4 de out. de 2016

Depois da borrasca, o que virá...

 photo ganhamos_zpsbjvv4noz.jpg • Bancários decidem manter greve, que entra no 29º dia. 
• A Veja informa que Rodrigo Janot pediu a Luiz Edson Fachin urgência na análise do processo que envolve Renan Calheiros no caso Mônica Veloso. Um documento enviado ao STF em meados de junho pede urgente inclusão do feito na pauta de julgamentos do Plenário do Supremo Tribunal Federal para deliberação acerca do juízo de admissibilidade da acusação. Renan é acusado de usar um lobista de uma empreiteira para bancar despesas pessoais da jornalista Mônica Veloso, com quem tem uma filha. As denúncias da PGR chegaram ao Supremo em 2013. 
• O senador Fernando Bezerra Coelho, ex-ministro da Integração no governo Dilma Rousseff, foi denunciado hoje pela PGR por embolsar 41 milhões de reais em propina das obras... 
• Doria promete congelar impostos e passagem de ônibus em 2017. Prefeito eleito em São Paulo diz que recado das urnas foi de rechaço ao PT. 
• Perondi diz que relatório sobre PEC do teto será apresentado nesta terça; Texto da PEC do Teto será finalizado até terça, diz Meirelles. O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, reforçou a confiança dizendo que a medida foi bem recebida pelos principais líderes partidários e deve ser aprovada até o fim do ano. 
• Parecer do MP no TCU recomenta rejeição das contas de Dilma. MP do TCU lista 17 graves irregularidades nas contas de 2015TCU deve condenar Dilma e assessores por pedaladas; Processos serão votados na quarta; tendência é reprovar contas de 2015. 
• PF se opõe a novas delações premiadas na Lava Jato. Policiais avaliam que já há material suficiente e temem clima de impunidade. 
• O PT perdeu 60,9% de seus eleitores. Em 2012, o partido teve 17,3 milhões de votos para prefeito. Neste domingo, teve apenas com 6,8 milhões; PT antecipa troca de direção, e Lula é um dos cotados para chefiar sigla; PT perde quase metade da influência nas cidades do Nordeste. Partido diminuiu o nº de prefeituras em seis dos nove Estados da região; só Piauí teve crescimento. 
• Receita faz pente-fino para recuperar R$ 16,8 bi. Um dos objetivos é combater fraudes em créditos tributários, que estão sendo usados para a sonegação. 
• Só no Brasil: Preso por tráfico e homicídio foi eleito vereador na Paraíba. Com direito de voto em presídios, bandido se elege na Paraíba. 
• A PF está na sede do PT da Bahia. O esquema da OAS com Jaques Wagner, o Compositor, está em seus acordes finais. 
• A PF já prendeu Giles Azevedo? A dona da Pepper disse que, orientada pelo principal assessor de Dilma Rousseff, recebeu dinheiro sujo para a campanha eleitoral por meio de falsos contratos com a Propeg, que repassou propina da Andrade Gutierrez, da OAS e da Odebrecht. 
• Com críticas a Marina, sete dirigentes se desfiliam da Rede. Alegando vazio de posicionamentos políticos, aliados da ex-senadora deixam partido. Há uma debandada na Rede. Os intelectuais do partido - sim, a Rede também tem seus intelectuais - resolveram se desfiliar. De acordo com eles, depois de um ano de existência legal e três anos de construção partidária, o Rede não se posicionou... 
• A PF está nas ruas. A Operação Hidra de Lerna, informa Bárbara Lobato, mira em fraudes em licitações e contratos no Ministério das Cidades. A ação deriva de 3 colaborações de investigados na Operação Acrônimo, já homologadas
• Um dos alvos da PF na Bahia é a agência de propaganda Propeg. Benedito Rodrigues de Oliveira Neto, o Bené, disse que Marcio Fortes, ministro das Cidades do governo Lula, recebeu 1 milhão de reais de um esquema para dar a conta da pasta à Propeg, em 2010. 
• Nova política do BNDES pode deixar energia mais cara. Banco eleva crédito a energia solar e reduz apoio a hidrelétricas. 
• A Operação Lava Jato avalia que o ex-ministro Antonio Palocci não vai colaborar com as investigações. Desde que foi preso, semana passada, o petista mantém a cara de poucos amigos. Palocci é acusado de operar para a Odebrecht, o que ele nega. 

• Obama sugere sede da Olimpíada arranjada. Presidente dos EUA afirma que Chicago era a melhor candidatura para 2016 e compara o COI à Fifa. 
• Para Temer (com Macri, na Argentina), abstenções e nulos pressionam por reforma política. 
• Grupo britânico faz ofensiva contra 'brexit'. Cidadãos querem que o Parlamento, e não a premiê, conduza o processo. 
• EUA cancelam negociação com a Rússia sobre a Síria. Atitude aumenta a deterioração da relação diplomática entre as potências.
 • Uribe passa a ser peça-chave para paz na Colômbia. Opositor é maior vitorioso no plebiscito que rejeitou acordo entre governo e Farc. 

Depois da surra, tudo é velório para o petismo.
Desde que trocou o tino político pelos confortos de sua ex-presidência, Lula passou a ser movido por uma desastrosa autoconfiança. Na véspera da eleição, ele fez a defesa inconsciente do voto útil. Parecia decidido a convencer o eleitor a tomar qualquer decisão, desde que desse uma surra no PT. Lula foi a um comício do candidato petista à prefeitura de São Bernardo do Campo. E declarou o seguinte:
Você que ouviu tantas vezes nos últimos anos a Rede Globo de Televisão agredir o PT, a imprensa criminalizar o PT, eu queria fazer um apelo pra vocês, homens de bem, mulheres de bem, trabalhadores e trabalharadoras: amanhã, na hora de votar, é importante vocês saberem que urna não é lugar pra depositar ódio ou preconceito. Urna é lugar pra depositar esperanças e sonhos…
O contrário do antipetismo que Lula supõe existir no noticiário é o pró-petismo reivindicado por ele -um sentimento inocente, que aceita todas as presunções do PT a seu próprio respeito. Isso inclui concordar com a tese segundo a qual os petistas têm uma missão especial no mundo, de inspiração divina e, portanto, inquestionável.
Como qualquer religião, o petismo pode cultivar seus dogmas. Mas o desembaraço autocrático de Lula tem limites. Discurso que agride a realidade, trata a plateia como imbecil. E se a surra de domingo ensinou alguma coisa é que o brasileiro já não está disposto a avalizar a pretensão petista de ser uma potência ética, que só deve contas à sua própria noção de superioridade e ao seu destino evangelizador.
À beira da urna, Lula escancarou a impostura. Alguém que acaba de se transformar em réu por corrupção e lavagem de dinheiro, depois de 13 anos em que o Estado foi saqueado pelo seu partido e pelos esquemas que o acompanharam no poder, e ainda consegue ostentar a pose de vítima da imprensa ou é um cínico ou é um distraído. Em nenhum dos casos é um líder político que mereça respeito. Levou o PT à derrota até em São Bernardo, seu berço político.
A declaração de Lula Urna não é lugar pra depositar ódio ou preconceito. Urna é lugar pra depositar esperanças e sonhos talvez seja citada no futuro como um resumo da ópera petista, como uma apoteose da incapacidade do PT de compreender o vexame em que se converteu. A reação das urnas foi compatível com a dimensão da ofensa.
Em certos momentos, o desalento pode ser justificável. O que ninguém aguenta mais é a esperança sem causa. O eleitorado ensinou a Lula que urna é lugar para depositar consciência. No Brasil, a eleição é loteria sem prêmio, é a ilusão de que é possível começar tudo de novo, do zero, para ver se finalmente dá certo. O voto vem se revelando um equívoco renovado a cada quatro anos. O eleitor pelo menos decidiu cometer erros novos.
Depois da surra de domingo, tudo é velório para o petismo. Aquele partido imaculado de outrora cometeu suicídio. O cadáver do ex-PT pode inspirar o surgimento de outro PT. Mas isso depende da disposição de Lula e de seus discípulos de protagonizar um gesto de contrição.
Uma expiação mais rápida teria feito bem ao PT. Mas o partido ainda não se deu conta de que o arrependimento é a última serventia do crime. A julgar pelo silêncio pós-eleitoral de Lula e do resto da seita, o PT talvez só descubra os prazeres do remorso depois que a autocrítica não adiantar mais nada. (Josias de Souza) 

O eleitorado é que mudou…, dirão os institutos de pesquisas.
Aproxima-se a noite das decepções. Horas depois de encerradas as eleições em todo o país, a maioria dos candidatos a prefeito ficará fora do segundo turno. Ranger de dentes em todos os estados, em especial nas capitais, com os derrotados correndo atrás de desculpas e argumentações incapazes de justificar a falta de votos. Poucos culparão o eleitorado, na verdade o maior responsável pelo fiasco. A maioria atribuirá a derrota à falta de competência dos auxiliares encarregados da comunicação social. Uma parte, à falta de dinheiro para as campanhas. Outros, à sabotagem da mídia. Uns, até aos institutos de pesquisa, certamente a serviço de seus adversários.
Vale começar pelo fim. Pesquisa não ganha eleição, conclui-se com algumas exceções. Dirão todos ter sido o eleitorado que mudou, o eleitor que não dispôs de caráter para votar como prometeu.
Importa, porém, atentar para a fragilidade dos institutos de pesquisa. É claro que os jornais de amanhã estarão cheios de explicações para demonstrar que as previsões estavam certas, foi o povo que mudou à última hora. No entanto, a formulação das questões, como sempre, deixou a desejar.
Tempos atrás os resultados de cada pesquisa eram acompanhados do tal a margem de erro é de dois pontos para a frente ou para trás. De duas eleições para cá os números foram aumentados: a margem de erro passou a três pontos. Este ano as empresas que sondam a opinião pública perderam a compostura: já situaram a margem de erro em quatro pontos para cima ou para baixo.
Logo, nas próximas eleições, essa confissão de fracasso aumentará. Vão situar suas previsões em cinco ou seis pontos. Equivale a dizer, o candidato vencerá ou perderá porque seis mais seis são doze, ou seja, até esse total de diferença o instituto acertou…
Engana-se quem quer, tornando-se meio cômica a conclusão a que chegarão as empresas empenhadas em faturar: nós acertamos; o eleitorado é que mudou(Carlos Chagas)

Para que serve o voto? Governo legítimo e democracia.
A vontade da maioria não é capaz de conferir legitimidade a um governo. O entendimento claro da base ética dos direitos e da natureza do governo deixa claro que é a limitação do governo à defesa dos direitos individuais dos cidadãos que o torna legítimo. A legitimidade está no conteúdo da Constituição, e não nas eleições.
Se democracia não dá legitimidade a um governo, para que serve o voto? A Constituição de um país é que define a natureza intencionada para seu governo, mas são as instituições que determinam se a Constituição será respeitada. A separação entre poderes e as eleições são meios de assegurar na prática e perpetuar a liberdade garantida pela Constituição.
Poderes separados e eleições são instituições de grande poder estabilizante. Uma ditadura é o oposto: um dia ruim do ditador significa um reflexo imediato em todo o país. A sucessão de um ditador pode significar a mudança de um governo razoavelmente benevolente para a pior tirania. De um dia para o outro.
Se existisse um ditador que limitasse sua atuação exclusivamente à defesa dos direitos dos cidadãos, este seria, por incrível que pareça, um governo legítimo. A legitimidade de um governo depende do que ele faz, não de como é constituído. É claro que essa ditadura benevolente é algo inverossímil, pessoas que buscam o poder absoluto nunca o fazem para não usá-lo!
Mesmo aceitando a premissa fantasiosa de um ditador que resolve não ditar, fica claro que este sistema político é completamente condicionado à vontade de uma única pessoa. Se um dia o ditador resolve que quer um avião novo, e decide tomar recursos de cidadãos inocentes para comprá-lo, está acabado o respeito aos direitos naquele país.
A separação de poderes e o voto são mecanismos para reduzir esta instabilidade. Estabelecido um governo legítimo, através de uma Constituição que limite a ação do governo à defesa dos direitos individuais, estas instituições são poderosas em preservá-lo.
Em um governo com separação de poderes, se um homem decide violar a Constituição isto não abala o sistema político. Mesmo que este homem seja o chefe de estado, a separação de poderes dá mecanismos para que se remova do poder aqueles que violam, ou tentam violar os direitos dos cidadãos.
As eleições são um segundo nível de proteção. Sabendo que a sua permanência no governo depende do apoio popular, governantes têm um grande incentivo para não tentar violar seus direitos.
Separação de poderes e eleições não são, no entanto, suficientes em si. Estabilidade não é algo bom quando a situação atual é de violação de direitos. A separação de poderes não protege o cidadão quando todos os poderes concordam em violar seus direitos e é isto que acontece quando a Constituição não protege ou prevê a violação sistemática dos direitos individuais dos cidadãos.
Eleições não protegem o cidadão quando ele sequer sabe quais são seus verdadeiros direitos, ou pior - conscientemente escolhe violar os direitos do próximo através do governo, sem perceber que a possibilidade de fazê-lo significa que ele também é desprovido de direitos. (Pedro Carleial) 

Foi o povo que errou?
Quem se deu ao trabalho de comparar os números das previas eleitorais com os resultados das urnas chegou à mesma conclusão de sempre, de que os institutos de pesquisa não ganham eleições. Erraram feio, apesar das explicações enfadonhas de que foi o eleitorado que mudou, à última hora. Melhor não descer a detalhes, mas dessa vez vale acrescentar um fator a mais: os comentaristas e repórteres de televisão perderam a humildade e também, com empáfia, engrossaram a corrente de tiros dados fora do alvo. No domingo, à medida em que eram conhecidos os resultados, desdobravam-se na tentativa de demonstrar que não erraram. Foi o povo que errou…
Mas acertaram, também, na unanimidade partilhada com a nação inteira, de que o PT seria o maior derrotado. Não deu outra, que o segundo turno confirmará no fim do mês. A pergunta que se faz refere-se ao futuro do partido dos companheiros. Parece impossível supor que possam reconquistar a presidência da República em 2018, objetivo que lhes tomará tempo e esforço.
Em maioria, o PT jogará os seus cacifes na candidatura do Lula, cujos obstáculos a superar estão à vista de todos. Primeiro, evitar a operação Lava Jato e a possibilidade de o candidato ser condenado pelas acusações do juiz Sérgio Moro. Depois, apostar no fracasso do governo Michel Temer e desenvolver intensa campanha demonstrando as realizações de seus dois governos. Missão quase impossível, mas a única que lhes resta.
Começou a corrida sucessória, com ênfase para a ascensão do governador Geraldo Alckmin, pai, mãe, avô e avó do novo prefeito João Dória. No ninho dos tucanos, Aécio Neves e José Serra que se cuidem, já que uma força maior se faz sentir.
Sobre as eleições municipais, ainda uma evidência a referir: em comparação com embates anteriores, o não-voto cresceu na indiferença do eleitorado. Abstenções, ausências, votos brancos e nulos chegaram quase aos 30%. Uma espada de Dâmocles paira sobre a cabeça do presidente Michel Temer. Ele insiste em que não se candidatará, mas sem outra opção, o PMDB tratará de convencê-lo a voltar atrás. Claro que se fizer um bom governo. (Carlos Chagas) 
Quanto mais suor derramado em treinamento, menos sangue será derramado em batalha. (Dale Carnagie)

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