30 de jan. de 2017

Um país se faz com quantas ações.

• Cármen Lúcia homologa as 77 delações de executivos da Odebrecht. Ministra aprova delações da Odebrecht antes da data prevista. Com o material homologado, a Procuradoria-Geral da República terá acesso ao conteúdo das delações premiadas e poderá seguir com a investigação.
• União vai propor ao Congresso reforma tributária fatiada. Projeto deve ser enviado no fim deste semestre, depois da votação das novas regras da Previdência. 
• Megaleilão do pré-sal será antecipado para atrair gigantes do setor. Governo prepara para novembro licitação prevista para 2018; expectativa é obter mais de R$ 4,5 bi; Apesar de corte, diesel e gasolina ainda são mais caros do que no exterior. Petrobrás vende gasolina e o diesel 6% e 1,5%, respectivamente, acima dos importados. 
• Arrecadação em 2016 soma R$ 1,289 trilhão. A arrecadação em 2016 teve queda real de 2,97% e fechou o ano em R$ 1,289 trilhão, terceiro recuo anual consecutivo e pior desempenho das receitas para um ano desde 2010. 
• Metade dos ministros de Temer é de enrolados. Dos 26 ministros de Temer, 12 estão enrolados em escândalos. 
• Pressa para homologar delação incomoda governo. Aliados acreditam que presidente do STF busca proeminência nacional. 
• Triplex: Lula confirma jogada de pedir anulação de processo após tentar desqualificar Moro. Ele tenta tornar verdadeira a mentira sobre o juiz ser parcial
• Ex-diretor da Petrobras relata propina a ministro do TCU. Renato Duque disse que Augusto Nardes recebeu R$ 1 mi e entre 2011 e 2012. 
• Governo pressiona por juro menor no cheque especial. Febraban estuda redução do custo nessa linha; inadimplência é de 17%. 
• Previdência dos Estados pode ter rombo maior. Auditoria do TCU mostra que dados não são confiáveis. 
• O avião que trouxe de volta ao Brasil o empresário Eike Batista pousou na manhã desta segunda-feira, 30, no Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro, o Galeão. A aeronave, que veio de Nova York, tocou o solo brasileiro às 9h54. O empresário foi escoltado por policias federais logo que desembarcou na pista do aeroporto. Eike não estava algemado, carregava apenas uma mala de mão. A expectativa é que ele passe hoje por exame de corpo delito no Instituto Médico Legal. Eike embarcou nos EUA e falou em passar a limpo. Advogado afirma que ainda não há estratégia para defesa ou delação; Eike Batista sabia da ordem de prisão quando foi para os Estados Unidos, disse Ancelmo Gois, de O Globo. Ele fugiu para poder negociar um acordo preliminar com os investigadores. E, provavelmente, para movimentar seu dinheiro no exterior; Superior incompleto: Eike Batista confirmou a O Globo que não se formou. Por isso, é provável que ele vá para o Presídio Ary Franco, na Zona Norte do Rio de Janeiro. A unidade recebe presos provisórios envolvidos em crimes federais e abriga detentos com o mesmo perfil de Eike: detidos provisoriamente, sem ligações com facções do crime organizado e sem ensino superior
• Bancos criam equipe de reestruturação para evitar quebra de empresas. Objetivo é ajudar grandes e médias companhias antes que a situação financeira se torne insustentável. 
• Matrizes socorrem montadoras com injeção de US$ 12 bi. Ajuda recorde veio em 2016, quando indústria automotiva retrocedeu à produção de 2004. 

• Atos contra veto crescem e Trump ataca senadores. Presidente acusa parlamentares do Partido Republicano de tentar iniciar a 3ª Guerra após críticas.
• Manifesto contra visita de Trump ao Reino Unido reúne um milhão de assinaturas. No país, todas as petições que têm mais de 100 mil assinaturas são submetidas ao debate por deputados; Trump recebeu May semana passada. 
• Reação e caos levam EUA a rever medidas anti-imigração. Governo Trump recua e agora diz que quem tem green card não será barrado. 
• Antes crítica, cúpula republicana apoia Trump. Medida contra imigração foi reprovada por poucos no partido do presidente. 
• Benoît Hamon vence as primárias da esquerda francesa. Ex-ministro da Educação vai representar Partido Socialista em presidencial. 
• Ataque a mesquita em Québec deixa ao menos seis mortos. Primeiro-ministro canadense fala em ato terrorista; dois suspeitos foram detidos. 

Loucuras de Trump têm apoio de muitos americanos.
Não há outra explicação: o homem endoidou. A referência é para o presidente Donald Trump, que através de um decreto executivo proibiu todo cidadão nascido em sete países de maioria muçulmana de entrar nos Estados Unidos. Tanto faz se tiver visto de entrada. Não entra mesmo. O argumento é de evitar que eventuais terroristas cheguem ao território americano.
Outra maluquice de Trump foi iniciar a construção de um muro na fronteira com o México, impedindo o ingresso de mexicanos ávidos de encontrar trabalho no vizinho.
O pior é que as duas iniciativas já estão valendo. Irã, Iraque, Líbia, Somália, Sudão, Síria e Iemen começaram a adotar a recíproca: americano também não entra nesses países. Se a moda pega no mundo, logo reverteremos à pré-história.
Nem todo muçulmano é terrorista, ainda que nem todo terrorista seja muçulmano, assim como nem todo mexicano é desempregado.
Por falar em desemprgo, o milionário que exerce a presidência dos Estados Unidos também assinou outra diretriz, no sentido de proibir todos os funcionários públicos americanos de fazer lobby para países estrangeiros. Vai deixar muita gente sem trabalho, ao contrário do que prometeu em sua campanha, de voltar a criar empregos.
Não deixa de chocar a humanidade o prazo de 30 dias que Trump deu aos militares, para prepararem um plano de extinção do Estado Islâmico. A bomba atômica estará na lista, assim como guerras químicas e bacteriológicas.
A gente pensa que é brincadeira, mas não é. E mais triste parece saber que parte da população americana, claro que não a maioria, apoia as loucuras de seu presidente. (Carlos Chagas) 

Cabral pode perder para Eike corrida da delação.
Unidos por uma amizade que evoluiu para a conivência, Sérgio Cabral e Eike Batista estão prestes a se tornar ex-amigos íntimos. Os dois travam nos porões da Lava Jato uma corrida que tem como ponto de chegada o funil da delação. Os investigadores sinalizam que não há espaço para dois delatores graúdos neste inquérito que corre no Rio. Ao retornar de Nova York para percorrer o seu calvário criminal no Brasil, o ex-bilionário saiu na frente do ex-governador.
As razões para que Cabral e Eike queiram suar o dedo são semelhantes. Cercados pelas evidências, ambos desejam encurtar o tempo de permanência no xilindró. Cabral está preso desde novembro. Entretanto, Eike dispõe de uma motivação adicional para preferir a colaboração à omertà mafiosa. Sem um canudo universitário, ele não tem direito senão à hospedagem numa cela comum de um presídio ordinário.
A conjuntura adversa provocou uma coceira na língua de Eike. Sentia comichões antes de embarcar no voo que o traria de volta ao Rio. Está na hora de eu ajudar a passar as coisas a limpo, disse, em entrevista exibida no Fantástico. Empresário, Eike desenvolveu com seus defensores uma análise do tipo custo-benefício. Concluiu que o retorno ao Brasil seria mais vantajoso do que encarar os riscos de uma fuga, com a Interpol no seu encalço.
Desde a semana passada, quando a laje da Operação Eficiência lhe caiu sobre a cabeça, Cabral passou a flertar com a delação. Contava com a fuga de Eike. E parecia disposto a colocar um deserto entre ele e o ex-amigo. A volta de Eike tirou do ex-governador a pretensão de se apresentar como palmeira solitária no jardim da perversão. Para complicar, Eike parece dispor de mais matéria-prima para oferecer aos investigadores. Suas relaçõe$ não se limitaram ao PMDB de Cabral. Pluripartidárias, abrangiam do PT ao PSDB. (Josias de Souza) 

Eike, Cabral, Dilma: sem petróleo, competência, vergonha.
Vídeo de abril de 2012 é emblema da tragédia moral brasileira. A solenidade marcava o início da operação da OGX, a petroleira de Eike Batista, do grupo EBX.
Este vídeo circula faz tempo por aí. Mas merece ser revisto por aquilo que encerra de emblemático.
Volto-me a ele daqui a pouco.
Eike Batista está chegando nesta manhã. Seus advogados já haviam negado a sua suposta intenção de fugir para a Alemanha - ele tem dupla nacionalidade. Se o fizesse, não seria extraditado para o Brasil. A esmagadora maioria dos países não extradita seus naturais. O máximo que poderia acontecer seria responder na Alemanha por eventuais crimes cometidos no Brasil, desde que atos criminosos também naquele país.
Em entrevista à TV Globo, disse que vai esclarecer tudo e resgatar a verdade. Vamos ver. Será que os dois doleiros mentiram quando afirmaram que ele pagou US$ 16,5 milhões de propina a Sérgio Cabral? O dinheiro foi depositado no Uruguai, e se fez uma simulação da compra e venda de uma mina de ouro a uma tal Arcádia. Segundo as investigações, a empresa nunca existiu, e os delatores afirmam que Cabral era mesmo o destinatário da bolada.
Eike é uma espécie de coquetel de livros de autoajuda e um verdadeiro performer da autoconfiança. Nas entrevistas que deu depois da derrocada, a gente via a imagem de alguém que estava tentando ser o primeiro ex-bilionário por excesso de talentos particulares. Inventou uma personagem para si mesmo, que fez um sucesso estrondoso. Quando o petróleo que prometeu não deu as caras, a fantasia não tinha como responder às evidências do mundo real.
O vídeo Um vídeo de abril de 2012 é um emblema da tragédia moral brasileira - e de outras tragédias. A solenidade marcava o início das operações da OGX, a petroleira de Eike, do grupo EBX. Sérgio Cabral, então no governo do Rio, discursa com aquela ligeireza descontraída que marcava a sua atuação pública, abusando de neologismos e rapapés. Referindo-se a Eike, disse:
[trata-se de] um projeto estruturante vindo de uma pessoa com uma visão como a sua. Essa combinação de uma pessoa com uma visão fordiana, steve-jobiana como você, com um Brasil de Lula e de Dilma, um Brasil que distribui renda - hoje de manhã comemorávamos um milhão e meio de pessoas atendidas por um programa chamado ‘Rio sem Miséria’, complementando o Brasil sem Miséria da presidenta Dilma… Quer dizer: um país que consegue combinar desenvolvimento econômico com distribuição de renda. E, para nós, do Estado do Rio de Janeiro, que vivemos um momento extraordinário, com uma agenda de desenvolvimento, de crescimento, ter você como o líder de todos os investimentos privados na América do Sul é extraordinário. Eu quero dizer, Eike, é que, para nós, é um grande orgulho. O Brasil precisa cada vez mais de (sic) reconhecer os seus empreendedores (…) Como governador do Estado, em nome de 16 milhões de habitantes, meu muito obrigado a você por gerar riqueza numa área que antes não tinha nada.
Aí foi a vez de Dilma:
Vou dirigir um cumprimento muito especial ao Eike Batista, presidente da EBX. O Eike é o nosso padrão, a nossa expectativa e, sobretudo, o orgulho do Brasil quando se trata de um empresário do setor privado.
Eis aí! Menos de cinco anos depois, Cabral está preso, acusado de roubar US$ 100 milhões dos cofres públicos. O equivalente a R$ 270 milhões já foi encontrado. O Brasil quebrou. O Rio de Janeiro quebrou. Eike quebrou. O empresário poderia ter se contentado com o infortúnio. Mas parece que são fortes as evidências de que se meteu também em lambança.
Eike não tinha o petróleo que prometeu.
O governo Dilma não tinha planejamento, não tinha responsabilidade fiscal, não tinha competência para entender o momento econômico vivido pelo mundo.
O governo Cabral - e vejam o Estado do Rio na falência, de pires na mão - compartilhava com o da presidenta as mesmas dificuldades.
E Cabral, como resta evidente (e, para mim, era assim desde sempre), não tinha vergonha na cara.
A exemplo de todo mundo, estou curioso para ouvir as explicações de Eike. Deve haver alguma.
Quando ao vídeo… Ulalá! Cabral era exemplo de governador, Dilma era exemplo de presidenta, e Eike, exemplo de empreendedor.
Foi por esses valentes terem conseguido engabelar tanta gente que vivemos a maior recessão da história, uma das maiores taxas de desemprego da história e a era mais corrupta da história.
Eis aí os heróis.
Mas Eike já pensa em revolucionar o mundo com um novo creme dental. É sua nova mina de ouro.
Ah, sim! Tomara que Sérgio Cabral tenha tempo de ler sobre o fordismo na cadeia para ter a noção da batatada que disse ao juntar o conceito à visão steve-jobiana.
Ele falava qualquer coisa na certeza de que poderia seguir enganando os trouxas indefinidamente. (Reinaldo Azevedo) 
Nunca discuta com uma pessoa grosseira. Ela vai levar vantagem por ter experiência em ser estúpida. (Mark Twain)

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