18 de jul. de 2016

Atentados e mortes abalam o mundo...

• Restaurantes populares suspendem refeições a R$ 2 no Rio. Unidades da Central, Méier e Cidade de Deus param de funcionar hoje. 
• ProUni: candidato em lista de espera deve entregar documento até amanhã. 
• Operação Lava Jato. PF indicia Costa, Youssef e mais 7 por corrupção e lavagem. Investigações apontam fraudes de R$ 326 milhões.
• Eletrobras dominada por um Cardeal, o operador de Dilma. Leia
• Brasil já registrou 165,9 mil infecções por zika em 2016, segundo boletim. Dengue atingiu 1.345.286 pessoas e levou a 318 mortes em 2016. Houve 137.808 casos de chikungunya, que levaram a 17 mortes. 
• Para acelerar impeachment, acordo propõe reduzir testemunhas na reta final. Número de testemunhas na reta final do impeachment pode chegar a 50; temendo parar o Senado, acusação e defesa querem evitar procrastinação

• Pesquisas mostram Hillary Clinton com 46% da intenção de votos, contra 41% de Trump. A pesquisa expõe que os dois candidatos continuam com falta de popularidade, e que muitos eleitores são movidos pela rejeição a um deles. 
• Governo destitui 30 dirigentes políticos após golpe frustrado na Turquia. Um governador e 29 prefeitos foram afastados. Outros 50 funcionários do alto escalão foram removidos dos seus cargos. Já chega a 8.777 o número de policiais exonerados. Polícia turca retém um homem no chão durante uma operação em frente ao tribunal em Ancara; Membros da comunidade turca no Brasil temem caça às bruxas. Receio é que governo se aproveite de golpe frustrado para perseguir opositores. 
• Premier e presidente da França são vaiados em Nice. País vive em alta tensão após terceiro ataque terrorista em 18 meses. 
• Convenção republicana começa em clima de apreensão. Terrorismo e atos de violência racial e contra policiais ofuscam evento político em Cleveland. 
• População negra e polícia nutrem relação de desconfiança. Tensão se agravou quando agentes reagiram com violência a protestos. Atirador de Baton Rouge criticou racismo em vídeos na web. Gavin Long, de 29 anos, disse ser afiliado ao espírito da justiça. Identificação de atirador de Baton Rouge reforça tensão racial nos EUA. Gavin Eugene Long serviu no Corpo de Fuzileiros Navais até 2010, tendo sido enviado ao Iraque. 
• Mais de cem mil venezuelanos correm à Colômbia para compras. Moradores viajam para aproveitar fronteiras reabertas no fim de semana. Crise na Venezuela provoca corrida por alimentos na fronteira de Roraima. Venezuelanos viajam até um dia inteiro para comprar comida em Pacaraima. Comerciantes da cidade na fronteira temem falta de alimentos. Venezuelanos viajam até 1 dia para buscar comida e remédios no Brasil. Farmácia vende fardos de comida por R$ 100. Mais de 100 mil cruzaram fronteira com Colômbia. 

Sem reformas, nem o Papa salva o Brasil.
Para o ex-diretor do BC Luiz Fernando Figueiredo, país voltou para o caminho certo, mas não pode relaxar.
Se há algo que não se discute em relação ao governo de Michel Temer, é a qualidade da nova equipe econômica. Mas não adianta nada escalar um time de craques se a política embolar o meio de campo. O governo pode contar até com o papa na equipe: se não aprovar o que precisa no Congresso, nada será resolvido, afirma Luiz Fernando Figueiredo, ex-diretor de política monetária do BC e fundador da Mauá Capital, que gerencia uma carteira de investimentos de R$ 2 bilhões.
Em entrevista a O Financista, Figueiredo afirma que o Brasil superou o cenário binário do início do ano - Dilma ou Temer - e voltou ao caminho correto. Agora, o debate é em torno das medidas necessárias. Mais: o cenário global de juros baixos ou negativos vai aumentar o apetite dos investidores por ativos mais arriscados - como o Brasil. Mas o país pagará um preço por esse sucesso. Teremos, sim, um câmbio mais apreciado no curto prazo, quer desejemos, quer não.
Leia a seguir os principais trechos da conversa:
O Financista: Com o afastamento de Dilma e a presença de Temer na Presidência, ainda que interinamente, já superamos o cenário binário?
Luiz Fernando Figueiredo: Há um baixo risco de acontecer um acidente que acarretaria um sinistro muito grande. Então, acho que sim. Já saímos do cenário binário. Estamos diante de um governo com uma base grande no Congresso. Um governo que trouxe uma racionalidade muito grande, não só na macroeconomia, mas também na microeconomia. É praticamente uma faxina em tudo o que se fez de errado nos últimos anos. Com isso, estamos saindo de um ciclo vicioso muito dramático e entrando em um virtuoso. Mas como ficamos muito tempo no buraco, vai demorar um pouco para sair. E temos outra questão: antes da aprovação definitiva do impeachment no Senado, o governo não consegue produzir tudo o que pode.
O Financista: O mercado critica muito as idas e vindas de Temer. Isso é efeito da interinidade ou a tônica do seu governo?
Figueiredo: A interinidade é chata, porque gera uma certa fragilidade do governo, mas tenho bastante confiança de que é transitória. O governo tem um mês e pouco. Os agentes entendem que dá para esperar outro tanto, até o impeachment. Porque, se a Dilma voltar, vai desarranjar muita coisa. Então, o pessoal prefere esperar um pouco para entrar completamente no barco. Mas eu tenho poucas dúvidas de que o impeachment vai acontecer. O governo, que tem uma base muito expressiva, sabe que essa questão precisa ser superada para consolidar todo seu poder de fogo e avançar em questões mais espinhosas. Falamos muito da reforma da Previdência, mas ela só irá para o Congresso depois disso. A própria questão trabalhista, que hoje é um problema enorme para o Brasil...
O Financista: Qual é o timing para que Temer comece a apresentar resultados concretos, após o impeachment?
Figueiredo: Isso será um processo: mandar a reforma do teto de gastos, começar a tramitação pelas comissões, ir a plenário. O problema é que estamos partindo da estaca zero. Não há uma inércia a nosso favor. As coisas precisam começar a andar, porque são todas relevantes, mas há outras questões pelo caminho: Olimpíada, eleições municipais... Tudo isso atrasa a agenda. Então, estamos assim: temos um carro muito bom, mas andando em uma estrada de terra com buracos. Ainda não chegamos ao asfalto. O que todos estão vendo são coisas muito boas. A discussão agora é de velocidade.
O Financista: O novo presidente da Câmara, Rodrigo Maia, já disse que é contra aumentar impostos. Quão importante é esse aumento para o ajuste fiscal?
Figueiredo: O aumento de impostos não é apenas necessário, mas inevitável. É preciso ver qual imposto será menos danoso, mas terá de ser feito. O buraco fiscal é muito grande. As reformas estruturais garantirão que a economia avance. Mas a velocidade e o ponto de largada em que estamos são muito ruins. Então, mesmo que temporariamente, é necessário aumentar impostos. Só para se ter uma ideia, nos últimos dois anos, perdemos mais de 2 pontos percentuais de arrecadação sobre o PIB. Não é pouco. É claro que uma parte da recomposição de receitas virá do fato de a economia sair da recessão, mas é preciso fazer uma ponte. Eu não acho que, se for completamente necessário o aumento, Maia vai se opor. Até porque o presidente da Câmara não tem tanto poder para dizer o que os deputados vão votar. Ele não pode impor a própria agenda. E ninguém está fazendo isso porque quer: é porque não tem jeito.
O Financista: O governo terá, efetivamente, força para aprovar a reforma da Previdência?
Figueiredo: Acho que sim, porque a força do governo é crescente. É um governo que começou provisório, num ambiente péssimo. Neste início, já conseguiu aprovar várias coisas para estabilizar a economia. Você já vê todos os índices de confiança melhorando, sinais de que estamos saindo do processo recessivo. É possível que, na margem, a economia já cresça no fim deste ano ou começo de 2017. Estamos em um ambiente menos volátil e mais racional. O governo vai gradualmente se firmando. Os nomes da área econômica são de primeiríssima qualidade. Então, a base vai se consolidando.
O Financista: Com Meirelles na Fazenda e Ilan no BC, você vê juros mais baixos no longo prazo?
Figueiredo: Eu disse que o time é de primeiríssima categoria, mas há limites. O governo pode contar até com o papa na equipe: se não aprovar o que precisa no Congresso, nada será resolvido. A equipe econômica é uma parte importante do processo, mas o condão mágico é a aprovação dessa agenda de reformas.
O Financista: Como você avalia a gestão do câmbio, nestes primeiros dias da nova diretoria do BC? Os empresários, por exemplo, já reclamam que o dólar caiu muito.
Figueiredo: O câmbio nunca é causa de nada. Ele é consequência. Como a situação econômica piorou muito nos últimos anos, o Brasil teve de manter juros altíssimos, num cenário externo em que as taxas são nulas ou negativas. Quase 50% dos ativos em todo o mundo pagam juros negativos, o que é uma coisa maluca, mas é a realidade. Então, quando se tem um país com uma solidez externa muito grande, como o Brasil, e que passou a andar na direção correta, mas com juros altos, é natural que venha um grande volume de recursos para cá. E é natural que a taxa de câmbio aprecie, mesmo que temporariamente. O que o BC está fazendo? Diariamente, recomprando os swaps. E o dólar tem apreciado. Então, você não consegue atuar numa velocidade que impeça uma apreciação relevante do real, porque há medidas que precisam ser aprovadas para permitir baixar os juros. Esse processo é muito longo. O nosso sucesso vai trazer, sim, uma taxa de câmbio mais apreciada no curto prazo, quer desejemos, quer não.
O Financista: O dólar pode chegar a que valor?
Figueiredo: Pode ser R$ 3,00, eventualmente abaixo disso. (Márcio Juliboni) 

Fundos de pensão usados em benefício próprio.
Em meio à euforia em torno do pré-sal, no final da década passada, um projeto ambicioso de governo tentou aproveitar a demanda futura de sondas da Petrobras para impulsionar a indústria naval brasileira. A Sete Brasil foi criada para reunir as encomendas a estaleiros nacionais sem comprometer o endividamento da petroleira. Só saiu do papel graças ao apoio dos três maiores fundos de pensão do País (Funcef, Petros e Previ), responsáveis por metade do capital inicial da nova companhia, de quase R$ 2 bilhões.
A empresa não cumpriu o cronograma de entregas, passou a figurar nos escândalos de corrupção e, pressionada pelos efeitos da queda no preço do petróleo, entrou em recuperação judicial em abril deste ano, gerando perdas bilionárias aos planos responsáveis por aposentadorias e pensões de funcionários de três das maiores estatais brasileiras. Casos como o da Sete Brasil integram um conjunto de suspeitas sobre investimentos realizados pelos principais fundos de pensão estatais nos últimos anos.
Os indícios vão desde ingerência político-partidária e gestão temerária até ações fraudulentas. Algumas dessas operações foram contabilizadas recentemente como perdas nos balanços das entidades e contribuíram para engrossar os déficits acumulados pelo efeito conjuntural da recessão nos principais ativos das carteiras. Em 2015, o rombo dos quatro maiores fundos públicos do País - Petros (Petrobras), Previ (Banco do Brasil), Funcef (Caixa) e Postalis (Correios) - somou cerca de R$ 60 bilhões.
Em três deles, os funcionários e a patrocinadora terão de contribuir com um aporte adicional para compensar as perdas. A situação gerou um alerta vermelho entre os participantes e mobilizou o Congresso a convocar, no ano passado, uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI). As entidades também entraram no alvo da Polícia Federal e do Ministério Público Federal. No relatório final da CPI, os parlamentares concluíram que as 15 operações investigadas geraram um prejuízo de R$ 6,6 bilhões aos quatro principais fundos estatais e recomendaram o indiciamento de 146 pessoas.
No caso da Sete Brasil, por exemplo, ficou demonstrado que os fundos confiaram demasiadamente nas informações prestadas pela investida e, em alguns casos, desconsideraram pareceres técnicos sugerindo cautela, além de ignorar os indícios que apontavam para problemas futuros ao serem convocados para fazer novos aportes na companhia. O relatório considera provável ainda a interferência política de atores como o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, apontado pelo ex-gerente da Petrobras, Pedro Barusco, em delação premiada, como um dos operadores das propinas envolvendo a Sete Brasil.
Vaccari, atualmente preso em Curitiba, está entre os indiciados da CPI por ter contribuído para a aprovação de um investimento da Funcef num negócio da OAS, com perda estimada de R$ 200 milhões ao fundo. A empreiteira foi uma das principais beneficiárias do esquema de corrupção na Petrobras. As negociações envolviam propinas que eram destinadas aos partidos. Para os membros da CPI, a filiação partidária de dirigentes dos fundos reforça a tese de uso político.
Três das quatro entidades investigadas tinham gestores ligados ao PT. O potencial dos fundos de pensão fora identificado pela cúpula do partido antes mesmo da ascensão à Presidência, com um esforço para emplacar filiados entre os seus membros. Após a eleição de Lula, em 2003, nomes ligados à sigla assumiram o comando das principais entidades estatais. Chega um momento em que os responsáveis pela nomeação levam orientações de como fazer o investimento, afirma Sergio Souza (PMDB-PR), relator da CPI dos Fundos de Pensão.
A partir de um caso envolvendo um contrato da Funcef com a Desenvix, do Grupo Engevix, a CPI encontrou indícios de que o esquema usado pela empresa de engenharia para viabilizar contratos com a Petrobras - alvo da Operação Lava Jato - pode ter se repetido em fundos de pensão. No aporte avaliado pela comissão, laudos superavaliados geraram um prejuízo de R$ 240 milhões ao fundo. Em nota, a Funcef diz ter enviado 44 ofícios à CPI e reforça o compromisso com os princípios de liquidez, solvência e equilíbrio nos investimentos.
A Previ informou que nenhum dos seus representantes foi apontado e seu modelo de governança é referência, pautado por diretrizes bem definidas e análises técnicas. A Petros afirma ter criado comissões internas para investigar os casos e contratado um escritório para analisar o relatório para tomar medidas cabíveis. Segundo o Postalis, a diretoria está fazendo esforços para recuperar recursos que impactam o déficit e para tomar as medidas cabíveis para preservar o interesse dos assistidos. (IstoÉ) 
Diante de uma larga frente de batalha, procure o ponto mais fraco e, ali, ataque com a sua maior força.

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