9 de jul. de 2016

Sabadão politiqueiro...

• Dólar cai 2% e fecha a R$ 3,29 com otimismo após meta fiscal. Investidores enxergaram na previsão de rombo para 2017 um sinal de comprometimento do governo Temer com a austeridade; Bovespa também subiu 2,16%. Inflação recua e fica abaixo de 9% pela 1ª vez no ano; Dívida pública sobe 2,82% em maio e atinge R$ 2,8 tri. 
• Forças Armadas ocupam ruas do Rio a partir do dia 24 para Jogos Olímpicos. 
• Rio 2016: Jornalista embarca num ônibus frescão no Aeroporto Internacional Tom Jobim. A primeira impressão: Turista à mercê de táxis ilegais. Em teste com estrangeiras no Galeão, serviço de táxi é reprovado e ônibus ganha elogio; Transolímpica é inaugurada no Rio com viagens gratuitas de BRT. VLT começa a operar também aos fins de semana. 
• Henrique Meirelles defendeu aumento de impostos. Ministro queria alta de tributos na meta fiscal de 2017, mas Temer descartou.
• FHC, 85, fará cirurgia para colocar marca-passo este fim de semana. 
• Sucessão na Câmara abre racha na base aliada de Temer. Siglas não conseguem se entender nem sobre data para nova eleição na Casa. Impasse inédito marca eleição para presidente da Câmara. Waldir Maranhão e colégio de líderes tomam decisões conflitantes e deixam a Casa sem comando. Até agora, mais de 20 pretendentes se apresentaram para suceder Eduardo Cunha, vários deles dentro do mesmo partido. 
Nordexit? - como o Brexit animou movimentos separatistas no Brasil. Líderes de movimentos separatistas brasileiros veem no resultado do plebiscito no qual os britânicos votaram pela saída do Reino Unido da União Europeia um bom momento para conquistar novos adeptos. Eles não são necessariamente novos - a maioria surgiu nas décadas de 80 e 90, como O Sul é meu País e o Grupo de Estudos para o Nordeste Independente (Gesni), fundamentados em um histórico de revoluções como a Praieira (1850), e as guerras do Contestado (1912) e dos Farrapos (1845), entre outras. 
• Machado paga parte dos R$ 75 milhões que devolverá à Petrobras.
• Michel Temer abrirá auditoria sobre o Porto de Mariel, em Cuba, construído pela Odebrecht. Segundo a Folha de S. Paulo, o Ministério da Transparência já prepara uma equipe para auditar os contratos do porto. O BNDES também entra na mira, já que a obra foi feita com recursos oriundos da instituição. É exatamente isso que se espera de Michel Temer. 
• Pedaladas de Dilma no BNDES não são crime, diz MPF. Procuradoria da República entendeu que atrasos em repasses do Tesouro Nacional para o BNDES durante o governo de Dilma não foram ilegais. 
• Presos em Bangu, Supremo Tribunal de Justiça manda soltar Carlinhos Cachoeira e Cavendish no Rio. 
• Maranhão ignora convocação de líderes e mantém eleição para quinta. 
• O TRE (Tribunal Regional Eleitoral) do Pará determinou nesta sexta-feira (8) a cassação do mandato do deputado federal Wladimir Costa (SD-PA) por suspeita do uso de caixa dois na sua eleição à Câmara e por não ter prestado conta de gastos de campanha que somam R$ 410 mil. O deputado pode recorrer da decisão ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral), instância máxima da Justiça Eleitoral, que decidirá se ele pode permanecer no mandato até a conclusão definitiva do julgamento. Escolha de sucessor de Cunha provoca racha na base aliada de Temer na Câmara. 
• Lula dá aval para PT apoiar articulador do impeachment à presidência da Câmara.
• 84 mil funcionários dos Correios pagarão durante 23 anos o rombo de R$ 4 bilhões no Fundo Postalis. 
• Estudantes já podem aderir à lista de espera do Prouni. 
• Governo do Estado do Rio negocia dívida para ter mais combustível. 
• Aparelhamnto e nepotismo. Leia
• R$ 60 por perícia para encontrar fraudes, governo vai pagar bônus a médicos do INSS. 

• FIFA é alvo de processo por venda ilegal de ingressos na Copa no Brasil... 
• Soyuz MS-01. Nave espacial russa se acopla com sucesso à estação internacional. Missão vai durar 4 meses e inclui a realização de 39 experimentos. 
• Oposição da Venezuela recorre ao Vaticano por diálogo com Maduro. 
• Grupo mata 936 terroristas do Estado Islâmico em ofensiva de 41 dias.
• EUA temem onda de violência após atentado em Dallas. Em clima de guerra, EUA vivem três dias seguidos de tragédias. Em meio a tensão racial, negros com porte de arma nos EUA temem ações da polícia; Violência racial não pode ser novo normal dos EUA, diz secretária; Milhares vão às ruas nos EUA para protestar contra violência policial. Atirador de Dallas agiu sozinho, dizem autoridades. Autor do massacre de Dallas deixou o exército denunciado por abuso sexual. Micah Johnson, o homem acusado de matar cinco policiais em um ataque durante um protesto na cidade americana de Dallas. 
• Impasse sobre Venezuela esvazia encontro do Mercosul. O Brasil e a Argentina são contra a ideia de Maduro presidir o bloco. 
• Macri reduz gastos e convida militares para festa nacional. Argentina comemora neste sábado (9) bicentenário de sua independência.
• Líderes Otan aprovam manter 12 mil militares no Afeganistão em 2017. 
• Ofensiva contra EI deixa 936 mortos em 41 dias no norte da Síria. 
• Governo britânico descarta segundo referendo sobre o Brexit. 

Cunha e Lula: uma aliança?
Dúvidas existem com relação à estratégia do deputado Eduardo Cunha. Bobo, ele nunca foi. Apesar das lágrimas e da emoção verificadas quando de sua renúncia à presidência da Câmara, tem algo de estranho no episódio. Seu objetivo é não ser cassado e não ir para na prisão. Entregar os anéis e preservar os dedos.
Aliás, nem todos os anéis, porque muito do que surripiou da Petrobras, do FGTS e mil outras instituições e empresas, com toda certeza permanece em seu poder, em especial no estrangeiro. Ou em nome de terceiros. Não está em seus planos deixar de ser milionário.
Há quem suponha uma armação, até com o beneplácito do palácio do Planalto. O resultado seria a diminuição dos prejuízos, ou seja, Cunha continuaria deputado, evitaria a prisão e manteria suas relações com Michel Temer. Claro que em troca de certas vantagens com que terá favorecido o presidente, desde a abertura do processo de impeachment contra Dilma Rousseff.
Fácil não será essa progressão, mas possível, com certeza.
Eduardo Cunha é catedrático em leis, desde a Constituição, passando pelos regimentos do Congresso. Sua performance durante o ano e meio em que presidiu a Câmara foi indiscutível. Ganhou todas, só interrompendo sua trajetória vitoriosa com a renúncia de quinta-feira. Certamente de caso pensado, engendrada milimetricamente.
O que fica no ar é a possibilidade de ligações perigosas entre o parlamentar e o presidente da República. Não se tem certeza de quando a Câmara votará a perda de mandato do personagem, nem de que iniciativa tomará o Supremo Tribunal Federal. A Comissão de Constituição e Justiça e o Conselho de Ética da Câmara estão acionados, assim como o plenário. A próxima semana será decisiva, tendo como resultado a sorte de Eduardo Cunha, mas ninguém se iluda: ele preparou cada lance da disputa e tem munição bastante mesmo para prejudicar Michel Temer.
Como o futuro da presidente afastada Dilma Rousseff também sofre dificuldades profundas, a conclusão é de surpresas e anormalidades sem conta.
No bojo das incertezas, sobra um personagem também na crista da onda: o Lula. Suas viagens pelo país ficam muito aquém das expectativas, mas apesar da perda de tempo a que se dedica para explicar seu passado recente, continua acreditando nas possibilidades de candidatar-se em 2018. Principalmente se contar com o apoio do Eduardo Cunha. Unem-se as duas pontas da corda capaz de surpreender meio mundo.
Em suma, a pergunta mais aguda é se o Brasil merecia isso. E a resposta inusitada é: merecia sim! (Carlos Chagas) 

Quem aplaude a Lava Jato não pode bater palmas para Cunha. 
Gente decente não tem bandido de estimação.
O caminho percorrido pelo ex-chefão da Câmara leva a um Brasil sem vagas, sem paciência e sem estômago para lulas, dilmas, cunhas, renans e outras obscenidades.
Os democratas antipetistas que choram a iminente morte política de Eduardo Cunha precisam livrar-se imediatamente desse surto de esquizofrenia ética. Brasileiros decentes não têm bandidos de estimação, reitera esta coluna há mais de sete anos. Inimigos da corrupção não podem ser indulgentes com um oficial condecorado do maior esquema corrupto de todos os tempos. Quem aplaude a Lava Jato não pode bater palmas para um dos mais atrevidos bucaneiros do Petrolão. Como todos os beneficiários da ladroagem institucionalizada pela era da canalhice, Cunha deve ser punido pelos crimes que praticou quando era um bom companheiro de Lula e Dilma.
Quem luta pela dedetização do Congresso não pode ser clemente com um oportunista compulsivo que demorou um ano para enxergar razões jurídicas que justificassem o afastamento de Dilma Rousseff. Na presidência da Câmara, Cunha recusou vários pleitos semelhantes antes de aceitar o pedido de impeachment subscrito por Hélio Bicudo e Janaína Paschoal. Só mudou de ideia quando constatou que lhe seria útil na batalha pela preservação do próprio mandato - e do direito de ir e vir - endossar abertamente a demissão da governante desgovernada, uma urgência nacional reclamada pela ampla maioria dos brasileiros e exigida nas ruas por milhões de manifestantes.
O Congresso sempre acaba querendo o que o povo quer. Da mesma forma que será chancelado no Senado com ou sem o apoio de Renan Calheiros, o impeachment acabaria obtendo o aval da Câmara fosse quem fosse o presidente. Mas é verdade que, pela primeira vez, os devotos de Lula toparam com um oponente que, a exemplo do chefão da seita, é capaz de tudo (até fazer a coisa certa) para ganhar qualquer disputa em que se mete. É por isso que digo que o Eduardo é o meu bandido predileto, disse o ex-deputado Roberto Jefferson na entrevista concedida ao Roda Viva em 11 de abril, às vésperas da votação do impeachment.
Ele é um desafeto à altura do presidente Lula e desse grupo de poder do PT, que pratica qualquer crime: crime fiscal, de obstrução da Justiça, de tentativa de suborno de testemunha, explicou o especialista em beligerâncias no Planalto. O Eduardo é um pistoleiro que saca como o Lula. Saca rápido, atira pelas costas, atira de tocaia, atira com dossiê, trapaceia no jogo de pôquer, faz igualzinho. E se bobear, como a turma do PT faz, assalta o banco da cidade. Para Jefferson, Cunha era o homem certo no cargo certo na hora certa - e sem substitutos visíveis. O Fernando Henrique, por exemplo, é pessoa de outro nível, não saberia jogar. É briga de foice no escuro. Vale tudo, puxão de cabelo, dedo no olho. O Eduardo sabe jogar esse jogo, e joga muito bem.
O jogador sem escrúpulos nem limites venceria de novo, previu Jefferson. Mas pela última vez. Ele vai ser afastado pelo Supremo Tribunal Federal, não tenho dúvida. E a missão dele na Câmara estará exaurida no instante em que o painel der o resultado do impeachment. Todos os partidos que têm compromisso com ele vão dizer: ‘Amigo, viemos até aqui, à beira da sua sepultura, mas nós não podemos pular dentro com você. Agora é o seu caminho. A renúncia ao comando da Câmara confirmou que o caminho vai chegando ao fim.
Desmatada pela Lava Jato, essa estrada percorrida pelo ex-chefão da Câmara leva a um Brasil sem vagas, sem paciência e sem estômago para lulas, dilmas , cunhas e outras obscenidades. Esse país é um país ainda nos trabalhos de parto. Mas já parece bem mais agradável que o que vai morrendo neste outono de 2016. (Augusto Nunes) 

A metamorfose.
Quando acordei na primeira manhã em Praga, depois de sonhos intranquilos, eu havia me metamorfoseado num inseto.
Como poderia ser diferente? Eu estava num país que, independente do Império Austro-Húngaro somente em 1918, após a Primeira Guerra Mundial, havia sido barbarizado pelos nazistas ao longo de sete anos, ocupado pela Rússia soviética durante mais de quarenta, se desmembrado da Eslováquia em 1993 - e, no entanto, conquistado níveis de excelência por todas as métricas disponíveis.
Com pouco mais de 20 anos de liberdade política e econômica, os tchecos privatizaram estatais, puseram a sua juventude para estudar de verdade (nada de marxismo), reabilitaram a sua indústria, revitalizaram a sua linda capital, dinamizaram o turismo, entraram para a União Europeia e passaram a exibir um padrão de vida próximo ao das grandes nações ocidentais.
Enquanto isso, o que fizemos nas últimas duas décadas - ou melhor, nos quase duzentos anos de independência? Fizemos o que os insetos fazem: avançamos poucos metros por dia, a maior parte das vezes andando em círculos ou abertamente para trás, sujamos o percurso como baratas e, neste momento, lá estamos nós outra vez com as perninhas para o alto, tentando tirar a parte cascuda do chão. Tudo para voltar a avançar poucos metros por dia, a maior parte das vezes andando em círculos ou abertamente para trás.
Não é uma imagem entomológico-literária. No ranking mundial de competitividade, para ficar apenas num exemplo, recuamos pelo sexto ano consecutivo, agora para o 57º lugar, enquanto a República Tcheca ganhou posições (figura em 27º).
Os tchecos têm Praga; os brasileiros são uma praga. (Mario Sabino) 

Meta ou orgia fiscal?
Esclarecimento - Antes de tudo, na tentativa de ser melhor entendido, deixo bem claro que só o fato do Brasil estar livre de Dilma Neocomunista da presidência do país já é algo extremamente importante para que a nossa cambaleante economia pare de piorar.
Não tem fim - Esta enorme e fantástica satisfação, no entanto, por mais que deva ser festejada, e está sendo, não é capaz de me transformar num brasileiro muito confiante. Aliás, não é necessário ter grande discernimento para perceber o estrago que a dupla Lula/Dilma Petistas produziu na nossa economia. Mais: somando os rombos contabilizados com os projetados para os próximos anos, nos leva a imaginar que o desastre não tem fim.
Mistura - Confesso que esta relação conflituosa, que representa a mistura de uma incontida alegria pelo afastamento de Dilma com uma enorme tristeza pelos fantásticos gastos públicos que o governo Temer está promovendo, tem me deixado bastante preocupado e, por consequência, descrente.
Orgia - Nunca me iludi de que seria extremamente elevado o custo para colocar a casa Brasil nas mínimas condições para voltar a respirar sem aparelhos. Entretanto, o que me traz indignação é o fato de estarmos pagando muito mais do que o razoável permite. Ao estabelecer um teto para os gastos públicos, o governo Temer proporciona uma boa dose de orgia fiscal
Privilégios garantidos - Pelo que se sabe, o déficit primário de R$ 170,5 bilhões, definidos para 2016, contemplou gastos que não podem mais ser revogados, os quais garantem ainda mais privilégios para quem sempre gozou de altíssimos privilégios. Já pelo lado da contenção de despesas, tudo não passa de promessas e vontades, que, se forem mesmo para valer, certamente vão encontrar muitas dificuldades para se efetivarem.
Incerto e duvidoso - Como se não bastasse o número horripilante do Orçamento para 2016, ontem o governo Temer anunciou, para 2017, mais um espetacular défici, que atinge R$ 139 bilhões. Detalhe: este valor só será alcançado caso se realizem as coisas boas que o governo diz que pretende fazer e acontecer. O que, aqui entre nós e o mundo, é pra lá de incerto e duvidoso. 
Dez medidas - Pois, para completar o meu estado de desânimo, o Projeto de Lei de Iniciativa Popular, que trata das dez medidas contra a corrupção, que muito me esforcei para coletar assinaturas na beira da praia, no último verão, simplesmente saiu da pauta. Ou seja, aquilo que o povo exige, através de 2,5 milhões de assinaturas, o nosso Legislativo não dá a mínima. Enquanto isso, para aumentar os salários do Judiciário e do MP, tudo acontece com muita pressa. Pode? (GSPires)
No meio da dificuldade está a oportunidade. (Einstein)

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