30 de jul. de 2016

Mais do que sobrou.

• Entorno do Maracanã terá 38 ruas fechadas para a abertura. Previsão é que 3.500 homens façam o patrulhamento na região. 
Atletas dopados vão competir no Rio. Casal Yulia e Vitaly Stepanov, que delatou doping de Estado russo, diz que esquema continua. 
• Atleta brasileiro ganhará R$ 35 mil por medalha. Não haverá distinção de cor da medalha (ouro, prata e bronze), segundo Comitê Olímpico do Brasil. 
• Ônibus especiais do BRT operam sem licença. Veículos de linhas destinadas à família olímpica não passaram por vistoria da Secretaria de Transportes este ano. 
• Apesar dos percalços, Rio-2016 chega à fase desportiva com chances de repetir o sucesso da Copa. 
• Obra mais cara da Rio-2016, linha de metrô é inaugurada. Ligação de Ipanema à Barra custou mais de 1/4 do orçamento dos Jogos. 
• Heliponto do Palácio Guanabara: Helicóptero cai no Rio. Aeronave é da Polícia Rodoviária Federal 
• Temer acelera exonerações de oposicionistas. Presidente em exercício acelera cortes ao saber que é alvo de críticas na Esplanada. 
• Desemprego sobe e renda tem maior queda desde 2012. Entre abril e junho, rendimento recuou 4,2% ante o mesmo período de 2015. 
• Petrobrás: Pedro Parente agiu bem ao vender por R$ 8,5 bilhões um campo de petróleo avaliado em R$ 22 bilhões e tido como um dos mais promissores pelos técnicos da estatal; do contrário, a empresa não sobreviveria. 
Dilma não só sabia da existência do esquema de Caixa Dois como aprovou as doações ilegais. Foi o que disseram João Santana e sua mulher na proposta de delação premiada encaminhada à Lava Jato. 
• Renan Calheiros tanto fez que vai ganhar uma homenagem dos movimentos de rua: um boneco inflável. Foi batizado de Canalheiros
• Justiça Federal do Rio aceitou nesta sexta (29) denúncia do Ministério Público Federal (MPF) contra 15 pessoas investigadas na Operação Pipryat; eles são acusados de envolvimento em uma organização criminosa que comandava esquema de fraudes em licitações, corrupção e lavagem de dinheiro em contratos das obras da Usina de Angra 3. 
• A Lava Jato está investigando o Esquema de Lula. Um dos procuradores disse à IstoÉ: Há evidente relação entre as empresas favorecidas pelo BNDES e os repasses de recursos ao Instituto Lula. Vamos agora também apurar o superfaturamento em obras no exterior e esses pagamentos de palestras. O Antagonista repete: Leo Pinheiro, dono da OAS, vai revelar esse esquema. 
• Romero Jucá programou uma viagem aos Estados Unidos. Jorge Bastos Moreno informa, porém, que ele teve o seu pedido de visto negado pelo governo americano, por estar sendo investigado pela Lava Jato. O Brasil entrou na lista negra. 
• Réu, Lula terá menos tempo para pedir votos a prefeitos do PT. Decisão da Justiça do Distrito Federal é um golpe muito duro para o partido. 
• Firma de remédios acusa Delcídio de tentativa de extorsão. EMS diz que ex-senador queria forçar empresa a pagar dívida de campanha. 
• Setor público acumula rombo de R$ 151 bi em 12 meses. Meta de deficit para 2016 é de R$ 163,9 bi; em junho, saldo foi de R$ 10,5 bi.

• Líder turco afirma que EUA dão apoio a golpista. Governo Erdogan diz que jornalistas presos têm laço com clérigo suspeito. 
• Daniel Ortega elimina oposição do Congresso. Líder da Nicarágua amplia controle sobre Legislativo ao destituir deputados. 
• Cumprir requisitos: A presidência interina do Uruguai terminou ontem, mas a transferência do comando do bloco para a Venezuela não ocorreu porque uma reunião prevista para hoje foi cancelada depois que Brasil e Paraguai questionaram a passagem do bastão para o governo de Nicolás Maduro. 

Adeus às ilusões.
Em matéria de cinismo, marqueteiro e presidenta se equivalem.
Dilma, quem diria, logo dará adeus às ilusões. Nas campanhas eleitorais em que se elegeu e reelegeu graças aos préstimos de João Santana, inventor de patranhas, foi vendida por ele como a gerentona mais habilitada a pôr o País nos eixos e guiar a classe operária ao paraíso. Acusada de ter cometido crimes funcionais, o que está para interromper seu mandato, responde pela irresponsabilidade de, por culpa da roubalheira do partido que a adotou, o PT, ter gerado a quebradeira e o desemprego generalizados que condenaram a Nação às piores crises ética, econômica e política da História. E ela ainda se agarra à imagem de ser pessoalmente honesta, que começa a desabar.
Por ironia da História, uma grave acusação foi feita por esse gênio da lorota de fancaria, cujo depoimento ao juiz Sergio Moro, da Operação Lava Jato, deu mais uma pista concreta de que, de fato, a campanha dela, que ele criou, produziu e dirigiu, foi financiada por dinheiro roubado, de propina de fornecedores da Petrobrás. A iminente homologação da delação premiada do mágico do marketing, de sua mulher, contadora e sócia, Mônica Moura, e de muitos executivos da empreiteira Odebrecht, entre os quais o presidente, Marcelo, prenuncia o fim do refrão com que Dilma enfrenta o impeachment: não levou vantagem financeira em nada nem tem conta em banco no exterior.
Para convencer policiais, procuradores e juiz, o marqueteiro, chamado de Patinhas na juventude pela fértil originalidade de letrista de música popular, na passagem de sucesso pelo jornalismo e na maturidade de publicitário milionário, decidiu abrir o bico como um canário da Máfia da Sicília em Chicago. E o faz de maneira cínica, idêntica à usada para inventar a torpe falsidade de um Brasil irreal de pleno emprego, redução da pobreza crônica e competente e honesta gestão dos recursos públicos. Tudo isso foi pago com o fruto do maior assalto desarmado aos cofres públicos da História, que levou à beira da falência a maior estatal do País.
Joãozinho Patinhas teve o desplante de confessar ao juiz que mentiu em depoimento anterior, após se entregar desembarcando do Caribe, para não destruir a Presidência, uma aparente expressão de lealdade. Mas que, na verdade, continha, de um lado, o compromisso com a força-tarefa de comprometê-la. E, de outro, a ameaça de que se dispunha a cantar, como um vil delator mafioso, que Dilma disse desprezar. Eu, que ajudei de certa maneira a eleição dela, não seria a pessoa que iria destruir a Presidência, trazer um problema. Nessa época já iniciava o processo de impeachment, mas ainda não havia nada aberto, e sabia que isso poderia gerar um grave problema até para o próprio Brasil, depôs.
A primeira versão de Tucano (nome da cidade baiana onde ele nasceu, adotado como codinome nas planilhas do banco de propinas da Odebrecht) não se sustentava nas próprias pernas: segundo a narrativa, o dinheiro depositado em suas contas teria sido ganho em campanhas no exterior e o pago pelo PT foi sempre legal.
A história atual, endossada por Mônica Moura, é mais lógica: em 21 de julho, o casal admitiu ter recebido no caixa 2 US$ 4,5 milhões para quitar uma dívida da campanha de Dilma em 2010. Naquela mesma quinta-feira, o engenheiro Zwi Skornicki, tido pela força-tarefa da Lava Jato como operador de propina do esquema da Petrobrás (dito petrolão), contou ao juiz Sergio Moro ter depositado, de 2013 a 2014, em conta do casal no exterior US$ 4,5 milhões para saldar parte de uma dívida que o PT lhe ficou devendo durante a campanha.
O valor coincide, mas não o recurso ao caixa 2, conversa mole de estelionatário confesso, que sempre doura a pílula, tentando desviar a acusação para alguma infração menor. Assim fazem quaisquer flagrados em crime mais grave. Deixo ao atento leitor a decisão sobre a quem dar fé: quem pagou ou quem recebeu a bolada?
Em matéria de cinismo, marqueteiro e presidenta se equivalem. O Feira dos registros da propina da Odebrecht se arvorou a dar lições de contabilidade fora da lei ao maior especialista em lavagem de dinheiro da Justiça brasileira. Ele disse que milhares, quiçá milhões, de políticos não prestam contas de campanhas corretamente à Justiça Eleitoral. Recorreu a metáforas dignas de sua imaginação: fariam uma fila de Brasília a Manaus, equivalente à Muralha da China, ficando aptos a ser fotografados por satélite. Seria mais persuasivo se delatasse pelo menos uma centena dentre os 98% dos candidatos, que ele considera trapaceiros como ele.
Os exageros de João do milhão o qualificam como mestre da patroa em desfaçatez. Terá sido de sua lavra a explicação que Dilma deu para o fato de, como presidente do Conselho de Administração da Petrobrás, ter autorizado a compra da refinaria de Pasadena à Astra Oil? Por que não ocorreu a ela, a conselho de sua protegida Graça Forster, exigir do ex-diretor internacional, Nestor Cerveró, relatório mais detalhado tecnicamente do que o que ela definiu como incompleto, antes de autorizar negócio lesivo ao patrimônio nacional?
Agora recorreu ao estilo de Lula, ao assegurar no Twitter: Não autorizei pagamento de caixa 2 a ninguém. Se houve pagamento, não foi com meu conhecimento. Esse argumento é fátuo. O professor José Eduardo Martins Cardozo devia ter-lhe ensinado que, no caso, ela será acusada de ter-se beneficiado do dinheiro ilegal na campanha. À Rádio França Internacional, Dilma disse que, feito dois anos após o pleito, o repasse não a atinge, omitindo que a propina pagou dívida contraída para a própria eleição.
A confissão de Santana, Mônica e Skornicki revela que o mantra profano dos partidos acusados - o de terem recebido doações legais e aprovadas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) - é mentiroso. Parte dessas doações se originou de propinas e as tidas como legais podem ter usado o TSE como lavanderia de dinheiro do furto. (José Nêumanne) 

Lula, um caso perdido.
O título acima expressa minha convicção de que o ex-presidente está condenado a uma das muitas grades em que se pode conter um ser humano: as que o amarram ao pequeno séquito dos que compartilham os mesmos vícios e desvios morais.
Entenda-me o leitor. Assim como os dependentes químicos se reúnem, qual escombros humanos, em terrenos baldios e obscuros recantos das cidades, assim também pessoas na situação moral e legal de Lula agrupam-se por semelhança e fogem do convívio com pessoas de bem. O mal feito às ocultas, nos porões, um dia é proclamado desde os telhados. E o que estava nas páginas dos processos, nas denúncias, nas provas e nos privilégios de foro, vai para as manchetes dos jornais. Acaba o teatro e a vida real começa. Pode ser curto, muito curto, o caminho entre a conduta viciosa ou criminosa e essa forma de reclusão por rejeição e repulsa social.
Será ele preso, condenado e cumprirá pena? Sei lá! No dia em que eu entender a Justiça em nosso país e, de modo especial, nossa Suprema Corte, que certamente exercerá o último grau de jurisdição no processo de todos os notáveis hoje investigados, provavelmente haverá outra composição por lá e nós estaremos vivendo num Brasil melhor. Não, não tenho resposta para essa pergunta. Nosso STF faz desacontecer fatos que todos viram e ouviram. Mas Lula, ainda não como se espera, já está sendo punido. Está contido, preso. Basta vê-lo, como o vi agora, há poucos minutos, na TV.
Quando Delcídio Amaral perdeu o mandato de senador, agravou-se a situação do ex-presidente. O Procurador Geral da República pediu ao ministro Teori Zavascki que o processo - que incluía Lula - fosse enviado para Curitiba e para o juiz Sérgio Moro. Ouriçou-se a morofobia do estadista de Garanhuns que, por seu advogado, solicitou a remessa para a Justiça Federal de São Paulo. O ministro, porém, acabou enviando tudo para Brasília, considerando que lá foi praticada a maior parte dos atos denunciados.
Não poderia desabar sobre os muitos problemas do ex-presidente algo mais inoportuno do que a decisão do juiz Ricardo Leite tornando-o réu no exato momento em que choraminga perante a ONU as injustiças e perseguições que estaria sofrendo por parte de Sérgio Moro. Imagine só a situação: tapado de orgulho das próprias virtudes, inocente como um anjo de Rafael, vê seu delírio persecutório desfazer-se com o reconhecimento de outra robusta hipótese criminal em vara diferente, longe da tenebrosa Curitiba de seus mais frequentes arrepios.
Orgulho, ambição e vaidade formam um explosivo coquetel. E Lula o bebeu até a última gota. (Percival Puggina, arquiteto, empresário e escritor) 
Em um sentido muito realista, somos os autores de nossa própria vida. (Mandy Aftel)

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