• Muitas foram as causas, já que os que postulam o movimento o fazem há meses e se
deflagrou via redes sociais pelo país e o travado no íntimo do povo.
• Vemos uma senhora pomposa (muda o estilo de roupa, por favor) dizer que ouve vozes das ruas, pode até ser, mas o repúdio
de tudo quanto soa e visto afronta a quem paga e nada recebe.
• Nosso dinheiro virá moeda de troca nas benesses a outros países, quando não
capitaneando paraísos fiscais. Dívidas de outros são perdoadas e não as nossas!
• Somos uma nação federalista (só no papel !), norte, nordeste, como ontem a noite no
Senado, a sangrarem no agrado aos senhores dos feudos. Quanta hipocrisia e vergonha!
• Ligar tvs, rádios e internet é dar de cara com as vergonhosas ações de autoridades
legítimas ou não, distantes dos reclamos do povo, indignado do seu suado dinheiro aplicado
em coisas fantasmagóricas.
• Hoje, o Brasil está dividido entre Dilma, Lula e Fifa.
• O Congresso e seus filhotes nos Estados e Municípios são sucias que vêm e vão ou só
servem para ganhos aviltantes e outorgas de medalhinhas.
• Desconfio muito de nacos das passeatas onde se introduzem policiais, enviados
partidários, vândalos, etc... e me pergunto se as ações policiais são válidas até onde?
• Desconfiança não existe, somente provas e mais provas. Nos cortes judiciais se avolumam
os processos que, quando forem julgados, darão em que?
• No Congresso os laboriosos paladinos do legislar se atropelam em mínimos dias de
trabalho num riso irônico ao povo que sua no dia a dia.
• Quem, quem... a pergunta se as marchas continuarão, se transparências virão,
desnudar-se-ão cadáveres das podridões ou continuaremos a ser linchados nos brios e na
moral?
• Hoje teremos carnaval no jogo da seleção e possivelmente cassetetes, gases e prisões.
• Sabe, pra quem já viveu muito, os repetecos cansam e nem vemos uppzinhas salvas e nós nas ruas, casas e apartamentos, presas fáceis da bandidagem.
• A ONU indaga e embaixadores dirão que é apenas um movimento (dentre mil!!!).
• Sabe, pra quem já viveu muito, os repetecos cansam e nem vemos uppzinhas salvas e nós nas ruas, casas e apartamentos, presas fáceis da bandidagem.
• A ONU indaga e embaixadores dirão que é apenas um movimento (dentre mil!!!).
• Salve-se quem puder! (AA)
Essa é a nossa realidade...
Como as empresas de ônibus maquiam custos
• Não vou comentar muito sobre as falas do meu xará Haddad. Vou me concentrar no que
sei e que vi, para dizer que em grande parte dos estudantes estão sim certos.
• Fui analista de crédito num banco privado em 2006/2007 em São Paulo, e neste banco,
muitas empresas de ônibus eram clientes. muitas mesmo. E havia um jeito bem especial de
lidar com elas.
• Ocorre que para uma empresa ganhar empréstimo, ela tem de ter fundamentos
econômico financeiros – ou seja capacidade de pagar. E aí é que o bicho pega: pelas
demonstrações contábeis oficiais, praticamente nenhuma empresa de ônibus teria condição
de pegar empréstimos. E por quê? Porque são estas são as demonstrações (balanços)
exibidas para os governos, a partir das quais geram-se as planilhas de custo e, em seguida,
as tarifas.
• Havia coisas estranhas, das quais dois pontos eu me lembro com maior atenção: O ativo
imobilizado era muito baixo (ativo imobilizado é o que a empresa tem de propriedade,
portanto seriam frotas de ônibus e propriedades das empresas). Muitas, mas muitas,
apresentavam patrimônio liquido negativo – ou seja acumulavam, por anos consecutivos,
prejuízos que superavam o capital social da empresa. As contas nunca fechariam — as
receitas seriam baixas perante as despesas. Além disto, as empresas possuem passivos
muito maiores que ativos, e como ativo tem de ser igual ao passivo mais patrimônio liquido,
este tinha de ser negativo.
• Com uma situação financeira dessas, uma empresa não toma emprestado. E aí vai o pulo
do gato (que dá medo de contar): é óbvio que estas informações estão deturpadas (sendo
gentil), e vou explicar como. Tanto era assim que nós tínhamos uma planilha em Excel que
fazia o cálculo do real balanço destas empresas.
• Os pontos são os seguintes: o ativo imobilizado não está declarado nestes balanços. É
como se a ideia do pequeno empresário que não distingue o próprio bolso do caixa da
empresa fosse levada às alturas. Donos de empresas têm parte da frota em nome próprio
(ou de laranjas). Ou, então, compram em nome da empresa e depois revendem para
terceiros (sócios), após quitados os financiamentos. Os terrenos nos quais estão as
garagens das empresas são de propriedade dos sócios e também não aparecem no balanço.
Por fim, essas empresas não pagam encargos trabalhistas, adiando-os ao máximo, para
aproveitar, quando aparece, uma renegociação. Fazem isso para aumentar muito o exigível
de longo prazo, propositalmente, além de ganhar caixa extra pago pelo governo.
• Cientes dessas informações, para fazer a análise consolidávamos o patrimônio dos sócios
(que na verdade seriam das empresas) com o das empresas. É claro que elas davam lucro na realidade - afinal estes empresários seriam tão idiotas de continuar pra sempre num
setor com altos fluxos de dinheiro se tivessem sempre prejuízos? Mas tem mais…
• Àquela época, e ainda hoje, existem várias empresas que atendem o transporte urbano - em São Paulo, Rio de Janeiro e outras tantas cidades -, mas são poucas famílias que
controlam de fato esta estrutura. Fazem isso indiretamente, através de sociedades. Em São
Paulo, se não me engano, eram cinco famílias, que tomaram o setor na privatização da
CMTC. Quando estas empresinhas começam dar muitos problemas, elas fecham e abrem
outro CNPJ, com outros sócios. Fornecedores e especialmente funcionários ficam a ver
navios. Por falar em funcionários, lembram do que falei sobre os direitos? Pois bem,
deixem-me explicar uma coisa que acontecia até com os gerentes do banco, quanto mais
com os funcionários. No dia a dia, esses empresários são representados por gerentões armados. Se eles não querem atender alguém, e no contato comum todos os funcionários,
são esses representantes que cuidam da negociação. Então, por exemplo - isso já ouvi
próprios motoristas comentando no Rio - quem vai entrar na justiça pra cobrar direitos, na
melhor das possibilidades nunca mais trabalhará em qualquer outra empresa de ônibus. Se
encher muito o saco, vai buscar o direito e não volta.
• Para quem acha que eu estou exagerando, ficam 2 dicas: procurem noticias sobre
assassinatos de sindicalistas de ônibus. De vez em quando tem um. E outra: no final do
debate de 2004 na Rede Globo, naquela eleição fatídica em que Marta perdeu do José Serra,
ela comenta que teve de entrar com colete a provas de balas numa reunião com empresas
de ônibus (trabalhei com um cara da alta cúpula do governo dela, e ele comentava que ela e
o secretário sempre iam de colete, e que os empresários levavam seguranças armados e
que sempre tinham de passar detetores de metais para tirar as armas dos caras).
• Enfim, o que eu queria dizer é o seguinte: sei que o Haddad fez mestrado na minha
faculdade de Economia, portanto não é de todo inábil com números e devia abrir as tais
planilhas de custo. Seria bom puxar um bom auditor pro lado dele, e usar as críticas como
legitimação pra rever esse lamaçal todo. Seria uma forma de aproveitar esta pressão contra
estas empresas. A não ser que realmente seja só o apoio de financiamento em época de
eleição que valha a pena… Em suma, é uma grande Máfia, e não vai ser fácil desarmá-la - só que também, se for pra defendê-las, poder-se-ia ter mantido o Serra, certo?
• E realmente não são só vinte centavos. Acho que a força desta garotada que está na rua - e que une Istambul, Occupy Wall Street, 15m na Espanha e todos os outros - vem do
cansaço de ver todas as decisões importantes de interesse público serem dominadas por
grandes interesses de pequenos grupos privados - e em todos os casos, defendidos na
porrada por um Estado policialesco.
• E pra não dizer que não falei das flores, fiquem com essa pequena pérola de genialidade
empreendedora baronesca do imperadores do transporte publico do Brasil. Na Veja, claro,
em 1998. (se o setor não dá lucro, porque eles estão tão ricos?) Leia aqui.
• E sobre um barão especifico (um dos mais poderosos), no Rio de Janeiro. (ps1: parece
que é o sogrão do Paes. ps2: vejam quantos sócios ele tem três como em outro baronato, a
família comprou uma empresa de aviação). (Fernando Souto)
Sobrou pra todo mundo...
A vida é mais simples do que a gente pensa; basta aceitar o impossível, dispensar o
indispensável e suportar o intolerável. (Kathleen Norris)
Nenhum comentário:
Postar um comentário