21 de out. de 2011

Dignidade à saúde mental

Somos contra a Privatização do Água Funda SP
• Somos trabalhadores do CAISM da Água Funda, somos trabalhadores do SUS, da saúde mental e há anos lutamos para efetivar as conquistas da reforma sanitária e da reforma psiquiátrica.
• Falamos também por milhares de usuários que já atendemos e por toda uma história de respeito à dignidade da pessoa em sofrimento psíquico.
• Falamos também pelos movimentos sociais e por todos que defendem os direitos humanos e são contra políticas de higienização social como a internação compulsória.
• Aqui neste Centro de Saúde Mental – CAISM da Água Funda – Dr. David Capistrano da Costa Filho, o melhor do Brasil avaliado pelo Ministério da Saúde, está em vias de acontecer um grande ataque à saúde das pessoas, ao serviço e a política de saúde mental, aos trabalhadores e aos usuários do SUS.
• Articulado pelo defensor do manicômio álcool e drogas Ronaldo Laranjeira e pelo privatizador Alckmin estão acontecendo a venda do CAISM Água Funda através da privatização via o modelo de Organização Social (OS) para administração de Laranjeira e sua entidade.
• Vão transformar um Centro de excelência em saúde mental em um centro de internação álcool e drogas para atender as demandas de higienização social absurda que se quer promover com a chegada dos grandes eventos.
• Vão acabar com serviços e dizer que estão criando serviços.
• Somos contra a qualquer forma de privatização, mas o grande absurdo é que eles vão acabar com um serviço de excelência de saúde mental que segue estritamente a política da reforma psiquiátrica da Lei Paulo Delgado, com serviços como CAPS, 30 pacientes em residência terapêutica que vão ser jogados em qualquer lugar, um programa que é o único serviço do estado que atende comorbidade em saúde mental e dependência química, com profissionais qualificados e com atendimento inteiramente humanizado dialogando com as diversas redes do território.
• Os trabalhadores e usuários estão indignados e assim como os diversos movimentos internacionais, dos indignados da Espanha, dos estudantes do Chile, do ocupe Walt Street dos Estados Unidos, nós vamos lutar pelo que acreditamos, pelo nosso trabalho e pela nossa história. Fazendo a luta política, jurídica e principalmente fazendo a luta nas ruas.
• Em defesa da reforma sanitária e da reforma psiquiátrica:
- Somos contra a mercantilização da saúde
- Somos contra a privatização do Água Funda
- Somos contra o despejo e a desassistência em saúde promovida por esta política
- Em breve calendário de Lutas
• Comissão de mobilização em defesa do Água Funda
• Informações, apoios e contato: Paulo R. Spina (11) 73734783 Vamos linkar
E voltando no tempo....
Sobre a Tentativa de Calar os Trabalhadores da Saúde Estadual
"Quem não se movimenta não sente as correntes que o prende."
(Rosa de Luxemburgo)
• Em 31 de março de 2010 a proposta foi uma movimentação dos trabalhadores da saúde estadual e de outras secretarias em torno de uma pauta querendo melhores condições concretas de trabalho e de vida, com o objetivo de chamar a atenção para o absurdo de almoçar apenas com quatro reais que é o nosso vale refeição.
• Antes mesmo do dia do ato, nós trabalhadores do estado já sentimos o peso das correntes e fomos ameaçados com cortes de ponto, afinal este era o mesmo dia da saída do então governador, após pré candidato a presidência da república José Serra.
• Imagine leitor a nossa situação. Eu que tenho um amigo que foi torturado na ditadura, tenho familiares que perderam amigos, então estudantes, em defesa do direito de falar, de se manifestar, por um país justo e democrático.
• O que fazer sendo representante de uma categoria, dos trabalhadores de um Centro de Saúde Mental?
• Acovardar-me, furtar ao dever para qual fui eleito de representar a categoria?
• Não, mesmo sabendo do corte de ponto, decidimos junto com dez trabalhadores de todos os programas do CAISM Água Funda que queriam participar do ato, por uma forma que não colocaria ninguém em uma situação delicada: iriam dois trabalhadores de folga e eu que além de ser delegado sindical de base, havia já cumprido boa parte da minha carga horária, realizado práticas corporais com os pacientes e registrado em prontuário; e os demais trabalhadores voltariam para o trabalho. Nossa tese é que não haveria motivos para cortes totais no ponto.
• Salvo engano, no dia seguinte, véspera da sexta feira santa, sozinho com três pessoas da gestão me foi anunciado além do corte total de ponto, o absurdo, escrito em vermelho rasurando meu ponto falta injustificada. Isto aconteceu também em outros locais do estado, mas sem a peculiaridade do cumprimento de boa parte da carga horária.
• Discutido em assembléia com os trabalhadores do CAISM, formamos duas comissões para tentar reverter à situação internamente através do diálogo. A primeira conversou com a diretoria de Apoio Técnico e de Recursos Humanos e a outra com direção do CAISM da Água Funda.
• Em ambas as conversas foi deixado claro a impossibilidade de se voltar atrás pelo seguinte motivo: apenas estávamos cumprindo ordem da Secretaria Estadual de Saúde respaldada pelo documento assinado pelo Dr. Ricardo Tardelli.
• Imagino o quanto é difícil esta posição, afinal era também o salário, o vale refeição da chefia que defendíamos e me pergunto: se os dez trabalhadores do CAISM tivessem ido à manifestação ficariam com falta injustificada? Com certeza, ficariam sim. Disseram que a decisão não era pessoal contra mim, mas seria igual com qualquer trabalhador que tivessem ido à manifestação. Poderíamos pensar então que não é perseguição pessoal. Exatamente! É perseguição coletiva, de todos os trabalhadores do CAISM, de todos da saúde estadual.
• Em Assembléia os trabalhadores perguntaram: mas no mesmo dia outras pessoas saíram antes do horário, o que foi feito? Nada é a resposta. È inevitável à pergunta: Teria a direção alguma opção? Quando interessa a gestão hierarquizada, o silêncio velado é a regra, mas quando é para dar o exemplo e calar todos os trabalhadores, a ordem descabida é cumprida. Um Centro de Saúde Mental que deveria ser excelência no cuidado com o sujeito, com o processo de humanização, leva seus trabalhadores ao stress de não poder defender seus interesses que é também os interesses dos usuários, afinal quem não quer ser atendido por um profissional bem remunerado, reconhecido.
• É isso que entendemos ou que queremos como gestão, como direção? Para além de tudo isto, não há nada resolvido, a falta injustificada continua lá. Resta os esforços que o sindicato vem constantemente fazendo em tentar reverter esta situação em vários locais do estado, a esfera jurídica através de um mandato de segurança e as mais variadas possibilidades políticas de se denunciar o que ocorreu.
• Aliás, mais uma tentativa no governo Serra de calar trabalhadores e usuários, denunciado por movimentos de saúde como o Fórum Popular de Saúde é a sua recusa em realizar a Conferência Estadual de Saúde Mental. Para algo serve isto tudo: para mostrar que os trabalhadores são solidários uns aos outros, que não suportam injustiças. Talvez chegue o dia que as chefias entendam que dar voz ao trabalhador é produzir um trabalho humano de altíssima qualidade onde todos evoluem, todos participam das decisões e se compactuam na firme decisão de oferecer saúde para o usuário. (Paulo Roberto Spina, Profissional de Educação Física, Delegado Sindical de Base do CASM Água Funda)

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"Sonhes e serás livre de espírito...
Lutes e serás livre na vida."
(Che Guevara)

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