8 de abr. de 2017

Míssil, carne, polícia, assalto, a escolha.

 photo lascada_zpsc7tzauvj.jpg • FGTS: agências da Caixa abrem neste sábado para saque de contas inativas. 
• Temer não delegou o poder de negociações na proposta da Previdência. Desse modo, toda crise política que surgir por causa do tema vai parar no colo do presidente; Cedemos até onde podemos, diz Michel Temer sobre Previdência. Há 11 meses no Planalto, presidente afirma à Folha que não cometeu erros. Temer cogita reduzir idade para aposentadoria de mulheres. 
• Planalto autoriza modificações em 5 temas. Mudanças devem ocorrer em regras de transição, BPC, aposentadoria rural e pensões e aposentadorias especiais. 
• Governo eleva déficit a R$ 129 bi em 2018. Equipe econômica atribuiu rombo maior à demora na retomada da economia. 
• Inflação desacelera em março e se aproxima da meta. No acumulado de 12 meses, o índice oficial do governo avançou 4,57%. 
• Delação de marqueteiro Duda Mendonça expõe divergência entre PF e Procuradoria. Colaboração dele será a 1ª firmada pela PF a chegar ao STF; Janot vê inconstitucionalidade.
• Atuação de base na Câmara ameaça reformas de Temer, Derrotas impostas pelos deputados na análise de projetos do Planalto na Casa alertam o governo sobre futuras votações de mudanças trabalhistas e previdenciária. 
• Temer admite agenda negativa com ação no TSE. Em entrevista à rádio Bandeirantes, presidente afirmou que o processo é algo que atrapalha o governo e a retomada da economia. 
• Pezão diz que vai processar delator de esquema do TCE. Governador do Rio contesta versão de advogado que afirmou que peemedebista recebeu R$ 900 mil de desvios no tribunal. 
• Pronto, falei! Era possível fazer reforma sem empobrecer o Nordeste, diz Renan. Esses recuos mostram que é possível fazer reforma da Previdência sem empobrecer o Nordeste e os trabalhadores. Bastava ter ouvido antes, disse o senador Renan Calheiros (PMDB-AL), criticando atuação do governo Temer. 
• Ministro do STJ, Félix Fischer, manda soltar os cinco conselheiros do Tribunal de Contas do Rio. Na mesma decisão, o ministro determinou que os investigados fiquem afastados das funções por 180 dias. 
• Fachin deve divulgar vídeo com depoimentos dos delatores. Tendência de relator da Lava Jato é contestada por advogados de 16 executivos da Odebrecht. 
• Justiça bloqueia R$476,9 milhões do Partido Progressista e de 10 políticos. 
• PT impôs a participação da Odebrecht no contrato de submarinos. Compra de submarinos à França rendeu R$3,3 bilhões ao esquema. 
• Situação é controlada em presídio em Manaus. Conflitos deixaram 6 mortos; segundo a Seap, 20 presos foram transferidos para isolamento externo. 
• Chefe do setor de propinas da Odebrecht confirma que todo pagamento era sujo. US$3 bilhões pagos na era PT foram ilícitos, afirma delator. 
• Governo defende aplicação de condução coercitiva em ação no STF. Advocacia-Geral da União envia ao tribunal manifestação a favor de instrumento jurídico em processo da OAB que busca restringir recurso. 
• Odebrecht contratou empresa em Genebra para proteger informações de repasses. Na sede da empresa Safe Host, na Suíça, empreiteira mantinha os servidores que armazenavam dados de repasses de dinheiro de propinas no Brasil e no exterior. 
• Ministro Edson Fachin nega pedido de liberdade a Palocci. Ex-ministro de Lula e Dilma está preso por corrupção e lavagem. 
• O cinismo do mentiroso prefeito Crivella. O bispo Marcelo Crivella é um mentiroso contumaz. Desde que assumiu a prefeitura carioca faz tudo diferente do que prometeu. Nomeou seu filho secretário de estado que foi cassado pelo nepotismo do pai. O prefeito tentou justificar alegando que o filhote tem envergadura para o posto pois é psicólogo cristão, profissão não reconhecida. Teve um secretário com vasta ficha criminal. A filhota do Garotinho e seu vice-prefeito representam o Anthony no poder que Crivella garantiu não participaria do seu governo. Agora declarou ter comprada uma argamassa especial, nos Estados Unidos, condenada pelos especialistas e, o que é pior. Sem abrir concorrência pública e desmentido pelo presidente da empresa fabricante. O bispo não havia comprado nada. Até quando Crivella Pinóquio permanecerá mentindo cinicamente, enganando o povo sem sofrer suas consequências? (Nirson Murad)
• Correios podem pedir que CBDA devolva R$ 1,4 milhão. Estatal avalia exigir reparação à confederação por danos à imagem.

• Síria: cada míssil de Trump custou US$1 milhão. Cada um dos 59 Tomahawk lançados por Trump custa R$3 milhões. 
• EUA se dizem preparados para nova ação contra Assad. Embaixadora diz que ataque a base foi comedido; Tesouro propõe sanções. 
• Homem mata ao menos quatro com caminhão na Suécia. Premiê vê indícios terrorismo; nenhum grupo reivindicou autoria de ataque. 
• Rússia reforça defesa na Síria após ataque dos EUA. Bombardeio de base em retaliação ataque químico eleva tensão entre potências. 
• Eurasia vê 70% de chance de reforma robusta. Consultoria americana de risco avalia que concessões sinalizadas eram esperadas e fazem parte do jogo político. 

Efeito Renan envenena Câmara contra Temer.
Chama-se Michel Temer o principal responsável pelo estremecimento do conglomerado parlamentar que fornecia ao governo uma sólida maioria na Câmara dos Deputados. Ao permitir que Renan Calheiros assumisse no Senado o posto de principal líder da oposição, o presidente despertou nos deputados governistas a sensação de que faziam papel de bobos. Nesse enredo, os tolos da Câmara flertavam com o suicídio político na reforma da Previdência enquanto Renan, líder do PMDB no Senado, fazia pose de herói da resistência às reformas impopulares.
Na definição do líder de um dos principais partidos do bloco pró-Temer, a falta de reação do presidente às críticas de Renan transformou o Congresso Nacional num imenso subúrbio de Alagoas. Disseminou-se nos porões de Brasília a informação de que Renan sapateia sobre a cordialidade de Temer porque está mal nas pesquisas no seu Estado. E os deputados, também às voltas com dificuldades para renovar o mandato em 2018, passaram a sonhar com uma vida de alagoano, que lhes permita endurecer na oposição sem que o governo perca a ternura que lhes garante cargos e verbas.
O governo precisa de 308 votos na Câmara para aprovar as mexidas na Previdência. Temer e seus operadores não tinham a pretensão de repetir o extraordinário placar de 366 votos obtido na aprovação da emenda do teto de gastos. Dava-se de barato que a proximidade das eleições de 2018 resultaria em traições. Ainda assim, o Planalto imaginou que, correndo contra o relógio, prevaleceria sem dificuldades no plenário da Câmara. Mas o Efeito Renan engrossou o regimento de quintas-colunas, antecipando um fenômeno que Temer não esperava enfrentar senão no final do ano.
Além de perceber que sua maioria na Câmara é de vidro e pode se quebrar, o governo se deu conta de que sua articulação política já se estilhaçou. Um parlamentar do PSDB resumiu o drama vivido pela administração Temer na seara política assim:
Esse é um governo ornitológico. O presidente (Temer) se comporta como um pavão. O chefe da Casa Civil (Eliseu Padilha) acha que é um falcão. E, juntos, eles se dedicam a sabotar as ações do tucano alçado ao ministério para supostamente exercer as atribuições de coordenador político (Antonio Imbassahy). Temer e Padilha fazem com Imbassahy o que diziam que o Aloizio Mercadante fazia com eles na época em que a Dilma, na UTI, fingiu delegar a coordenação política para o PMDB.
Como se fosse pouco, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), principal aliado de Temer no Legislativo, é visto como um desafeto pelas viúvas de Eduardo Cunha, que sentem saudade da liderança de resultado$ que era exercida pelo ex-comandante preso em Curitiba. Dispersos, os antigos cães de guarda de Cunha passaram a adotar comportamento errático. A maioria parou de balançar o rabo para o governo quando Maia derrotou o ex-centrão na disputa pelo comando da Câmara. Agora, começam a morder.
Foi contra esse pano de fundo que Michel Temer autorizou nesta semana o relator da reforma da Previdência, deputado Arthur Maia (PPS-BA), a modificar o projeto original. O recuo privará o governo de economizar R$ 115,3 bilhões em dez anos. A cifra corresponde a 17% dos R$ 678 bilhões que o Tesouro estimava poupar no período se não houvesse nenhum recuo.
O neo-oposicionista Renan Calheiros rosnou nas redes sociais: Esses recuos do governo mostram que é possível fazer reforma da Previdência para a próxima década sem seguir a conta do mercado (R$ 738 bilhões em 10 anos), sem empobrecer o Nordeste e sem penalizar os trabalhadores. Bastava ter ouvido antes.
O que mais incomoda na desenvoltura de Renan é sensação de que Temer não reage porque não pode dizer que seu aliado merece interrogatório, não conversa. Se pudesse, Temer não hesitaria em alardear que sua impopularidade não tem nada a ver com a ruína eleitoral que o senador e seu herdeiro político, o governador alagoano Renan Filho, enfrentam na província.
Se tivesse condições, Temer gritaria aos quatro ventos que o eleitorado de Alagoas talvez torça o nariz para o pai porque a reputação dele está sub judice numa ação penal e em 12 inquéritos, nove dos quais na Lava Jato. Alardearia que o filho talvez seja corrido do governo estadual pela simples e boa razão de que fez uma gestão precária. O silêncio de Temer pode resultar em novos recuos. (Josias de Souza) 

Uma inesquecível vassourada.
Além do senador Renan Calheiros e do deputado Aníbal Gomes, estão sendo investigados pelo Supremo Tribunal Federal os senadores Valdir Raupp, Garibaldi Alves Filho, Agripino Maia e os deputados Walter Alves, Felipe Maia, Luiz Sérgio e Jandira Feghali, acusados de receber propina com recursos desviados da Transpetro. Também serão incluídos os ex-deputados Henrique Eduardo Alves, Cândido Vacareza, Jorge Bittar e Edson Santos, além da ex-senadora Ideli Salvatti.
Por enquanto liberada a conta-gotas, a lista de parlamentares e ex-parlamentares envolvidos com a corrupção chegará a 200, se não for um pouco mais. Deverão ser declarados inelegíveis, se condenados.
Nossos avós repetiam que Deus escreve certo por linhas tortas, tornando-se necessário dar-lhes razão. Porque renovação igual dificilmente acontecerá no Congresso. Para melhor ou para pior?
Fica difícil prever. Nunca será demais lembrar o Dr. Ulysses, para quem pior do que o atual Congresso, só o próximo. Em termos de gente nova, até agora a safra é restrita, nos partidos. Aliás, não é obrigatória a conclusão de que candidatos mais jovens venham a candidatar-se, ano que vem. Podem muito bem sair atrás dos votos que não tiveram em 2014 os candidatos de 2018. Se não conseguiram eleger-se antes, suas chances aumentarão, em boa parte, depois? Começarão deficitários.
Imaginá-los cheios de planos e programas, além de prematuro, é um risco. No passado, antes da apresentação dos times titulares, jogavam os reservas. Uma maldade, porque entravam em campo com o sol a pino, por volta das 13 horas, já que as partidas do elenco principal começavam às 15 ou 16 horas. Seria oportunidade para a promoção dos reservas?
Com as novas regras limitando e cerceando as campanhas, proibidas as doações de pessoas jurídicas, levarão vantagem os candidatos mais ricos. Outro descompasso.
Em suma, a renovação constitui uma dúvida, mesmo significando inesquecível vassourada nas representações. (Carlos Chagas) 

Poderá Lula ser candidato?
A decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de adiar o julgamento da chapa comandada por Dilma Rousseff em 2014 aumenta as chances de que Michael Temer fique no cargo até o final de 2018. Penso que os ministros fizeram uma opção política, entendendo ser difícil derrubar um presidente da República a partir de plenário dedicado a fiscalizar procedimentos eleitorais. Com isso, o próximo capítulo crucial da crise passa a ser o veredito a respeito da candidatura Lula.
No lusco-fusco em que nos encontramos -uma situação que oscila entre a plenitude democrática e surtos de exceção ocasionais, porém frequentes- o destino jurídico do líder petista será chave. Caso Lula possa candidatar-se, a recomposição do tecido democrático esgarçado pelo golpe parlamentar ganha densidade. Na hipótese contrária, a instabilidade tende a se prolongar, abrindo caminho para saídas autoritárias.
Apesar da arbitrariedade do impeachment sem crime de responsabilidade, até aqui os direitos fundamentais não foram suspensos e o último pleito municipal ocorreu em clima de liberdade. Episódios suspeitos, como a invasão a tiros de uma escola do MST, se multiplicam, mas ainda sem caracterizar uma política repressiva do Estado, típica de regimes fechados. Porém, enquanto não houver eleições presidenciais livres e justas, permanecerá uma zona cinzenta, na qual tudo pode acontecer.
Não importa, portanto, que Lula ganhe, e sim que consiga concorrer em igualdade de condições. Estaria, assim, garantida a chance de alternância de poder, elemento indispensável do processo democrático. Como desde 1945 a polarização central no Brasil se dá entre um partido da classe média e um partido popular, a presença de Lula garantiria a representação das principais camadas sociais, uma vez que o PSDB com certeza estará na cédula.
O raciocínio acima nada tem a ver com apoio ao ex-presidente, cujo programa real tende a ser ultramoderado. Tampouco se imiscui nas questões jurídicas que dizem respeito à pessoa física do antigo mandatário.
Apenas expressa a constatação analítica de que o lulismo continua a ter base popular e ninguém o encarna melhor do que o próprio Lula. Convém lembrar que a Constituição de 1988, coroamento da longa redemocratização, expressa o compromisso implícito de que as forças populares não seriam mais alijadas da disputa pela direção do Estado.
Lula encontra-se, como Juscelino Kubitschek após o golpe de 1964, à espera de que o calendário eleitoral se cumpra e ele possa concorrer para promover a conciliação. Naquela ocasião, os militares, por verem JK como a volta do populismo, cancelaram a eleição presidencial direta por um quarto de século. Que 1965 não se repita. (André Singer) 

Na nossa geração, José Mayer, isso terminava em sopapo.
Tristemente, sou sim fruto de uma geração que aprendeu, erradamente, que atitudes machistas, invasivas e abusivas podem ser disfarçadas de brincadeiras ou piadas. Não podem. Não são. Aprendi nos últimos dias o que levei 60 anos sem aprender. O mundo mudou. E isso é bom. Eu preciso e quero mudar junto com ele. (Extraído do longo pedido de desculpas do ator José Mayer após sua agressão a uma figurinista da TV Globo).
Lendo atentamente, percebe-se que o documento do qual extraí o pequeno trecho acima tem uma eloquência demasiada. Dá impressão de que o redator, notando o péssimo efeito colateral de sua desastrosa investida, quis penitenciar-se plenamente, às antigas. Foi do oitenta do desrespeito ao oitenta da contrição. Sua mensagem, urbe et orbi, preenche todos os requisitos formais. Mas...
Mas foi além da conta. Incorreu no que, em juridiquês, se chama extra petita, extrapolou o pedido, buscando remissão e indulgência plenária a toda uma geração de brasileiros, que, na forma da transcrição acima, o teria educado para atitudes machistas, invasivas e abusivas.
Aí não, José Mayer! Você não tem autoridade para falar em nome de uma geração que é também a minha, onde esse tipo de coisa terminava, inevitavelmente, em sopapo, exatamente por não ser tolerada. Sempre havia um amigo, um namorado, um colega, um irmão para aplicar ao abusado o devido corretivo. Em tais eventualidades, a natural reação masculina era de repulsa e de proteção à mulher agredida.
Portanto, senhor José Mayer, fale por si. Faça sua catarse, mas não use esse estratagema rasteiro de distribuir suas culpas pessoais e seus desvios de conduta sobre os ombros de uma inteira geração de brasileiros que nada têm a ver com elas, exceto para expressar repúdio e indignação.
Ademais, e finalizando, um homem de 67 anos, designado ao papel de galã de novela, deveria ter discernimento e saber o que é personagem e o que é vida real, para atuar bem no primeiro caso e não ser ridículo no segundo. Aliás, melhor ainda seria se José Mayer parasse de bancar galã da novela das oito e se assumisse como zeloso cuidador de netinho na novela das seis. (Percival Puggina, arquiteto, empresário e escritor) 
Momentos há em que devemos decidir. O país parece dividido, aparvalhado ante insegurança e politicalha e não sabe onde olhar ou desligar a tv. Mais fases difíceis. Quem é quem à nossa frente? Pense e não caia na esparrela. (AA)

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