16 de set. de 2016

Batidas de frente...

 photo a peacute_zpsm74fvvjo.jpg • Governo não paga, e VLT Olímpico do Rio pode ficar sem manutenção. 
• A denúncia espetaculosa contra Lula teve o aval de Rodrigo Janot. É o que informa o Valor. Lula tinha conhecimento pleno da propina. Os novos depoimentos de Pedro Corrêa sobre Lula foram gravados duas semanas atrás, em 1 de setembro, na sede da PF. 
• Caiado: Lula insiste na estratégia de dividir País entre eles e nós
• Procuradores criticam deturpação de afirmações de procuradores da Lava Jato. 
• Paulo Roberto Costa foi nomeado por Lula para repassar propina ao PP, mas repassava também, por ordem de Lula, a outros parlamentares, como Gleisi Hoffmann. Cobrado por Pedro Corrêa, Paulo Roberto Costa explicava (5m40s): Esse negócio da Gleisi Hoffmann, de dar 1 milhão, foi o presidente Lula que mandou fazer. Diante dos protestos dos parlamentares do PP, Lula se justificava (7m05s): Rapaz, a diretoria é muito grande, tem de atender os outros também, a base aliada toda
• Quando o PP pedia mais cargos no governo, para aumentar seus repasses de propina, Lula sempre respondia, segundo Pedro Corrêa (12m56s): Vocês não podem cobrar mais nada. Paulinho me disse que vocês estão muito bem amparados financeiramente
•  Se os políticos são os mais honestos, por que Lula os chamou de picaretas? (PFilho)
• Lula aumentou seu patrimônio pessoal em 360%, em valores nominais, desde 2011. Segundo a Folha de S. Paulo, a soma de seus bens chegou a R$ 8,8 milhões no fim do ano passado, apontam declarações de Imposto de Renda do petista que integram a denúncia criminal apresentada contra ele. Isso não inclui, claro, o sítio em Atibaia, que está em nome de laranjas, nem o triplex no Guarujá, que está em nome da OAS.
• Defesa de Lula distribuirá na ONU documento contra Lava Jato e Moro.
• OAS deveria reivindicar Lei Rouanet para acervo de Lula, diz Okamotto. Presidente do Instituto Lula, denunciado pela Lava Jato, admite que pediu para empresa pagar aluguel. 
• Reinaldo Azevedo, na Folha de S. Paulo, disse que há uma boa possibilidade de o buliçoso procurador Deltan Dallagnol ter assinado na quarta-feira a absolvição do chefão petista. Foi o que ele disse também no ano passado, quando a Lava Jato prendeu Marcelo Odebrecht: Desde que acompanho esses casos - e faz tempo! -, nunca li um decreto de prisão preventiva tão absurdo. E: É preciso haver motivo consistente para mandar prender alguém. Só a convicção não serve. Acho que houve precipitação. Se for só isso, o habeas corpus parece certo
• Câmara só votará nova Previdência em 2017, afirma Maia. Presidente da Casa diz que não haverá tempo para analisar proposta neste ano. 
• Supremo abre inquérito contra Feliciano por suspeita de abuso sexual. Patrícia Lélis, de 22 anos, diz ter sofrido tentativa de estupro, assédio e agressão pelo deputado. 
• Temer veta parcialmente reajuste a Defensores Públicos. Projeto previa aumento de 60%, mas presidente aprovou o pagamento de 7% em parcela única. 
• Nova licitação permitirá retomar obras no São Francisco. Mendes Júnior, responsável por parte do projeto, diz não ter como continuar. 

• O antigo presidente italiano Carlo Azeglio Ciampi morreu aos 95 anos. A notícia da morte do estadista foi anunciada pelo governo. 
• Novo tom do Mercosul. Itamaraty comanda guinada em relação à Venezuela; certo exagero ameaça tradição brasileira. 
• De volta, Hillary Clinton tenta tirar foco de doença. No 1º comício após pneumonia, democrata busca dissipar temor sobre saúde. 
• Colômbia é pressionada a retomar fumigação contra coca. Fim da prática que erradica cultivo ilegal está em acordo entre governo e Farc. 
• Turquia prende suspeitos de planejar ataques a embaixadas. 
• ONU estima que mais 20 países se unirão a acordo climático de Paris na próxima semana. 
• Bombardeios no norte da Síria deixam pelo menos três mortos. 
• Em primeira cúpula sem Reino Unido, UE discute imigração e risco de fragmentação. Presidente do Conselho Europeu quer retomar controle de futuro comum, ameaçado por divergências sobre como lidar com os atuais desafios do bloco. 
• Novo estudo anglo-brasileiro reforça relação entre Zika e microcefalia. Pesquisadores recomendam que as autoridades de saúde se preparem para uma epidemia global de microcefalia e outras complicações ligadas ao vírus. 
• Número de refugiados no mundo equivale à população do Reino Unido, diz ONU. Contingente de refugiados chegou a 65 milhões nos últimos 25 anos; relatório aponta dez conflitos mundiais por trás do agravamento da crise. 

Espetáculo de Deltan Dallagnol só serve à impunidade de Lula.
Não escrevo, não falo e não penso para saciar a sede de sangue de ninguém. Comigo, ou as coisas são feitas segundo as regras do Estado democrático e (atenção para o conectivo!) de Direito ou não servem.
Não combati a civilização petralha porque eles são eles e nós somos nós. Eu a combati por causa de seus métodos. Os que me detestam não são os meus interlocutores às avessas nem meus guias morais por contraste. Não serão eles a definir as minhas escolhas. Eu as faço sem levar em conta o que eles pensam. De resto, a minha profissão não é ser antipetista. Não sou funcionário das obsessões alheias.
Acho que Lula, com efeito, é o chefe do petrolão. Acho que ele era o chefe do mensalão. Na verdade, há 15 anos escrevo que o considero o chefe de um esquema para assaltar a institucionalidade. Mas se, por isso, esperam que condescenda com o show de Deltan Dallagnol, podem tirar o cavalo da chuva. E repudio aquele espetáculo, entre outras razões, porque o considero contraproducente. Há uma boa possibilidade de o buliçoso procurador ter assinado na quarta-feira (14) a absolvição do chefão petista.
Quem lê a denúncia entende por que a força-tarefa acusa Lula, no caso do apartamento de Guarujá, de corrupção passiva. Mas já se tornam nebulosas as razões que justificam a acusação de lavagem de dinheiro. Incompreensível mesmo é por que não se incluiu o tipo penal que caracteriza dois terços do texto: membro de uma organização criminosa. Ou não é isso que revela aquele organograma?
E não vale dizer que isso será feito no âmbito do Supremo, como sugeriu aquela estranha entrevista coletiva.
A gritaria nas redes sociais em razão do que escrevi no blog e afirmei no programa Os Pingos nos Is, na Jovem Pan, foi gigantesca. Esperavam que eu fosse voar na jugular de Lula -afinal, eles são eles, e nós somos nós, certo? Mas voei foi na jugular de Deltan porque eu sou eu. Sou funcionário apenas das minhas convicções, ancoradas em fatos. Aí, sim!
Não vivo nem de vaia nem de aplauso. Infelizmente, a denúncia é fraca. Há lá pérolas como esta:
Em datas ainda não estabelecidas (sic), mas certo que compreendidas entre 11/10/2006 e 23/01/2012 (sic), Lula, de modo consciente e voluntário, em razão de sua função (sic) e como responsável pela nomeação e manutenção de Renato Duque e Paulo Roberto Costa nas Diretorias de Serviços e Abastecimento da Petrobras, solicitou, aceitou promessa e recebeu, direta e indiretamente, para si e para outrem, inclusive por intermédio de tais funcionários públicos, vantagens indevidas (...). Ou ainda: Evidentemente, dada a envergadura do cargo que ocupava na época (sic), não cabia a Lula requerer diretamente as vantagens em decorrência de cada contrato firmado pela Petrobras. Para tanto, contava com funcionários públicos, Renato Duque e Paulo Roberto Costa, em posições fulcrais para influenciar, com o oferecimento de benefícios (...)
Essas são apenas algumas das passagens em que a precipitação e o gosto pelo espetáculo confundem a denúncia de cometimento de crimes com responsabilização objetiva.
Os cretinos acham que estou afirmando que Lula é inocente. Não! Eu acho que ele é culpado. O que estou sustentando é que a denúncia é inepta e que a força-tarefa, com o seu gosto pela ribalta, prestou um favor imenso à defesa do ex-presidente.
Não por acaso, o PT e os advogados de Lula comemoraram. Não por acaso, Rodrigo Janot ficou preocupado. Se a Procuradoria-Geral da República não botar ordem na bagunça, o resultado será a impunidade. (Reinaldo Azevedo) 

Para Lula, político ladrão é melhor que procuradores e juízes concursados.
Com o luxuoso auxílio dos seus advogados, Lula desperdiça tempo numa cruzada contra Sérgio Moro. Para estigmatizá-lo, recorreu até às Nações Unidas. Denunciado, o ex-presidente passou a demonizar também o procurador da República Deltan Dellagnol e os outros meninos da Lava Jato. Lula procede assim por acreditar que, tachando seus investigadores de demônios, fica eximido de todo exame do mal. A começar pelo mais difícil: o autoexame.
Nesta quinta-feira, no comício privê que convocou para politizar a denúncia de que foi alvo, Lula potencializou a impressão de que se tornou um típico político brasileiro- grosso modo falando. Ele discursou por uma hora e oito minutos. A certa altura, a pretexto de criticar os procuradores que têm a mania de procurar e o juiz que cultiva o hábito de julgar, Lula saiu em defesa da classe política, sua corporação. Pronunciou a seguinte frase:
Eu, de vez em quando, falo que as pessoas achincalham muito a política. Mas a profissão mais honesta é a do político. Sabe por quê? Porque todo ano, por mais ladrão que ele seja, ele tem que ir para a rua encarar o povo, e pedir voto. O concursado não. Se forma na universidade, faz um concurso e está com emprego garantido o resto da vida. O político não. Ele é chamado de ladrão, é chamado de filho da mãe, é chamado de filho do pai, é chamado de tudo, mas ele tá lá, encarando, pedindo outra vez o seu emprego.
O raciocínio de Lula é límpido como água de bica. Mas vale a pena clareá-lo um pouco mais. Para o morubixaba do PT, política não é sacerdócio, mas profissão. E se parece muito com a profissão mais antiga do mundo. O político, ainda que seja um biltre, um pulha, um larápio será sempre mais honesto do que alguém capaz de molhar a camisa numa universidade para ingressar por concurso no Ministério Público ou na magistratura. Toda vilania, toda calhordice, toda ladroagem será perdoada se o político for para a rua encarar o povo e pedir voto.
De acordo com a força-tarefa de Curitiba, Lula é o comandante máximo da corrupção. Presidiu uma propinocracia urdida para assegurar o enriquecimento ilícito, a governabilidade corrompida e a perpetuação no poder. Lula abespinhou-se com a acusação de que comprou apoio congressual.
Ontem eu vi eles falarem dos partidos políticos, dos governos de coalisão, vocês sabem que muita gente que tem diploma universitário, que fez concurso, é analfabeto político, declarou. O cara não entende do mundo da política. Não tem noção do que é um governo de coalisão. Ele não tem noção do que é um partido ser eleito com 50 deputados de 513 e que tem que montar maioria. Foi como se o pajé petista dissesse: Num Legislativo em que todos os gatunos são pardos, mensalões e petrolões não são opcionais, mas imperativos.
A esse ponto chegou o mito. Assumira o poder federal, em 2003, ostentando uma biografia que empolgava o mundo. Imaginou-se que reformaria os maus costumes. Hoje, convoca a imprensa nacional e estrangeira para informar que foi reformado por eles. E concluiu: 1) que a oligarquia política com o rabo preso no alçapão da Lava Jato é inimputável. Recebeu licença das urnas para roubar. 2) que governabilidade virou uma grande negociata para justificar qualquer aliança ou malandragem destinada a fazer da discussão política uma operação de compra e venda.
No fim das contas, um comício que serviria para contestar acabou confirmando as formulações dos analfabetos políticos da Lava Jato. Enquanto procura demônios de ocasião para os quais possa transferir suas culpas, Lula revela o porquê do surgimento de fenômenos como o mensalão e o petrolão. Se a urna é um sabão em pó moral, nada mais natural que políticos como Collor, Renan, Cunha e um incômodo etcétera recebessem, sob Lula, licença para plantar bananeira dentro dos cofres da Petrobras e adjacências.
Lula gosta de citar sua mãe, dona Lindu, para informar que aprendeu com ela a andar de cabeça erguida por esse país. Está claro que Lula não apreendeu os ensinamentos de sua mãe. Um governante pode até conviver com certos políticos por obrigação protocolar. Qualquer mãe entenderia isso. Mas ir atrás do Collor, adular o Cunha, entregar a viabilidade do seu governo à conveniência de tipos como Renan… Está na cara que Dellagnol e os outros meninos de Curitiba precisam assumir a função da mãe de Lula, denunciando-o de vez em quando, nem que seja para dizer: Olha as companhias, meu filho. É para o seu próprio bem. Certos confortos podem acabar na cadeia. (Josias de Souza) 

Se Temer mantiver a governabilidade, fará um grande favor ao Brasil.
Para o professor de ética da Unicamp Roberto Romano, Temer sofre com a falta de carisma e a herança maldita do presidencialismo brasileiro.
Roberto Romano não espera muita coisa de Temer. Para ele, o presidente não mudará a estrutura política nem econômica do país por falta de força política e de uma estratégia clara de mobilização do Congresso.
Somem-se a esses fatores um aliado maquiavélico no comando do Senado e o PT, disposto a inflamar as ruas no papel de paladino da democracia ferida pelo golpe, e Temer corre o risco de ficar tão emparedado quanto os pronomes de suas mesóclises. Confira os principais trechos da entrevista a O Financista.
O Financista: Quando era interino, o mercado tolerava as concessões de Temer aos grupos políticos, lembrando a necessidade de consolidar apoio. Como efetivo, ele mudou?
Roberto Romano: Temer continua cedendo, e o pior é que a atuação de seus ministros é desastrosa. Cada declaração que dão, como a da reforma trabalhista, mostra que não há coordenação política. Com isso, o governo não é capaz de mobilizar ninguém. Os grupos de interesse estão no Congresso, à espera de sinalizações claras, mas só estão ficando mais confusos. Isso pode atrasar, e muito, a tramitação dos projetos do governo.
O Financista: Mas Temer é conciliador ou apenas um presidente fraco?
Romano: Esse é um problema sério no mundo todo, de crise de Estados e partidos, não apenas de Temer. Quando a política virou um negócio, impediu o surgimento de verdadeiros estadistas. Hoje, não há mais do que cinco no mundo. Mas, aí, entram fatores próprios de Temer. Ele nunca foi uma liderança. Cresceu à sombra de Montoro e, depois, de Quércia. Tanto que teve muita dificuldade para se projetar no PMDB. Ele não tem carisma. Então, a situação é essa: temos uma crise de liderança no Brasil e no mundo. Para sair da crise, precisamos de lideranças verdadeiras. Mas o sistema não deixa que surjam.
O Financista: Temer cairá na mesma armadilha do PT, a de ter mais problemas com a base aliada do que com a oposição?
Romano: Isso é mais do que certo, porque é um problema fundamental do presidencialismo brasileiro. O poder central arranca os recursos dos Estados e municípios. Depois, para aprovar seus projetos, fica nas mãos dos chefes políticos de cada região. Eles cobram um preço alto para que os recursos voltem, em troca de apoio aos projetos. É uma estrutura anacrônica, burocrática e gastadora. No fundo, Temer herdou a herança maldita do presidencialismo brasileiro (risos).
O Financista: Renan Calheiros é um aliado confiável de Temer no Senado?
Romano: Renan não é um aliado confiável nem de si mesmo. Ele é, por excelência, alguém que trabalha apenas por seus interesses. Mas ele sabe se mover. Um político poderoso é aquele que faz favor até para seus inimigos. Basta lembrar o que ele disse a Gleisi Hoffmann. A sorte de Temer é ter o Romero Jucá a seu lado, que pode passar as informações do que acontece no Senado para o presidente. Mas Jucá não é Deus. Não adianta a informação chegar ao Planalto, se não houver gente capaz de processá-la e dar uma resposta adequada.
O Financista: Os protestos contra Temer podem crescer a ponto de inviabilizar o governo?/ 
Romano: Não sei. Primeiro: o PT está destreinado, depois de anos no Planalto, mas tem know-how de oposição e sabe infernizar quando quer. Segundo: as reformas vão desagradar a uma boa parte da classe média. Terceiro: dada a falta de liderança de Temer, ele corre o risco até de desagradar aos patrões. Quarto: a radicalização da PM está pegando muito mal: a polícia não tem preparo para lidar com protestos de rua. Agora, a classe média média não irá para a rua com o PT, porque está com muita raiva dos petistas. A dúvida é quanto o partido conseguirá mobilizar a classe média baixa, que perdeu muita coisa e age mais pelo bolso do que pela ideologia.
O Financista: Com tudo isso, qual o cenário mais realista para Temer?
Romano: Esse será o governo do possível. Não vai modificar a estrutura política nem econômica. Isso não é agenda para um governo transitório como o de Temer. Sinceramente, se ele chegar a 2018 com bases mínimas de governabilidade, já terá feito um grande favor ao Brasil. (Márcio Juliboni) 
Seja lá o que você fizer, seja bom nisso. (Abraham Lincoln)

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