3 de jun. de 2016

As coisas vão mal das pernas...

• Em pauta-bomba, Câmara aprova criação de 14 mil cargos federais. Número é 4 quatro vezes os 4.000 postos que Temer prometeu fechar no ano. 
• Gilmar Mendes autoriza retomada de ação contra Aécio. Tucano foi acusado de suposto envolvimento em esquema em Furnas. 
• Às custas da sociedade: Reajuste do funcionalismo custará R$ 58 bilhões até 2019 e ainda assim recebeu o aplauso de Temer; Em momento de dificuldade extrema, reajustes nem deveriam ser cogitados. 
• Lewandowski visita Senado e discute rito do impeachment e diz que ainda não tem opinião sobre recursos do impeachment. 
• Dilma mentiu sobre compra de Pasadena, diz Cerveró. Ex-diretor da Petrobras disse em delação premiada que a petista tinha conhecimento sobre cláusulas que encareceram a compra da refinaria; Em sua delação, Nestor Cerveró também citou a ex-senadora Ideli Salvati. Ele disse que, em 2011 ou 2012, a petista lhe telefonou convidando-o para um almoço em seu gabinete. Chegando lá, Ideli disse: Nestor, nós temos que ajudar o Dalçoquio. Segundo Cerveró, a Dalçoquio devia R$ 95 milhões à BR Distribuidora. Para atender ao pedido da petista, o ex-diretor conseguiu renegociar a dívida da empresa, reduzindo-a para R$ 40 milhões. Aos investidores, ele disse que Ideli recebia propina, assim como João Pizzolatti e Delcídio do Amaral, e que a Dalçoquio era uma patrocinadora "contumaz" da classe política. 
• Lava Jato mira nos 100 maiores da Lei Rouanet. 
• Operação Acrônimo: Dívida de campanha de Dilma foi paga com dinheiro público, diz Bené. Governo pagou dívida de R$44,7 milhões da campanha de Dilma. 
• Deputado do Conselho de Ética pagou R$ 92 mil a firma ligada a filha de Cunha. Destino de Cunha está nas mãos de integrante do PRB de Russomanno. 
• Temer busca acelerar voto do impeachment de Dilma. Presidente interino está preocupado com possível recuo de senadores. 
• As contas de Nuzman: Comitê dos Jogos faz manobra para encobrir perda de R$ 129 milhões. Organizadores dizem cumprir acordo com COB. 
• Secretária integrou articulação criminosa, diz PGR. Fátima Pelaes é suspeita de desviar R$ 4 mi de emendas parlamentares. 
• Anatel diz que não pode proibir empresas de limitar internet fixa. 

• Em nova tragédia, barco com 700 imigrantes afunda na Grécia. 
• O La Nación informa que o governo de Mauricio Macri denunciou a Odebrecht por ter superfaturado uma obra de uma unidade compressora de gás no país. O contrato foi fechado pela administração de Cristina Kirchner. A empreiteira praticou preços até 400% superiores aos de outra unidade semelhante construída no país pela mesma empreiteira. 
• Vitória de Trump seria um erro histórico, diz Hillary. No mais duro ataque ao rival, democrata vê risco à segurança mundial; Cartas de amor, lisonja e vingança: as armas secretas de Trump; Trump amplia visita ao Reino Unido e Irlanda em junho. 
• França defende acordo ambicioso entre União Europeia e Mercosul. 
• Eleição no domingo: Peruanas temem recuo de direitos da mulher com Keiko ou Kuczynski. 
• Argentinas sairão às ruas em ato contra feminicídio. 
• Com crise, sírios trocam Brasil pela Guiana Francesa. 
• Reconhecimento alemão do genocídio armênio não arruinará relação, diz Turquia. 

Embolou o meio campo.
Faz parte do tradicional vocabulário do futebol a expressão embolou o meio campo, característico da referência a uma partida onde nenhum dos times sabe o que fazer, todos chutando para a frente, para trás e para o alto. Sem qualquer plano, estratégia ou organização, costumam oferecer à torcida lamentável espetáculo esportivo onde a característica é o empate sem gols nem aplausos.
Pois estamos assistindo a um jogo marcado pelo meio campo embolado e pleno de vaias e apupos. A referência vai para os atuais 180 dias onde se debate o impeachment, seja para afastar Dilma Rousseff, seja para consolidar Michel Temer. Tudo pode acontecer, desde a primeira semana onde se comemorou a degola de Madame, até os dias atuais onde se ignoram os rumos do ex-futuro novo presidente. Um ou dois votos de senadores os separam: ou Dilma volta ao palácio do Planalto ou Michel acorda do sonho de completar o mandato da companheira de chapa. Haverá uma terceira opção, fortalecida de domingo para hoje: nenhum dos dois, prevalecendo a sugestão de novas eleições presidenciais diretas até o fim do mês.
Enfim, a confusão muito parecida com a de uma partida onde os dois times entram em campo divorciados da bola, furada ou isolada, incapaz de chegar às redes.
Tudo pode acontecer, desde a vitória de uma das equipes até o zero a zero no tempo normal e a decisão nos penalties. Quem sabe o cancelamento do campeonato? Ou a expulsão dos 22 pernas-de-pau?
Avolumam-se as tendências pelo inusitado. Dilma repudiada por sua torcida, Temer sem chuteiras. Sobra a alternativa: novas eleições sem nenhum dos dois em campo. E a grande dúvida: Lula, Aécio, Alckmin, Barbosa, Moro, Serra... (Carlos Chagas) 

Futuro de Aécio virou combinação de hipóteses.
A inclusão de Aécio Neves no rol dos políticos investigados faz do seu futuro uma combinação de hipóteses -das mais amplas até as mais específicas. Na pior das hipóteses, a carreira de Aécio será eletrocutada numa linha de transmissão de Furna$. Na melhor das hipóteses, a investigação desligará o delator Delcídio Amaral da tomada.
No caso do que espera por Aécio num inquérito dessa natureza, a escolha de hipóteses é enorme. A melhor das hipóteses é que a auto-imagem do senador sobreviva fora do espelho e leve os investigadores a concluir a apuração com a rapidez de um raio. A pior das hipóteses é que Aécio seja compelido a ostentar o button de investigado, denunciado ou réu para além de 2018.
Mesmo um desfecho benigno, que leve à decretação da inocência de Aécio, comporta a análise de alternativas. Na melhor das hipóteses, a Polícia Federal desmoralizará Delcídio, o procurador-geral Rodrigo Janot solicitará o arquivamento do caso e o STF brindará Aécio com um atestado de idoneidade.
Na pior as hipóteses, a PF terá dificuldades para escarafunchar fatos ocorridos há mais de uma década, Janot encaminhará ao Supremo pedidos de prorrogação do inquérito, os advogados de Aécio reclamarão da demora e o STF arquivará o processo por falta de provas, condenando Aécio a ouvir risinhos perpétuos toda vez que esbravejar contra a corrupção ou cobrar moralidade dos seus rivais.
Ao saber que o ministro Gilmar Mendes, do STF, determinara finalmente a abertura do inquérito solicitado pela Procuradoria, Aécio declarou: …É claro que ninguém gosta de ser injustamente acusado, como é o caso, mas eu tenho serenidade para compreender que esse é o papel do Ministério Público, investigar as citações e acusações que ali chegam, e o da Justiça, de dar prosseguimento a essas investigações.
Aécio vai mesmo precisar de muita serenidade. Terá de combinar o papel de investigado ao de principal vítima do processo de impeachment. Além de assistir à ascensão de Michel Temer ao trono que ambicionava, o grão-tucano foi deposto da condição de líder da oposição. Seu partido agora é linha auxiliar do governo.
São mesmo implacáveis os desígnios da política. Em outubro de 2014, seria internado como louco alguém que se arriscasse a prever a hipótese de que, em menos de dois anos, aquele Aécio que roçou a cadeira de presidente da República viraria um suspeito de corrupção e apoiador de um governo chefiado por Michel Temer, cercado de Lava Jato por todos os lados. (Josias de Souza)

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