24 de nov. de 2016

Caixa 2 não pode ser perdoado.

 photo afuga_zps92pdafpu.jpg • Crise dos Estados agrava economia e retomada fica mais distante no País. Para 2017, pouco a pouco expectativas otimistas vão se desmanchando e certo desânimo se instala; prévia da inflação é a menor para os meses de novembro desde 2007. IPCA-15 registrou alta de 0,26% em novembro após subir 0,19% em outubro; etanol puxou alta; 
• STF vai julgar denúncia contra Renan na semana que vem. Primeira de 12 denúncias contra Renan será analisada em 2016. 
• Tribunal impõe 23 anos de prisão para Léo Pinheiro, da OAS. TRF-4 aumenta em 7 anos condenação de empreiteiro da OAS. 
• Ministério Público recorre ao TSE para obrigar Garotinho a retornar à prisão. 
• Pezão quer securitização dos royalties. Na prática, medida antecipa receitas de royalties de petróleo que o estado prevê arrecadar no futuro por meio do pagamento de um banco. E, futuramente, paga às instituições os valores com taxas. 
• TCU diz que o governo do PT escondeu dívida de R$ 3,1 bilhões no Fies. 
• Senado aprova repatriação sem família de políticos. Líder do governo, Jucá sofreu derrotas na votação do projeto que cria nova chance de regularizar recursos. 
• Nitroglicerina pura: Delação da Odebrecht assombra até o STF. Novas denúncias fazem outras delações parecerem bobagem
• Acordo com Marcelo Odebrecht preocupa Temer. Receio de auxiliares do presidente é de que delação do empreiteiro provoque instabilidade política; A Odebrecht assinou o acordo de delação premiada. Sim, finalmente. 78 executivos da Odebrecht devem assinar, individualmente, os acordos com o MPF. Após a assinatura dos acordos, eles passarão a prestar depoimentos para confirmar as informações e os documentos que foram repassados nos termos de confidencialidade A previsão é que os acordos só sejam enviados para homologação do STF no ano que vem; A multa a ser paga pela Odebrecht é de 7 bilhões de reais, segundo o Valor. 
• 130 políticos serão atingidos pela Odebrecht. Pelas informações obtidas pelo jornal, os delatores fizeram acusações contra líderes de todos os grandes partidos da base governista e da oposição. Uma das fontes disse ao jornal que as acusações vão atingir a reputação dos principais presidenciáveis do atual quadro político. O Antagonista sabe que Lula, o Amigo, está morto, assim como José Serra, o Vizinho. Geraldo Alckmin, o Santo, está enrascado, da mesma maneira que Aécio Neves, embora este último tenha mais a perder com a delação da OAS. 
• Polícia Federal ouve Calero sobre Geddel; Comissão da Câmara rejeita pedido e Geddel não precisará se explicar. Por 17 votos a 3, base conseguiu evitar que peemedebista fosse convocado para falar de tráfico de influência; Parentes de Geddel integram a defesa de edifício barrado. Ministro é acusado de ter usado o cargo para liberar imóvel; ele nega ter ligação com ações de sobrinho e primo, que é seu sócio. Projeto de aliado de Geddel tenta reduzir papel do Iphan. Proposta foi apresentada na Câmara no mesmo dia de encontro com ministro. 
• Ministério Público defende retorno de Garotinho para presídio. 
• 72% dos brasileiros vão usar 13º para pagar dívidas e contas do início do ano. Segundo a pesquisa da Boa Vista SCPC, somente 13% dos entrevistados vão poupar ou investir. 
• Indústrias de suco de laranja admitem cartel e pagarão R$ 301 mi ao Cade. Discussão começou em 1999 e acabou com o maior valor já firmado em acordo com o órgão antitruste. 
• Em acordo com os Estados, governo libera R$ 5,3 bi. Em troca de recursos, governadores prometem contenção e ajustes. 
Cabral comprou joia em dinheiro vivo quando era deputado e senador. Gerente de joalheria relata que a última compra dele foi de colar de R$ 10 mil há cerca de dois anos; Diretora da H.Stern ia à casa de Cabral levar joias pagas com dinheiro vivo. Maria Luiza declarou que valores de até R$ 100 mil eram repassados à loja por homem da mala
• BNDES pode devolver R$ 100 bi a Tesouro, diz TCU. Tribunal decidiu que dinheiro deve ser utilizado só para abater dívida pública brasileira, que supera R$ 3 tri. 
• Câmara articula votar em plenário novo texto com anistia a caixa dois. Negociado com presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), plano é rejeitar texto aprovado em comissão e apresentar substitutivo costurado na madrugada; Deputados articulam derrubar pacote anticorrupção no plenário da Câmara. Texto deve incluir anistia ao caixa 2 e punição a juiz por crime de responsabilidade; votação deve ser nesta 5ª; Relator reduz pena e multa para caixa 2 em parecer. Pacote original, enviado pelo Ministério Público, previa que as siglas pagariam multa de 10% a 40%. 
• PCC corrompeu ativista após eleição, afirma polícia. Facção tentou eleger conselheiro do Condepe; como plano fracassou, eles teriam resolvido comprar o apoio. Vice de direitos humanos é preso suspeito de elo com PCC. Polícia diz que dirigente de órgão estadual e mais 34 beneficiavam facção. 
• Após vitória de Trump nos EUA, aumenta fluxo de dólar no Brasil. Déficit externo até outubro está em US$ 17 bi, abaixo do rombo em 2015, de US$ 58,9 bi. 
• 22,9 mi pessoas aptas estão fora do mercado. Falta emprego para 21,2% da população em idade produtiva, diz IBGE. 
• Investigados no STF dominam comissão que vota fim do foro privilegiado. Dos 27 senadores titulares da CCJ, 12 respondem a inquérito ou ação penal no Supremo, onde tramitam as acusações criminais envolvendo parlamentares e outras autoridades. Outros seis suplentes estão na mesma situação. 
• Acordo entre Temer e governadores garante R$ 5,3 bilhões da repatriação a estados. 
• Senado aprova urgência para votação de projeto sobre abuso de autoridade. 
• Deputado questiona pressa para aprovar na Câmara pacote de medidas anticorrupção. 
• CPI da Saúde é prorrogada por 90 dias na Câmara Legislativa. 
• Moro é agente da CIA. A maior palermice da defesa de Lula é a tentativa de associar a Lava Jato à CIA. Na segunda-feira, o advogado Cristiano Zanin Martins, genro do operador de Lula, perguntou ao delator Augusto Mendonça: O senhor é colaborador apenas no Brasil, ou também no exterior? O advogado José Roberto Batochio completou: O senhor, quando foi ao Estados Unidos, foi a Nova Iorque, foi a Virgínia, em Langley, especificamente? O juiz Sergio Moro debochou da pergunta: Mas qual a relevância dessa questão para o processo doutor? Ele é um agente dos Estados Unidos aqui? Treinado na CIA, no FBI? Batochio respondeu: Consta que há ações nos Estados Unidos que objetivam vários bilhões de indenização. Moro: Mas isso é fato conhecido, não precisa indagar a testemunha. Está indeferido. Batochio: Mas eu faço essa pergunta em nome da soberania do meu País. A CIA fez a Lava Jato para tomar o pré-sal. Só os blogueiros pagos pelo PT podem repercutir essa estupidez. E a Folha de S. Paulo.
• Donald Trump, presidente eleito dos Estados Unidos, pode estar feliz da vida com sua vitória, mas perdeu algumas posições na lista dos mais ricos de seu país. Segundo o ranking da revista Forbes 400, o empresário caiu 35 posições em comparação ao ano passado. Em 2015, ocupava a 121ª posição com US$ 4,5 bilhões, agora aparece somente na 156ª com US$ 3,7 bilhões. Parece que isso não abalou Trump, que abriu mão do salário de US$ 400 mil que teria direito para governar os Estados Unidos. 
• Colômbia e Farc assinarão novo acordo nesta quinta. Para evitar outro revés, pacto de paz será agora validado pelo Congresso. 
• Trump diz ao NYT que desistiu de processar Hillary. Presidente eleito recua de promessa; seria muito divisivo para o país
• China se opõe a Trump e se aproxima de países latinos. Em viagem à região, Xi Jinping diz que nação forte e rica não deve intimidar.
• A barganha de Trump. Trump anuncia saída do acordo multilateral de comércio na Ásia, sob risco de aumentar influência da China. 
• França pode repetir brexit e Trump, afirma pesquisador. Para Christophe Guilluy, periferias globais esquecidas se tornaram decisivas. 
• Jovem não sabe distinguir notícia falsa, mostra estudo. Pesquisa foi feita com 7.804 americanos pela Universidade de Stanford. 
• Jornalão francês publica artigo dizendo que governo do Brasil é um governo a temer
• Câmara argentina aprova lei de maconha medicinal. Um projeto de lei que autoriza o uso do óleo de cannabis com fins medicinais foi aprovado nesta quarta-feira pela Câmara dos Deputados.

Oitenta cabeças próximas da guilhotina.
No Congresso, há quem acredite que até a próxima segunda-feira, 28, será conhecida a relação de deputados e senadores incursos nas delações da Odebretch. Seriam perto de oitenta parlamentares envolvidos nas tramoias da empresa, denunciados como tendo recebido favores pecuniários em troca de apoio no Legislativo para as operações envolvendo superfaturamento de contratos e similares entre a empreiteira e variadas empresas públicas. Oitenta cabeças próximas da guilhotina.
Trata-se do climax das investigações feitas à sombra do poder. Caberá ao Supremo Tribunal Federal abrir os respectivos processos contra quantos pretendem valer-se de imunidades.
Em suma, a lista estaria pronta e prestes a ser divulgada.
A indagação refere-se ao que acontecerá aos premiados prestes a expor o pescoço.
A mais alta corte nacional de justiça poderá condená-los, desde a cassação dos mandatos até a proibição de candidatar-se nas próximas eleições.
Certamente pertencerão a diversos partidos, do PT ao PMDB, PP e outros. Será um razoável prejuízo para a base parlamentar do governo, impossibilitado de sair em defesa de seus integrantes.
Há temor no palácio do Planalto, em especial diante de ministros capazes de ser acusados e punidos. Na recente reunião de governadores, aqui em Brasília, a iminência da divulgação da lista da Odebretch gerou preocupações. A empreiteira operou em muitos estados, não apenas no plano federal.
Geddel na marca do pênalti,
Ontem, na Comissão de Ética da presidência da República, era grande a impressão de que Geddel Vieira Lima tem mínimas chances de escapar à acusação de haver atuado em favor de interesses pessoais. Amanhã também será um difícil para o ministro. (Carlos Chagas) 

Animais Fantásticos da Política brasileira.
Está em cartaz nos Cinemas do País, o filme Animais Fantásticos e onde eles habitam, uma história de monstros, de absurdos, de mágicas e de non-sense...
Exatamente, o que vemos diante dos nossos olhos, não na ficção de uma sala escura, mas na luminosa explicitação da esbórnia que tomou conta de nosso País, perpassando pelos três Poderes Constituídos! 
O texto abaixo mostra com propriedade essa realidade absurdamente ignorada por nossos Poderes e por nossos políticos: o mundo, o País, os Estados, as Instituições pegando fogo e esses mágicos continuam agindo como se estivessem representando uma pantomima, como se vivessem uma ficção...
Não conseguem se dar conta do momento, do estopim de pólvora que está colocado sob seus pés, prestes a ser acionado por movimentos e ações que não terão mais volta...
Acordem, senhores! Ponham os pés no chão!... (Márcio Dayrell Batitucci) 
ooo0ooo 
Animais fantásticos da política brasileira - e o mundo paralelo que habitam.
Não sei se os políticos brasileiros já se deram conta de que o mundo está pegando fogo - não metafórica, mas literalmente - e que a multidão se avoluma nos portões de Versalhes, com fome de pão e sede de vingança.
Nos EUA, a maioria silenciosa acaba de eleger você sabe quem, no maior fuc**you enviado ao establishment político na história das democracias modernas.
Antes, no Reino Unido, o medo de um mundo globalizado e sem fronteiras fez os ingleses optarem por sair da União Europeia, um marco civilizatório do qual, racionalmente, jamais deveriam abdicar.
No Brasil, a conta de anos de corrupção sistêmica está chegando para deputados, senadores, governadores e ex-presidentes, e cada novo amanhecer traz aquela dúvida: Será que é hoje que a PF bate à minha porta?
Neste cenário de terra arrasada, era de se esperar que o desconfiômetro disparasse como o termômetro do peru Sadia na noite de Natal, indicando que a hora da moralidade chegou, que já deu, basta.
Eis que, apesar de tudo que aprendemos nos últimos anos, o Ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, sente-se à vontade para procurar o Ministro da Cultura não uma, mas inúmeras vezes, para pressionar o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional a tomar uma decisão que beneficiaria seus interesses imobiliários na Bahia.
A pressão, narrada à Folha de São Paulo pelo agora ex-ministro Marcelo Calero, mostra mais um político, este com gabinete no Palácio do Planalto, tratando o Governo como seu quintal, em vez de ofício, e dando ordens como se a máquina trabalhasse para ele e não para você, contribuinte, que sustenta essa piada.
O timing e o déficit cognitivo de Geddel não poderiam ser mais impróprios, mas ele não está sozinho em não perceber que o mundo mudou.
Avoluma-se no Congresso a ousadia - de uma estirpe mais próxima da estupidez que da bravura - de tentar lutar contra o espírito do tempo, com medidas que tentam conter a Lava Jato, castrar procuradores e anistiar políticos e seus corruptores, atos que equivalem a montar uma bomba-relógio, mas fazendo questão de deixar o relógio de fora.
No Brasil, a revolta popular tem sido tão esporádica quanto imprevisível. Em 2013 - quando a economia sequer havia afundado como faria mais tarde, depois da reeleição de Dilma - o povo encheu as ruas por vários dias, exigindo melhores serviços e mais eficiência de Brasília.
A classe política fingiu que ouvia, fez discursos de mudança e cara de compungida. Mas nada mudou.
Veio a Lava Jato e, no início deste ano, milhões de pessoas transbordaram (de novo) do conforto de suas casas para pedir o impeachment de um Governo que quebrou o País, desempregou milhões, e até hoje foi incapaz de fazer sequer um mea culpa
Mudou o Governo, mas aparentemente os políticos continuam respirando o mesmo ar rarefeito e tendo ilusões de que tudo pode continuar como era.
No Rio de Janeiro, ao ser preso por organizar um esquema de compra de votos em seu curral eleitoral, um ex-governador dá chilique quando é tratado como um preso comum - indo para o hospital dos mortais, o presídio dos mortais, e sendo submetido às regras dos mortais.
O mesmo Estado quebrou porque, além de ser imprevidente, um outro ex-governador fez um escambo satânico: trocou um futuro promissor na política por joias, helicópteros e todos os luxos que o dinheiro sujo compra com facilidade.
O Rio continua sendo a síntese do Brasil - nem pior, nem melhor, apenas a melhor metáfora, a alegoria definitiva.
A política, em sua forma mais elevada, é um chamado ao serviço; em sua pior, é a arte de servir-se.
Ainda assim, em meio ao som cada vez mais frequente das sirenes dos camburões, não deixa de ser preocupante que, por mais que haja prisões no Brasil, o País não consiga avançar num novo padrão ético.
Na Coréia do Sul, este é o quarto final de semana consecutivo em que 500 mil pessoas vão às ruas exigir a renúncia da Presidente Park Geun-Hye. Park tinha uma amiga que se comportava como PC Farias, extorquindo empresas privadas e usando sua amizade presidencial para pedir doações para uma ONG que ela comanda. Park já pediu desculpas duas vezes na TV, mas o povo só aceita sua cabeça na bandeja.
No Brasil, se Geddel entendesse os novos tempos, renunciaria ainda este fim de semana, poupando ao Presidente Temer o desgaste de mantê-lo e/ou de ter que demiti-lo.
Mas os políticos estão na mesma situação do aposentado que tem que aprender a lidar com a internet: eles não entendem o novo sistema operacional, só sabem apertar as mesmas teclas, e preferem continuar fazendo as coisas do jeito antigo.
Boa parte deles teme que a conta do passado chegue numa intimação judicial ou num mandado de condução coercitiva.
A última esperança do Velho Regime é tentar mudar o jogo atual, que lhe é desfavorável: no Senado, Voldemort tenta um último feitiço para manter tudo como está. Na escuridão, as criaturas tramam.
Mas está lá, no Livro Negro das Democracias Falidas: se o feitiço se voltar contra o feiticeiro, os resultados são imprevisíveis.
Excelências: pensem muito bem no que vão fazer nos próximos dias, e daqui por diante. (Geraldo Samor) 
A política tem a sua fonte na perversidade e não na grandeza do espírito humano. (Voltaire)

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