6 de dez. de 2016

Sai da frente...

• Marco Aurélio, do STF, afasta Renan do comando do Senado. Réus estão vetados na linha sucessória da Presidência, diz ministro. 
• Rio: pacote anticrise começa a ser votado hoje na Alerj. Redução dos salários de governador, vice-governador e secretários estaduais entram em pauta, junto com a notificação eletrônica pela Fazenda Estadual, 
• A economia informal movimentou 983 bilhões de reais neste ano, segundo estudo desenvolvido pela FGV e pelo ETCO. A cifra corresponde a 16,3% do PIB. No ano passado, as atividades não informadas ao governo somaram 957 bilhões. 
• As indústrias de construção e a Fiesp propõem que o FGTS seja usado para a implantação de energia solar em imóveis do Minha Casa, Minha Vida. A disposição de conversar sobre a ideia foi formalizada com a assinatura de um protocolo de intenções com o ministério do Trabalho. 
• Petrobras, após 2 cortes, eleva preço do diesel e da gasolina. Gasolina sobe 8,1%; quedas de outubro e novembro não chegaram à bomba. 
• Senadores devem recorrer à presidência do Supremo para devolver cargo a Renan Calheiros. Não vai ficar assim. Em reunião de emergência na residência do presidente do Senado, aliados de Renan Calheiros traçavam um plano para devolvê-lo ao cargo. O clima era o pior possível. É muito sério tirar o chefe de um Poder por liminar. Nem com Eduardo Cunha foi assim, reclamou um senador. Caciques cogitam entrar, em nome da instituição, com um pedido de suspensão do ato à presidente do STF, Cármen Lúcia. É uma decisão gravíssima, reage Jorge Viana (PT-AC), sucessor imediato de Renan. 
• A decisão de Marco Aurélio Mello foi precipitada pelo pedido de vista obstrutivo de Dias Toffoli, que chegou a acusar o colega de não enviar os autos a seu gabinete - sendo que o processo é digital. Além disso, Marco Aurélio já estava com o caso entalado na garganta desde que o alvo era Eduardo Cunha. O ministro decidiria pelo afastamento do presidente da Câmara, mas acabou surpreendido com liminar de Teori Zavascki. Só para lembrar: a ação da Rede tinha como alvo prioritário Cunha, mas perdeu o objeto depois que Zavascki decidiu afastá-lo com base em outra ação. Recentemente, a ação da Rede - que discute o impedimento de réus na linha sucessória da Presidência da República - recobrou importância com a abertura de ação penal contra Renan. Marco Aurélio viu seu parecer se aprovado pela maioria do STF, mas o julgamento acabou interrompido com o pedido de vista de Toffoli. Com a liminar, o ministro se vingou. E, embora negue oficialmente, sua decisão foi também uma resposta ao anseio das ruas pela saída de Renan - demonstrado nas manifestações de ontem em todo o país. 
• Após afastamento de Renan e atos, abuso de autoridade deve sair da pauta. Esse mesmo tema, no entanto, vai continuar em discussão dentro do pacote anticorrupção na Câmara. 
• O vice-presidente do Senado, Jorge Viana (PT-AC) avisou a políticos aliados que anunciará toda a pauta de votações dos projetos de interesse do governo, especialmente a PEC do Teto de Gastos, a Lei de Diretrizes Orçamentárias e a reforma da Previdência. Em nome dos interesses partidários, ele parece disposto a atrapalhar o esforço de recuperação do País, fiel à lógica de que quanto pior, melhor. 
• 8 delatores da Operação Lava Jato negociam acordos fora do Brasil. Estados Unidos, Itália, Suíça e Peru já iniciaram depoimentos e tratativas com acusados. 
• Chape prevê mais de 20 reforços para poder jogar em 2017. Clube é oficializado campeão da Sul-Americana pela Comenbol. 
• Bombeiros, policiais e Forças Armadas ficam de fora da proposta de reforma da Previdência. Previdência militar terá projeto separado; idade mínima será de 65 anos e trabalhador rural será incluído. 
• Suposto cartel em obras da Copa de 2014 é investigado pelo Cade. Segundo o conselho, há indícios de fraudes em pelo menos 5 licitações para estádios; apuração começou após acordo de leniência com empreiteira. 

• China e Trump elevam tom após ligação para o Taiwan. Pequim diz que eleito vê país como um carneiro, do qual pode tirar uma fatia
• Premiê italiano adia saída até votação de Orçamento. Após anunciar renúncia, Renzi fica mais alguns dias a pedido de presidente. 
• Cuba deve acelerar reformas, diz economista. Para cubano, morte de Fidel será um passo importante na troca de gerações. 
• Deloitte Brasil paga multa recorde nos EUA por fraude ao auditar balanços. Consultoria deve pagar US$ 8 mi no exterior e mais R$ 5,36 mi no País por auditorias para Gol e TNL. 
• Presidente da Itália pede a Renzi que adie renúncia após derrota em plebiscito. Primeiro-ministro decidiu renunciar após a população rejeitar, por um placar de 60% a 40%, sua reforma constitucional no referendo do último domingo

Sumiram os candidatos.
Tijolo por tijolo, vai sendo demolido o edifício da sucessão presidencial de 2018, erigido às pressas depois do impeachment de Dilma Rousseff. A reeleição de Michel Temer foi para o espaço, pela revogação do direito de mandatários executivos concorrerem a um segundo mandato no exercício do primeiro. Acresce que o próprio governo já reconhece a impossibilidade de o crescimento econômico ser retomado tão cedo.
Pelo mesmo motivo afasta-se a hipótese de Henrique Meirelles ter seu nome lembrado.
A trinca tucana, de Aécio Neves, Geraldo Alckmin e José Serra dá a impressão de estar fora de propósito, mesmo se fosse computada a votação dos três candidatos. O PSDB entrou na enxurrada de rejeição dos demais partidos.
O Lula, se escapar da prisão, não escapará da ruína do PT. A Rede parece desfeita antes mesmo de costurada. Candidatos avulsos, como Ciro Gomes, Álvaro Dias, Roberto Requião, Ronaldo Caiado e Jair Bolsonaro dão a impressão de estar sendo arrastados com a correnteza.
Sendo assim, a ortodoxia política não vicejou, como seria de esperar. O aparecimento de um denominador comum não apareceu, muito menos no PMDB. Resultado: o vazio também é de candidatos.
Outra página em branco refere-se aos partidos. Todos andam sem rumo, ainda mais depois dos acontecimentos mais recentes envolvendo o choque entre os três poderes.
Melhor que seja assim, isto é, sem precipitações, muito menos salvadores da pátria. (Carlos Chagas) 

Voando com Fidel,
Em abril de 1959 Fidel Castro fez a primeira viagem internacional após o triunfo da revolução. O destino inicial foi Washington DC; em seguida, Nova York. Só depois chegaria a vez da América do Sul, a começar pelo Rio.
O escritor Guillermo Cabrera Infante - revolucionário de primeira hora que mais tarde se tornaria o maior opositor do regime no campo intelectual - integrou a comitiva de viagem. O avião que os conduzia baixou para que se pudesse ver a Amazônia. O piloto disse: Comandante, estamos sobrevoando a floresta. Fidel exclamou: Que grande país!. Cabrera Infante, sentado no banco de trás, pensou tratar-se de admiração verdadeira pelo Brasil. Mas o líder, perdendo-se na contemplação do mundo verde, prosseguiu: É aqui que devíamos ter feito a nossa revolução.
Naquele momento Cabrera Infante entendeu que Cuba era pequena para aquele homem que se achava tão grande que necessitava de um continente: uma ilha só não bastava. A intimidade de estar na companhia do barbudo, num avião a hélice, a imensa selva a perder de vista, convenceu o escritor - não por acaso, um admirador de Joseph Conrad - que Fidel Castro era o horror. Ao longo da vida, exilado em Londres, teria inúmeras provas das trevas na ilha.
G. Cain - como o autor de Três Tristes Tigres e Havana para um Infante Defunto assinava suas crônicas de cinema - morreu em fevereiro de 2005. Quarenta anos antes fora saído de Cuba para nunca mais voltar. No domingo (4), após nove dias de funerais, as cinzas de Castro foram enterradas. Como dizia o comunista João Saldanha, vida que segue.
E fim do luto. Entre um ditador e um escritor, sempre ficarei ao lado do segundo. É uma questão de afinidade, para usar o mote daquele programa de televisão inspirado nos piores pesadelos totalitários de George Orwell. (Alvaro Costa e Silva) 
É a imaginação que dá forma ao universo. (Barry Lopez)

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