4 de jun. de 2016

Brasil e sua arritmia política...

• Defenestra! Temer admite recorrer à CPMF e estabelecer idade mínima em aposentadorias.
• Temer corta verba de Dilma para suprimentos no Alvorada. Foi suspenso recurso para abastecimento da despensa da presidente afastada e custeio da manutenção do palácio. Casa Civil restringe voos oficiais.
• Dilma recorre ao STF contra comissão do impeachment. José Eduardo Cardozo levou recursos à Corte para revisar prazos, pedir a troca de relator e pedir a inclusão de gravações de Machado na defesa.
• A Polícia Federal deflagrou sexta-feira (3) a Operação Esfinge, que investiga um grupo que teria praticado fraudes em licitações, desvio de recursos públicos, corrupção e lavagem de dinheiro no Rio de Janeiro. São investigadas fraudes em contratos que movimentaram mais de R$ 6 bilhões, incluindo uma licitação da Casa da Moeda. A PF estima que o grupo tenha movimentado mais de R$ 70 milhões em propina. Foram presos preventivamente, Marcelo Fisch, auditor-fiscal e ex-chefe de Fiscalização da Receita e sua mulher. Ele teve aumento de patrimônio em R$ 14 milhões. Segundo a PF, o casal foi indiciado e denunciado por crimes de corrupção ativa e passiva.
• Transpetro: Machado pode devolver R$1,2 bilhão. É quanto a PGR calcula recuperar com Sérgio Machado e o filho Did.
• O Diário Oficial da União publicou ontem a nomeação da ex-deputada Fátima Pelaes (PMDB-AP) para a Secretaria de Políticas para as Mulheres. Desde 2011, ela é apontada pela Procuradoria-Geral da República como suspeita de ter integrado uma articulação criminosa que desviou R$ 4 milhões para uma ONG fantasma. Em 2013 o Supremo abriu inquérito para apurar o caso. Como ela deixou de ser deputada, a ação corre agora na Justiça Federal do Amapá. Fátima tem dito que confia no trabalho da polícia e da Justiça e que será comprovado que ela não desviou o dinheiro. A nomeação causou polêmica também porque ela se declarou contra a descriminalização do aborto.
• Moro barra ofensiva da PF sobre os 100 maiores da Lei Rouanet.
• Eleições 2014: Campanha de Dilma recebeu R$ 12 milhões "por fora" de Odebrecht. Edinho pediu R$ 12 milhões de Odebrecht e Dilma mandou pagar.
• Em 18 de dezembro do ano passado, O Antagonista publicou com exclusividade que Anderson Dorneles, o menino de Dilma Rousseff, é sócio oculto do RedBar, que está em nome de seu amigo Douglas Franzoni, o menino-satélite da petista; Marcelo Odebrecht, de acordo com a reportagem da Veja sobre a delação do empreiteiro, disse aos procuradores da Lava Jato que pagava uma mesada a Anderson Dorneles, via Douglas Franzoni; A revista diz que Dilma demitiu Anderson Dorneles depois de saber que ele e Douglas eram sócios do RedBar, localizado no estádio do Internacional reformado pela OAS. Faltou dizer que ela despachou o menino depois da revelação de O Antagonista.
• ANS: Planos de saúde poderão reajustar contrato em até 13,57%. Processos contra planos de saúde crescem 400%.
• Imagine arrecadar o dobro da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira) e, portanto, cobrir uma fatia importante do rombo nas contas públicas, sem aumentar a carga tributária - inclusive, sem recriar a CPMF. Para a Abdib (Associação Brasileira da Infraestrutura e das Indústrias de Base), isso é totalmente viável. Basta securitizar R$ 90 bilhões em créditos que empresas devem ao governo; A proposta foi apresentada ao secretário-executivo do PPI (Programa de Parcerias de Investimentos) do governo federal, Moreira Franco, em reunião na Abdib. Se a operação for feita corretamente, dá para securitizar o equivalente a uma CPMF neste ano, afirma o presidente da associação, Venilton Tadini. E, no ano que vem, duas CPMFs. Com um rombo de R$ 170,5 bilhões previsto para este ano, o presidente em exercício Michel Temer não descarta recriar a CPMF, mesmo em caráter temporário.
• Estatal endividada: Novo presidente da Petrobras: Privatização não está madura para ser discutida.
• Filhos de morto no Carandiru receberão indenização de R$ 40 mil.  photo Muhammad Ali_zpsoersas8e.jpg

• Lenda do boxe Muhammad Ali morre aos 74 anos. Presidente do COI lembra luta contra Parkinson e engajamento de Ali. Jornais americanos lembram Muhammad Ali como titã do boxe e campeão da vida. 
• Presidente da Argentina é internado após crise de arritmia. Mauricio Macri teve mal estar por volta das 15h, mas continuou trabalhando. Ele foi levado a clínica para exames, mas já foi liberado, diz comunicado. 
• Homem-bomba mata seis pessoas em Bagdá e deixa 15 feridos. 
• Fifa vê indícios de irregularidades cometidas por Blatter e Valcke. US$ 79 milhões no bolso. 
• Contra Donald Trump, republicanos de peso esnobam convenção; Trump chama negro de meu afro-americano em comício. 
• Com Keiko Fujimori, autoritarismo volta ao debate no Peru. 
• Maduro acusa Parlamento de usurpação de poderes na Venezuela. 
• Ataques jihadistas contra Aleppo deixam mais de 40 mortos, diz comando russo. 
• Forças do regime entram em Al Raqqa, reduto do EI na Síria.
• Portugal é o segundo país que mais recebe refugiados em programa da EU. 
• EUA advertem China contra risco de isolamento. 

Dupla rejeição?
Caso 54 senadores, ou menos, venham a votar contra o impeachment de Dilma Rousseff, no próprio dia da votação ela subirá outra vez a rampa do palácio do Planalto. Se forem 55, ou mais, Michel Temer fica onde está, passando de interino a definitivo no exercício da presidência da República.
Parecia afastada, ontem, a hipótese da eleição imediata de um novo presidente, nem Dilma nem Temer. Dependeria da aprovação de emenda constitucional, pelos dois terços do Congresso.
Como no início da semana parecia estar crescendo a terceira proposta, melhor aguardar. Afinal, pode crescer o número de deputados e senadores infensos a rejeitar tanto uma quanto outro.
Fica difícil especular a respeito de outras reformas nas instituições, ainda que melhor oportunidade não exista para a reforma política. Primeiro, optar sobre o regime: parlamentarismo, presidencialismo ou um sistema misto, onde o presidente da República não mande mais, porém menos do que o atual? Voto distrital? Limitação do número de partidos? Unicameralismo? Fim do estado federativo? Monarquia? Redivisão territorial? (Carlos Chagas) 

Não se governa com medo.
A ação intensiva dos grupos de pressão, que se autointitulam movimentos sociais MST, MTST, CUT, UNE etc., evidencia a tentativa de preservar, na contramão dos interesses da maioria absoluta da população, a agenda política do governo anterior.
Getúlio Vargas dizia que o tambor faz muito barulho, mas é oco por dentro. Referia-se exatamente à ação de grupos como esses, que se arvoram em porta-vozes da sociedade, mas falam apenas em nome deles próprios. É preciso enfrentá-los.
Viveram até aqui graças às verbas governamentais; aparelharam a máquina administrativa, impuseram suas prioridades e estão determinados a criar um clima de ingovernabilidade. São tentáculos de um partido predador, que levou o país à falência.
O governo Temer não pode ceder e dispõe de amplo lastro na sociedade e no Congresso para impugná-los. Basta que não perca de vista a agenda das ruas, feche as torneiras das verbas públicas e reprima seus atos criminosos, submetendo-os à lei.
Não basta que técnicos qualificados diagnostiquem a situação da economia e indiquem os remédios para que o país saia da UTI. É preciso deixar claro que esses remédios, sem dúvida amargos, são para todos. É mais que justo o pedido de reajuste de funcionários públicos, mas o momento requer extrema cautela e não se mostra o ideal para isso.
Numa conjuntura de 11 milhões de desempregados, é preciso atuar primeiramente para recuperar a economia e criar vagas de trabalho. O Brasil está em queda livre. Os pacientes mais graves devem ser tratados, pois a crise recai ainda mais implacável sobre essas famílias que ficaram sem renda. Os brasileiros foram às ruas exigir o impeachment da presidente Dilma, apoiar a Lava Jato, exigir a moralidade na vida pública.
Faz menos de uma semana que o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, informou que o déficit orçamentário não é o admitido pela presidente anterior, de R$ 96 bilhões. É quase o dobro: R$ 170 bilhões. Como encaixar aí um aumento que fará a folha de pagamentos do serviço público (ativos e inativos) saltar dos já inimagináveis R$ 255 bilhões atuais para mais de R$ 300 bilhões em quatro anos?
Com que discurso se explica isso? A autoridade de um governo qualquer governo depende de uma premissa básica: coerência.
Não há como continuar cedendo às pressões corporativistas. O aparelhamento da máquina gerou situações absurdas, que precisam ser saneadas. Somente o ministro-chefe da Secretaria de Governo, Ricardo Berzoini, dispunha de 1.400 funcionários comissionados.
Segundo o site Contas Abertas, cargos, funções de confiança e gratificações, em julho de 2015, chegaram a 100.313. Representam 16% dos 618.466 mil servidores do Poder Executivo -mais de 7.000 apenas na Presidência da República. Se todos comparecem, não cabem no Palácio.
Para que se tenha uma base de comparação, basta dizer que a Casa Branca tem 456 funcionários comissionados -e os servidores fora da carreira pública naquele país são 8.000. Na França, são 4.800.
Esse é apenas um retrato superficial do aparelhamento, que submete o chefe do Executivo a pressões que o levam a gestos despropositados, como o de dar audiência a um condenado a 32 anos de prisão, em liberdade condicional (um absurdo!), José Rainha, do MST, com reivindicações de que se julga credor.
Uma coisa é recuar diante de um equívoco, o que é louvável; outra é ceder a pressões de conteúdo indefensável, na suposição de algum ganho político. Engano: nessas circunstâncias, quanto mais se cede, mais se perde. Não se governa com medo. (Ronaldo Caiado, senador)

Os estrangeiros sabem que você recebeu a mensagem de celular.
Por razões de ordem familiar, passei a conviver muito com estrangeiros expatriados. Todos estão no Brasil a trabalho. Todos acham o Brasil o fim da picada. Todos querem cair fora o quanto antes.
Eu não deveria me deixar levar pelas impressões de uns poucos gringos, mas elas confirmam os meus 54 anos de experiência como brasileiro. Aliás, confirmam os meus 54 anos de experiência com brasileiros.
Os estrangeiros expatriados que conheço não criticam tanto a criminalidade, os preços extorsivos, a precariedade das nossas cidades. Essa desolação é conhecida. O que não suportam mesmo é a nossa falta de compromisso.
Somos pouco ou nada confiáveis no plano profissional e pessoal. Dizemos uma coisa e fazemos outra. Quando fazemos. A especialidade nacional é frustrar expectativas.
Brasileiros são capazes de negar que concordaram com a minuta final do contrato que está ali à sua frente. Brasileiros são capazes de mentir que não receberam mensagens de celular mesmo quando aparece o sinal de que foram lidas. Como não dá para confiar nas pessoas, é um dos piores lugares do mundo para trabalhar e tentar fazer amigos de verdade, afirmam os estrangeiros das minhas relações./ Você ainda acha que estou sendo levado pelo impressionismo de gatos pingados que miam em outra língua? Então lá vai: brasileiros são capazes de garantir que eliminarão o esgoto da Baía de Guanabara até a realização dos Jogos Olímpicos e acabar promovendo a Olimpíada do Cocô. Não é a melhor forma de conquistar simpatia, convenhamos. E o pior é que, ao vir à tona esse problemão sanitário, reagimos afirmando que se tratava de intriga internacional. Pois é, os excrementos boiando ali do lado, como sinal de mensagem lida, e nós insistindo em negar a sua existência.
O Brasil vai mal nos rankings de saúde, educação e produtividade, mas vai ainda pior no de confiabilidade. Precisamos nos emendar. (Mario Sabino)

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O teto vai ruir...

Façamos as contas ao próximo exercício. Você aí que ainda nem recebeu os míseros trocadinhos do patrão e ouve a mulher querendo comprar comi...