18 de mar. de 2017

Um país entregue...

 photo carnefraca_zpstbaeldwd.jpgCarne Fraca: governo suspeita de espionagem. 'Carne Fraca': escândalo pode banir Brasil do mercado mundial; EUA e União Europeia pedem informações ao governo brasileiro; Operação da PF prende fiscais e atinge as gigantes da carne. Segundo a PF, funcionários liberavam produtos adulterados em troca de propina. JBS e BRF negam que tenham cometido irregularidades. Segundo PF, esquema de propinas permitiu venda de alimento adulterado; mesmo antes de comprovação cabal, caso prejudica economia; PF acusa frigoríficos de usar cancerígenos em carne e papelão em frango; Operação Carne Fraca teve início investigando merenda. Salsicha prometida a alunos como de peru era feita de soja, diz PF; Bolsa de Valores: ações de frigoríficos despencam; JBS doou R$ 200 mil a Osmar Serraglio para campanha eleitoral de 2014; O que fazer para evitar carne podre: Na dúvida, não coma, afirma especialista. 
• Fim do novo prazo. Pouco mudou: proposta de reforma da Previdência tem 164 emendas. 
• Preconceito, crise e medo dificultam emprego de detento. Só 1 em 10 detentos faz capacitação nas prisões e 20% trabalham. 
• Brechas reduzem chance de punição por caixa dois. Casos são enquadrados como crime eleitoral, mas nunca houve condenação. 
• Só agora, quase um ano depois da saída de Dilma Rousseff, o governo petista chegou de fato ao fim. Os que se agarraram às boquinhas no governo federal receberam os últimos pagamentos de quarentenas concedidas pela Comissão de Ética Pública. Foram pagamentos mensais de até R$126 mil (caso do ex-presidente da Petrobras Aldemir Bendine). Até o fim de 2016, as quarentenas custaram R$ 7,2 milhões. 
• Primeiro delator da Lava Jato pode voltar à prisão. Procuradores apontam contradições nas falas de Paulo Roberto Costa. 
• Justiça manda mulher de Cabral para prisão domiciliar. Para juiz, filhos do casal teriam criação comprometida com a mãe longe. Por que não o mesmo às mulheres presidiárias? 
• Juiz liberta Adriana Ancelmo...por que? O meritíssimo juiz Doutor Bretas assinou decreto libertando Adriana Ancelmo, ladra, mulher do corrupto maior, sem limites, Sérgio Cabral Filho. Segundo justificou o Doutor Bretas, ao tomar tal decisão, os filhos da bandidona, de 14 e 10 anos não poderiam ser penalizados e a mãe, liberta, poderá cuidar das crias. Respeitosamente, meritíssimo, e a avó, Suely Cabral, não poderá assumir a guarda dos netos? Nessa impossibilidade, não existe nenhum parente direto da mãe ou do pai para assumir a guarda das crianças? Realmente, era necessário premiar a mafiosa, concedendo-lhe essa benesse? (Mirson Murad) 
• Petrobras reajusta gás de botijão de 13 quilos. Segundo a estatal, o preço pode subir até 3,1% para o consumidor. 
• TCU manda governo mudar leniência com empreiteiras. Tribunal de Contas da União determina que Ministério da Transparência e CGU corrijam negociação de acordos que suspendem punições a empresas investigadas. 
• Gilmar Mendes determina urgência para ação contra condução coercitiva. Ministro do Supremo destaca relevância da matéria em que entidade pede que medida não seja aplicada em fase de investigação. 
• Justiça condena Carlinhos Cachoeira e mais 15 pessoas por contrabando. 
• Macacos e a febre amarela: um serviço para Sherlock Holmes. 
• Com apoio do TSE, Jucá elabora proposta para rever legislação de partidos. De acordo com senador, ideia é transferir para tribunal todo tipo de causa que diga respeito às legendas. 
• Para facilitar mudanças, Serra quer tirar sistema eleitoral da Constituição. Senador deve apresentar proposta, discutida em jantar na casa do presidente do TSE, na próxima semana. 
• Odebrecht pagará R$ 30 mi por ação trabalhista em Angola. Empresa teria mantido mais de 400 trabalhadores em condições análogas à escravidão na construção da usina de açúcar e etanol Biocom, no país africano. 

A explosão do presidente.
Ao aterrissar no aeroporto Santos Dumont, o então avião presidencial, o BAC-One Eleven, raspou sua cauda na pista. Mesmo assim, taxiou normalmente, até a parada dos motores. O chefe da Segurança, coronel Vale, alertou os passageiros para que deixassem rapidamente a aeronave, que poderia explodir. Recomendou ao presidente Costa e Silva, que corresse. O velho general irritou-se e respondeu: O presidente explode, mas não corre!
O episódio se conta a propósito de outro presidente que, às voltas com a explosão de seu governo, procura manter uma postura de normalidade. Apesar de seis de seus ministros estarem incluídos na lista do Janot, passíveis de condenação, Michel Temer recomendou a todos continuarem no exercício de suas funções, como se nada tivesse acontecido.
A gente fica pensando no que acontecerá caso Eliseu Padilha, chefe da Casa Civil, puxando a fila de outros, venha a se transformar em réu do Lava Jato. Conseguirá o presidente preservar a dignidade de seu governo? Quando pipocarem evidências de malfeitos de parte de sua equipe, junto com as demissões, receberão a protocolar carta de elogios e agradecimentos pelos serviços prestados?
Não seria melhor dispensá-los antes, em silêncio, para evitar o vexame? Nada parece mais oportuno do que uma reforma do ministério, ampla, geral e irrestrita. Até hoje o governo, com raras exceções, tem sido um condomínio de facções partidárias ávidas de participar do poder e de suas benesses. Desafia-se que alguém, hoje, possa citar na ponta da língua, os nomes de todos os ministros e suas respectivas filiações. Muito menos suas realizações. A oportunidade é ímpar para trocar todo mundo, abrindo espaços para a convocação de auxiliares sem compromisso com a corrupção. Fora dai, o risco é de Michel Temer explodir, junto com as instituições… (Carlos Chagas) 

O falso equívoco.
Num dia de fevereiro de 1967, Nelson Rodrigues saltou do táxi na avenida Rio Branco e escutou um camelô gritar: A nova Prostituição do Brasil! A nova Prostituição do Brasil!. Ficou intrigado. Pela primeira vez, via uma prostituição sendo promovida como sabonete, Coca-Cola, Grapette. Olhou em volta. O camelô, que só faltava virar cambalhotas de euforia, vibrava um folheto apregoando a nova Prostituição do Brasil.
O que espantou Nelson é que ninguém parecesse se espantar. Atravessou a avenida com aquele som nos ouvidos e se sentindo parte de um mundo irreal, em que era natural alguém anunciar, aos berros, A nova Prostituição do Brasil! A nova Prostituição do Brasil!. Atravessou de volta e só então se deu conta do equívoco auditivo: o camelô - que, de repente, não era mais um eufórico exuberante, mas um pobre diabo, triste e desdentado, dizia apenas: A nova Constituição do Brasil! A nova Constituição do Brasil!.
Era a Constituição de 1967, imposta pelos militares para substituir a de 1946, a mais liberal da nossa história. Seu texto, que não fora fruto de uma Constituinte, incorporava os atos do regime militar de 1964, asfixiava o Legislativo e o Judiciário e permitia ao Estado suspender garantias e direitos individuais. Foi aprovada por um Congresso mutilado e oprimido.
Um dos autores dessa Constituição era o ministro da Justiça Carlos Medeiros Silva, que, pouco antes, em 1966, proibira o romance de Nelson, O Casamento, recém-lançado. Não era legal ainda a proibição de livros no Brasil. Nelson lutou e, a custo, conseguiu que seu grande livro fosse liberado.
Mas não deixou passar a oportunidade de comparar aquela Constituição - cuja entrada em vigor fez 50 anos outro dia - àquilo que, para todos, ela era exatamente: uma nova prostituição do Brasil. (Ruy Castro) 

Lula candidato.
Para Luiz Inácio Lula da Silva, faz mesmo todo o sentido sair como candidato a presidente no pleito de 2018.
A vantagem mais óbvia é que Lula terá um discurso para contrapor às acusações que enfrenta na Justiça. Poderá dizer que os processos não passam de uma tentativa de afastá-lo das eleições, tentando assim transformar a discussão jurídica numa disputa política. E, se ele for condenado em segunda instância antes do pleito, hipótese em que não poderia concorrer e correria até o risco de ser preso, sempre poderá atribuir o desfecho à contenda eleitoral e não a seu comportamento ético.
Para o PT também existem benefícios de curto prazo. Em primeiro lugar, ao sair com Lula, diminuem as chances de o partido sofrer uma derrota acachapante nas urnas, semelhante à que ocorreu no último pleito municipal. A união das tendências em torno da candidatura do ex-presidente também evita que o partido rache no que provavelmente é o momento mais difícil de sua história.
Receio, porém, que no médio e no longo prazo, seria mais vantajoso para o PT e para a própria democracia brasileira que a agremiação não ficasse estacionada no passado, mas conseguisse renovar-se, para o que é fundamental que ela passe por um processo de autocrítica que precisa abarcar tanto o aspecto ético -mesmo que Lula seja inocentado, está claro que várias lideranças se lambuzaram, para usar a expressão de um petista ilustre- como o programático -um bom pedaço da crise que enfrentamos pode ser atribuído a uma visão equivocada do partido sobre o funcionamento da economia. E será muito difícil fazer essa autocrítica enquanto Lula se mantiver na posição de esteio da legenda.
Toda democracia precisa de um partido de massas mais à esquerda. Até aqui, foi o PT quem desempenhou este papel de forma inconteste. Se um PT renovado não ocupar este espaço, outra agremiação o fará. (Hélio Schwartsman) 
Toda seita é uma bandeira de erro. Não há seitas na geometria… (Voltaire)

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