21 de fev. de 2017

Povo pipoca nas ruas e em mãos governamentais.

• Alerj ignora greve e abre caminho para venda da Cedae para pagar salário atrasado. Texto base foi aprovado mesmo com paralisação de servidores; venda da estatal é exigência do governo federal em troca de socorro financeiro ao estado; Assembleia do Rio aprova privatização da Cedae. O texto-base do projeto de lei que autoriza a privatização da Cedae, a estatal fluminense de águas e esgoto, foi aprovado nesta segunda-feira, 20, na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). O governo Luiz Fernando Pezão (PMDB) conseguiu a aprovação por 41 votos a favor e 28 contra - um deputado não votou. A medida é exigida pelo governo federal como contrapartida do plano de recuperação fiscal, firmado com o Rio no fim de janeiro. 
• Cassação do mandato de Pezão é publicada; Rio pode ter eleição ainda em 2017. Pezão e o vice, Francisco Dornelles, podem permanecer no cargo até julgamento do caso pelo Tribunal Superior Eleitoral, a quem irão recorrer. 
• O plenário do Senado realiza nesta terça-feira (21) a sabatina do ex-ministro da Justiça Alexandre de Moraes, indicado para a vaga de Teori Zavascki no Supremo Tribunal Federal. A sabatina e votação do nome na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) ocorrerá durante a manhã, podendo se estender até o início da tarde. O presidente da Casa, Eunício Oliveira (PMDB-CE), já informou que pretende levar ao plenário no mesmo dia. 
• Plano de recuperação dos Estados prevê privatizar empresas. Equipe econômica finalizou texto e delimitou vendas em energia, saneamento e setor financeiro. 
• Brasil teria de crescer 3,7% ao ano para manter a atual aposentadoria. 
• Governo federal autoriza atuação da Força Nacional em mais três estados. Além de Rio e Espirito Santo, agentes irão atuar no Rio Grande do Sul, no Rio Grande do Norte e em Sergipe; medida integra Plano Nacional de Segurança. 
• Reforma da Previdência será alterada por pressão popular, diz diretor do Diap 
• Diretor do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar, entidade parceira do Diálogos Congresso em Foco, Antônio Augusto de Queiroz diz que proposta de Temer não é reforma, mas desmonte da Previdência Social, e que pressão fará Congresso rever pontos polêmicos. 
• Fazenda quer anular julgamentos no Carf que somam multas de R$ 30 bi. Corregedoria vai entrar com pedido de nulidade de processos considerados irregulares pelo MPF. 
• Ó nível!! Jucá diz que foro deve ser suruba para todo mundo. Suruba é suruba. Aí é todo mundo na suruba, diz senador; parlamentares ameaçam tirar benefício dos juízes.
• PF afirma que Lula e Dilma tentaram obstruir Lava Jato. Polícia viu indícios de crime na nomeação do ex-presidente à Casa Civil. 
• Mas já! Doria diz a Alckmin que não pensa no Planalto. Projeção alcançada pelo prefeito acende alerta em aliados de governador. 
• Indústria contesta indenização bilionária a transmissoras de energia. Setor não descarta ir à Justiça para evitar aumento de gastos de 25%, em média, com a conta de luz. 
• Os motivos por trás da campanha contra o papa Francisco nas ruas de Roma. Leia

Honestidade e verdade em falta.
Dizia a finada Lei de Imprensa que toda noticia deveria ser honesta e verdadeira, valores que o Código de Ética dos jornalistas ainda conserva. O Congresso revogou a lei, deixando o vazio em seu lugar. Esse é o problema. Porque além dos vícios da informação, não raro eivada de desonestidade e de mentira, existe outro pecado capital em nossa atividade. Trata-se da não-informação. Da omissão de notícias que deveriam ser, além de honestas e verdadeiras, apresentadas à opinião pública, mas não são.
Tome-se as pesquisas eleitorais. Discute-se a sua realização, isto é, se devem acontecer, em especial às vésperas das eleições quando poderão influenciar o eleitor menos esclarecido. Admitidas, porém, como um aprimoramento democrático, sendo honestas e verdadeiras, o que dizer de sua omissão, de acordo com os interesses dos proprietários dos meios de comunicação?
Em condições normais de temperatura e de pressão, em especial em épocas de crise, as pesquisas eleitorais costumam ser valorizadas na confecção das edições impressas, televisadas e eletrônicas. Balizam as atenções e até reforçam as tendências.
É de estranhar, assim, as omissões deliberadas das consultas populares realizadas nos últimos meses. Alguns veículos ainda apresentam, diluídos e condenados a páginas internas, meras referências aos resultados. A maioria, no entanto, as ignora olimpicamente, quando ainda recentemente ganhavam as primeiras páginas.
Por que? Porque os barões da imprensa vem sendo contrariados seus desejos. Empenharam-se em ampla campanha para desmoralizar o PT, iniciativa até louvável para compensar o mal praticado pelo partido, mas não tem o direito de ignorar as preferências do partido e da maioria do eleitorado em torno da candidatura do Lula. Porque mesmo nas entrelinhas, os resultados indicam que o ex-presidente seria eleito até no primeiro turno. É muito cedo para conclusões, o ex-presidente poderá se dar mal. Mas hoje, a notícia é essa, que a mídia deveria divulgar por obrigação ética, mas não divulga.
Honestidade e verdade parecem mercadoria em falta, nas prateleiras dos meios de comunicação. (Carlos Chagas) 

Extrema direita que arma a volta de Lula se junta contra mim!
Os xucros se juntaram ao lado místico-salvacionista da Lava Jato e conduziram o processo político a uma crise que tem tudo para devolver o país às esquerdas.
Por que a extrema direita resolveu decretar, como quer o mais tolinho e circense deles, a minha morte? Porque cravei a expressão direita xucra para definir aqueles que, na prática, estão criando o caldo de cultura para a volta das esquerdas. A recuperação eleitoral de Lula e um voto hoje majoritário com sinal de esquerda - não quer dizer que fique assim - decorrem da permanente depredação da política. Mesmo o funcionamento normal dos Poderes, com suas regras e ritos, é visto como instrumento da impunidade. A pergunta que boa parte da população se faz é esta: Se ninguém presta, por que tiraram o PT do poder?.
Mas não é só. Apontei que a manifestação marcada para o dia 26 acabará entrando como um passivo na conta de um governo que, a duras penas, tem conseguido recriar os fundamentos para a recuperação da economia. Há mais: já que ninguém ameaça a Lava Jato - ou demonstrem o contrário! - e ela pode seguir fazendo o seu trabalho, o terreno não petista deveria se dedicar aos temas, estes, sim, afinados com uma reforma liberal: reforma da Previdência, reforma trabalhista e reforma política para aprimorar a representação.
Sim, as pessoas têm suas prioridades. Qualquer cabeça liberal organizada, que tem uma razoável distância entre o fígado e o cérebro, sabe que, para o futuro, mais importante do que a sanha punitiva (que se aplique a lei, ora!) é criar estruturas que impeçam que os erros se repitam; é criar um modelo que dependa menos de arbitragens individuais; é criar um arcabouço institucional infenso a entes de razão, como o PT, que aparelham o estado; é criar regras que impeçam a democracia de ser - para usar uma palavra que Tiago Pavinatto recuperou, esmagada pelos escombros da ignorância militante - um apanhado de solipsismos truculentos de senhores da guerra.
Aqui uma nota: entre as vigarices que se espalham pelas redes, acusam-me de ter passado a atacar o MBL. É uma mentira! É uma farsa grotesca! Até porque os mesmos que agora se apresentam como hienas, achando que sou a carniça, também tinham o movimento como alvo até outro dia. Tampouco, já deixei isso claro, considero que um movimento como Vem Pra Rua integra essa extrema direita que relincha.
De volta ao ponto
Boa parte dos que agora se juntam para gritar Destruam Reinaldo Azevedo! Ele não é direita! Nós somos a verdadeira direita estava calada quando o PT dava as cartas. Tinha receio de falar. Outros, é o caso de Olavo de Carvalho, precisam de uma esquerda poderosa e no poder para que possam exercer a sua pantomima de resistência.
Há uma diferença entre combater a esquerda por convicção e fazê-lo como meio de vida. Vocês não se comovem com intelectuais que ficam pedindo contribuições a seus seguidores, alegando perseguição? Ora, são perseguidos apenas pela sua preguiça e pela sua incompetência. Quando não pelas duas coisas, somadas à arrogância. Uma das razões que os enfurecem são os meus vários empregos. Dizem: Ah, ele é a direita que a mídia deixa aparecer!.
Não! Eu sou a direita que civiliza o debate e não ataca o eleitor de Lula porque ele é nordestino. Eu sou a direita que pede a venda de todas as estatais, sem exceção, em vez de sair por aí a atacar homossexuais. A propósito: perguntem se o presidenciável Jair Bolsonaro venderia a Petrobras e o Banco do Brasil… Seus fiéis acham mais importante atacar gays que se beijam em público. Eu sou a direita que submete, sim, certas convicções à realidade. Tome-se o caso das drogas: as pessoas são livres para se matar. Mas a legalização não, vamos lá, uma matéria solipsista. É preciso ver em que contexto se dá.
A esquerda voltando, e eles…
Ora, vejam que coisa: a esquerda voltando ao poder, e a extrema direita conjurada para atacar… Reinaldo Azevedo!!! Eis a prioridade deles. E os vermelhos e oportunistas, claro!, se divertem. Certa senhora diz que que vai revelar uma grande bomba sobre mim, os meus segredos (que medinho!!!), e páginas de esquerda estampam isso em títulos garrafais.
Eu estava certo/ Há muito eu vinha alertando que certos desvios de conduta da Lava Jato, associados a esse espírito miliciano que transforma simples divergência em sabotagem, como faziam antes os petistas, acabariam revigorando a esquerda. E, como observou Elio Gaspari - de quem costumo divergir, diga-se -, a jararaca está viva e engordou.
Querem mais? Se os prazos forem cumpridos como de hábito, sem aceleração oportunista, a eleição de 2018 acontece antes de Lula ser condenado na segunda instância - na hipótese de que vá, claro! Na primeira instância, será: ninguém duvida da honradez de Sergio Moro. E, sim, o homem é um candidato viável.
Mas o inimigo a ser destruído pela extrema direita sou eu.
Eu estava certo. Os extremistas, oportunistas e especuladores resolveram se ligar à ala místico-salvacionista da Lava Jato e levaram a política à lona. É o cenário ideal para o crescimento de fascistoides de esquerda e de direita. Não por acaso, Lula lidera a mais recente pesquisa. Em segundo lugar, empatado com Marina, está Bolsonaro…
Imaginem, a esta altura, o espírito daqueles que têm de se arriscar, porque sempre há risco, para investir no país.
É evidente que a demanda dos que me acompanham para eu responder àqueles que me atacam é gigantesca. Agora o grupo conta até com uma espécie de mestre de cerimônias. Proponho a todos vocês um exercício: a cada vez que alguém identificado com a direita me atacar, recorram ao Google e procurem saber o que falei a respeito da pessoa em questão no meu blog, no passado. Não há exceção. Ou foram elogiados ou foram defendidos por mim quando o meu blog era uma das poucas trincheiras de combate ao PT.
Alguém poderia indagar: E por que eles todos passaram a atacá-lo? A culpa deve ser sua. Bem, a minha responsabilidade aí se limita a algo de que não me arrependo: uso de boa-fé com as pessoas e parto do princípio de que fazem o mesmo comigo. Nos casos mais virulentos, a razão é apenas uma: são pessoas querendo ganhar espaço no chamado mercado de ideias da direita. É claro que isso define caráter. Fazer o quê?
Recorrem a uma farsa para tentar justificar as suas agressões, que têm razão puramente comerciais: Reinaldo Azevedo mudou de opinião sobre isso e aquilo…. Uma ova! Nem sobre isso nem sobre aquilo. Eu só me recuso a ser patrulhado por quem quer que seja. Nem pelos petistas nem pelos antipetistas; nem pela esquerda nem pela extrema direita.
Já escrevi centenas de vezes sobre a importância da Operação Lava Jato para o Brasil. E apontei, quando achei necessário, os exageros que cometeu. E o farei sempre que acontecer. Sim, Lula também chegou a ser alvo de arbitrariedades. Será que um direitista, como sou, está proibido de reconhecê-lo? Não sou militante partidário nem disputo poder.
Vão plantar favas!
O fato é que eu acertei, e eles erraram. Já escrevi sobre uma epígrafe que está no livro The captive mind, de Czeslaw Milosz (Penguin Books), que recomendo vivamente. É uma espécie de ditado ou um aforismo espichado atribuído a um velho judeu da Galícia, que traduzo assim: Quando alguém está 55% certo, isso é muito bom e não há discussão. Se alguém está 60% certo, isso é maravilhoso, é uma grande sorte, ele que agradeça a Deus. Mas o que dizer sobre estar 75% certo? Os prudentes já acham isso suspeito. Bem, e sobre estar 100% certo? Quem quer que diga que está 100% é um fanático, um facínora, o pior tipo de velhaco. (Reinaldo Azevedo) 
Você tem de encontrar a força que existe em seu interior. (Joseph Campbel)

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