Conduzido outra vez ao centro do palco das atenções gerais, ontem, Lewandowski
deu nova demonstração de que gosta de remar contra a maré. Só que sua canoa
virou. Não dá para entender como proibiu populares, advogados, a imprensa e a
própria TV-Justiça de assistir e registrar o depoimento do deputado-pastor Marco
Feliciano, acusado de estelionato e de induzir à discriminação e ao preconceito de
raça.
A desculpa do magistrado foi de que a sala onde seria prestado o depoimento era
pequena demais, podendo verificar-se tumulto e confusão. Argumentos pueris para
quem constata serem mais do que amplas as instalações do Supremo Tribunal
Federal. Se a sala designada mostrava-se insuficiente, nada mais natural do que
requisitar outra, maior e capaz de abrigar quantos pretendessem estar presentes.
Pior fica alegar o risco de confusão e tumulto, ignorando a existência dos numerosos
agentes de segurança encarregados de zelar pelo bom andamento dos trabalhos
judiciários.
Lewandowski igualou-se ao depoente, que ainda esta semana fechou as portas da
Comissão dos Direitos Humanos, deixando o povo de fora na casa do povo. Deu a
impressão de ser o Supremo um acanhado quarto e sala onde não cabe ninguém.
Com todo o respeito, será a compulsão de proteger bandidos? O desprezo pelas
manifestações da sociedade? A concepção de superioridade frente ao direito de
informação? Tanto faz, pois o vice-presidente da mais alta corte nacional de Justiça
não desperdiçou a oportunidade de revelar-se de forma negativa diante do país.
Marco Feliciano está cada vez mais esperançoso de sair absolvido do processo a que
responde. (Carlos Chagas)
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