31 de ago. de 2016

O Impeachment de Dilma...

 photo dilma2016_zpsobhacxz6.jpg • Senadores decidem o destino da presidente afastada às 11 horas. Mais de 2/3 dos discursos dos parlamentares são favoráveis ao impeachment de Dilma; Placar indica cassação de Dilma. Após assédio de aliados da petista, Temer garante o apoio dos três senadores do Maranhão; apuração do Estado contabiliza votos favoráveis de 55 parlamentares; Senado tem maioria para cassar Dilma, indica enquete da Folha. Placar aponta os 54 votos necessários para impeachment.
• Janaina Paschoal chora e pede desculpas a Dilma por sofrimento. Advogada autora de pedido de impeachment disse, porém, que o fez pensando nos netos da petista. 
• Ato contra Temer e o impeachment tem confronto. Manifestantes se reuniram pelo segundo dia seguido; confusão começou após chegada de black blocs.
• Eventual posse de Temer deve seguir rito de Itamar Franco. Presidente do Senado convoca uma sessão solene, que pode ser realizada logo após a votação final.
• PT pede a Dilma para só sair do Alvorada à força. Aliados de Dilma querem que ela só deixe o Alvorada à força. 
• O senador Magno Malta (PR-ES) arrancou risadas no plenário em seu discurso defendendo o impeachment de Dilma ao afirmar que os defensores da petista devem nutrir um caso de amor enrustido em relação ao ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Ao final do seu discurso, apesar de interrompido pelo ministro Ricardo Lewandowski, que presidia a sessão, ele ainda cantou em homenagem a Dilma a música celebrizada pela dupla gaúcha Kleiton e Kledir: Deu pra ti, baixo astral, vou para Porto Alegre, tchau...
• Aliados de Dilma vão ao MPF contra procurador e auditor do TCU. Argumento é de que membros do tribunal não atuaram com a devida'independência funcional
• Prefeitos temem efeito do processo de impeachment. Gilberto Perre defende mudanças na Lei de Responsabilidade Fiscal. 
• Câmara derruba destaques e conclui votação do projeto de renegociação da dívida dos Estados. Limitação de gastos à inflação foi a única obrigação que restou aos governos estaduais; texto vai ao Senado. 
• Brasil tem quase 12 milhões de pessoas desempregadas. Desemprego no trimestre encerrado em julho foi a 11,6%, maior patamar da série histórica do IBGE. 
• Déficit aumenta e juro menor pode ficar para 2017. Taxa Selic deve ser mantida hoje, quando será revelada proposta de Orçamento. 

No fim, só escombros de boas intenções.
Hoje, afinal, o país conhecerá a sentença do julgamento de Dima Rousseff. Salvo engano, haverá a condenação, ou seja, a maioria dos 81 senadores transmudados em juízes se pronunciará pelo impeachment da presidente da República reeleita em outubro do ano passado por 4 milhões de votos. Madame será comunicada formalmente, ao tempo em que o presidente interino, Michel Temer, saberá haver sido transformado em presidente definitivo até o final do presente mandato, a 31 de dezembro de 2018. A ele caberá reformar ou manter o atual ministério, além de tomar todas as atitudes inerentes a um presidente da República.
O Brasil dormirá por muitas noites, ou anos, na dúvida se terá sido justo ou não o afastamento de uma presidente acusada de crimes cometidos no exercício da função.
Duas versões passam a dividir as opiniões: Dilma efetivamente cometeu crime de responsabilidade ou foi vítima de um golpe parlamentar, desferido por inspiração das elites empenhadas em desfazer o regime de realizações sociais?
Há argumentos favoráveis às duas correntes. Uma, de que Madame assinou três decretos sem consultar o Congresso e de que valeu-se dos recursos de bancos públicos para sanar dificuldades de governo.
Outra, de que por trás das acusações de quebra da lei, estão os interesses das elites em restabelecer privilégios e benesses que iam desaparecendo com os avanços sociais dos últimos treze anos.
Quem quiser que opte, pois há razão nas duas interpretações. Não se justifica afastar uma presidente eleita livre e democraticamente, como também soa injustificável aceitar que um governo adote maquiar e até distorcer leis para ganhar eleições.
O resultado aí está. Para a História, dúvidas. Para a atualidade, o risco de a crise continuar abrindo suas asas e tornando o país não só ingovernável, mas rachado entre duas concepções opostas e conflitantes. E mais a certeza de que nem eleições presidenciais antecipadas ou realizadas em 2018 solucionarão o impasse. Prevaleça o interesse das elites ou a necessidade dos menos favorecidos, entre avanços e retrocessos, estaremos à espera do embate final onde não existirão derrotados nem vencedores. Só escombros de boas intenções... (Carlos Chagas) 

Mitologia do golpe é um excesso de desonestidade intelectual.
A mitologia do golpe se ampara na ideia de que as pedaladas se justificariam para manter o crescimento e o emprego. Reconhece, portanto, a ilegalidade da ação (a vilipendiada Lei de Responsabilidade Fiscal proíbe operações de crédito entre o governo e seus bancos), mas argumenta se tratar de política com fins nobres: impedir a recessão e garantir que a população permanecesse ocupada.
Há vários problemas com o argumento. A começar pela contumaz noção de que fins justificam os meios, possibilitando a destruição do aparato institucional em nome de presumidos ganhos imediatos. Mesmo que estes se materializem -o que está longe de ser verdade-, não raro as consequências para a capacidade de expansão de longo prazo são desastrosas, em linha com nossa experiência recente.
Diga-se, aliás, que o objetivo, vendido como nobre, era bem mais mundano, a saber, ganhar uma eleição, nem que à custa de fazer o diabo, posição tornada explícita ao longo do processo.
Isto dito, há sérias dúvidas acerca da adequação dessa política. Em primeiro lugar porque, conforme discutido mais vezes do que seria saudável neste espaço, em 2013 e em 2014, quando se usou e abusou desse expediente, estava mais do que claro que o problema da economia brasileira não era a falta de demanda originária da crise internacional (já então o mundo crescia bem mais do que nós), mas sim os sérios gargalos do lado da oferta, incluindo o mercado de trabalho.
Naquele contexto, aumentar gastos iria simplesmente agravar nosso desequilíbrio externo (e o agravou, trazendo o déficit em conta-corrente de US$ 75 bilhões para US$ 105 bilhões) e elevar ainda mais a inflação, apesar dos controles de preços, o que também ocorreu.
Junte-se a ambos esses desequilíbrios o forte aumento da dívida pública no período e fica claro que a política econômica da época, além de ineficaz para elevar o crescimento, era também nitidamente insustentável para qualquer economista que não fosse signatário do manifesto de apoio à presidente às vésperas da eleição.
Não faz tampouco sentido o raciocínio (se cabe aqui a expressão) que atribui ao excesso de responsabilidade fiscal a queda da presidente.
Em primeiro lugar porque, sendo a política anterior insustentável, não havia alternativa que não passasse pela correção dos desequilíbrios fiscais. Ao contrário, a crise que resultaria da manutenção da Nova Matriz, hoje uma pobre órfã, faria a atual parecer não mais que mera desaceleração econômica.
Mais importante, porém, a modestíssima contração fiscal que se materializou em 2015 dificilmente justificaria a queda observada do PIB. Ajustado ao padrão sazonal, o produto encolheu cerca de 6% entre o quarto trimestre de 2014 e o primeiro de 2016 (quase R$ 100 bilhões a preços do primeiro trimestre deste ano). Já o consumo do governo no mesmo período caiu menos do que 2%, ou R$ 5,5 bilhões no mesmo período.
Conforme notado por Samuel Pessôa, não há valores plausíveis para o multiplicador fiscal que justifiquem tamanho colapso econômico.
Trata-se, na verdade, de mais um episódio da notória desonestidade intelectual dos keynesianos de quermesse a serviço de um projeto político. Se há algo de bom no atual governo, é a certeza de que eles estão longe da condução da política econômica. (Alexandre Schwartsman, doutor em economia) 

Mais de 10% da população latino-americana descendem de nobres.
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<= Casamento de Martín García de Loyola (parente de Santo Inácio) e Beatriz Clara Coya (da família real dos Incas).Igreja da Companhia, Cusco, Perú, século XVII 
Entre 10% e 15% da população latino-americana atual descendem de nobres espanhóis e portugueses, segundo as pesquisas genealógicas e demográficas do sociólogo colombiano Mario Jaramillo e Contreras, membro da Junta Diretiva da Real Associação de Fidalgos da Espanha (RAHE), noticiou a UOL.
Jaramillo investigou durante anos o impacto dos descendentes da nobreza espanhola e portuguesa na população latino-americana. 
E defende a necessidade de se desmitificar a lenda negra que identifica como delinquentes ou aventureiros sem escrúpulos a grande maioria dos espanhóis que embarcaram nos séculos XV e XVI com destino às terras americanas.
Foram milhares os nobres que embarcaram naquelas viagens, com a ideia de conhecer o Novo Mundo, primeiro, e a fim de contribuir para seu desenvolvimento político, econômico e cultural, argumenta.
O especialista assegura que foram eles os grandes protagonistas no descobrimento e colonização da América Latina.
Jaramillo acrescenta que os processos americanos de independência em relação à Espanha e a Portugal no século XIX não se entenderiam sem a participação direta de nobres.
Por isso, ressalta ele, os conceitos de nobreza e fidalguia são avaliados muito positivamente na América Latina.
O sociólogo diz tratar-se de conceitos que envolvem orgulho em boa parte da população latino-americana.
Por isso também poucos são os que não quiseram conhecer as origens de seus sobrenomes.
Formado em Direito, doutor em Sociologia e com estudos posteriores na Universidade de Harvard, Mario Jaramillo foi professor em centros universitários da Colômbia, Espanha e EUA.
Sua análise histórico-sociológica projeta luzes que ajudam a entender o assanhamento das minorias marxistas latino-americanas contra as elites locais, associadas muitas vezes à fundação, desbravamento, civilização e evangelização do nosso continente.
Na perspectiva marxista, seja a de origem soviético-chinesa, seja a pregada pela Teologia da Libertação, há uma analogia profunda.
O sans-culotte da Revolução Francesa degolando rei e nobres, e o bolchevista chacinando nobres e burgueses têm seus assemelhados latino-americanos.
Eles são os militantes dos movimentos sociais e das CEBs, contrários aos proprietários agrícolas e urbanos, aos brancos, aos missionários e aos filhos de Nossa Senhora engajados na grande obra evangelizadora e civilizadora de nosso continente outrora submerso na ignorância, na miséria, na superstição e até em práticas indígenas satânicas.
O trabalho do Dr. Jaramillo desvenda um aspecto da nossa realidade que desperta o ódio de classe do marxismo e da teologia da libertação.
Ódio que também atiça o nós contra eles do lulopetismo e do socialismo do século XXI. (Luis Dufaur, escritor e jornalista) 
Devemos estar dispostos a nos livrar da vida que planejamos para poder viver a vida que nos espera. (Joseph Campbell)

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