5 de dez. de 2016

Ainda existe solidariedade no mundo.

 photo chape2_zpsqz7spx75.jpg • Chape será declarada campeã da Sul-Americana. Equipe catarinense ganha o direito de disputar Libertadores de 2017 e receberá premiação milionária. Velório na Arena Condá teve muito choro e homenagens póstumas a jogadores e comissão da Chapecoense. 
• Subordinado a Pezão é citado pela Andrade Gutierrez. Executivo diz que presidente de estatal participou de fraude em licitação. 
• Atos pró-Lava-Jato e contra o Congresso atraem milhares. Presidentes do Senado e da Câmara são os principais alvos de protestos. 
• Ferreira Gullar, poeta, ensaísta, crítico de arte, biógrafo e tradutor, morreu neste domingo aos 86 anos. 
• Elize Matsunaga é condenada a 19 anos e 11 meses de prisão por matar e esquartejar marido. Julgamento durou 7 dias e foi um dos mais longos da história da Justiça de SP; crime aconteceu em 2012; defesa afirma que irá recorrer. 
• Após atos, projeto anticorrupção pode sair da pauta. Matéria sobre o abuso de autoridade poderá sair da pauta de votação por causa da pressão pública. 
• Cabral manteve passaporte especial após renúncia. Ex-governador do Rio deveria ter devolvido documento; PF quer esclarecer se ele enviou verba ao exterior. 
• Renegociação de dívidas de empresas quintuplica em 2 anos e vai a R$ 500 bilhões. Crise econômica e Lava Jato fizeram com que muitas empresas perdessem a capacidade de pagamento. 
• Michel Temer vai apresentar hoje a reforma da Previdência aos líderes da base governista e representantes das centrais sindicais. O presidente quer mesmo o Congresso trabalhando em janeiro para agilizar a tramitação da proposta; Reforma da Previdência pode economizar R$ 678 bilhões. Cálculo é do governo, que apresentará hoje proposta a centrais sindicais. 
• Queda de helicóptero mata noiva e mais três na Grande SP. Ideia de fazer uma surpresa para o futuro marido termina em tragédia. 
• O desembargador federal Fábio Prieto, que presidiu o maior tribunal do País (Tribunal Regional Federal da 3ª Região), em São Paulo, critica a sindicalização da magistratura, com a profusão de entidades que afastam juízes da jurisdição, e defende o fim do excesso de conselhos (CNJ, CJF, CNMP etc), que enfraquecem o Judiciário, e a extinção de privilégios como a aposentadoria compulsória, com salários integrais, como punição máxima de juízes e procuradores que são condenados. 
• Cármen Lúcia telefonou a Michel Temer e fez um apelo institucional para que ele tentasse barrar a Lei do Terror. Michel Temer disse a O Globo: Ela me ligou nestes termos: Olha, temos que salvar o país, evitando essas crises. Respondi-lhe: Concordo inteiramente; Em seguida, Michel Temer levou a Renan Calheiros o apelo institucional de Cármen Lúcia. O resultado, segundo o próprio Michel Temer, foi péssimo: Renan Calheiros e alguns parlamentares, aos quais transmiti esse apelo, apresentaram fortes argumentos para que a matéria não fosse retirada da pauta. Eu tinha dito a eles que endossava totalmente Cármen Lúcia. Michel Temer só não contou quais foram os fortes argumentos de Renan Calheiros. 
1. A antena da Oi foi instalada no sítio de Lula a pedido de Kalil Bittar, sócio de Lulinha na Gamecorp e irmão do laranja de Lula, Fernando Bittar. O fato foi comunicado à Lava Jato pela própria Oi, diz a Folha de S. Paulo. A antena reforça a suspeita, apontada por testemunhas ouvidas pela Folha e depoimentos colhidos pelo Ministério Público, de que uma espécie de consórcio informal de empresas dirigidas por amigos de Lula bancou melhorias no sítio
2. A antena do sítio de Lula foi instalada por ordem de Marco Schroeder, ex-conselheiro da Gamecorp e atual presidente da Oi. Em 2011, imediatamente depois de atender ao pedido de Kalil Bittar, a Andrade Gutierrez promoveu-o à diretoria financeira da Contax. Na Contax, ele foi responsável por passar uma fortuna às empresas controladas por Lulinha, Kalil Bittar e Jonas Suassuna; 
3. A Oi entregou aos procuradores da Lava Jato o e-mail com o qual Kalil Bittar pediu uma antena para o sítio de Lula. O e-mail foi reproduzido pela Folha de S. Paulo. É importante saber que a mensagem foi enviada por Kalil Bittar. Igualmente importante é notar o nome de seu destinatário, Marco Schroeder, atual presidente da Oi. Em 2007, quando ainda era diretor da Telemar, Marco Schroeder foi nomeado pelo presidente da Andrade Gutierrez, Otávio Azevedo, como conselheiro da Gamecorp de Kalil Bittar e Lulinha. Nos primeiros meses de 2011, imediatamente depois de instalar a antena no sítio de Lula, ele foi promovido para a diretoria da Contax. Na qualidade de diretor da Contax, seu nome já foi citado na Lava Jato.
• O Valor tratou do assunto algum tempo atrás: A Contax, empresa de teleatendimento controlada pela Andrade Gutierrez, passou a ser o principal alvo de uma nova linha de investigação da Lava Jato. A PF apura suspeitas de que a companhia possa ter tido sua estrutura utilizada para o pagamento de propina em benefício do grupo empresarial. Em mensagem de 19 de outubro de 2012, Simão relata ao presidente da Andrade Gutierrez conversa que teria tido com uma pessoa da Contax, e que esta pessoa teria dado “ok 0,3 só com potiguar. (...) Vou acertar com Schroeder. O homem da antena, portanto, é homem dos acertos. 
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• Premiê da Itália renuncia depois de derrota em referendo. Eleitores rejeitam proposta de Matteo Renzi para reformar a Constituição. 
• Cinzas de Fidel são enterradas em Santiago de Cuba. Restos do ditador foram levados até a cidade em procissão de 900 km. 
• Força-tarefa vai investigar acidente aéreo. Procuradores de Brasil, Colômbia e Bolívia se reunirão em Santa Cruz de La Sierra esta semana; Tripulante diz que voo previa escala na Bolívia. Um dos sobreviventes, Erwin Tumiri fez o abastecimento do avião e questionou viagem direto a Medellín; Caixa-preta deve desvendar lacunas de queda de avião. Material do voo da Chapecoense que matou 71 será enviado para a Inglaterra.
• Trump volta a ameaçar taxar empresas que migram para o exterior. 

Em Cuba, com ou sem volta? 
Agora que 70 executivos da Odebrecht assinaram os pedidos de delação premiada e começarão a denunciar perto de 200 políticos envolvidos com a roubalheira, a moda é especular quais os peixes grandes que cairão na rede. A grande indagação é se o Lula será ou não premiado. Os vazamentos já estão no forno, mas resposta ainda não há. Como o ex-presidente viajou ontem para Cuba, a fim de participar dos funerais de Fidel Castro, a bolsa de apostas está em aberto. No PT, há quem se organize para tratar da defesa, como também existem os companheiros empenhados em deitar gasolina no fogo.
Para o governo Temer, seria o que de pior poderia acontecer. O Lula já declarou que se aparecer uma mínima insinuação de que participou da lambança, irá a pé para a primeira delegacia da Polícia Federal que encontrar, entregando-se à Justiça.
Divide-se o país. Metade, ávida de receber uma carta de alforria para o primeiro companheiro, o resto torcendo para ele ser definitivamente afastado da corrida sucessória.
Como vazamentos são inevitáveis, é possível que antes de retornar de Cuba o ex-torneiro-mecânico já tenha definida sua sorte. Há quem o aconselhe, até, de que se for incluído na lista dos acusados, poderá pedir asilo a Raul Castro. Aguardaria a decisão da justiça instalado numa das casas de visita nos arredores de Havana.
A História tem dessas reviravoltas. Registra-se uma situação daquelas consideradas inimagináveis há um ano atrás. Haverá que aguardar, especulando-se apenas a quantidade de malas que o primeiro-companheiro levou para Cuba. (Carlos Chagas) 

O Lehman Day da política brasileira está chegando, e vai ser feio.
Acabou a fase fácil da crise política brasileira. A delação da Odebrecht vem aí, o que explica a pressa com anistias e similares. Tudo isso que vimos até agora, Dilma, o impeachment, Eduardo Cunha, o governo Temer, foi prólogo. O Lehman Day da política brasileira está chegando.
No impeachment, a direita conseguiu apresentar a crise à opinião pública como um escândalo de corrupção normal, que exigia uma solução normal: um governo (o do PT) roubou dinheiro, derrubou-se o governo, deixou-se que a Justiça fosse atrás dos afastados.
Se o problema fosse só esse, a crise política teria arrefecido desde que Dilma voltou para Porto Alegre. Arrefeceu?
E é importante notar: mesmo depois da substituição de governo, estamos falando do mesmo escândalo. Não é que o PT tivesse suas roubalheiras e PMDB/PSDB/DEM tenham as suas. O cartel das empreiteiras é o escândalo de todo mundo.
O cartel financiava todas as campanhas. O outdoor podia ser uma estrelinha anti-imperialista ou um tucaninho anticomunista, mas os dois eram pagos pela Odebrecht e suas companheiras de cartel.
Como mostrou artigo recente do cientista político Bruno Reis na Ilustríssima, as regras do jogo político brasileiro ajudaram a criar o problema: as campanhas são caras e a lei de financiamento favorece os grandes doadores. Rever essas regras deve ser prioritário a partir de agora, mesmo se boa parte dos delatados conseguir escapar.
Quanto aos planos de fuga: pode apostar, leitor, que já tem gente tentando desarmar a bomba enquanto ela é construída. O cenário ideal para a classe política é que a Odebrecht só confesse que entregou dinheiro aos políticos, sem dizer que favor recebeu em troca.
É fácil fazer isso: o favor principal era deixar o cartel funcionar, e é difícil provar que cada deputado ou governador que recebeu dinheiro estava diretamente envolvido nessa negociação. Se forem delatados só por caixa dois, os políticos devem autoanistiar-se de um jeito ou de outro.
É possível resistir a isso? Não é fácil. Muitos empresários que apoiaram o impeachment cansaram de turbulência política. Tem muita gente torcendo para que algum tipo de anistia seja aprovado e o foco volte a ser o ajuste econômico.
Os partidos que apoiaram o impeachment perderam muito do entusiasmo por passeatas agora que são governo (e alvos das investigações). Uma aproximação dos não investigados de esquerda e direita seria bem mais fácil se o timing dos novos protestos não fosse suspeito: depois de expirar o prazo por novas eleições diretas, em que a esquerda teria alguma chance de vitória, o que não é o caso na eleição pelo Congresso.
De qualquer forma, espero que algum diálogo entre os dois lados ainda seja possível, nesse e em outros assuntos.
No fundo, as formas tradicionais de pressão da opinião pública perdem um pouco de eficácia no quadro atual: o sujeito pode perfeitamente deixar de apoiar Collor ou Dilma para ficar bem com a opinião pública. Mas, se é ele mesmo o acusado, de que adianta ficar bem com o público, votar contra a anistia a si mesmo, e ser preso três meses depois? Para muita gente, não ser mais eleito já virou o menor dos problemas.
Boa sorte para todos, nos vemos no outro lado da crise. Vai ser feio. (Celso Rocha de Barros) 
Quanto mais felizes somos, menos atenção prestamos à nossa felicidade. (Alberto Moravia)

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