As pedras portuguesas, que cobrem parte dos calçadões do Rio de Janeiro, foram trazidas de Portugal no século XIX para desenhar ruas da então capital da República.
Se Melvin, o personagem neurótico de Jack Nicholson, numa típica comédia nova-iorquina, vivesse no Rio, ia ter que saltar muito entre as pedras pretas e brancas das calçadas cariocas. Elas estão por toda a parte e certamente dariam muito trabalho ao pobre Melvin, que tinha horror de rachaduras. Na cidade maravilhosa, as pedras portuguesas nas calçadas são entrelaçadas em pequenos mosaicos centenários.
A técnica do calçamento em mosaico de pedras vem de Portugal e foi idéia do prefeito Pereira Passos, que queria transformar o Rio na Paris dos trópicos, mas adorava o calçamento dos velhos bairros lisboetas.
Há cem anos atrás, Pereira Passos importou muitos calceteiros para decorar a Avenida Central.
“Ele mandou vir 33 calceteiros portugueses para fazer as calçadas. Depois, acabaram vindo mais, vieram 170, no final vieram uns 200 calceteiros que fizeram todas as calçadas de mosaicos, chamada calçadas de mosaicos. De certa maneira, mesmo com as alterações, sobrevivem até hoje”, diz Milton Teixeira, historiador.
Como um amante de curiosidades históricas, Milton gosta de pisar nas pedras do século XIX. Quem não gostava nada, eram as moças da época da inauguração.
“As damas não gostavam de andar com seus sapatos de saltinhos, tanto que se você pegar as fotos da antiga Avenida central, as pessoas estão andando no meio da rua. Até que em 1906, houve uma lei proibindo as pessoas de passarem no meio da avenida”, completa o historiador.
O calcáreo branco e o basalto negro são cortados em pedaços e presos sob pressão em terra batida. Mas, se uma pedrinha se solta, o processo começa.
Nas ruas do Rio de Janeiro, não é difícil encontrar pedacinhos desses quebra-cabeças. A calçada da Cinelândia, palco de tantas manifestações, teve que ser reconstruída inúmeras vezes. No Teatro Municipal, resiste a velha lira de Apolo, deus da música. A pauta musical desenhada com pedras sobre o chão, dá o tom em Vila Isabel, na zona norte do Rio. Na região, os moradores do bairro pisam distraídos sobre as notas de Noel Rosa, o poeta da vila.
Mas o maior mosaico do mundo fica na praia de Copacabana. O desenho original também foi feito por calceteiros portugueses, ainda nos anos 20. A idéia era justamente a de imitar balanço das ondas do mar.
Na reforma da Avenida Atlântica no fim dos anos 60, Roberto Burle Marx criou novos traços, aumentou as ondas sinuosas, mas fez questão de preservar na praia o desenho que no mundo inteiro se tornou um símbolo das coisas mais simples e belas do Rio: o sol e o mar.
Se Melvin, o personagem neurótico de Jack Nicholson, numa típica comédia nova-iorquina, vivesse no Rio, ia ter que saltar muito entre as pedras pretas e brancas das calçadas cariocas. Elas estão por toda a parte e certamente dariam muito trabalho ao pobre Melvin, que tinha horror de rachaduras. Na cidade maravilhosa, as pedras portuguesas nas calçadas são entrelaçadas em pequenos mosaicos centenários.
A técnica do calçamento em mosaico de pedras vem de Portugal e foi idéia do prefeito Pereira Passos, que queria transformar o Rio na Paris dos trópicos, mas adorava o calçamento dos velhos bairros lisboetas.
Há cem anos atrás, Pereira Passos importou muitos calceteiros para decorar a Avenida Central.
“Ele mandou vir 33 calceteiros portugueses para fazer as calçadas. Depois, acabaram vindo mais, vieram 170, no final vieram uns 200 calceteiros que fizeram todas as calçadas de mosaicos, chamada calçadas de mosaicos. De certa maneira, mesmo com as alterações, sobrevivem até hoje”, diz Milton Teixeira, historiador.
Como um amante de curiosidades históricas, Milton gosta de pisar nas pedras do século XIX. Quem não gostava nada, eram as moças da época da inauguração.
“As damas não gostavam de andar com seus sapatos de saltinhos, tanto que se você pegar as fotos da antiga Avenida central, as pessoas estão andando no meio da rua. Até que em 1906, houve uma lei proibindo as pessoas de passarem no meio da avenida”, completa o historiador.
O calcáreo branco e o basalto negro são cortados em pedaços e presos sob pressão em terra batida. Mas, se uma pedrinha se solta, o processo começa.
Nas ruas do Rio de Janeiro, não é difícil encontrar pedacinhos desses quebra-cabeças. A calçada da Cinelândia, palco de tantas manifestações, teve que ser reconstruída inúmeras vezes. No Teatro Municipal, resiste a velha lira de Apolo, deus da música. A pauta musical desenhada com pedras sobre o chão, dá o tom em Vila Isabel, na zona norte do Rio. Na região, os moradores do bairro pisam distraídos sobre as notas de Noel Rosa, o poeta da vila.
Mas o maior mosaico do mundo fica na praia de Copacabana. O desenho original também foi feito por calceteiros portugueses, ainda nos anos 20. A idéia era justamente a de imitar balanço das ondas do mar.
Na reforma da Avenida Atlântica no fim dos anos 60, Roberto Burle Marx criou novos traços, aumentou as ondas sinuosas, mas fez questão de preservar na praia o desenho que no mundo inteiro se tornou um símbolo das coisas mais simples e belas do Rio: o sol e o mar.
(Sandra Moreyra_O Globo)
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