29 de abr. de 2017

O ir e vir constitucional foi burlado.

 photo Grevista trabalhando_zpsd0co16bn.jpg • Greve geral acaba em vandalismo no Rio e em SP. Paralisação contra as reformas de Temer esvaziou as ruas das grandes cidades, mas protestos mobilizaram poucos - e terminaram em violência; Greve paralisou transportes das principais cidades do país. Ainda não há números disponíveis sobre a adesão, mas é certo que milhões de brasileiros deixaram de trabalhar ou ir à escola ontem. Em Brasília, metrô e ônibus aderiram totalmente ao movimento grevista da sexta-feira; Vândalos incendeiam ônibus e depredam centro do Rio; Greve compulsória. Acontecimentos serviram para mostrar que, embora haja uma insatisfação generalizada com o governo, a representatividade dos organizadores da balbúrdia travestida de greve geral é pífia. Governo minimiza greve e Temer critica atos isolados de violência. Ministros dizem que atos animaram o Planalto a prosseguir com as reformas trabalhista e do INSS; Doria diz que manifestantes receberam R$ 100 para ir às ruas. Ao Estado, prefeito já havia criticado atitude de grevistas e prometido punição aos sindicatos; Temer parabeniza Doria por atitudes contra paralisação. Tucano gravou vídeos em que defendia protestos fora de dias de trabalho; Em Alagoas, MST fechou lojas à força e pagou cachê a manifestante. Aterrorizaram lojistas com foices e pagaram a manifestantes. 
• Pela segunda vez, contas de luz em maio terão bandeira tarifária vermelha.
• Fim do foro ligou alerta no MPF sobre possibilidade da Lava Jato ter de ser reiniciada. Chamou a atenção do Ministério Público Federal a aprovação do fim do foro privilegiado por unanimidade, no Senado. Depois, deu para entender os 75x0: os atuais investigados e réus na Lava Jato ganham infinitas opções de recursos. Além disso, até para não sobrecarregar o juiz Sérgio Moro, há a possibilidade, prevista em lei, de pulverizar os processos para juízes dos Estados onde os crimes foram cometidos. (Cláudio Humberto) 
• Governo prepara MPs em busca de votos para a reforma da Previdência. Objetivo é agradar à base aliada e garantir 308 deputados na votação; Funrural será tema de medida. 
• Senador Eunício Oliveira tem alta da UTI e pode sair do hospital no sábado. 
• Comissão de Ética da Presidência vai investigar três ministros. Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência), Eliseu Padilha (Casa Civil) e Gilberto Kassab (Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações) terão condutas analisadas por supostas infrações. 
• Moro devolve ao Planalto 26 objetos de valor que Lula levou com ele. Serão devolvidos ao governo esculturas, coroa, espada, moedas... 
• O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes mandou soltar o empresário Eike Batista, preso, no final de janeiro na Operação Eficiência, um desdobramento da Operação Lava Jato. O empresário é réu na Justiça Federal do Rio por corrupção ativa, lavagem de dinheiro e organização criminosa. 
• Foro e lei do abuso devem desacelerar na Câmara. Recém-aprovados no Senado, projetos não serão priorizados pelos deputados. 
• TSE cobra ressarcimento de R$ 11 mi de partidos. Medida atinge sete legendas e pagamento terá de ser feito com fundos próprios. 
• Ministros do STF pedem acordo sobre habeas corpus. Assunto esteve no cerne na sessão que revogou as prisões do pecuarista José Carlos Bumlai e do ex-assessor do PP João Cláudio Genu, condenados em primeira instância. 
• Em nova fase da Lava Jato, um dos alvos é um advogado ligado a Renan Calheiros. 
• Ministro encerra fase de instrução e julgamento da chapa Dilma-Temer que será retomado em maio. 
• Servidor público que acumula cargo pode receber mais que o teto, decide STF. 
• Operação Heméra: deputada distrital Sandra Faraj sofre busca e apreensão da PF. O irmão da deputada e alguns de seus servidores na CLDF também foram alvos da diligência. Operação Heméra investiga crimes de corrupção, falsidade ideológica, uso de documento falso e coação no curso do processo penal. 
• Renato Duque pede para ser interrogado por Moro e já tem data marcada. Ex-diretor de Serviços da Petrobrás vai ser novamente ouvido pelo juiz; ele já foi condenado a mais de 50 anos de prisão. 
• Número de partidos tem de cair em 2018, dizem analistas. Participantes do Debate Estadão dizem que cláusula de barreira e fim de coligações proporcionais são necessários. 
• Governo quer fila única no SUS para cirurgia agendada. Ideia é ter clareza sobre quantas pessoas aguardam pelo procedimento eletivo. 
• Braço direito de Sérgio Cabral diz preferia guardar dinheiro a o depositar. MPF acha que ex-secretário guardava propina de ex-governador; interrogado pelo juiz federal Sérgio Moro, nesta quinta-feira, 27, o ex-secretário do Governo do Rio Wilson Carlos, braço direito do ex-governador Sérgio Cabral (PMDB), afirmou que preferia manter o dinheiro em casa do que deixar em bancos. Ele é réu, ao lado do ex-governador, em ação penal sobre propina de R$ 2,7 milhões da Andrade Gutierrez a Sérgio Cabral sobre obras do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj). 
• Doze cartórios extrajudiciais de São Paulo, Maranhão, Rio, Minas, Paraná, Tocantins, Bahia e Pará estão sob investigação por supostamente integrarem esquemas de falsificação de documentos para a entrada de estrangeiros no Brasil. Eles são alvo da Operação Perfídia, da Polícia Federal, que entrou na 2ª fase nesta quarta-feira, 27. As autoridades destacam cinco núcleos da organização criminosa, entre eles, o de agentes públicos, todos funcionários de cartórios. 
• Prostituição de imigrantes venezuelanas avança no Norte. Polícia Federal acompanha casos de exploração de mulheres em cidades de RR. 

• Coreia do Norte realiza novo teste balístico - e falha de novo; Coreia do Norte pode criar míssil capaz de atingir EUA. 
• Trump, cem dias. Início do governo Trump evidencia que o sistema de freios e contrapesos continua a exercer papel crucial nos EUA. Trump esbarra em freios de instituições. Congresso e Justiça dificultaram ação de republicano para cumprir promessas. Trump diz que Kim Jong-un desrespeitou China com novo lançamento de míssil. 
• Os líderes dos 27 países-membros da União Europeia (UE), com a exceção do Reino Unido, aprovaram neste sábado, de forma unânime, as diretrizes para negociar a saída dos britânicos do bloco comunitário, informou o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk. 
• No Egito, papa fala contra violência de extremistas. Após ataques contra cristãos no país, visita ocorre sob forte segurança. 

Brasileiro talvez queira fazer a barba, não greve.
No Brasil de hoje, qualquer pensamento otimista corre o risco de ficar velho em dois minutos. Ou em duas delações premiadas. O desemprego bate recordes. A Lava Jato é o único empreendimento que prospera. Um Congresso apinhado de larápios vota medidas amargas sugeridas por um governo abarrotado de investigados. E o PMDB alcança o ápice da perfeição: ele mesmo governa, com Michel Temer. Ele mesmo lidera a oposição, com Renan Calheiros. Foi contra esse pano de fundo caótico que as centrais sindicais convocaram uma greve geral. Considerando-se o que poderia ter sido, o movimento revelou-se bem menor do que o esperado.
Houve protestos em todas as capitais. Mas o país não parou, como se prometia. Excetuando-se algumas poucas corporações, sobretudo de servidores públicos apavorados com a hipótese de perder privilégios, o brasileiro foi à luta. A taxa de adesão espontânea à paralisação foi baixa. Nos grandes centros, quem não chegou ao trabalho foi porque esbarrou em barricadas ou na falta de transporte. Parou por pressão, não por opção.
O Planalto celebra o fiasco. Exagero. Sustenta que o protesto miúdo sinaliza aprovação às reformas. Despautério! O sindicalismo festeja o sucesso da greve geral. Desatino. Alardeia que a sociedade brasileira demonstrou que não tolera as reformas do governo golpista. Ilusão. Os patrícios não sabem nem o que está sendo reformado. O governo e seus antagonistas talvez devessem desperdiçar um naco de tempo para refletir sobre uma lamentável evidência: o grosso da população apertou o botão de dane-se.
A plateia olha para os sindicalistas e enxerga no rosto deles o pânico do risco de perder a boquinha do imposto sindical. Bocejos. A arquibancada observa os índices de reprovação de Temer nas pesquisas e intui que ele está pouco se lixando para as ruas. Boceja novamente ao se dar conta de que o presidente tem duas prioridades que se sobrepõem a todas as outras: passar a impressão de que comanda e não cair.
Falta remédio para os aposentados nas farmácias populares! O Congresso votou assim? O Congresso votará assado? Quem se importa? Há gente que se desespera ao abrir a porta da geladeira! O Renan criticou o Temer? O Temer dará novas benesses ao Renan? O que isso tem a ver com o café com leite do cidadão comum?
Há 14,2 milhões de brasileiros humilhados na fila do desemprego. Essa gente talvez não queira fazer greve. Prefere fazer a barba -ou a maquiagem- antes de seguir para a enésima entrevista de emprego. A política precisa enxergar o Brasil. A política partidária e também a sindical. Do contrário, vão se tornar invisíveis. Vivo, Cazuza cantaria: Suas ideias não correspondem aos fatos… E o tempo não para. (Josias de Souza) 

Protagonismo retrô.
Neste momento em que escrevo, militantes a serviço da organização criminosa que desgraçou o país põem em curso uma tentativa de greve geral que virou algo tipo Vamos queimar pneus e parar o Brasil na porrada e no miguelito. Todos sabiam o que iria acontecer e não imagino a CNBB, que enfaticamente apoiou o movimento, tão ingênua a ponto de desconhecer as infames técnicas de mobilização utilizadas pelos companheiros da CUT. É assim o protagonismo do retrocesso.
Atuam com bastante vigor em nosso país grupos que oferecem resistência cerrada ao futuro. Ou, para dizer o mesmo com vocábulos de sua predileção: dialogam com o passado e problematizam o progresso. De bom grado, se pudessem, parariam o relógio. Aferram-se a uma idiossincrasia da nossa cultura que, embora reconhecendo inegáveis defeitos na ordem política e social, preferem que nada mude. Está errado, sim, mas não mexe. Tem sido muito perceptível sua atuação nestes dias em que o Congresso Nacional tenta promover algumas reformas indispensáveis ao país. Por contraditório que pareça, dizem-se progressistas. CUT progressista? CNBB progressista? Já eram retrógrados nos anos 80! Nem toda militância e nem todo protagonismo social impulsiona o progresso. Atribuir malignidade a quem deseja promover reformas no país porque a vida, a demografia e o mundo do trabalho mudaram é maniqueísmo raso, primitivo, retrô.
É ele que mobiliza as energias do atraso contra a reforma trabalhista, por exemplo. Considera como núcleo de uma atividade política essencial a contribuição sindical obrigatória, mantenedora do parasitismo pelego e da transferência de recursos dos trabalhadores para os coletivos que aparelha e manipula. E que atividade política é essa que se realiza pela via sindical? Ela se chama corporativismo, um dos maiores e mais renitentes males do Estado brasileiro. Ops! Corporativismo? Mas não é ele a própria essência do Estado fascista? Leia, a propósito, o discurso de Mussolini sobre o Estado Corporativo proferido em 14 de dezembro de 1933. Claro que o corporativismo, nesse mesmo discurso do Duce, pressuporá em seu desenvolvimento um Estado totalitário, mas qual é o conceito de Estado postulado pelas atuais corporações? E em que tipo de ente estatal desembocariam as corporações vigentes no país se todas as rédeas lhes forem soltas? Pois é.
O protagonismo retrô ama a CLT. Jamais mencione suas analogias com a Carta del Lavoro porque, novamente, ops! A Carta del Lavoro é um documento essencial do fascismo, já bem conhecida como tal quando inspirou a legislação trabalhista brasileira. As muitas centenas de adendos e supressões que recebeu ao longo do tempo não lhe alteram a vertente. E a vertente não lhe retira, aos olhos do protagonismo retrô, sua suposta sacralidade.
O protagonismo retrô ama o Estado, de paixão. Se o Estado tivesse foto oficial, estaria emoldurado e exposto na parede, com marcas de batom. Tudo no Estado, nada contra o Estado e nada fora do Estado. Ops! Isso também é fascismo, é Mussolini falando, mas não diga porque a constatação os aborrece. Então, quando algo bom para a sociedade surge fora do controle do Estado, como o Uber, ou o Cabify, eles precisam, desesperadamente, estabelecer o modo pelo qual tais iniciativas sejam trazidas para o controle do Estado, para benefício do Estado e para dentro do Estado.
Acontece, leitor amigo, que, por mais que dialoguemos com o passado, por mais que o protagonismo retrô tente, sempre, deixar tudo como está, mesmo se tudo errado, é impossível deter o futuro, tanto quanto repetir a vida vivida. Impõe-se evitar, portanto, que algo assim se transforme em plataforma política e seja imposto a uma nação cujo presente lhe deixa muito claro: ou busca o futuro, ou vai estagnar em página virada. E eu não estou falando da Venezuela nem de Cuba, que tantos amores suscitam entre os protagonistas retrô. (Percival Puggina, arquiteto, empresário e escritor) 

Guernica em 3d 
Sobre a tela Guernica, há uma história que gosto muito que diz que durante a 2a guerra mundial, o general alemão Otto Abetz, que governava a Cidade de Paris ocupada pelos nazistas, dirigiu-se a Picasso e, referindo-se à tela Guernica, perguntou:
- Foi o senhor que fez este horror?
E Picasso respondeu: 
- Não, senhor general. Esse horror foi feito pelos senhores.
Toda a gente conhece a Guernica, um painel pintado a óleo com 782 x 351 cm, que Pablo Picasso apresentou em 1937 na exposição internacional de paris.
A tela, a preto e branco, representa o bombardeamento sofrido pela cidade espanhola de Guernica em 26 de abril de 1937 por aviões alemães e atualmente está exposta no Centro Nacional de Arte Rainha Sofia, em Madrid.
O pintor, que morava em Paris na altura, soube do massacre pelos jornais e pintou as pessoas, animais e edifícios destruídos pela força aérea nazi tal como os viu na sua imaginação.
Agora uma artista nova-iorquina, Lena Gieseke, que domina as mais modernas técnicas de infografia digital, decidiu propor uma versão 3d da célebre obra e colocá-la na net sob a forma de um vídeo.
O resultado é fascinante e permite-nos visualizar detalhes que de outro modo nos passariam despercebidos.
Esta técnica inovadora revela-se um instrumento poderoso para compreender melhor a forma de trabalhar do pintor e até o modo como funcionava a sua imaginação.
Nunca se ache demais, pois tudo o que é demais sobra, tudo o que sobra é resto e tudo o que é resto vai para o lixo. (Anônimo)

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