10 de abr. de 2016

A novela espúria Brasil segue...

• 61% apoiam o impeachment de Dilma, e 58%, o de Michel Temer. Apoio à deposição da presidente era de 68% em março; 60 querem hoje a renúncia de ambos; a se confirmar esse cenário, 79% defendem novas eleições. 77% defendem cassar Cunha. Pesquisa Datafolha revela que mais de 3/4 dos brasileiros é favorável à cassação. 
• Tatuzão conclui escavação do túnel que ligará Ipanema à Barra. 
• Estelionato eleitoral: Dilma ignora combate à corrupção e economia. Presidente cumpriu apenas 6 das 55 promessas de campanha. 
• A que ponto chegamos... Lula e Marina lideram corrida para 2018; tucanos caem. Os dois pré-candidatos mantém uma fatia de cerca de 20% do eleitorado cada. 
• Bancos evitam quebradeira, diz presidente do Santander. Instituições têm renegociaram dívidas das grandes empresas, afirma Rial. 
• Lula monta QG em hotel em Brasília para tentar salvar Dilma. PP continuou no governo após se reunir com ele por três vezes. 
• Dilma negocia cargos com R$ 38 bilhões para tentar se salvar. 
• Brasil terá uma década perdida de renda. Para especialistas, PIB só voltará a patamar anterior à crise em 2025. 
• Berzoini pediu contribuições, diz ex-presidente da Andrade Gutierrez. Ministro cobrou doações de obras da Petrobras e outras áreas. 
• Três em cada quatro defendem cassação de Cunha. Reprovação ao presidente da Câmara é maior entre mais ricos. 
• STF só deveria interferir em outro Poder diante de patente violação legal e por decisão do plenário. 

• Aprovação de Obama dispara com melhora da economia e apoio jovem. 
• Ted Cruz vence prévias no Colorado e Sanders em Wyoming. 
• Peru vai às urnas em meio ao fim do boom econômico. Peruanos vãos às urnas para eleger novo presidente e Congresso. 
• Incêndio em templo indiano mata ao menos 100 e deixa 350 feridos. O número de feridos no incêndio de um templo no sul da Índia chegou redor de 350 após uma explosão neste domingo de material pirotécnico que deixou pelo menos cem mortos, enquanto o primeiro-ministro da Índia, Narenda Modi, ordenou agilizar as evacuações em helicópteros. 
• Polícia usa bombas de gás contra refugiados perto da fronteira da Grécia. 
• Chanceleres do G7 se reúnem em Hiroshima marcada por inédita visita de Kerry para discutir questões marítimas e nucleares. 
• Premiê sírio diz que Rússia apoiará novo ataque a Aleppo; para oposição trégua está perto de colapso. 
• Ex-presidente argentina Cristina Kirchner é investigada por lavagem de dinheiro. 

Só a renúncia resolve.
Mesmo saindo vitoriosa amanhã, quer dizer, na hipótese de ter a Câmara julgado inadmissível o impeachment, a presidente Dilma não conseguirá governar. Acabará levada da incompetência ao desespero, impossibilitada de compor um ministério acorde com as necessidades nacionais. Incapaz, também, de formular um roteiro de ação em condições de minorar as agruras da população, a começar pelo desemprego. Melhor faria, então, se renunciasse desde já, permitindo o recomeço. Mas deixar o governo para Michel Temer? Seria trocar o Seis pelo Meia Dúzia, na medida em que ambos, além de carentes de capacidade e imaginação, perderam totalmente o apoio nacional, se é que algum dia o detiveram.
A renúncia de Madame e de seu vice ensejaria a solução constitucional de eleições amplas e limpas, mesmo no cipoal de partidos que assola a prática política. Um presidente da República selecionado entre mais de trinta candidatos, em campanha pelo país, teria meios de elaborar um plano de recuperação da economia.
A temporada de fantasias já passou, pelo menos desde que o Lula tirou Dilma do bolso do colete. Ela conseguiu o milagre de demolir o antecessor, ficando claro haver passado a sua hora. Do mato do PT não sai mais coelho. Os dois grandes partidos, PSDB e PMDB, pecam um por excesso, outro por escassez: Michel Temer não venceria eleições para síndico de seu prédio, ao tempo em que Aécio Neves, Geraldo Alckmim e José Serra deixaram de sensibilizar suas próprias bases. Saindo das mesmas indefinições de sempre, lá vem outra vez Marina Silva. Admite-se Ciro Gomes, pelo menos portador de conhecimentos razoáveis da realidade nacional. Correm em faixa própria e limitada Ronaldo Caiado e Jair Bolsonaro. Joaquim Barbosa e Sergio Moro poderiam constituir-se em opções, até porque parecem mais conhecidos do que os referidos anteriormente.
De qualquer forma, outros não faltarão. A única ressalva será que tanto Dilma quanto Temer parecem fora de cogitações. Ainda bem... (Carlos Chagas) 

O prazo de validade de Nelson Barbosa.
Lula disse que o ministro Joaquim Levy estourara seu prazo de validade no Ministério da Fazenda. O PT decidiu estourar o prazo de validade de Nelson Barbosa na cadeira que a doutora Dilma transformou em cama de faquir.
Outro dia, ele foi a um seminário e mencionou a frase de um importante líder: Não existe essa coisa de dinheiro público, o que existe é o dinheiro do contribuinte.
Aleluia, um ministro de governo petista citando Margaret Thatcher, a dama de ferro da ressurreição conservadora do final do século passado. Não pronunciou seu santo nome, mas aí seria demais.
O ministro citou a baronesa num evento do banco Itaú em São Paulo enquanto em Brasília o PT cozinha uma monstruosidade matemática, moral e fiscal.
Os Estados e municípios devem à União R$ 402 bilhões. São papagaios do século passado, renegociados em 1997. Ninguém foi obrigado a repactuar a dívida. Passou o tempo, alguns devedores honraram os contratos, outros não. Começou a grita pela renegociação do renegociado e o assunto está na reta final da discussão no Congresso. Os Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul são donos de 83% dessa dívida e o refresco custaria cerca de R$ 10 bilhões por ano à União. Vá lá.
O ministro Nelson Barbosa conduziu as conversas para espichar os prazos e melhorar as condições para os devedores, exigindo contrapartidas. Quem quiser as novas condições deve se comprometer com coisas assim:
1) Não conceder aumentos aos servidores acima do reajuste linear determinado pela Constituição.
2) Suspender a contratação de pessoal.
3) Não criar novos programas de incentivos tributários.
4) Elevar as alíquotas de contribuição previdenciária dos servidores.
A União nada quer além da verdade matemática e da responsabilidade administrativa. Se um Estado ou município está quebrado porque jogou dinheiro pela janela e não pode pagar o que deve, obriga-se a mudar de conduta. É assim que a coisa funciona na casa das pessoas. Novamente, ninguém é obrigado a aderir.
Seria natural que críticas e emendas oportunistas partissem da oposição, mas o líder da bancada petista na Câmara sugeriu o seguinte: É melhor separar o projeto em dois, aprovar a renegociação e discutir as contrapartidas depois em uma comissão especial. Esse é o sonho de todos os caloteiros. Primeiro eu recebo as facilidades, depois discutimos os compromissos.
Isso é punga. Penaliza quem paga o que deve e só gasta o que pode, beneficiando quem torra o que não tem e não paga o que já renegociou.
Se o ministro Nelson Barbosa não tem o apoio do seu partido no encaminhamento de uma questão desse tamanho, seu prazo de validade venceu. Fazendo de conta que não vê os pregos na cama de faquir, ele continuará num governo ruinoso a serviço de um partido irresponsável, levando o país à bancarrota. (Elio Gaspari)

Ditadura através do judiciário.
O bem falante ministro Marco Aurélio Mello me faz lembrar muitos petistas que conheço. Diminutivos e aumentativos variam conforme a conveniência. Probleminhas e problemões mudam de lado segundo a retórica do momento. Sérgio Moro (símbolo nacional de uma justiça como a nação deseja) tanto lhe serve como bom exemplo do que denomina promissora conduta das instituições nacionais, quanto de justiça servida em cambulhada. Sérgio Moro é conveniente quando o ministro quer elogiar o poder cuja cúpula ele, Marco Aurélio, integra e que está longe de representar a Justiça que a nação deseja. Mas deixa de ser bom, o juiz de Curitiba, quando o ministro pretende isentar o STF de responsabilidades pela lentidão dos processos em sua longa dormição nas gavetas, onerosa longevidade e intoleráveis prescrições. Para o ministro, a demora serviria à boa justiça...
Quem acompanha com interesse cívico os fatos que se desenrolam nos mais altos escalões do poder não pode, em sã consciência, negar o que vê: um poder judiciário mais do que politizado. Politicamente alinhado em sua cúpula. Nele, as cortesias de praxe escondem das vistas do público as dissenções e as desconfianças internas. Um exemplo foi brilhantemente apresentado pelo jornalista José Nêumanne. Acumulam-se ações contra o presidente da Câmara e do Senado. Ambos repugnam à nação. Os procedimentos para afastar Eduardo Cunha avançam e isso é ótimo, mas servem ao governo que quer vê-lo pelas costas. Os procedimentos para afastar Renan Calheiros se arrastam e isso é péssimo, mas servem ao governo que precisa dele como do ar que respira, até a conclusão do processo de impeachment no Senado. Acho que não preciso desenhar tal assimetria.
Inquirido sobre o ato falho do colega Roberto Barroso no comentário que fez sobre essa gente do PMDB como alternativa de poder, Marco Aurélio foi para o púlpito dos advogados defender o ministro que falou ignorando a transmissão externa. Ora, o próprio Barroso cuidou de deixar estampada a gravidade do erro quando recomendou que apagassem a fita!
Indagado sobre o inegável desvio de finalidade presente na nomeação de Lula para a Casa Civil, Marco Aurélio Mello deu uma volta na frase, parecendo concordar, e apresentou a ideia de que, por outro lado, não se poderia desconhecer a hipótese de que a presidente estivesse, de fato, precisando de Lula como tábua de salvação. Me tira os tubos, como diria aquele personagem de Jô Soares.
Logo após sua exibição de vaidade em rede nacional, o Ministro Marco Aurélio voltou ao serviço, subiu nas tamancas e determinou que o presidente da Câmara desse continuidade a inaudito pedido de impeachment contra o vice-presidente, impetrado por um governista tão delirante quanto burro porque reconhece em Temer o crime que o PT nega em Dilma. Cunha disse que ia recorrer, mas perante o próprio rabo preso, obedeceu. Eu não entendo: os ministros despacham o que querem, quando querem, mas obrigam os demais poderes e despachar quando eles querem. Quem disse que querer não é, necessariamente, poder, desconhece Marco Aurélio e o STF.
Na minha perspectiva, a casa caiu quando ele afirmou que, sendo o STF o último bastião da cidadania, o processo de impeachment, ainda que aprovado no julgamento do Senado, poderá passar ao crivo do Supremo - caso haja dúvida sobre o cometimento de crime pela presidente da República. Ou seja, a decisão de 594 deputados e senadores pode cair por seis a cinco no STF. E até mesmo, quem sabe, por uma liminar monocrática... Nesse caso, que terão feito Câmara e Senado ao deliberarem exatamente sobre tal questão? O site do PT festejou a declaração. No meu léxico, o nome da pretensão exposta pelo ministro é Ditadura através do Judiciário. (Percival Puggina, arquiteto, empresário e escritor) 

O impeachment e o golpe das novas eleições.
O impeachment da ainda presidente Dilma está se tornando uma realidade. Uma realidade política da qual nenhum dos atores políticos pode fugir, exceto por um golpe de estado contra a democracia já fragilizada e contra o que ainda resta de resquício de normalidade institucional que não tenha sido desmantelada pela delinquência petista que se apossou do estado brasileiro. E uma das facetas desse golpe que o petismo e seus aliados na esquerda e junto aos segmentos mais fisiológicos e corruptos da classe política estão planejando atende pelo nome sedutor de novas eleições.
O balão de ensaio para tal golpe foi lançado no fim de semana em um editorial da Folha de São Paulo, o jornal que é o principal porta-voz no país da agenda ideológica de esquerda, razão pela qual é o veículo da grande imprensa que mais mente e engana seus leitores, justamente para atender essa agenda. No mesmo dia que o editorial foi lançado, publicamos este artigo aqui, mostrando o que havia e que há de fato por trás da proposta de eleições gerais ainda esse ano. E os fatos e a movimentação de certos personagens políticos na última semana confirmaram nossa análise. Um desses personagens é justamente Marina Silva, a socialista petista que saiu o PT para continuar com o programa petista socialista em outro partido, a Rede.
Marina, como todo político socialista de esquerda, foi covarde o bastante para sumir da cena política por um longo período, enquanto a crise do país se aprofundava. Crise essa provocada pelo governo que ela apoia para todos os fins práticos, por conta das afinidades ideológicas plenas, a despeito de sua retórica pseudo-oposicionista deliberadamente confusa. E então Marina ressurge, como num passe de mágica, defendendo novas eleições ainda em 2016, por estar certa e convicta de que esse seria o único caminho a garantir a continuidade da esquerda no poder, mesmo que o petismo venha a ser derrotado pelo impeachment.
A proposta de novas eleições nesse ano deve ser rechaçada de todas as formas e com veemência. Alguns setores do campo antipetista e até mesmo segmentos da direita parecem não ter percebido o que realmente está em jogo, e estão se deixando seduzir pelo canto de sereia dessa faceta supostamente democrática do golpe que está sendo tramado pela esquerda. E chamamos de golpe não por motivos retóricos, mas por ser golpe mesmo: não há nada no dispositivo constitucional em vigor que estabeleça que o impeachment deva ser seguido de convocação de novas eleições ou que estas sirvam de alternativa àquele. A Constituição estabelece a convocação de novas eleições somente em caso de vacância nos cargos da presidência e também da vice-presidência.
Caso sejam convocadas, as novas eleições esse ano se dariam ainda sob o controle do TSE e das miseráveis urnas eletrônicas, sob os critérios em vigor de tempo de televisão e distribuição de recursos públicos do fundo partidário, entre outros. Todos esses elementos favorecem a esquerda e seus aliados, pois eles foram implantados justamente para assegurar a permanência da esquerda no poder. No caso da aberração das urnas eletrônicas, o uso das mesmas e o modo como é feita a apuração dos votos, distante dos olhos e da fiscalização dos partidos e dos cidadãos comuns, torna qualquer eleição ilegítima de per se, e serve tão somente para legitimar uma fraude, como foi no caso das últimas eleições presidenciais.
Do ponto de vista político, a realização de novas eleições em 2016 ano serviria apenas para empurrar o PMDB novamente para os braços da esquerda, levando o partido a se alinhar aos tucanos ou à própria Rede, como ocorreu no alinhamento com o petismo em 2010, o que serviria somente de elemento a mais para garantir a continuidade da esquerda no poder. O mais correto nesse momento, justamente pela importância do PMDB no cenário político nacional, é tensionar os peemedebistas para que seus segmentos não alinhados com a agenda ideológica da esquerda venham a continuar esse rompimento da aliança fisiológica que o partido mantém com a esquerda. Rompimento esse que teve início com Eduardo Cunha e que agora prossegue também com Michel Temer, razão pela qual o petismo e toda esquerda elegeram o presidente do Legislativo como o inimigo a ser abatido. E seguramente irão fazer o mesmo com Temer.
Cabe aos conservadores e à direita rechaçar a proposta de novas eleições neste ano 2016, seja na sequência do impeachment e muito menos como alternativa a este. A agenda para o país nesse momento deve incluir o afastamento de Dilma e a continuidade de Temer na presidência até o final do mandato, como estabelece a Constituição. Cabe exigir do novo governo Temer o comprometimento com medidas consensuais para a superação da crise econômica, a continuidade das investigações da Operação Lava Jato, e a mudança completa no sistema eleitoral do país, com o fim das urnas eletrônicas e a extinção do fundo partidário, além obviamente de outras medidas de despetização do estado brasileiro.
Trazer à pauta agora a realização de novas eleições em 2016 serve apenas para mais uma vez enganar os brasileiros, e ocultar dos mesmos os reais problemas que o país precisa enfrentar, problemas que são fruto da herança maldita de treze anos de petismo, que quase destruiu a nação. (Paulo Eneas)

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