12 de jul. de 2016

Os que dirigem o país são sérios?...

 photo painel incompleto_zpsqulcbql4.jpg • A menos de um mês dos Jogos, painel incompleto com decoração olímpica separa a Linha Vermelha do Complexo da Maré; Prefeitura do Rio nega que seja para esconder a favela; Jogos Olímpicos são chance perdida para o país, diz Eduardo Paes. Para prefeito, este não é o melhor momento para estar nos olhos do mundo. Esta é uma oportunidade perdida para o Brasil, diz Paes sobre a olimpíada. Crises política, econômica e de segurança afetam percepção sobre o País, diz prefeito ao Guardian
• Falha da Justiça tirou da cadeia PMs acusados pelo assassinato de cinco jovens em Costa Barros. 
• Planos de saúde coletivos têm alta de até 21% no Rio. 
• Pesquisa diz que 81% dos brasileiros são contra aumento de impostos. 
• Mercado melhora previsão para o PIB e volta a projetar dólar mais baixo. Para analistas, atividade econômica deve recuar 3,3% ao final de 2016; câmbio deve ir a R$ 3,40. 
• Bancos privados também lucraram com o bolsa empresário do BNDES. Bancos comerciais ficaram com mais de R$ 8 bi do lucro total de R$ 10 bi nas operações. 
• Crise e cortes no Fies elevam inadimplência em faculdades. Programa de crédito estudantil do governo teve forte restrição em 2015.
• Câmara cria comissão de inquérito para investigar Lei Rouanet. CPI investigará roubalheira sob pretexto de incentivo à Cultura. 
• Mensagens reforçam suspeita de que cunha fazia lobby para empreiteiras. Pelo celular, ex-presidente da Andrade questiona peemedebista sobre modificações em texto de lei. 
• Favoritos para a câmara têm pendências judiciais. Dos seis nomes mais cotados para a sucessão de Eduardo Cunha, quatro enfrentam algum tipo de processo; Campanha na câmara tem santinhos e modelos. Deputados que vão disputar a sucessão de Eduardo Cunha na presidência da Casa passaram o dia em busca de votos. 
• Pressionado, PT desiste de apoiar Rodrigo Maia. Militantes petistas questionaram proximidade com deputado do DEM e partido desistiu do aval ao candidato na disputa pela Câmara. 
• Solto, Cachoeira vai cumprir pena de frente para o mar. Cachoeira vai curtir a prisão em hotel de luxo e vista para o mar. Cavendish, cachoeira e mais três vão para prisão domiciliar. Empresário e contraventor foram presos na Operação Saqueador da PF em 30 de junho.
• Temer privatiza porque não sabe governar, afirma Lula. Ex-presidente acusa peemedebista de tentar vender o patrimônio do país. 
Vaquinha para Dilma alcança R$ 725 mil. Campanha de financiamento coletivo foi criada para bancar viagens da presidente afastada. 
• Enquanto Anac reajusta tarifa de embarque de voos em Guarulhos em 9,4%, os passageiros explorados por aéreas vão pagar mais para embarcar; FAB recebe jato que substitui sucatão das eras FHC e Lula. Aeronave tem alcance intercontinental e recebe até 257 passageiros; Embraer fecha novas encomendas de aeronaves no valor de us$ 1,48 bilhão. Lista de compradores inclui companhias do Japão e Indonésia; empresa fez parceria com a Boeing. 
• Siglas veem fartura em fundações partidárias; repasses sobem a cada ano. Aumento despejou recursos em braços teóricos das legendas, mas produção muitas vezes é obscura. 
• Para empresários, governo temer está sendo modesto. Ao completar dois meses na presidência de forma interina, Michel Temer é cobrado a adotar medidas mais duras de ajuste fiscal, que só devem vir após uma definição sobre o impeachment de Dilma Rousseff. 
• Governo quer criar estatal para aposta esportiva on-line. Ideia é privatizar depois, para atrair estrangeiros, mantendo Caixa como sócia. 
• Correios suspende Sedex durante Olimpíada e terá que se explicar; Correios terá que explicar ao Procon plano de contingência para a Rio-2016. 
• INSS vai rever mais de 250 mil aposentadorias por invalidez no país; Revisão de benefício por invalidez exclui idoso. Aposentados por incapacidade com 60 anos não precisam passar por exame. 
• Gestão Alckmin é denunciada devido a trens parados. Promotoria questiona compra de 26 composições que estão fora de operação. 
Sem aprovação do Impeachment, situação segue instável. Para executivo, houve aumento de confiança entre e há sinais de que País está parando de piorar. 
• Por reajuste, auditores da receita aprovam greve. Categoria critica demora do governo para enviar projeto ao Congresso; aduanas terão operação padrão. 

• Theresa May será próxima premiê do Reino Unido. Cameron diz que deixa poder na quarta, e abre espaço para única candidata. 
• Impasse no Mercosul. País tenta, de forma contraproducente, impedir que a Venezuela assuma a presidência do bloco. Mercosul adia decisão sobre Venezuela. Prevalece proposta de definir transferência do bloco em agosto. 
• Colisão de trens deixa pelo menos 12 mortos e dezenas de feridos na Itália. Sobe para 20 o número de mortos. 

Nosso atraso ficou atrasado.
Acho muito boas as decepções recentes. Elas nos fazem avançar, mesmo de lado, como siris do mangue. O Brasil evolui pelo que perde e não pelo que ganha. Sempre houve no País uma desmontagem contínua de ilusões históricas. Esse é nosso torto processo: com as ilusões perdidas, com a história em marcha à ré, estranhamente, andamos para a frente. O Brasil se descobre por subtração, não por soma. Chegaremos a uma vida social mais civilizada quando as ilusões chegarem ao ponto zero. Erramos muito, quando vivíamos cheios de fé e esperança - dois sentimentos paralisantes.
Nessa época, a Guerra Fria, Cuba, China, tudo dava a sensação de que a revolução estava próxima. Revolução era uma varinha de condão, uma mudança radical em tudo, desde nossos amores até a reorganização das relações de produção. Não fazíamos diferença entre desejo e possibilidade. Revolução era uma mão na roda para justificar a ignorância da esquerda burra. Não precisávamos estudar nada profundamente, pois éramos a favor do bem e da justiça - a boa consciência, último refúgio dos boçais. Era generosidade e era egoísmo. A desgraça dos pobres nos doía como um problema existencial, embora a miséria fosse deles. Em nossa fome pela justiça, nem pensávamos nas dificuldades de qualquer revolução, as tais condições objetivas; não sabíamos nada, mas o desejo bastava. E até hoje, velhos comunas que entraram no poder continuam com as mesmas palavras, se bem que logo aprenderam a roubar e mentir como os burgueses
A velha esquerda que subiu ao poder em 2002 explorou nossa antiga fome populista: recomeçar do zero, raspar tudo em busca de um socialismo imaginário. 
Lula eleito seria o agente da mudança para esse arremedo bolivariano que nos danificou. Eles se aproveitaram de nossa resistência às ideias claras, à racionalidade, a qualquer vontade política generosa. Seu pedestal foi a ignorância popular, tesouro dos demagogos. 
Mas o tempo anda - mesmo no Brasil. A grande mutação dos últimos 20 anos - a globalização da economia e a espantosa revolução digital mudaram até nosso conceito de tempo e espaço. Nosso atraso ficou atrasado. A velocidade do mundo furou o bloqueio da resistência colonial à modernização. Fomos obrigados a nos modernizar, muito mais pela influência econômica externa do que pela lenta marcha da mediocridade política brasileira. Somos filhos bastardos de um progresso que não planejamos. 
Por decepções, fomos aprendendo, ou melhor, desaprendendo. 
Nos anos 1960, desaprendemos a fé inabalável numa revolução mágica do povo, com a súbita irrupção dos militares. Nos anos 1970, aprendemos a descrer do voluntarismo místico da contracultura e da guerrilha heroica, mas suicida. 
Nos 1980, com a restauração democrática, aprendemos muito com o tumor na barriga do Tancredo. Vimos um homem da ditadura (Sarney) assumindo o Poder (sempre este homem fatal...) e descobrimos que a democracia era de boca e ainda não estava entranhada nas instituições. 
Nos anos 90, tivemos a preciosíssima desilusão com o Collor. Aprendemos muito com seu fracasso. O impeachment foi um ponto luminoso em nossa formação e nos trouxe uma grande fome pela organização de uma República. 
FHC conseguiu consolidar uma nova agenda social-democrata que trouxe alguma racionalidade para a administração pública. 
Mas o passado resistiu e voltou com Lula na pior equação: aliança entre velha esquerda e velha direita. Arrasaram o legado de FHC. Com suas ladainhas dogmáticas, ignoraram até o muro de Berlim. Como no manjado comentário de Talleyrand sobre os Bourbons: Não aprenderam nada, não esqueceram nada. Continuaram com a mesma obsessão de tomar o poder, como um flashback de 1963. 
E o resultado está aí: o desastre regressista talvez com perda total. Nunca vi gente tão incompetente e ignorante. São as mesmas besteiras de 50 anos atrás. Tudo que construíram, com sua invejável militância, foi um novo patrimonialismo de Estado, em nome do projeto deslumbrado de Lula: Eu sou do povo; logo, luto por mim mesmo. Com suas alianças com a direita feudal, Lula revigorou o pior problema do País: o patrimonialismo endêmico. 
Assim, de 2002 em diante, a excelente administração anterior foi substituída pela truculência dos pelegos chegados ao poder. A verdade é que os petistas nunca acreditaram na democracia burguesa; como disse um intelectual da USP - democracia é papo para enrolar o povo. Ou então é uma estupidez da classe média, que é, segundo a grande filósofa Marilena Chaui, reacionária, ignorante e fascista, sem falar no Sérgio Moro, treinado pelo CIA. Não entenderam, com suas doenças infantis de um comunismo vulgar, que a democracia não é um meio, mas um fim. Jamais admitirão que a via mais revolucionária para o Brasil de hoje é justamente o que chamam, com boquinha de nojo, de democracia burguesa. Muita gente sem idade e sem memória não sabe que o caminho para o crescimento e justiça social é o progressivo desgaste da tradição escrota das oligarquias patrimonialistas. 
Assistimos agora à luta entre um desejo de reformas econômicas essenciais e a resistência dos interesses políticos sórdidos. 
Mas, no final das contas, mesmo com esse engarrafamento dos escândalos, já houve um avanço em nossa consciência crítica. Estamos bem menos alienados. E, por conta da complexidade de nossa economia e da política que a abertura permitiu, as conquistas da democracia não vão sumir. Estamos desiludidos, porém mais sábios. 
Ou seja, diante do tumor marxista vulgar entranhado na alma desses revolucionários reacionários, teremos de fazer uma cirurgia: o enxugamento do Estado que come a nação, inchado de privilégios e clientelismo. Ou seja, a única revolução importante hoje no Brasil seria uma revolução liberal. (Arnaldo Jabor) 

O voo dos tucanos.
Com o PT posto em frangalhos e o PMDB no poder sem poder pensar na sua preservação depois do período Michel Temer, seria hora do outro lado começar a pensar no futuro. Afinal, 2018 não parece tão longe assim. Tudo indica que o PSDB terá alguma chance, depois que Fernando Henrique Cardoso desceu a rampa do Planalto, treze anos atrás.
O problema é que ao contrário do PMDB, que carece de nomes para a próxima sucessão presidencial, os tucanos tem três: Aécio Neves, Geraldo Alckmin e José Serra.
Não dá para desde já selecionar um favorito. Claro que Aécio dispõe de uma espécie de direito adquirido, já que disputou a última eleição e não saiu-se mal, apesar de derrotado. Sua força está no passado, ainda que diante da necessidade de cuidar do futuro. Precisa, o mais rápido possível, definir seu novo perfil. Que propostas tem para o novo governo? Se for a mesma de Michel Temer, com tanta impopularidade garantida, corre o risco da rejeição.
Geraldo Alckmin dispõe de São Paulo em sua retaguarda. Não trás propriamente mudanças, sua mensagem até se acopla aos planos de Michel Temer. Como sensibilizar a massa trabalhadora que já apoiou o PT, fator essencial em qualquer hora ou situação?
José Serra corre por fora, mas também próximo do modelo neoliberal. Apresenta como vantagem a eficiência, mas difere muito pouco de Aécio e Alckmin, no particular.
Haveria no ninho tucano mais alternativas? Há quem suponha a ascensão de outros, como Aloysio Nunes Ferreira, mas não parece fácil.
A primeira necessidade, para o PSDB, é a união. Um dos três precisará contar com o apoio dos outros. Saltar de banda ou dedicar-se a uma aventura equivalerá a desandar o objetivo hoje definido, da conquista do poder. (Carlos Chagas) 

Império das Leis.
A decisão do FBI de não abrir processo contra Hillary Clinton por causa dos e-mails ultrassecretos pegou muitos de surpresa.
Para Platão, o ideal de governo seria aquele dos reis-filósofos, ou seja, de homens esclarecidos. Já para Aristóteles, o melhor seria um governo das leis, justamente para impedir os arbítrios das paixões humanas. A história do liberalismo pode também ser vista, em resumo, como a luta por um governo cada vez mais de leis, não de homens.
Isso é um norte a guiar as ações dos governantes, claro, pois sempre haverá algum espaço para decisões subjetivas. Mas os liberais e conservadores sempre entenderam a importância de um conjunto de regras isonômicas, válidas igualmente para todos. A igualdade que defendem é aquela perante as leis, não a de resultados, como querem os socialistas.
Nesse sistema, conhecido como rule of law, todos seriam tratados da mesma forma, com base no mérito e em suas atitudes, não na origem social, na cor, raça ou credo. Por isso a imagem da Justiça com os olhos vendados: ela não vê cara; ela julga o ato. Reduzir o grau de arbítrio do governo sempre foi uma bandeira liberal das mais importantes, e foi nos Estados Unidos que mais se chegou perto desse ideal.
Hoje esse império das leis se encontra ameaçado na América também. A decisão do FBI de não abrir processo contra Hillary Clinton por causa dos e-mails ultrassecretos pegou muitos de surpresa. Afinal, todo o discurso de seu diretor foi na linha de incriminar a candidata democrata. Não houve a intenção de divulgar informações sigilosas para prejudicar o país, alegou, mas houve negligência, que seria punida em circunstâncias diferentes.
Traduzindo: não fosse uma Clinton e uma candidata a presidente, então a reação seria outra. Como assim? Quer dizer que há uma lei para as pessoas comuns e outra para os poderosos do establishment? Para nós, latino-americanos, isso é a coisa mais normal do mundo. Basta lembrar de Lula afirmando que Sarney não era um homem comum. Mas os americanos costumavam levar mais a sério o conceito de igualdade de todos perante as leis.
Para piorar, há situações estranhas nesse caso todo, que remetem a uma republiqueta, não ao padrão americano. Como, por exemplo, o encontro fortuito em um aeroporto entre Loretta Lynch, a procuradora-geral, e o ex-presidente Bill Clinton. Eles teriam conversado sobre netos, diz ela, mas não se trata de um encontro muito republicano. Parece até coisa de Brasil petista...
Hillary teria, ainda, dado a entender que poderia manter Loretta no cargo se fosse eleita. Donald Trump entendeu isso como tentativa escancarada de suborno: se a procuradora-geral quer preservar seu emprego, então é melhor pensar duas vezes antes de decidir contra Clinton. Esse tipo de postura não é condizente com a visão republicana. O que está acontecendo com a América?
Obama, quando foi eleito, disse que queria transformar fundamentalmente seu país. Quem ama não quer mudar a essência da amada. Obama não amava a América, aquele experimento liberal com viés conservador. Já Lula ele considerava o cara, como disse certa vez. Isso diz muito sobre as mudanças radicais acontecendo no país e o motivo de tanta revolta com Washington, o que tornou a ascensão de Trump possível.
Com a esquerda no poder, o capitalismo se tornou mais de compadres que de livre concorrência. O Estado virou mais paternalista, distribuindo esmolas. E as regras passaram a valer mais para uns que para outros. Tudo isso combina mais com a América Latina que com os Estados Unidos. É por isso que tantos americanos estão revoltados. É por isso que Hillary precisa perder. (Rodrigo Constantino, economista e jornalista, é presidente do Conselho do Instituto Liberal) 
O contribuinte e o único cidadão que trabalha para o governo sem ter de prestar concurso. (Ronald Reagan)

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