingamentos em Nagô, entre eles tonga da mironga do cabuletê, que significa o pelo do c$# da mãe

• O mote anal e seu sentimento em relação aos homens de verde oliva inspiram o poeta. 

• Com Toquinho, Vinícius compõe a canção para apresentá-la no Teatro Castro Alves. Era a oportunidade de xingar os militares sem que eles compreendessem a ofensa. E o poeta ainda se divertia com tudo isso: - Te garanto que na Escola Superior de Guerra não tem um milico que saiba falar nagô

Tonga da Mironga do Cabuletê 
(Toquinho e Vinícius de Moraes) 

Eu caio de bossa eu sou quem eu sou
Eu saio da fossa xingando em nagô
Você que ouve e não fala 
Você que olha e não vê
Eu vou lhe dar uma pala
Você vai ter que aprender
A tonga da mironga do cabuletê
A tonga da mironga do cabuletê
A tonga da mironga do cabuletê
Você que lê e não sabe
Você que reza e não crê
Você que entra e não cabe
Você vai ter que viver
Na tonga da mironga do cabuletê
Na tonga da mironga do cabuletê
Na tonga da mironga do cabuletê
Você que fuma e não traga
E que não paga pra ver
Vou lhe rogar uma praga
Eu vou é mandar você
Pra tonga da mironga do cabuletê
Pra tonga da mironga do cabuletê
Pra tonga da mironga do cabuletê.

Fonte: (Vinícius de Moraes: o Poeta da Paixão; uma Biografia. São Paulo, Companhia das Letras, 1994) 

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