30 de ago. de 2016

O ciclo se esvai ...

 photo vamu_zpsv59j4uof.jpg • Em nota, Eduardo Cunha afirma que Dilma continua mentindo. STF atestou a lisura do processo de impeachment, diz deputado.
• Dilma fala por 13 horas no Senado. Em discurso no Senado, Dilma diz temer a morte da democracia. Presidente afastada aponta fragilidades do impeachment, mas não convence no papel de vítima de golpe. Em defesa no Senado, Dilma reitera tese do golpe, mas não assegura apoios. Presidente afastada ataca o governo interino de Michel Temer; fala da petista é contestada e não muda cenário desfavorável na Casa. Defesa de Dilma já prepara recurso ao STF caso ocorra afastamento definitivo. Petista demonstra disposição em judicializar eventual decisão negativa a ela no Senado Federal. Para afastamento definitivo de Dilma Rousseff é preciso que 54 dos 81 parlamentares votem a favor. Leia
• Ministro do STF não vê chances de Corte reverter resultado de impeachment.
• Impeachment é constrangedor e vexatório, diz Gilmar Mendes.
• Sessão do impeachment gera protestos em todo o país.
• Ex-ministro diz que se impeachment for confirmado, PT vai às ruas pedir eleições diretas. Miguel Rossetto disse ter certeza que um governo usurpador e ilegítimo, com uma agenda recessiva, liderado por Michel Temer, não será aceito pelo Brasil.
• BC começa hoje reunião sobre juros; taxa deve continuar em 14,25%.
• A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva protocolou nesta segunda-feira, 29, uma reclamação no Supremo Tribunal Federal para pedir que investigações relacionadas ao petista deixem de ser conduzidas na Justiça Federal em Curitiba, pelo juiz Sérgio Moro. Os advogados do ex-presidente sustentam que já há uma investigação semelhante em curso no STF e, portanto, a competência para conduzir os casos é da Corte. As investigações em Curitiba apuram se Lula ocultou patrimônio ou recebeu vantagens de empreiteiras através de reformas ou pagamento de palestras. Na última sexta-feira, 26, a PF indiciou Lula pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica no inquérito da Lava Jato relacionado ao tríplex no Guarujá, litoral de São Paulo.
• Confiança melhora, mas varejo deve cortar 230 mil vagas em 2016. Mesmo com menos cortes de vagas previstos, resultado seria o pior em mais de uma década.
• Cambista irlandês da rio2016 é solto sem tornozeleira.
• Sem Fies, evasão na faculdade é 3,5 vezes maior.

• Escândalo sexual do marido atinge assessora de Hillary. Huma Abedin, 40, é hoje uma das principais conselheiras da candidata. 
• Espanha deve ter terceira eleição em um ano. Apesar de crise, economia está entre as que mais cresceram na zona do euro. 
• Hollande alerta para risco de agitação geral na Síria por intervenção da Turquia e diz que negociações sobre acordo transatlântico estão empacadas
• Relâmpagos matam mais de 300 renas de uma só vez na Noruega. 

Deixou o Senado de saia justa.
Quebrou a cara quem esperava que a agenda do impeachment fosse tocar fogo no circo com o depoimento, ontem, da presidente afastada Dilma Rousseff no plenário do Senado. Muitos previam e até aguardavam com prazer que Madame fosse fulminada pela maioria dos senadores. Não teria como responder às acusações de haver praticado crime de responsabilidade e assinado decretos sem submetê-los ao Congresso.
Aconteceu o contrário. A presidente demonstrou não só pleno conhecimento das armadilhas e dos meandros da economia. Foi sincera em detalhar como seu governo enfrentou os graves problemas da conjuntura. Defendeu-se. Não perdeu uma, inclusive quando Aécio Neves, Ronaldo Caiado e outros adversários tentaram acutilá-la.
No pronunciamento inicial, não escorregou uma só vez, apesar da emoção. Contundente em seu diagnóstico, ainda que nenhum senador desse sinais de mudar convicções ou decisões a respeito de afastá-la. Ou de que os erros de sua administração possam ser esquecidos. Reconheceu-os. Também referiu-se aos sepulcros caiados.
Dilma deixou o Senado de saia justa. Desmontou as armadilhas dispostas à sua frente. Por exemplo: nem uma voz levantou-se em defesa do lobisomem que ela não poupou, o ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha. Despertou até risos quando lembrou do tempo em que metade do Congresso acotovelava-se para tirar fotografias ao lado do deputado.
Ficou claro nas muitas horas em que chegou a perder a voz: identificou, por trás do processo que disse sem fundamento para cassá-la, a intenção das elites de interromper as reformas sociais realizadas nos últimos treze anos. Criticou o governo provisório pela extinção e redução de uma série de prerrogativas para a população menos favorecida.
Muito antes de chegar a longa madrugada de inquirições à presidente, já se sabia da inocuidade da volta por cima na decisão dos senadores, em favor do impeachment. Ela mesmo, nas entrelinhas de seus comentários, deixava óbvio estar prestando seu último depoimento como presidente da República. Mas, vale repetir, deixou o Senado de saia curta. (Carlos Chagas) 

Por que Dilma será condenada pelo tribunal da história.
Dilma Rousseff está no Senado enquanto escrevo.
No seu discurso de defesa, ela afirmou que não decretou a abertura de créditos suplementares sem autorização do Congresso e negou ter contraído empréstimos proibidos junto a bancos públicos, a fim de encobrir a cratera lunar nas contas do governo. Os seus crimes de responsabilidade são golpe da oposição, dos ex-aliados traidores, das elites econômicas e, como de hábito, da imprensa.
Para tentar suscitar compaixão nos seus juízes, a petista apelou às torturas sofridas durante o regime militar (que, não esqueçamos, ela queria ver substituído por uma ditadura comunista) e ao câncer do qual se curou (como se doença fosse certificado de idoneidade).
Agora, nas respostas às perguntas dos senadores, nem mesmo petistas e afins conseguem segurar-se nas cadeiras e fingir alguma atenção às suas falas desconexas. Preferem fazer selfies com Chico Buarque, na parte da galeria reservada aos convidados. Posso imaginar, aliás, o desespero de Chico Buarque. Ouvir Dilma Rousseff é pior do que ouvir a Ópera do Malandro.
Dilma é previsível, tentou ser patética, mas carece de sintaxe e, sobretudo, pathos. Não inspira simpatia ou comiseração. Pelas expressões dos senadores, desperta apenas estupor.
Sabemos que a petista é prova de que não é necessário ter carisma para ser eleito ou para governar. Sabemos que a sua vitória nas urnas é prova de como grande parte dos brasileiros é composta por bobocas. Dilma, contudo, atesta que, assim como uma obra de arte precisa de pathos para atravessar o tempo, um político dele necessita para ser absolvido, se não no presente, pela posteridade.
Por falta de pathos, ainda que fosse inocente, ela será julgada culpada no tribunal da história, não importam os documentários ou os livros que a pintarão como vítima. (Mario Sabino) 

Aos fatos: Dilma roubou. Dilma é corrupta.
O processo do impeachment, como sabemos, é motivado pela fraude fiscal que Dilma cometeu. Seu afastamento é uma punição descrita na constituição. Todo o rito do processo, que tramita há quase nove meses no congresso, foi avalizado pelo STF. Ou seja: A fraude, por si mesmo, é razão mais do que suficiente para enxotarmos Dilma da presidência, já que a maquiagem fiscal foi feita com o único objetivo de esconder a real situação da economia.
Dilma Mentiu para se reeleger. Fraudando as contas públicas, gerou o maior período de recessão de nossa história, com efeitos terrivelmente reais na vida dos trabalhadores mais pobres, que perderam o emprego e o poder de compra. Mas parece que esse argumento é pouco.
Petistas de diversos partidos acreditam que isso não basta para tirá-la do poder, afinal, ela é uma comunista eleita democraticamente. Dizem que Dilma é honesta. Que Dilma não roubou. Que Dilma não participou dos esquemas de corrupção.
Aos fatos:
Em depoimentos à justiça, Delcídio do Amaral, petista que era o líder do governo no senado, afirmou que as campanhas de Dilma em 2010 e 2014 receberam R$ 45 milhões desviados das obras da usina de Belo Monte.
Delcídio foi preso por tentar comprar o silêncio de Nestor Cerveró, ex-diretor da Petrobrás que, por sua vez, afirmou que Dilma sabia que a compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, por um valor muitas vezes superior ao que realmente valia, era nada mais do que uma forma de favorecer determinadas empresas em troca de propina para o PT e para as campanhas eleitorais da petista.
Nestor Cerveró também afirma que algumas despesas pessoais de Dilma foram bancadas com dinheiro de propina.
Delcídio afirma que cumpriu ordens da presidente de república ao tentar comprar o silêncio de Serveró.
O mesmo Delcídio entrega a Polícia Federal gravações telefônicas nas quais o petista Aloysio Mercadante, um dos ministros mais próximos de Dilma, tenta suborná-lo para que ele não assinasse uma delação premiada. Nas gravações, Mercadante diz que o acordo entre eles seria amparado por Dilma, que atuaria junto ao presidente do STF, Ricardo Lewandowski, e ao presidente do Senado, Renan Calheiros, para que ele fosse favorecido nas decisões sobre seu processo referente a operação Lava Jato.
O assessor de Delcídio, Diogo Ferreira, afirmou em depoimento que Dilma nomeou Marcelo Navarro como ministro do STJ com a missão de interferir na operação Lava Jato e mandar soltar o empreiteiro Marcelo Odebrecht.
No dia 07 de maio, a revista IstoÉ publica trechos da proposta de delação premiada de Marcelo Odebrecht, na qual o executivo afirma que foi pressionado pelo então presidente do BNDES Luciano Coutinho e o pelo ex-ministro da Fazenda Guido Mantega a doar dinheiro para a campanha de Dilma de 2014.
Marcelo Odebrecht confirma que a nomeação de Navarro foi uma tentativa de livrá-lo da cadeia.
Os marqueteiros João Santana e sua esposa-sócia Mônica Moura confirmam, em diversos depoimentos, todas as afirmações de Delcídio sobre as campanhas de Dilma terem sido financiadas com dinheiro de propina. Santana vai além e diz que tratava dos pagamentos com a própria presidente da república, que tinha pleno conhecimento da origem do dinheiro.
Segundo matéria publicada em 30 de junho pela revista Veja, na delação premiada de João Santana também consta informações de que Dilma pressionava o diretor-presidente da Caixa Econômica a pedir dinheiro às agências de propaganda em retribuição aos contratos firmados com o banco estatal.
Santana e Moura eram as pessoas mais próximas à Dilma. Eram amigos. Tinham credenciais permanentes para entrada irrestrita nos palácios da Alvorada e do Planalto.
No dia 05 de agosto, o TSE revela que 1/3 dos gastos da campanha de 2014 de Dilma foram com 43 empresas de fachada, criadas especialmente para lavar dinheiro de propina. Ao todo, foram R$ 133 milhões pagos a empresas que sequer tinham funcionários.
Na proposta de delação premiada de Leo Pinheiro, vazada pela revista Veja, consta que sua empresa, a OAS, também pagou propina para a campanha de Dilma por meio de contratos fictícios.
Outro executivo, Otávio Marques de Azevedo, da construtora Andrade Gutierrez, também afirma ter pago propina à campanha de 2014 de Dilma em função dos contratos firmados para as obras da usina Belo Monte, para o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro e também para a Usina Nuclear Angra 3.
Otávio Marques Azevedo revelou também que, sob o conhecimento de Dilma, a Petrobrás aprovou gastos de R$ 26 bilhões em diversos projetos mesmo sabendo que não teria retorno. Os projetos eram concebidos apenas para justificar pagamentos de propina.
Praticamente todas as pessoas que trabalharam diretamente com Dilma estão implicadas de alguma forma pela operação Lava Jato; e todas elas dependiam hierarquicamente da aprovação de Dilma para viabilizar os esquemas.
Uma característica de toda organização criminosa é que o chefe não suja as mãos. Ele apenas manda seus capangas coagir, extorquir, sequestrar, torturar e matar as pessoas, o que não significa que ele não praticou esses crimes. Os líderes de todas as ditaduras da história e que deram liberdade para seus subordinados torturar e matar pessoas também são tão torturadores e assassinos quanto seus subordinados - talvez mais.
Um chefão da máfia ou um ditador viabiliza diversos tipos de crime com um objetivo: Manter sua boa vida, seus luxos, seu poder sobre os demais. Foi o que Dilma fez. Dilma roubou. Dilma é corrupta. Dilma organizou ou no mínimo deixou as coisas acontecerem porque ela seria diretamente beneficiada com um salário de R$ 34 mil, dezenas de serviçais, viagens em avião executivo, hospedagens em hotéis caríssimos, a vida de luxo num palácio e o prazer de olhar para baixo e ver todos submissos a ela.
Dilma deixou que suas campanhas fossem financiadas com dinheiro de corrupção porque ela queria ter a vida que teve. Queria mais 4 anos de nobreza. Dilma roubou. Cada centavo de seu salário é sujo. Cada uma de suas noites no Palácio da Alvorada foi financiada com dinheiro roubado. Dilma é tão suja quanto Eduardo Cunha.
É hora da sociedade perder o pudor chamá-la do que ela é: Corrupta! (João Cesar de Melo, artista plástico formado em arquitetura e urbanismo) 
Hoje, se você inventar uma ratoeira melhor, o governo vem junto. E com um rato melhor. (Ronald Reagan)

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