15 de mar. de 2017

Suspeição e espera dos julgamentos. Quando...

• Muita gente acordou mais cedo no Rio para tomar vacina contra a febre amarela.
• Janot pede a abertura de 83 inquéritos ao STF com base nas delações da Odebrecht
• Herman nega pedido de Dilma para tomar depoimento de Padilha.
• Número de políticos investigados não foi divulgado pela Procuradoria-Geral da República, que também solicitou ao ministro Edson Fachin a retirada do sigilo das apurações da maior delação da história do país.
• Lula, Dilma e Ciro vão reinaugurar obra entregue por Temer.
• MPF e Justiça exigiram que dinheiro recuperado de Cabral algo entre R$ 250 e R$ 270 milhões, vá para aposentados.
• Governo Rio e Prefeitinho preocupam entendimento do povo. Após repercussão negativa, Pezão recua e revoga nomeação de ré na Lava Jato.
• MST invade e vandaliza prédio do Ministério da Fazenda, em protesto contra reforma da Previdência. Ao menos 500 manifestantes quebraram vidraças e ocuparam local; Em SP, Superintendência Regional do INSS também é invadida durante protestos.
• No Senado, com 42 assinaturas, CPI da previdência pode ser instalada este mês. Com pontos polêmicos, deputados apresentam 69 emendas à reforma da Previdência.
• Regulamentação do lobby. Líder do PT na Câmara quer acabar com prisões baseadas apenas com delações.
• Regularização de ativos. Senadores aprovam reabertura da repatriação de recursos.

Adeus, renovação.
Feito o lobisomem que aparece nas noites de lua cheia, caiu no Congresso, mais uma vez, a proposta da eleição de deputados em lista fechada, na discussão da reforma política. O eleitor não votaria no candidato de sua preferência, mas na sigla de um partido cujos caciques comporiam a relação dos companheiros dignos de receber os votos. Imagine-se quem os dirigentes partidários colocariam nos primeiros lugares: eles mesmo, ainda que se fosse para ser votados individualmente, ficariam na rabeira.
Trata-se de mais uma vigarice dos mesmos de sempre.
Fica estranho que depois de a Câmara dos Deputados haver rejeitado a sugestão, tempos atrás, ela retorne impávida pela manobra dos mesmos de sempre. Quem puxa a fila, agora, é o presidente do Congresso, Eunício Oliveira, por sinal o senador mais votado no Ceará.
A reforma política segue os passos da vaca: vai para o brejo, ainda que se tenha a certeza de sua rejeição pelo bom senso.
A reforma política ressurge em meio à crise gerada pela tentativa de aceitação do Caixa Dois, outra agressão abominável. Suas Excelências imaginam que uma das duas excrescências acabará aprovada, coisa que lhes basta para continuar boiando no esgoto.
Nada de novo acontece sob o sol. Porventura aprovada a lista fechada, seria inócuo o desvio de recursos ilícitos do Caixa Dois para a preservação dos mandatos dos controladores dos partidos. Garantiriam seus lugares, verdadeiramente o que lhes interessa. A renovação ficaria para as calendas, em todas as legendas. (Carlos Chagas) 

Ao depor como réu, Lula se equiparou a Deus.
Em seu primeiro depoimento como réu em processo da Lava Jato, Lula se colocou no lugar de Deus. Disse ao juiz Ricardo Augusto Soares Leite, da 10ª Vara Federal de Brasília, que o primeiro-amigo José Carlos Bumlai não estava autorizado a discutir negócios. O magistrado perguntou se Bumlai poderia ter usado o nome de Lula. E o interrogado: Doutor, se o senhor soubesse quanta gente usa o meu nome em vão! De vez em quando eu fico pensando pras pessoas (sic) lerem a Bíblia, pra não usar tanto o meu nome em vão.
Lula decerto se referia aos dois trechos da Bíblia que anotam os Dez Mandamentos que Deus entregou ao seu marqueteiro, o profeta Moisés, para que ele os propagandeasse. As Tábuas da Lei estão disponíveis em Êxodo 20,2-17 e Deuteronômio 5,6-21. Incluem o seguinte preceito: Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão; porque o Senhor não terá por inocente o que tomar o seu nome em vão.
Se pudesse, Deus talvez escolhesse viver no Brasil. Como a onipresença obriga o Todo-Poderoso a estar em toda parte, Lula o representa no território nacional. Mas a divindade petista não se sente obrigada a observar todos os mandamentos. Dá de ombros, por exemplo, para o Não Furtarás. A certa altura do depoimento, Lula disse: Me ofende profundamente a informação de que o PT é uma organização criminosa.
Lula talvez não tenha notado, mas ele próprio já frequenta as páginas de cinco ações penais na posição de protagonista. De resto, o sistema carcerário de Curitiba está apinhado de petistas: José Dirceu, Antonio Palocci, João Vaccari Neto, Renato Duque… (Josias de Souza) 

Pantomima de esquerda vai às ruas hoje. Patrocínio: direita xucra.
Que o dia amanheça com as características de que o diabo gosta, bem, disso não se duvide. Há tempos está marcado o protesto desta quarta-feira em São Paulo e outras cidades contra as reformas trabalhista e da Previdência. É evidente que o ato está sob o controle do PT e da CUT, que dispõem de recursos para fazer barulho. Mas ao menos um aliado do governo Temer disputa um lugar entre os protagonistas: o deputado Paulinho da Força (SDD-SP). Ele não abre mão dos cargos do governo. Só não quer a sua pauta. Mas e o diabo com isso?
Bem, Rodrigo Janot deu a sua força com a chamada Lista dos 83. O timing foi perfeito. Ora, qual é a tese essencial do PT? Tudo o que se diz contra o partido tem um elemento de armação e conspiração porque, na verdade, todos são iguais. Como já destaquei aqui, a exclusividade petista - ter comandado a maior máquina de que se tem notícia de assalto permanente aos cofres - se perdeu.
Mais: Lula prestou um depoimento nesta terça da 10ª Vara Federal de Brasília. Deve ter sido uma das peças mais bisonhas da Justiça Federal em todos os tempos. O evento serviu apenas para que o pré-presidenciável do PT usasse o depoimento como palanque. Não lhe foi feita uma única pergunta que não fosse platitude. Os petistas comemoraram.
Notem: as circunstâncias conspiram em favor do fortalecimento do discurso de viés esquerdista. E é evidente que parcelas consideráveis da opinião pública veem com reservas a reforma da Previdência - sem a qual o país vai para o vinagre. O viés é quase sempre aquele das ruas, como chamaria Elio Gaspari: Se os políticos roubaram tudo, por que nós vamos pagar o pato?. Vá convencer essas pessoas de que a Previdência estaria quebrada ainda que o Brasil fosse composto apenas de homens e mulheres moralmente honestos.
A desonestidade, no caso da Previdência, é com a matemática.
E as sandices vão se multiplicando, com estupidez crescente e convicta. Ainda ontem, setores da Internet de direita (ou que se dizem de…) já tratavam como condenados aqueles que Rodrigo Janot nem ainda denunciou. Ele apenas pediu abertura de inquérito. Ao mesmo tempo, ora vejam, tais setores saudavam a reforma da Previdência como uma necessidade imperiosa.
Então ficamos assim. Ao mesmo tempo em que grupos excitam o seu povo de direita a se lançar contra o Parlamento (oh, claro!, apenas contra a ala desonesta!) -, cobra-se que esse mesmo Parlamento compre briga com o povo de esquerda, entenderam? A ambição dos valentes, em suma, é que o Poder Legislativo se lasque com 100% do povo. Só assim haverá renovação, escreveu um desses luminares.
Não creio que seja burrice. Talvez seja só oportunismo. Pode ser coisa pior.
O dia promete ser confuso em São Paulo - que é para onde os olhos se voltarão. Mais uma vez, os esquerdistas (agora com Paulinho) escolhem um dia útil para o protesto. Compreensível. Os sindicalistas e militantes profissionais estão com a vida ganha. Se vão reunir pouca gente ou muita, não sei. O transtorno será grande.
Ainda que a Justiça tenha determinado que não haja paralisação do serviço, o Sindicato dos Metroviários - comando por uma miríade de esquerdistas, sob a centralização do PSOL - aprovou a greve. Há duas decisões contrárias à paralisação dos motoristas de ônibus. Até onde se sabe, a decisão de interromper o serviço por algum tempo está mantida. Professores da rede estadual também aderiram à paralisação.
Se não mudar de ideia, Lula discursa na concentração da Avenida Paulista.
Como vocês sabem, isso tudo, para mim, é como o capítulo repetido de uma novela. Cada uma dessas etapas foi antevista aqui. Sim, as ruas estarão cheias de vermelho nesta quarta.
Mas, na raiz desse evento, jamais se esqueçam, estão a direita xucra e sua falta congênita de livros. (Reinaldo Azevedo)

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