18 de jul. de 2016

Planos e mais planos, mas...

 photo vai ou natildeo_zps9akljxiq.jpg • Restrição à circulação de caminhões pesados começa nesta segunda no Rio. 
• Delação já tira 326 anos da pena dos réus. Análise de 15 colaborações premiadas revela o perdão de ao menos 28% no total de 1.149 anos de prisão. 
• Com cautela, fundos avaliam investir US$ 50 bi na economia brasileira. Apesar de incerteza, valorização de 20% do real e alta em 28% da Bolsa mostram mudança no humor; Economia terá contração de 3,25% em 2016, aponta Boletim Focus. 
• Temer fecha 20 medidas para auxiliar o crescimento. Lista incluirá maiores prazos de concessões para atrair investidores externos. 
 • Cofres públicos ainda bancam investimento em infraestrutura. Governo consulta TCU sobre socorro a concessionárias de serviços públicos. 
• Procurador da Lava Jato prega mudanças na lei em igrejas e congressos. No auditório da Primeira Igreja Batista de Curitiba, o procurador Deltan Dallagnol propõe a cada espectador da palestra Liderança Corajosa que, durante um minuto, discuta com o companheiro ao lado sobre a questão: a Operação Lava Jato transforma o país? Outro dia, fiz a mesma proposta para um grupo de mulheres e quase não consegui retomar a palestra, brinca Dallagnol. A plateia ri, conversa e pouco depois o procurador retoma o raciocínio. Diz que a investigação do maior esquema de desvio de recursos e pagamento de propina em estatais brasileiras infelizmente não muda o país, mas pode despertar uma inédita mobilização de combate à corrupção. Vivemos uma janela de oportunidade, o caso Lava Jato deixou a sociedade altamente sensível e esperançosa de mudanças, diz Dallagnol. 
• O projeto que reestabeleceria a cláusula de barreira no Brasil pode reduzir o número de partidos políticos a doze. Apenas os grandes, como PMDB, PT e PSDB, teriam sobrevida garantida, já que os pré-requisitos para a manutenção da legenda são obter 2% dos votos válidos em, no mínimo, 14 estados, e 2% do total de votos no Brasil. PP, PR, PSD, PTB, PDT, DEM, SD, PSB e PRB também se salvariam. 
• Olimpíadas deixam rastro de dívidas e promessas descumpridas. Estudo revela que, em termos econômicos, sediar o evento não traz os benefícios defendidos por organizadores; Obras à sombra da urgência para a olimpíada. Velódromo e Centro de Hipismo estão entre os locais de competição com acabamento às pressas; Soldados do Exército patrulham área próxima ao Maracanã; houve bloqueio de ruas ontem em simulação da chegada de esportistas e autoridades ao estádio, palco da abertura da Rio-2016; Governo revê segurança após atentado na França. Ministro do Gabinete de Segurança Institucional promete tomar novas providências após ataque em Nice; Aeroportos do país têm longas filas com novas regras a menos de 3 semanas da Olimpíada; Forças de Segurança do Brasil monitoram 42 adeptos do EI. 
• Diretor da Fiesp é pessoa física que mais deve à União: R$ 6,9 bilhões. 
• Sem comentários: Pedro Parente, entrevistado pela Folha de S.Paulo, defendeu a Petrobras dizendo que só 20 ou 30 de seus dirigentes participaram do assalto realizado pela ORCRIM: Não é da sua equipe, é de uma minúscula minoria. Em um grupo de 80 mil indivíduos, 20, 30 são desonestos. O problema é fazer deliberadamente a escolha desses desonestos para liderar a empresa. Eles foram escolhidos com essa intencionalidade. Perguntado se o Palácio do Planalto comandou a rapina contra a estatal, nomeando esses indivíduos desonestos, Pedro Parente não teve coragem de responder. Ele disse: Sem comentários. A tucanice é um dogma. (O Antagonista) 
• Neste domingo 17 de julho, trabalhadores da rede estadual da educação protestaram contra as retaliações do governo contra o movimento grevista denunciando a farra olímpica. O movimento dos educadores que manteve nesta quinta-feira (14) a greve nos colégios terá uma nova assembleia nesta terça onde decidirá os rumos da luta destes trabalhadores. No mesmo dia será votado na ALERJ um projeto do governo estadual apontado pelo sindicato da educação como uma ameaça a estabilidade dos servidores. 
• Só privatização está descartada, afirma presidente da Petrobras. Pedro Parente cogita gestão compartilhada de áreas, afirma que desonestos lideravam estatal e diz que não haverá dogmas na venda de ativos; Sociedade não está madura para discutir privatização, diz presidente da Petrobras. 
• Como Lula e Dilma minaram as joias da Coroa. Aqui
• Por delação, Marcelo Odebrecht retira pedido de liberdade. Empresário contrariou procuradores com nova iniciativa para deixar a prisão. 
• A Polícia Federal deflagrou hoje (18) a Operação Dopamina para investigar desvio de recursos públicos na compra de equipamentos médicos para pacientes que sofrem de doença de Parkinson. Estão sendo cumpridos 11 mandados de busca e apreensão e quatro de condução coercitiva nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro. 
• Incompleto, Minha Casa Minha Vida vai deixar de gerar R$ 70 bilhões. Esse será o impacto no PIB, até 2018, provocado pela interrupção no programa habitacional do governo. 
• Morre o jornalista Eliakim Araújo, aos 75 anos. Vítima de câncer no pâncreas, ele formou com a mulher o primeiro casal de apresentadores da TV brasileira. 
• Brasileiro quer se aposentar aos 60 anos, diz Datafolha. Instituto mostra que 43% são contra fixar idade mínima, como Temer deseja. 

• Receio de investir no país ainda é grande entre as empresas multinacionais. ONU mostra que Brasil é 7º entre economias mais promissoras para investimentos nos próximos anos. 
• Contra chatice, Trump transforma convenção de candidatura em show; Convenção republicana terá clima de Trumpmania. Evento em Cleveland começa nesta segunda-feira e terá segurança reforçada. 
• Tarifaço muda rotina de argentinos e gera protestos. Com fim de subsídios, serviços básicos tiveram reajustes de até 1.000%. 
• Autor de atentado em Nice era bissexual e usava app para encontros. Suspeito de atacar policiais é morto; 2 são detidos. Em Baton Rouge, Louisiana, atirador matou três; em Milwaukee, Wisconsin, homem ficou ferido; Autoridades dos EUA buscam mais informações sobre ex-fuzileiro que matou 3 policiais. 
• Turquia afirma que 6 mil foram presos em ofensiva. Presidente Erdogan acusa clérigo radicado nos Estados Unidos de conspiração e pede sua extradição; O governo de Erdogan já destitui 30 dirigentes políticos após a tentativa de golpe da última sexta-feira. Por ora, são 8.777 policiais exonerados. Desde sexta-feira, Turquia já deteve mais de 7.500 pessoas; Se continuar assim, a Turquia será afastada da União Europeia e da Otan. Alemanha alerta que pena de morte interromperia diálogo entre Turquia e EU e adverte a Turquia que nenhum país com pena de morte pode ser membro do bloco. 

Réquiem para as reformas do governo.
A reforma previdenciária foi para o espaço, apesar da propaganda que vem fazendo o ministro Eliseu Padilha e outros ministros palacianos. Acontece que a opinião pública é contra, junto com os líderes dos principais partidos da base oficial. Num período de vacas magras como o atual, qualquer reforma destinada a retirar direitos é rejeitada. Aliás, a reforma trabalhista deve ir para o mesmo caminho.
Quanto a mudanças na Previdência Social, há resistências até no Congresso, mesmo se sabendo da existência, no governo, da sugestão de regras de transição para a aplicação imediata dos 65 anos de limite para aposentadoria de homens e mulheres.
Obter de políticos medidas impopulares é difícil. Ainda mais às vésperas das eleições municipais. Apesar de as esquerdas e as centrais sindicais andarem caladas, infensas a criticar qualquer iniciativa do governo, parece difícil que por enquanto o presidente Michel Temer decida desencadear a temporada de abertura do saco de maldades. Ele tem recebido apoio até acima das expectativas, mas não ousaria colocar em risco a estabilidade de sua permanência no controle do país. Até porque, os adversários da reforma previdenciária estão preparando amplo relatório provando que a Previdência Social não é deficitária, mas, pelo contrário, dá lucro.
Se os neoliberais do palácio do Planalto insistirem, não só perderão votos, na hora das decisões, como fornecerão munição para o PT.
A outra reforma pretendida pelos detentores do poder também é polêmica: a trabalhista. Afinal, com 13 milhões de desempregados e o custo de vida subindo todos os dias, como pensar em reduzir direitos sociais e substituí-los pelos interesses dos patrões, nessa esdrúxula troca entre o negociado e o acordado?
Não é por aí que o governo romperia as dificuldades inerentes à conjuntura. Por que não optar, por exemplo, pela abertura de frentes públicas de trabalho para enfrentar o desemprego? (Carlos Chagas) 

O sujo e os mal lavados.
O Brasil foi o queridinho do mundo nos anos Lula, depois deu uma cambalhota e voltou a ser visto como um país atolado em mazelas históricas, potencializadas pelas várias crises. Mas, se os brasileiros fazem autocrítica, às vezes exagerada, é a hora de perguntar aos demais países, sobretudo aos ricos: quem atira a primeira pedra? Todos convivem com graves problemas.
A Turquia, um dos países mais fascinantes do mundo, sofre um real golpe de estado: tanques nas ruas, soldados e policiais guerreando, civis recrutados, centenas de mortos, tudo empurrando o país para tempos nebulosos e atraindo recriminações internacionais. Como o Brasil, o país foi ao céu e desceu ao inferno, mas por motivos bem diferentes. Só por má informação ou má-fé tentariam usar a ruptura democrática lá para reavivar a tese do golpe cá. Um golpe militar é o oposto de um impeachment institucional.
De comum, foi-se o tempo em que um orgulhoso Brasil e uma Turquia com prestígio político em alta se deram as mãos para um salto ousado: a mediação, em 2010, entre Irã e o mundo desenvolvido, na busca de uma solução para o programa nuclear iraniano. A ONU jogou um balde de água fria na articulação (para mais tarde patrocinar um acordo semelhante), mas Brasil e Turquia pelo menos tinham espaço para agir. E agora, o que sobrou do orgulho e da pretensão de ambos?
E o mundo rico não está melhor. A França acaba de cometer uma indiscrição, ao dizer publicamente que o Estado Islâmico preparava um atentado contra a delegação francesa na Olimpíada do Rio, esquecendo-se de avisar ao principal interessado: o governo brasileiro. E, enquanto se preocupava com o Brasil, o inimigo dormia ao lado.
País símbolo de liberdade, igualdade e fraternidade no mundo moderno, a França acaba de sofrer dois dos mais cruéis e covardes atentados, um em Paris, com 129 jovens mortos, e outro agora em Nice, exatamente na festa do 14 de julho, matando mais de 80 jovens, velhos, adultos e crianças. No mínimo, a inteligência e as forças militares e de segurança francesas estão levando um banho (de sangue) do Estado Islâmico e até de malucos que podem ou não agir por grupos terroristas ou crenças desvirtuadas. Mas ela não está sozinha.
O que dizer do 11 de Setembro, que atingiu as Torres Gêmeas, o coração e a alma da maior potência mundial? E do ataque a uma casa noturna LGBT em Orlando, também nos EUA, que pode ter sido um ato solitário ou uma ação coordenada com o terrorismo internacional?
Também não podem atirar a primeira, nem a segunda, nem a terceira pedras contra as mazelas brasileiras a Bélgica, a Indonésia, o sofrido Paquistão e a pouco conhecida Burkina Faso, todos eles alvos de atentados que mataram e feriram centenas de pessoas neste ano, que mal chegou à metade. A própria Turquia não passou incólume a isso. Foram dois atentados graves desde janeiro, um em Ancara, assumido por um grupo curdo radical, outro no aeroporto da linda Istambul, atribuído ao EI.
Ao largo do terrorismo, vieram o Brexit, que jogou a União Europeia e o Reino Unido no escuro, e ameaça Donald Trump, que está empatado com Hillary Clinton nos EUA, para confirmar que o mundo anda mesmo de pernas para o ar, com excesso de ataques terroristas e uma dramática falta de grandes líderes. Trump, Berlusconi, Sarkozy?! Portanto, calma lá antes de falarem mal do Brasil.
O Brasil deixou até de ser o país do futebol, voltou a ser o dos tiroteios urbanos, baías contaminadas, zika, dengue, chikungunya e H1N1 e ganhou um acréscimo: o campeão da corrupção - pelo menos até que os demais deflagrem também suas Lava Jatos. Só falta a Olimpíada atrair um inédito ataque terrorista. Mas quem mesmo pode atirar a primeira pedra? Aliás, se depender dos órgãos de inteligência dos países ricos, é melhor a gente rezar. Ou chorar. (Eliane Cantanhêde) 
Todos os dias deveríamos ler um bom poema, ouvir uma linda canção, contemplar um belo quadro e dizer algumas palavras bonitas. (Johann W. Von Goethe)

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