7 de jan. de 2017

Noticiário cansa leitor.

 photo vidente_zpsfwbhrd4t.jpg • Pezão se reúne com cúpula econômica do governo Temer. Na segunda-feira, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, a secretária do Tesouro, Ana Paula Vescovi, e o secretário executivo da Fazenda, Eduardo Guardia. A reunião será mais uma tentativa de amarrar algum consenso no socorro financeiro ao Rio. 
• PCC cumpre ameaça, mata 31 em Roraima e facções desafiam governo. Em aplicativo de mensagens, assassinos afirmam que ação foi vingança contra massacre de Manaus; País tem 93 presos assassinados em seis dias. Novo massacre deixa 31 mortos em presídio de Roraima; Secretário de Temer, Bruno Júlio, é demitido após criticar valorização de morte de condenados. Palácio do Planalto chamou de tragédia declaração de Bruno Júlio sobre massacres; governo Temer negou pedido de ajuda feito pelo Estado para conter caos em prisão. Quem não atuou em carnificina foi morto, diz refém em Manaus; Ministro diz que presídios não saíram do controle. Moraes nega risco de rebeliões se espalharem em prisões do país; Estado é sócio minoritário do crime nos presídios. Estima-se que facções dominem mais de 70% das penitenciárias brasileiras; Governadora de Roraima cobra ações reais do Planalto. Desde 2015, Suely Campos apela ao governo para receber reforço da Força Nacional no Estado. 
• Tribunal de Contas do AM nega pedido para suspender contratos de presídios. 
• Ministro não sabe o que diz sobre crise no sistema penitenciário. Ministro poderia ter enviado agentes penitenciários a Roraima. 
• Chacinas mostram disputa pelo tráfico de drogas na fronteira. Para Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe), chacinas são parte de briga por controle do tráfico. 
• Na avaliação da prefeita de Boa Vista, Teresa Surita, é um erro a política de espalhar pessoas perigosas por todos os presídios do País. A prefeita acredita que esse tipo de ação esteja formando quadrilhas de facções rivais dentro de todos os presídios
• Líder de massacre no AM começou roubando 600 reais de mercadinho. Aos 21 anos, Marcio Ramalho Diogo pegou sete anos e oito meses de prisão por assalto; aos 34, se tornou o xerife da 2ª maior matança de presos do país. 
• Tesouro define regras para contratação de operações de crédito por estados. Ajuda será mediante racionalidade, transparência e controle
• Receita teme sonegação com desconto à vista. Comércio incentiva pagamento à vista para ganhar capital de giro; entidades querem derrubar MP. 
Não acreditaram quando, há 50 anos, Darcy Ribeiro, eu e outros falamos que se não construíssemos escolas, teríamos de construir presídios, disse o senador Cristovam Buarque (PPS-DF) sobre a crise penitenciária. 
• Cartões: fatura de 2016 supera os R$52 milhões. Apesar do valor, é o menor gasto com cartões desde 2006. 
• Lobby impede abertura de CPI da Taurus na Câmara dos Deputados. Legislação garante monopólio da empresa em compras feitas por forças de segurança pública; armas apresentam problemas que já causaram mortes. 
• ISS é uma das maiores fontes de receita. Prefeitos querem derrubar no Congresso veto de Temer a mudança em imposto. 
• #SanatórioGeral: Neurônio desempregado. Senador especializado em besteirol histórico exige que a chefe seja indenizada. Julho. Isso aqui vai ficar registrado como golpe. Dilma está sendo vítima de um projeto de retirada dos direitos trabalhistas. Tenho certeza de que ela será inocentada pela História. (Lindbergh Farias, senador do PT do Rio de Janeiro, revelando que Dilma Rousseff será a primeira vítima de um golpe trabalhista porque a demissão por justa causa não dá direito ao seguro-desemprego). (Augusto Nunes) 
• Condenado por exploração sexual assume mandato de deputado federal. Nelson Nahim passou quatro meses preso, em 2016, cumprindo pena por estupro de vulnerável, coação no curso do processo e exploração sexual de adolescentes. Irmão e rival político de Garotinho, ele foi solto em outubro graças a liminar do STF. 
• Operador de Serra admite ter recebido caixa 2 na Suíça. Empresário tucano Ronaldo Cezar Coelho recebeu valores da Odebrecht. 
• Caixa 2 não pode ser repatriado, dizem especialistas. Lei cita expressamente quais crimes são passíveis de anistia. 
• PT ignora golpe e deve apoiar nomes de Temer. De olho em cargos e vagas, partido deve respaldar Maia (DEM) na Câmara. 
• Pode deixar, nós pagamos! O TSE recebeu o 58º pedido para criação de um partido político brasileiro -- atualmente, 35 legendas estão autorizadas a disputar eleições, informa o Estadão. Seria o Partido Democrático dos Servidores Públicos. 
• Elefantes quase brancos: Subutilização de estádios construídos para Copa do Mundo de 2014 expõe custo da irresponsabilidade de governantes; por mais que amemos o Maracanã, o estádio é ruim. Por falta de luz, gramado deixou de ser irrigado e piora a cada dia.
• Tortura a deficiente escancara conflito racial nos EUA. 
• Fronteira entre Brasil e Venezuela é totalmente reaberta. Fechamento havia sido determinado pelo presidente Nicolás Maduro em dezembro; objetivo seria combater o contrabando de dinheiro em espécie. 
• Iceberg gigante ameaça se desprender da Antártida e gera preocupação. Uma imensa rachadura na plataforma de gelo Larsen C cresceu de tal forma em dezembro que agora apenas 20 km de gelo impedem o imenso bloco de 5 mil km² (o equivalente a 500 mil campos de futebol ou à área do Distrito Federal) de se soltar. 
• Atirador Esteban Santiago, mata ao menos cinco em aeroporto da Flórida. Outras oito pessoas foram feridas; suspeito foi preso. Atirador da Flórida tinha transtornos psicológicos, diz irmão.
• Marin tenta se livrar de Del Nero e Teixeira em processo nos EUA. 
• Hillary pode se tornar a nova prefeita de Nova York; 
• Eleições não foram afetadas por hackers, afirma Trump. Presidente eleito admite, porém, que russos podem ter atacado democratas. 
• Republicano reafirma que México pagará por muro. Equipe articula no Congresso financiamento americano, afirma imprensa. 
• Morre Tilikum, orca que matou treinadora e virou filme. Documentário Blackfish retratou estresse de animais de parques. 
• O Estado Islâmico reivindicou a autoria do massacre na boate Reina, em Istambul, na Turquia, que matou 39 pessoas e feriu mais de 60. A Turquia promete uma reação implacável. 

Pena de morte, já!
Merecem o quê, os animais que decapitaram 56 companheiros de prisão em Manaus? Junte-se a eles as centenas de outros que todos os dias assassinam a média de oito bandidos ou cidadãos honestos, em todo o país?
Mente quem não tiver pensado em pena de morte como sentença final para quantos praticaram esses crimes, desafiando a lei e destruindo o pouco que resta das estruturas de uma sociedade organizada. Apenas no Império existiu oficialmente a pena de morte. Nem por isso ela deixou de ser aplicada pelos próprios bandidos, ao longo dos tempos republicanos. Pela polícia, também, onde se misturam algozes e vítimas.
O governo federal anuncia a construção de cinco penitenciárias para presos de alta periculosidade, além de prometer recursos para bloquear telefones celulares. É muito pouco. Fosse promovida uma consulta à população e a imensa maioria se pronunciaria pela pena capital. Alegar que a medida poderia envolver injustiças não subsiste como argumento legitimo, apesar do risco. Um Judiciário renovado e aprimorado, onde a pena de morte seria decidida por um colegiado, evitaria a maior parte dos erros possíveis. Um sistema de apuração de responsabilidades serviria de mecanismo para impedir desvãos.
Em suma, do âmago da questão, surge um grito de revolta: Pena de morte, já! É preciso coragem para enunciá-lo, mas no reverso da medalha, indaga-se da possibilidade de reabilitação de qualquer um dos assassinos de Manaus. Quem acreditar que se manifeste... (Carlos Chagas) 

O pai da FDN, PCC e CV.
Depois da carnificina no presídio do Amazonas, eis que ocorre o banho de sangue na prisão de Roraima, com trinta presos decapitados e alguns deles com o coração arrancado. A barbaridade não deve parar por aí, uma vez que a guerra entre a Família do Norte (FDN) e Primeiro Comando da Capital (PCC) foi declarada.
Eu não fazia ideia da existência de uma facção chamada Família do Norte. Comando Vermelho, do Rio, e Primeiro Comando da Capital, de São Paulo, são sobejamente conhecidos. Como sou paulistano, o PCC faz, de certo modo, parte da minha vida cotidiana. Eles conseguiram parar São Paulo em 2006, por meio de uma série de atentados simultâneos, e dominam os presídios do estado. Conheço uma senhora cujo enteado foi preso por traficar drogas leves. Ela foi extorquida pelo PCC para que o rapaz não fosse surrado e estuprado na prisão. A periferia de São Paulo e até bairros centrais da cidade são o mercado do PCC; as penitenciárias do estado são os seus spas. Num desses spas de segurança máxima (para os bandidos), está hospedado Marcola, o Duce dessa gente. A administração estadual finge que não vê; o PCC finge que a administração estadual existe.
As facções prosperam num país governado, até pouco tempo atrás, por uma organização criminosa, segundo a definição do Ministério Público Federal. Ainda há criminosos dessa organização encastelados em Brasília. Depois da carnificina no Amazonas, O Antagonista descobriu que presídios ocupados (esse é o termo mais apropriado) por FDN, PCC e CV foram concedidos a empresas privadas - que, em troca de dinheiro público destinado ao sistema prisional, financiam campanhas de políticos. Como se vê, há ainda o PCCF, Primeiro Comando da Capital Federal.
Diante das carnificinas nos presídios, há quem ache que é melhor que esses monstros se matem uns aos outros. Trata-se de uma sequela da política de direitos humanos de viés esquerdista, muito em voga nos anos 80 e 90, que dava mais atenção aos bandidos do que aos cidadãos de bem. A sequela é ainda explorada por populistas que querem o voto dos cidadãos de bem. Eu acho um horror qualquer carnificina. Não penso que se deva ser leniente com bandidos, mas sei que o Estado incapaz de garantir segurança, saúde e educação a todos é o mesmo que entrega presídios a facções criminosas (e os concede a empresas privadas que financiam políticos). É o mesmo que subverte a noção primeira de Estado como detentor do monopólio da força.
A Família do Norte, o Primeiro Comando da Capital e o Comando Vermelho nasceram de um Estado que, para além de corrupto, é incompetente, frouxo, desproporcional e comandado por gente desqualificada. A nossa tragédia tem expressões múltiplas, que podem ser mais ou menos sangrentas, mas ela é uma só. (Mario Sabino) 

10 argumentos comprovam que político é tudo farinha do mesmo saco.
Sarney era muito parecido com Collor, que lembrava bastante Itamar Franco, que se assemelhava muito com Fernando Henrique, que não diferia muito de Lula, que era a versão de calças de Dilma, que não difere muito de Temer. Se você acha que político é tudo igual, e que só muda o endereço e a conta corrente para depósito de propina, possivelmente tenha razão; provavelmente as diferenças entre eles sejam pontuais, e seus modus operandi sejam os mesmos; e é justamente por esta razão que você deveria sustentar o entendimento que, cada vez mais, eles precisam ter menos poder econômico e decisório em suas mãos.
Mas quando isso vai acontecer? Não antes do momento em que você entender os meios pelos quais eles obtêm tais poderes, e passe, então, a demandar que a administração pública seja enxugada. Enquanto você seguir achando que o carrapato pode te ser útil grudado em sua pele, ele seguirá te vampirizando. Pior: se você o convidar para entrar e achar que não vive sem sua companhia sanguessuga, como se o Max achasse que lhe convém ficar pendurado na frente do carro daquele jeito, com um warlord drenando seu sangue, nada vai mudar. Só vai piorar, na verdade.
Político só pensa em se dar bem - mas ainda assim eu aceito que sejam criadas mais secretarias, ministérios e empresas públicas das mais diversas naturezas (desde que seja em nome do social), permitindo que mais e mais contratos sejam superfaturados. Privatizar? Isso é coisa de coxinha - pelo menos minha professora do ensino médio ensinou. Se eu quero mandar uma correspondência, somente o Estado pode fazer este serviço para mim - quem mais seria capaz de realizar tal proeza, certo?
Político é tudo ladrão - mas ainda assim eu aceito que eles regularizem o Uber, intervindo em uma atividade econômica desnecessariamente e protegendo a máfia dos táxis (e impedindo, assim, que pessoas simples provenham o sustento de suas famílias dirigindo para outras, e que pessoas humildes usem transporte individual a preços razoáveis);
Político é tudo um bando de incapazes - mas ainda assim eu aceito que eles decidam, como se uma casta de ungidos pela sabedoria fossem, a que níveis devem estar os juros no Brasil, para onde devem ser canalizados os recursos de nossa economia (e pense em um cano cheio de furos e desvios nas conexões), quanto deve custar o dólar (ainda que ele jogue muito dinheiro fora apenas para “quebrar o galho” de empresários amigões exportadores), quais gastos públicos devem ser priorizados, que investimentos devem ser feitos com quase metade do valor que produzi durante o ano e contribuí (sob a constante ameaça do monopólio da força coercitiva estatal) para a coletividade. Enfim, eu acredito que a democracia 100% indireta é a melhor das formas de atingirmos o progresso e prosperidade;
Político só quer saber de se reeleger - mas ainda assim eu aceito que existam agências como ANAC, ANATEL e ANS, as quais existem tão somente para criar barreiras para entrada de novos investidores na aviação, nas telecomunicações e na saúde privada, e ainda acuso o capitalismo (travestido de corporativismo) por tais cartéis existirem;
Político é tudo da mesma laia - mas ainda assim eu sou favorável a que o BNDES fomente o desenvolvimento do país escolhendo empresários a dedo pare receberem empréstimos subsidiados com dinheiro de impostos. As empresas de Eike Batista, por exemplo, foram agraciadas com tanto juro abaixo do praticado no mercado tão somente visando a bonança dos brasileiros. E quase deu certo, não foi?
Político não tem um que se salva - mas ainda assim eu entendo que pagar tributos é necessário, pois, afinal, de que outra forma o governo vai prover o bem-estar social de nossa população, não é? Muito justo pagar até 90% de taxas em determinados produtos. Afinal, é necessário proteger os empresários nacionais, ainda que eles não consigam oferecer-me, eventualmente (ou o tempo todo) produtos com a mesma qualidade e/ou com o mesmo preço de competidores estrangeiros. Tudo para salvar empregos de brasileiros - ainda que o custo final de um bem importado torne-se impeditivo para meu consumo, e que o similar nacional seja uma porcaria ultra cara, que vai esvaziar meu bolso e impedir que eu compre mais coisas, gerando, assim, menos empregos em outras indústrias não protegidas (por não fazerem lobby junto ao Estado). Mas ainda assim eu acho justo bancar esta brincadeira de compadres;
Político é tudo farinha do mesmo saco- mas ainda assim eu aceito que tudo no país gire em torno deles e de suas decisões, e fico torcendo para que, quem sabe, um dia, apareça um santo salvador da pátria, mesmo sabedor de que indivíduos extremamente capacitados e honestos, quando questionados se não gostariam de candidatar-se a cargos eletivos, costumam proferir respostas tais como Deus me livre, vade retro, não entro naquele meio de jeito nenhum, e por aí vai; mas quem sabe na próxima o próprio Cristo reencarnado não dê o ar da graça na urna, não é?
Ah, mas o que a gente pode fazer para mudar isso, né? Não podemos promover um levante, pois a maioria do povo está sempre correndo atrás de seu sustento, nem tem tempo (ou capacidade intelectual) para entender e se preocupar com essas coisas. Queremos eleger alguém que se preocupe com elas por nós… e aí começam e terminam nossos problemas: enquanto o povo não quiser mais liberdade econômica, ele não vai ter. Esta é a condição sine qua non para que a classe política tome iniciativas neste sentido, pois enquanto for possível convencer os eleitores de que eles não são capazes de andar com as próprias pernas (se o governo sair da frente e parar de segurar o cidadão pelos calcanhares), não há porque acreditar que a classe política irá abrir mão de seus próprios privilégios. Ninguém te dá desconto se você não pedir e insistir, e nenhum governante vai cortar na própria carne se você não, ao menos, entender que tal providência seja necessária;
Ah, mas até que não seria um problema conviver com um elefante na sala, se pelo menos ele nos prestasse bons serviços públicos em contrapartida. Veja a Suécia ou a Noruega! É terrível ser o mensageiro das más notícias, mas aí vai: a social-democracia sueca é, em verdade, o carrapato da riqueza produzida pelo livre mercado, e a Noruega é um verdadeiro poço de petróleo sem o Chavismo para destruí-lo. Pense naquele indivíduo que, depois de muito trabalhar e ganhar dinheiro (gerando, no processo, riqueza para mais pessoas), começa a pagar festas para os amigos. Faria sentido imaginar que ele ficou rico pagando estas festas? E aquele outro conhecido que ganhou na Mega Sena e hoje vive apenas de renda (mas que já começa a ver seus fundos escassearem), faz sentido achar que a solução para uma vida melhor seja trilhar o mesmo caminho? Haja fé, viu - e não adianta nem cogitar fazer do Nióbio nosso bilhete premiado, já adianto. Enfim, entender melhor um pouco o mito escandinavo ajuda a compreender que nossa trajetória para fora deste poço não tangencia em nada a história da evolução desses países:
Ah, então eu devo sair rua afora com uma tocha na mão em direção à Praça dos Três Poderes, ombreando esforços com os militares, e botar toda aquela corja para correr de Brasília, e, na sequência, substituo todos por políticos que… mas espera aí, eles não são todos iguais? Pois é, ainda são. E só vão mudar quando a matéria-prima da qual ele são feitos (ou seja, a cultura do povo brasileiro) transformar-se. Não antes disso. Talvez um pouco depois. Mas jamais antes. (Ricardo Bordin, atua como Auditor-Fiscal do Trabalho)

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