9 de out. de 2016

Invente algo para a semana…

 photo prafrente_zpsrffrc8lg.jpg • Rodrigo Maia rebate PGR e defende aprovação da PEC que limita os gastos públicos. Presidente da Câmara dos Deputados respondeu nota técnica enviada pela Procuradoria e diz que proposta é indispensável para retomar crescimento. 
• PEC está em risco. Em jantar, Temer cobrará aliados por PEC do gasto. Presidente vai defender lei para impor limite de gastos da União. 
• Delação de Emílio Odebrecht será centrada no ex-presidente Lula. Depoimento do pai de Marcelo Odebrecht promete ser devastador. 
• Caixa ajudou Odebrecht no Itaquerão com R$ 350 milhões. Empreiteira fez transação sigilosa com banco relativa à arena do Corinthians. 
• No TSE, delator da Andrade diz que pagou mais de R$ 5 milhões a Lobão; 
• Lava Jato detona disputa societária no Rio de Janeiro. Empresa dos EUA e grupo carioca brigam devido a envolvimento de executivos. 
• Lava Jato suspeita de contrato ligado a Zé Dirceu. PF acha contrato fraudulento de empresa do Júlio do Zé Dirceu
• Assembleias barram pedidos do STJ para processar governadores. 
• Idade mínima para obter benefício pode subir para 70. Reforma da Previdência poderá atingir idosos e deficientes de baixa renda. 
• Dos 3 helicópteros da Polícia Civil no Rio, só um funciona. 

• Após escândalo, Trump diz que não sairá da disputa. Republicano chega abalado a 2º debate, hoje, por causa de vídeo sexista. Mulher de Trump critica fala do marido, mas pede que o desculpem; Hillary treina caras e bocas para debate. 
• Furacão mata pelo menos dez pessoas nos Estados Unidos. Tempestade deixou cerca de 2 milhões de casas e comércios sem energia; no Haiti, número de mortos pode passar de mil, segundo estimativas da ONU; Matthew é rebaixado de furacão a ciclone. Em passagem pelos EUA, ele perde velocidade e alaga ruas. 
• Tropas brasileiras auxiliam operações de resgate no Haiti. País localizado na América Central foi atingido pela passagem do furacão Matthew; estimativa da ONU é de que o total de vítimas fatais passe de mil. 
• Mães de jovens negros assassinados denunciam à OEA falta de julgamentos. Em encontro com a relatora de Direitos Afrodescendentes e Mulheres da OEA, mães de jovens mortos denunciaram dificuldades para buscar reparação e justiça pelos crimes e o direito de enterrar os corpos dos filhos. 
• China sentencia antigo dirigente do partido Yunnan à morte por corrupção. 

Dos três sobrará um.
Um novo capítulo da arte de enxugar gelo e ensacar fumaça será completado assim que realizado o segundo turno das eleições municipais, dia 30. Porque mesmo sem se entenderem, Aécio Neves, Geraldo Alckmin e José Serra aspiram a indicação presidencial no âmbito do PSDB. Os dois que vierem a ser derrotados não cogitam mudar de partido para encontrar uma legenda capaz de abrigá-los. Estão em igualdade de condições na disputa pela pole-position. Aécio por presidir o PSDB e ter sido o candidato nas eleições mais recentes. Alckmin por governar São Paulo, recém-saído da esmagadora vitória de João Dória Júnior para a prefeitura paulistana. E Serra por exercer o ministério de maior visibilidade do governo Temer, disposto a repetir a experiência de Fernando Henrique Cardoso.
Os três candidatos sabem da impossibilidade de perder tempo. Logo começará a temporada de caça aos tucanos hesitantes. 2017 será ano pré-eleitoral, mesmo pleno de perguntas sem resposta: se a recuperação nacional viabilizar-se, Michel Teme deixará de candidatar-se pelo PMDB, pesar das promessas de ficar de fora? Henrique Meirelles deixará passar a oportunidade, na mesma hipótese de sucesso econômico?
Ciro Gomes espera vir com tudo, já dispondo de um programa para levar o PDT a reunir outros partidos. Marina Silva imagina dispor de lugar cativo no primeiro pelotão. Outros não admitem perder tempo, como Alvaro Dias, Ronaldo Caiado, Jair Bolsonaro e alguns por enquanto desconhecidos.
Faltou um, sem dúvida lastreado na lembrança de forte contingente hoje ferido, mas não derrotado: o Lula, que se conseguir livrar-se das tenazes da operação Lava Jato, estará no páreo.
O maior obstáculo, por ironia, atinge os três hoje melhor posicionados, Aécio, Alckmin e Serra, dos quais sobrará apenas um com chances de passar ao segundo turno, sabe-se lá contra quem. (Carlos Chagas) 

Sugestão de nome para a presidência do PT.
Ninguém deveria se meter na vida do PT -ou na morte, considerando-se o comportamento suicida da legenda. O petismo não lida muito bem com avisos. Mal conduzida, uma tentativa de chamar a atenção do partido pode agravar a situação, reforçando seus impulsos autodestrutivos. Mas já que nenhum petista parece disposto a ajudar, o repórter oferecerá uma sugestão de nome para ocupar a presidência do PT, no lugar de Rui Falcão, o ruinoso.
Eis o melhor nome: Luiz Inácio Lula da Silva. Aquele líder sindical da década de 80, estalando de pureza moral, respeitado até pelos adversários, poupado pela imprensa. Esse Lula com cheiro de ABC paulista seria uma referência em meio à falência da política tradicional. Impossível imaginá-lo fechando acordos com Sarneys e Renans ou desfrutando de confortos pouco assépticos, fora dos limites do contracheque.
O grande problema do PT será descobrir o paradeiro de Lula. Como se sabe, o personagem desapareceu misteriosamente nos idos de 2003. Seu sumiço interrompeu uma carreira política promissora. Nunca mais foi visto. Mas não custa procurar. Se ficar comprovado que o Lula da década de 80 morreu, como parece provável, ainda restará pelo menos uma alternativa para o PT. Chama-se Olívio Dutra.
Como Lula, Olívio é fundador do PT. Cultiva os mesmos valores. Com uma diferença: jamais desapareceu. Ao contrário, reaparece nos momentos mais incômodos. Como no domingo passado, dia em que o eleitor rosnou para o PT.
Ao comentar a situação da legenda numa entrevista radiofônica, Olívio declarou coisas assim: Não adianta dizer que a culpa é do Judiciário, do adversário, da grande mídia. Existem erros graves pelos quais as pessoas estão sendo julgadas e algumas até presas.
Olívio tachou de legítima, consciente e necessária a reação do eleitorado. O PT tem de levar uma lambada forte mesmo porque errou, e errou seriamente. Não cogita deixar o partido. Enxerga espaço para retomar o caminho certo. Como? Evidente que tem de ter conteúdo e prática muito diferentes desses conteúdos e práticas dos discursos dessa maioria que está dirigindo o partido.
Tomado pelas palavras, Olívio lembra muito aquele Lula dos idos de 80. Distribuindo lambadas, poderia se converter num bom recomeço. (Josias de Souza) 

Essa misteriosa reforma agrária brasileira.
Há cerca de 20 anos, visitei diversos assentamentos do Incra no sul do Rio Grande do Sul. Alguns tinham barreira no acesso. Ninguém podia entrar sem autorização e a autorização era negada a curiosos. Eu era exatamente isso. Os que visitei estavam praticamente inativos, sem aproveitamento. Quase não se percebia sinal de vida. Em um deles, porém, encontrei animais de pasto e vasta extensão cultivada, prenunciando generosa safra. Pertencia a uma família de vários irmãos, procedentes da região noroeste do Estado, que trabalhavam seus lotes em conjunto. Fui conversar com eles e perguntei o motivo do contraste em relação aos demais assentados. A resposta foi surpreendente - eles plantavam. No entanto, fariam a colheita e iriam embora porque a vizinhança era perigosa. À menor desatenção, eram roubados.
***
Os órgãos destinados à Reforma Agrária no Brasil operam com a terceira geração de servidores. As duas anteriores se dedicaram a fazer a reforma agrária e hoje se beneficiam da aposentadoria. Uma terceira vai tocando o trabalho, olhos no desenvolvimento de suas vidas funcionais. Nada haveria de extraordinário nisso. É o que acontece em todo o órgão público longevo e os órgãos públicos costumam ser longevos. Depois que o Estado abre uma porta ou um guichê, dificilmente essa abertura se fecha. O que torna incomparável a atuação dos órgãos de reforma agrária, hoje convergentes no Incra, é a constrangedora falta de dados sobre aquilo que é objeto de seu oneroso trabalho, oficialmente iniciado há 54 anos com a criação da Superintendência de Reforma Agrária.
Nesse já longo andar, nosso país optou por ir na contramão da tendência mundial, que é de concentração das propriedades rurais para torná-las mais produtivas e eficientes, com ganhos de competitividade e rentabilidade. Essa tendência, natural e inevitável, reduziu a menos de 5% a população rural dos países desenvolvidos, inclusive nas potências agrícolas com as quais o Brasil compete. Resultado? Maior renda per capita no campo, aproximando-a da renda média do meio urbano.
Para atender a esse projeto de desenvolvimento com farol voltado para o século XIX, o Brasil dedicou à Reforma Agrária uma formidável extensão de terras. Quantos milhões de hectares? perguntará o leitor. Pois é, meu caro. Ninguém sabe! Pelo que encontrei enquanto tentava descobrir, trata-se de algo entre 40 e 80 milhões de hectares. Por outro lado, ninguém - ninguém mesmo! - sabe o que acontece nos assentamentos. As perguntas mais naturais da sociedade, que paga a conta da reforma agrária e os salários dos servidores ativos e inativos do Incra, não têm resposta. O que produzem essas dezenas de milhões de hectares destinados a resolver o problema social do campo pelo tão ambicionado projeto do MST e seus assentamentos? Os técnicos sequer arriscam palpite. Provavelmente se trata de insignificante fração do que poderia ser produzido se adequadamente aproveitado. Não é por acaso que o Incra aparece, mesmo nos levantamentos do próprio governo, como um dos principais responsáveis pelo desmatamento em certas regiões do país.
Até agora, o que de mais robusto se produziu com essa política foi o MST, com aquele extraordinário suporte que as organizações internacionais a serviço do comunismo dedicam aos que abraçam estratégias e pedagogias revolucionárias. Venderam caro - e, mesmo assim, parcela significativa da sociedade comprou - a ideia de que todo brasileiro nasce titular de um direito natural a receber dos demais um lote de terra para dela fazer o que bem entender, inclusive nada.
Ah, se fosse produtivo o que já se destinou para reforma agrária! Ah se não houvesse o MST, pedagogicamente, ensinado violência, desrespeito à lei e uma ideologia de primatas! Ah, se tivesse sido aplicado em educação junto aos excedentes do meio rural tudo que foi gasto para promover algo cujo resultado não se vê nem se conhece! O Brasil estaria num outro estágio de desenvolvimento socioeconômico, regido com maior racionalidade e paz. (Percival Puggina, arquiteto, empresário e escritor) 
Encontrou-se, em boa política, o segredo de fazer morrer de fome aqueles que, cultivando a terra, fazem viver os outros. (Voltaire)

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