15 de jun. de 2016

Abdução no voto, 11 a 9...

 photo fora2_zpsz9osl4rx.jpg• Depois de mais de sete meses de discussões, o Conselho de Ética da Câmara acaba de aprovar, por 11 votos a nove, o relatório do deputado Marcos Rogério (DEM-RO) pela perda do mandato de Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Tia Eron surpreende e vota a favor do relatório de Marcos Rogério pela perda de mandato do presidente afastado da Câmara. Outro aliado de Cunha, Wladimir Costa votou em seguida também pelo afastamento; Decisão de Conselho de Ética deixa Cunha à beira da cassação. Colegiado aprova parecer pela deposição, por 11 votos a 9, e caso vai a plenário. 
• Renan diz que vai analisar pedido de impeachment contra Janot. PGR é acusado de pegar leve com PT e pesado contra o PMDB. 
• Derrotado no Conselho de Ética, Cunha descarta renunciar ao mandato. Sucessão de Cunha na presidência da Câmara divide os aliados de Temer. O que acontece agora que o Conselho de Ética aprovou o parecer pela cassação?; Planalto teme reação e represália de Cunha após votação no Conselho. 
• Medo de Dilma é descer para Curitiba de Moro. Presidente afastada não esconde.
• Lei de responsabilidade de estatais é aprovada na Câmara dos Deputados. Projeto teve afrouxamento nas regras. 
• Teori nega pedido para prender Renan, Jucá e Sarney. Para ministro, teor de grampos são reprováveis, mas não justificam detenção. 
• Justiça do Paraná determina bloqueio de bens de Cunha. Deputado afastado já recorreu ao Supremo contra ação de improbidade. 
• Itamaraty exonera funcionário que acionou embaixadas contra golpe. O funcionário deixará cargo comissionado de salário superior a R$ 25 mil. 
• Lava Jato pede alienação de imóveis ligados a Dirceu. Bens do ex-chefe da Casa Civil do governo Lula podem ser usados para quitar a indenização de 46,4 milhões de reais. 
• Virada na comissão de ética vai além de um revés para Eduardo Cunha. Respinga no senado e torna impeachment irreversível. 
• Com três meses de atraso, Câmara começa a discutir projeto anticorrupção. Entregue em março, proposta idealizada por procuradores da Lava Jato só começa a tramitar agora. Waldir Maranhão determina criação de comissão especial. 
• MPF pede suspensão de direitos políticos de Cunha por dez anos. Procuradores pedem ainda a devolução de US$ 5.762.679,66. Em nota, Cunha disse que recorrerá contra o procedimento. Para os investigadores, Cunha era beneficiário direto do esquema de corrupção instalado na Diretoria Internacional da Petrobras. 
• Em carta a funcionários, Parente se diz alvo de ataques pessoais de sindicatos. 
• Marina queria evitar elo com empreiteira, diz sócio da OAS. Segundo Léo Pinheiro, isso motivou caixa dois em 2010; ex-candidata nega; Empresário vice de Marina nega caixa dois em 2010. Existe desejo de dizer que todo mundo é corrupto, diz Guilherme Leal. 
• O PT corre o risco de ficar três meses sem receber repasses do fundo partidário em pleno ano eleitoral. A legenda perdeu todos os recursos que apresentou ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) para reverter decisão de 2015 que suspendia a transferência de recursos por esse período. 
• Pedaladas em 2015 devem gerar novo revés para Dilma. Contas de 2014 da petista foram rejeitadas por motivos semelhantes. 
• Temer corta R$ 11,2 mi de sites considerados pró-PT. Contratos de publicidade foram firmados antes do afastamento de Dilma. 

Dilma, nunca mais.
Mais uma vez, o Lula ameaça candidatar-se à presidência da República, em 2018. Não garantiu, mas admitiu apresentar-se. Para bom entendedor, é o que basta. Aliás, já bastava há muitos anos. Ninguém duvida de que ao lançar Dilma Rousseff, no final de seu segundo mandato, o primeiro-companheiro não tinha outra alternativa. Reagiu à tentação do terceiro, que poderia ser criticado como golpe, apesar da facilidade com que seria aprovada a emenda constitucional respectiva. Foi do PT, bem como de D. Marisa, parte da reação que mandou o Lula temporariamente para casa. Apenas, naqueles idos, ninguém duvidava da eleição de Madame, apesar de todos concordarem em que após quatro anos da gerentona o antecessor voltaria. Ele mesmo fez jogo de cena, desde o primeiro dia de Dilma. Afirmou o direito dela disputar o segundo mandato. Era de brincadeirinha, mas ela acreditou e pegou o peão na unha. Sem jeito, o Lula engoliu, mas certo de que apenas protelaria seu retorno ao Planalto por quatro anos.
O diabo é que a sucessora meteu os pés pelas mãos. Deu pouca atenção ao Lula. A campanha eivada de mentiras a respeito do segundo mandato apenas revelou a falsidade do primeiro. Madame ganhou por curta margem de Aécio Neves e insistiu no festival inaugurado em homenagem ao Pinóquio. Nem o PT resistiu, preferindo seus cardeais dedicar-se ao assalto à caverna do Ali Babá. Não demorou a perda de popularidade. Em queda livre, a presidente reeleita insistiu na tentativa de tapear seu segundo eleitorado, agindo como se a economia estivesse em ascensão, quando mergulhava para o fundo do poço.
Depois, foi o que se viu: rejeição ampla e irrestrita, culminando na ainda inconclusa novela do impeachment e na posse provisória do infeliz Michel Temer, que mal acaba de completar um mês no poder.
Como resultado, Dilma está fora. Só por milagre retornará à presidência, quando completados os nebulosos 180 dias. Por isso, o Lula tenta ressuscitar o terceiro mandato, mesmo sob o impacto da impopularidade da sucessora havê-lo golpeado na moleira. Mas é candidato, disposto a recuperar a aura que um dia o transformou em aplaudido ex-presidente. Pode ganhar? Pode. Tudo dependerá dos adversários que enfrentar, apesar do Exército Brancaleone parecer disposto a apoiá-lo.
Por tudo isso, haverá que aguardar o término da interinidade de Temer. Dilma, no entanto, nunca mais... (Carlos Chagas) 

Sucessão de Cunha divide os aliados de Temer.
A perspectiva de cassação do mandato de Eduardo Cunha trouxe como consequência a retomada do debate sobre a sucessão do deputado na presidência da Câmara. Haverá disputa. E os aliados do governo de Michel Temer devem guerrear em trincheiras opostas.
O autodenominado centrão, grupo suprapartidário que Cunha vinha manobrando, se equipa para lançar um candidato. O nome mais citado é o de Rogério Rosso (PSD-DF), que presidiu a comissão de impeachment da Câmara.
O adversário deve sair de uma aliança entre neogovernistas (PSDB, PPS, e DEM) com neo-oposicionistas (PT, PCdoB e PDT, mais a Rede e o PSOL). Já temos um grupo começando a conversar, disse o líder do PPS, Rubens Bueno (PR). Nesse início, não falamos em nomes, que é para não complicar. Mas a ideia é que seja alguém capaz de atrair também muitos votos avulsos.
Num colégio de 513 deputados, são necessários 257 votos para eleger o presidente da Câmara. Nenhum dos lados dispõe dessa tropa. O PMDB de Temer terá papel central nessa disputa. Há um inconveniente: o que está em jogo não é um mandato de dois anos no comando da Câmara, mas um mandato-tampão que se encerrará em fevereiro.
Estima-se que o processo contra Cunha chegue ao plenário em três semanas. Embora esteja jurado de morte, o personagem considera-se cheio de vida. Em recurso à Comissão de Constituição e Justiça, Cunha tentará anular a derrota que sofreu no Conselho de Ética.
Enquanto Cunha esperneia, o debate sobre a sucessão interna se adensará. O Planalto, que se finge de morto diante do derretimento de Cunha, talvez perceba que é melhor entrar logo na briga do que morrer atropelado como um transeunte inadvertido. (Josias de Souza)

Impeachment: Valeu a pena?
Michel Temer completa 30 dias de governo. Um mês e não acabou com a crise econômica! Um mês e não acabou com a pobreza! A saúde, a educação e tudo mais continuam um lixo! Não acabou com a corrupção! Fora Temer!
Sarcasmo a parte, só de vermos pela primeira vez em mais de 13 anos artistas, estudantes, sindicalistas, inteligentinhos de classe média e movimentos disso e daquilo protestando contra o governo, já faz do impeachment uma grande vitória. Enfim, o Brasil volta a ter um presidente que não conta com um exército de militantes em sua defesa. Isso é ótimo.
A todos os golpistas, obrigado!
A verdade é que nem Deus conseguiria reconstruir em 30 dias o que o PT destruiu em 13 anos.
Se considerarmos que o Brasil sofreu durante 10 anos (2° metade da década de 1980 e 1° metade da década de 1990) as consequências das políticas econômicas do regime militar e precisou de outros 10 anos (governos FHC e metade do 1° governo Lula) para ajustar suas contas, não seria exagero prever que o país levará mais 10 anos para se refazer economicamente do estrago causado por Dilma.
O que está ao alcance de Michel Temer é fazer o que ele já está fazendo, iniciando um processo de reorganização das contas públicas, demitindo parasitas, extinguindo órgãos e cortando dinheiro das milícias petistas. Já é algo para se comemorar.
Obrigado, Temer!
Foi ingênuo quem esperou um quadro ministerial composto apenas por notáveis, afinal, Temer tinha que subornar os partidos de alguma forma. Mas as nomeações de pessoas implicadas na Lava Jato somadas a novas denúncias acabaram sendo mais um indicativo de que o impeachment valeu a pena. O PMDB tornou-se alvo. Tão bom quanto ver seus líderes sendo enquadrados pela justiça é a destruição da narrativa de perseguição ao PT.
O pedido de prisão feito por Rodrigo Janot contra Renan Calheiros, José Sarney, Romero Jucá e Eduardo Cunha darão sustentação ao pedido de prisão de Lula, de Aloisio Mercadante, de Fernando Pimentel e até da própria Dilma Rousseff. Aécio já tem dois inquéritos nas costas. O ex-presidente da OAS promete detalhar o caixa dois da campanha de Marina Silva. Ou seja: Todos os principais nomes da política brasileira estão relacionados de alguma forma com os mesmos esquemas de corrupção.
O impeachment foi uma grande vitória da sociedade por também comprovar que a Lava Jato tem vida própria. As gravações de Sérgio Machado não mostraram apenas o medo dos políticos e o fracasso das tentativas de se melar a operação, mas também que a classe política é formada por um único grupo que tenta se preservar a despeito do partido que cada um representa. Quando votam pela queda de algum colega, não estão punindo alguém. Estão apenas sacrificando um membro em nome da preservação da classe. As críticas, as acusações, as denúncias de uns contra os outros diante das câmeras são apenas encenações.
Nas gravações de Sérgio Machado ficou evidente a preocupação da alta cúpula do PMDB em salvar Lula e Dilma. O plano A era colocar Lula como chefe da Casa Civil para governar no lugar de Dilma, sem afastar a presidente. O plano B era propor novas eleições ou a instauração de uma gambiarra parlamentarista, também para se preservar Lula e Dilma. Sérgio Moro estragou tudo divulgando as fitas com as conversas de Dilma, Lula e Mercadante. Só a partir disso que o PMDB decidiu votar pelo impeachment.
Nunca antes na história do Brasil, a podridão da política esteve tão em evidência.
O Brasil precisa de uma reforma política, continuam dizendo, sem perceber que ela já começou. Primeiro, com a Lava Jato, depois com o próprio impeachment. A Lava Jato continua.
A sociedade precisa entender que nunca haverá uma reforma política positiva enquanto a política for controlada por uma dúzia de nomes do PMDB, do PT e do PSDB; e que não existe outra forma de tirá-los de cena se não colocando-os na cadeia. É uma burrice descomunal pedir que o atual congresso proponha e vote alguma reforma. Caso isso ocorra no atual cenário, é certo que criarão formas mais eficientes de se beneficiarem do dinheiro público e de se blindarem da justiça.
É compreensível a ansiedade da sociedade, mas é preciso que ela compreenda também que nada será feito de um dia para o outro, como mágica. Hoje, agora, só nos cabe apoiar o ajuste das contas públicas e a operação Lava Jato. Só a primeira pode criar condições para a economia voltar a crescer. Só a segunda pode criar condições para a política ser renovada; e só com ela renovada é que teremos boas condições de propor uma reforma política realmente moderna e construtiva.
Em paralelo a isso temos pessoas e partidos com viés liberal ganhando cada dia mais atenção da população. Enquanto os partidos de bandeira vermelha perdem eleitores, uma agenda liberal já começa a ser compreendida pela população, sendo defendida até por socialistas recém-curados.
A incerteza na qual embarcamos com Temer já se mostra melhor do que as certezas que tínhamos com o PT no poder. (João Cesar de Melo, arquiteto, artista plástico e escritor) 
Triste ver olhos inflados de ódio na vitória na Comissão de Ética. Os de antes, agora escondidinhos nos baixios do PT, se esgueiram nas sombras na vindita. No Senado, instintos sempre aflorados no tapar falas. Vergonha! O que se espera da politicalha e os anseios do país. Apenas vômito. (AA)
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