19 de abr. de 2016

Injustiçada...

• Dilma culpa crise econômica e diz que Brasil tem veio golpista adormecido; Temer planeja superministérios da economia, infraestrutura e social; Vice-presidente já foi citado por dois delatores da Operação Lava Jato. 
• Um terço dos Estados disputa na Justiça recálculo da dívida com o governo. 
• A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) proibiu as empresas de banda larga fixa de reduzirem, cortarem ou cobrarem tarifas excedentes de consumidores que esgotarem franquias da internet fixa. Segundo a agência, antes que tais medidas sejam adotadas, são necessárias ferramentas que ajudem os assinantes a receberem informações adequadas sobre o consumo. A norma sobre o assunto foi publicada no Diário Oficial da União desta segunda-feira. Se descumprirem as regras, as empresas podem receber multas diárias de R$ 150 mil até o limite de R$ 10 milhões. 
• STF mantém julgamento sobre a posse de Lula na quarta-feira; Lava Jato: Laudo da Polícia Federal mostra pagamento a Lula pela Andrade Gutierrez. Laudo da PF mostra pagamento a Lula pela Andrade Gutierrez; Teori homologa delação que mostra Lula como mentor de obstrução à Justiça. Assessor de Delcício implica Dilma, Lula, Cardozo e Bumlai; Temendo ser impedido pela Lava Jato, Lula quer antecipar eleições gerais. Se deixar para 2018, ele pode estar inelegível ou até preso. 
• STF nega habeas corpus e mantém indiciamento do governador de MG. Pimentel foi indiciado por cinco crimes. 
• Educação estadual do Rio anuncia o fim do 14º salário para os docentes da rede. 
• Aliados articulam anistia para salvar mandato de Cunha. 
• O Tribunal de Justiça do Rio ordenou o leilão de todos os bens do diretório regional do PTB, em nome do ex-deputado Roberto Jefferson e sua filha, a deputada federal Cristiane Brasil, em virtude de uma dívida com a Now Produções, contraída em esquema de caixa dois nas eleições de 2004. 
• Venda de aço plano por distribuidores no Brasil cai 5% em março, diz Inda. 
• Desvios do PAC e do SUS são alvo de operação da PF no Paraná. 

• Mais de 120 mil seguem fora de casa após terremotos no Japão. 
• Ataques do Taliban no centro de Cabul, no Afeganistão, deixa 28 mortos e feridos. 
• Equador vê poucas chances de ainda encontrar sobreviventes 3 dias após terremoto. Número de mortos em terremoto mo Equador chega a 413. 

Equação ainda inconclusa.
Dividido o país estava e assim continuará, em termos tanto ideológicos quanto políticos. Foi a partir de Getúlio Vargas que mais se acentuou a dicotomia, não havendo a menor expectativa de que vá arrefecer. Os acontecimentos que culminaram com a votação de ontem na Câmara dos Deputados demonstram o choque interminável entre as duas principais concepções que dividem o planeta: de um lado, os beneficiados pelo berço ou pela riqueza; de outro, os despojados das condições de sobrevivência acordes com suas necessidades. No meio deles, grupos a oscilar na busca entre as duas realidades.
Digladiam-se o cidadão bem nascido, pleno de facilidades e disposto a multiplicar os benefícios que usufrui pelo fruto de seu trabalho, de sua família ou de seu ócio. Agarra-se ao direito de continuar onde está e até de ampliar suas benesses e suas posses, ignorando reclamos a respeito da distribuição dos benefícios da civilização e da cultura. Cada um que cuide de si, caso o berço não lhe tenha sido favorável ou a riqueza não lhe tenha batido à porta.
A maioria lava as mãos, contenta-se em sustentar que cumpre seus deveres, paga seus impostos e não tem que prestar contas à indigência ou à má sorte dos outros.
Cuidando de si
Sempre haverá, no grupo superior economicamente, os exploradores, os larápios e os bandidos, mas a grande parte imagina cumprir suas obrigações cuidando de si.
São esses os que moldam as leis às suas conveniências, impondo a força ao direito. Como também a malícia à ética.
Desde que o mundo é mundo assiste-se ao redor desses privilegiados aqueles que fracassam, ao pretender alçar-se a patamares mais justos e menos miseráveis, e então bradam e se indignam, sempre prontos a investir sobre os detentores das vantagens, impossibilitados de sucesso.
Entre a massa submetida a cada vez maiores sacrifícios também existirão os aproveitadores, os malandros e os empenhados em não fazer força.
A era da caridade
Houve tempo, em nossa civilização, que não havia salário mínimo, nem férias remuneradas, nem horas extraordinárias, muito menos educação gratuita para os filhos, tratamento médico sem exploração ou pagamento, até moradias e transporte público condizentes. Sem falar na garantia do trabalho.
A caridade supria pequena parcela dessas necessidades, mas foi necessário que a lei evoluísse a ponto de transformar em direito e garantia essas evidências antes tidas como esmolas.
Assim passaram-se décadas, ora premidas por mais exigências dos menos favorecidos, ora inundadas pelas espertezas dos que conservavam seus privilégios pelos mecanismos de sempre.
Sem qualidades
Derrubaram Getúlio Vargas por conta de sua resistência, não deixaram que João Goulart acompanhasse seus passos, mas a natureza das coisas seguiu o curso inexorável. Pleno de defeitos e de falta de compreensão, mas eivado da consciência de sua missão, o Lula marcou pontos. Veio Dilma, com os defeitos e nenhuma qualidade do antecessor.
Arregimentaram-se as elites, ávidas de recuperar o tempo perdido. Aproveitaram-se das tentações em que caíram os representantes das massas, inserindo a corrupção na difícil equação. O resultado aí está, ainda inconcluso. Ganhará o retrocesso, eterno objetivo das elites? Ou conseguirão sobreviver as massas, desde que extirpadas de aproveitadores e de obtusos?
Ninguém se iluda: estamos em uma etapa ainda indefinida, porque sujeita a todo tipo de percalços e nem por sombra completará o problema. (Carlos Chagas) 

O PT plantou o ódio. O PT colhe o ódio.
O que aconteceu para que pessoas comuns, que outrora votavam no PT, passassem a rejeitá-lo? O que aconteceu para que pessoas comuns, que outrora defendiam o PT, passassem a relacioná-lo à corrupção? O que aconteceu para que Lula, ex-presidente da república e outrora o político mais poderoso do país, seja xingado de ladrão nas ruas e no congresso? O que aconteceu para que Dilma, com todo aparato publicitário que dispõe, tenha se transformado na presidente com menor popularidade da história do Brasil? O que aconteceu para que Dilma, mesmo com o esforço de compra de apoio empenhado nas duas últimas semanas, tenha recebido meros 137 votos em seu favor na votação do impeachment na câmara? O que aconteceu para que a maioria da população brasileira tenha comemorado a aprovação do impeachment como se fosse a vitória da seleção de futebol numa Copa do Mundo?
Ao contrário do impeachment de Collor, o de hoje representa um trabalho que veio da sociedade e foi apenas secundado pelo sistema político, esclareceu o ex-petista Fernando Gabeira, ontem, em seu artigo no jornal O Globo.
O congresso acompanhou o grito das ruas. Preferiu abrir mão do dinheiro e dos cargos que o PT ofereceu para se posicionar do lado da sociedade. Relutou o quanto pode. Mas o fato é que a desmoralização do PT chegou num ponto em que distanciar-se do partido tornou-se uma questão de sobrevivência política. Lula não conseguiu seduzir sequer os deputados mais insignificantes. Em apoio ao partido, sobrou apenas a extrema-esquerda.
Pouco antes do início da votação de ontem, o líder do PT na câmara, José Guimarães, disse que Dilma promoveria uma repactuação política caso o impeachment fosse rejeitado, mas foi firme ao dizer que o partido não participará de nenhum pacto de governabilidade proposto por outro presidente. Eis o resumo da história do PT. Eis a essência do PT. Eis a causa do desmoronamento do partido.
O Partido dos Trabalhadores sempre viu o ambiente democrático como uma ponte para o autoritarismo. Sempre atuou como um predador, tentando destruir todos os adversários. Caluniou sem pudor. Fez oposição sistemática a todos os governos que o antecedeu. Rejeitou o acordo de união nacional proposto por Itamar Franco, antes mesmo de saber quais as medidas que seriam adotadas para se vencer a grave crise econômica da época. Votou contra o Plano Real. Passou os oito anos do governo FHC liderando uma oposição sistemática e destrutiva.
Tudo isso consolidou, no meio político, a certeza de que Lula não tinha qualquer apreço por ninguém. Era uma relação comercial e nada mais. Porém, a cortina começou a ser aberta e o dinheiro começou a acabar. Como no final do filme Cidade Deus, a pivetada que trabalhava para Zé Pequeno, ao vê-lo em dificuldade, resolve matá-lo. O congresso fez com Lula o que Lula fez com muitos e muitos outros.
No caso de Dilma, ela foi vítima do discurso nós contra eles que ela mesma adotou. Plantando o ódio contra nós, plantou o ódio contra si mesma.
Nunca quis dialogar com ninguém fora de sua esfera de influência. Assim como Lula, nunca quis melhorar o Brasil. Tratou pobre como mendigo. Tratou corruptos como heróis. Tratou muito bem os grandes empresários enquanto esculachava os pequenos. Tratou as críticas da imprensa e da sociedade como manifestações golpistas muito antes de qualquer movimento de impeachment. Não teve humildade para reconhecer seus erros. A sociedade viu tudo isso.
Ao forjar uma guerra entre homens e mulheres, entre brancos e negros, entre gays e heteros, entre cristão e ateus, entre ricos e pobres, Dilma tornou-se a inimiga ser derrotada por todos./ Os inimigos do PT não se resumem mais a ideólogos da direita. Graças a sua prepotência, grande parte de seus antigos eleitores também querem seu fim. (João Cesar de Melo) 
Vou-lhe dizer um grande segredo, meu caro. Não espere o juízo final. Ele realiza-se todos os dias. (Albert Camus)

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