15 de abr. de 2010

Era meu filho

Havia um povo que morava ao pé da montanha. Suas vidas transcorriam em paz, enquanto eles se esmeravam no amanho da terra, cultivando flores e árvores frutíferas.
Formavam uma grande família, onde uns auxiliavam os outros, no cuidado com as crianças, a disciplina aos jovens, a educação da madureza.
No alto da montanha, uma outra comunidade se desenvolvia.
Eram criaturas não tão gentis, nem tão disciplinadas.
Um povo desconhecia o outro, porque as vias de acesso eram íngremes, tomadas por densa mata.
Um belo dia, o povo da montanha resolveu descer ao vale, na busca de riquezas.
Surpreendeu-se ao descobrir pessoas trabalhadoras, de bom trato e tão solidárias.
Encantou-se com seus pomares e jardins e, por observar como eles enfrentavam tudo com disposição, auxiliando-se mutuamente, decidiram levar uma semente daquela preciosidade para a sua vila.
Assim, escolheram uma criança. Um bebê lindo de olhos brilhantes, através dos quais parecia traduzir a sua inteligência aguçada. E, quando empreenderam sua viagem de retorno, o raptaram, desaparecendo entre a vegetação abundante, montanha acima.
A pobre mãe, ao descobrir o berço vazio, caiu em quase desespero. O conselho da comunidade se reuniu. Os homens optaram por se unirem e resgatar o pequenino.
Juntaram provisões, cobertores, roupas quentes, pois imaginavam que à medida que subissem, teriam que enfrentar os ventos gélidos, que soprariam violentos.
Partiram. Os dias passaram lentos e angustiantes para toda a pequena cidade. Os olhos a cada instante se voltavam para cima, no intuito de ver se a expedição retornaria vitoriosa.
Finalmente, os homens regressaram... Mas de mãos vazias. Embora seus esforços, as várias tentativas, eles haviam se perdido entre as trilhas da montanha e não tinham conseguido encontrar o caminho que os conduziria ao povo de cima.
Estavam arrasados, sentindo-se fracassados e até envergonhados em ter que confessar sua incapacidade em vencer a montanha e trazer de volta o pequenino habitante raptado.
Foi então que um leve choro de bebê lhes chamou a atenção. Voltaram-se todos na direção do som e viram a pobre mãe que tivera seu bebê raptado vir ao encontro deles.
Nos braços, ela trazia um invólucro precioso. Era o seu bebê. Ela estava com as roupas rasgadas pelos espinheiros, a pele queimada pelo frio, mas o bebê estava todo enrodilhado em uma manta, protegido. São e salvo.
"Como você conseguiu?" Foi a pergunta de todos. Como, se nós, homens vigorosos e treinados em andanças, não conseguimos encontrar a trilha certa e vencer a montanha?
Como você uma mulher, sozinha, conseguiu ir até o topo e resgatar o bebê?"
E a mãe, aconchegando ainda mais ao peito o fardo pequenino, sorriu e respondeu:
- "Muito simples. Eu consegui porque era o meu bebê que estava lá em cima."
Para o amor verdadeiro não existem barreiras intransponíveis. Nada que ele não possa vencer, transpor, conquistar. E de todos os amores que existem na terra, o amor de irmãos, de amigos, de namorados, de esposos, nada mais sublime do que o amor de mãe. É o amor que ama, mesmo que não receba retorno algum do ser a quem se dedica. Tem a capacidade de sobreviver a todas as tragédias e continuar fiel, mesmo diante de guerras de ingratidão e de sofridas batalhas de solidão. Felizes todos aqueles de nós que valorizamos o amor grandioso e incondicional dessa mulher chamada mãe.

Pensamento
As mães, sem dúvida, são como estrelas nos céus da humanidade, iluminando as horas de sombra e as noites tormentosas do mundo. Enquanto permaneçam no ideal de servir, na condição de co-criadoras com Deus, a alegria e a esperança estarão de braços dados edificando o futuro, por mais cruéis que sejam as ameaças de extinção da raça humana, pelos ódios, pelos vícios, pelos crimes, pelas guerras. Por todas essas razões é que muitas mães são consideradas anjos protetores da humanidade.


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