19 de mar. de 2016

'Pot-pourri'?...

A crise política atinge a economia, cunha impávido e altaneiro, lula massacrado, temer quer assumir logo, sem voto, sem povo, sem urna.
Nos últimos 10 dias, atingindo o auge nesta semana, em primeiro plano, fundamental, principal e excepcional, o impeachment. O resto puro acessório ou consequência. O assunto está na pauta desde fevereiro de 2015, quando o jurista Ives Gandra Martins publicou o primeiro parecer. Ele mesmo revelou que foi contratado por um advogado do ex-presidente FHC. Inteiramente a favor, sem restrições. Andou no noticiário, foi caindo, deixou de interessar, desapareceu, passou a ser apenas uma alavanca e um ponto de apoio para o corrupto Eduardo Cunha. Este não foi cassado, continuou no cargo, mantido pelo PSDB do jovem presidenciável Aécio Neves, pelo PSB, que se julga mesmo socialista, o PPS, dirigido por um suplente e outros periféricos.
Surpreendente, Dilma anuncia: Lula será Ministro da Coordenação Política. Estarrecimento geral, mas qualquer analista de terceiro time, constataria: Lula está tentando fugir do Juiz Moro e se refugiar no Supremo Tribunal Federal. Segunda observação, infalível: a nomeação do ex-presidente tem o objetivo de conseguir adeptos na Câmara e no Senado e conseguir número para uma possível ou provável batalha pelo impeachment. Ao se preparar para uma batalha, Lula deflagra a guerra, a permanência de Dilma fica inimaginável. Mas isso não era tudo.
Lula dispara a fazer confissões.
A auto crítica do Lula, é estarrecedora, desabonadora, destruidora. Ele não agradava a todo mundo, mas dividia as observações. Tanto que perdeu três eleições presidenciais, ganhou duas, só começou a rolar para o precipício quando decretou a ascensão da medíocre e insípida Dilma Rousseff. Atacou todo mundo, atingiu pessoas, órgãos e instituições, de forma desabrida, principalmente para quem está na posição dele Agora se insurge contra o juiz Sergio Moro, jogando em cima dele, a culpa. Acusa o juiz de ter gravado, ilegalmente a presidente da República. Tolice. Quem estava sendo gravado como acusado, era ele, a presidente entrou por se relacionar com qualquer um.
Lula cometeu o mesmo erro de Mercadante, falar leviandades, esquecendo que tudo é gravado.
De todas as barbaridades que o ex-presidente pronunciou, selecionemos apenas os insultos ao Supremo, insólitos, falsos, sem a menor base. E de tudo o que disse levianamente, o único desmentido foi ao fato de ter chamado o Supremo de acovardado. Dois advogados, assessorados por ele, redigiram a resposta ao mais alto tribunal do país. Assim que saíram os insultos do ex-presidente, os Ministros decidiram. Tem que haver uma resposta categórica. E ninguém mais representativo do que Celso de Mello, por ele e por ser o decano. A resposta, duríssima, saiu em todos os jornais e televisões. Lula pediu desculpas, mas não se reabilitou. Precisava mais do que uma carta aberta.
Lula Ministro da Coordenação política, O PMDB marcou logo o rompimento.
Nem Dilma nem Lula parecem ter percebido: o parceiro, pode ter os maiores defeitos, mas sua cúpula é toda de profissionais. Lula participando da política, o alvo principal seria o próprio PMDB. Lula falastrão falou: o PMDB tem 67 deputados, 7 já são Ministros. Se conseguirmos mais 30, excelente. Convocaram logo a convenção, e nela, proibiram que em 30 dias, ninguém podia aceitar cargos do governo. Obvio. A arma do governo é o troca-troca, jogaram antecipadamente.
Fortaleceram Eduardo Cunha, ligadíssimo a Michel Temer e sabidamente o herdeiro natural da saída de Dilma. O grande favorecimento de Cunha a Temer é a velocidade do andamento do impeachment. Para o vice assumir como gosta, sem eleição, o impeachment tem que ser resolvido antes da decisão do TSE. (Já revelei aqui: o TSE não vota a cassação antes de maio, quando muda a sua composição e a presidência). Cunha garante a votação na Câmara em abril.
Outra tolice ou primarismo foi à tentativa de provocar ou desafiar o PMDB. Todos os generais de 4 estrelas, responderam: reduziram o prazo para a unificação do discurso sobre o impeachment. Se vencerem, agradecerão a Lula e Dilma. Se não agradecerem, serão ingratos, como gosta de dizer o ex-presidente.
A economia desacelerada, abandonada, esquartejada.
É desalentador. O país completamente omisso, mais de 11 milhões sem trabalho, nenhuma esperança de progresso, ninguém toma providência. O governo não governa, a oposição não se opõe. O PIB cada vez mais baixo, os índices rebaixados duas vezes pelas agências de risco, não existe a menor esperança. Agora o país mergulhou na incerteza, na falta de esperança, no desinvestimento. Em dezembro de 2015, escrevi: 2016 será pior do que 2015, muita gente me criticou. Agora 30 dias ou pouco mais, o único assunto será o impeachment.
Haja o que houver, continuação da catástrofe. A permanência de Dilma, inaceitável. A posse de Temer, tão pior quanto. Um acordo com o PSDB do jovem presidenciável Aécio, que não irá durar muito. Não demorarão a perceber, Temer vai querer mais 4 anos, um equívoco terrível. O PSDB tentará outro impeachment? Mas o PMDB é mestre nisso.
A tramitação da Comissão do impeachment.
Reunida na quinta feira num clima de hostilidade pessoal e confronto físico, sem qualquer explicação ou necessidade. Tanto que logo a seguir votaram, eram 434 deputados, 433 queriam a Comissão. Foi então instalada, presidida pelo deputado Jutahy Magalhães. (Sobrinho do interventor, governador, general, senador e embaixador Juracy Magalhães). Presidia pelo fato de ter 8 mandatos seguidos. Mas não tinha nada a fazer, Eduardo Cunha fez tudo. Escolheu (não houve eleição), o presidente e o relator, sem que ninguém do PT estivesse presente. Inacreditável mas rigorosamente verdadeiro.
Essa Comissão tem pouca ou nenhuma importância. São 65 deputados, ontem os cálculos oscilavam assim. 5 indecisos, (os 5 investigados pela Lava-Jato, não deviam fazer parte) 60 divididos mais ou menos iguais. 31 a 29 ou 32 a 28. Nada a ver com a votação no plenário. Só para ver a diferença: na Comissão, 65 deputados. No plenário, 513, 8 vezes mais.
A manifestação de ontem e de domingo passado.
Constatação geral: a manifestação contra o governo foi à maior da história. Na segunda, escrevi: o PT que fará manifestação no fim de semana, precisa ter muito cuidado ou não chegará a 20 por cento. Em São Paulo apenas 350 mil pessoas, contra o 1 milhão e 400 mil do domingo: 25 por cento. Brasília: 150 mil domingo, 4 mil ontem. Rio: 300 mil superando de longe os 28 mil de ontem. Em todos os estados e cidades Lula, quase a mesma desproporção.
O ex-presidente ainda não ministro.
Lula que discursou por quase 26 minutos, foi dormir ainda não ministro. Existem no Brasil todo, 42 ações populares contra sua posse. Só o Supremo pode julgar. Existem pedidos com vários Ministros. Cada um tem 5 dias para resolver. Mas devido á importância e relevância da questão, podiam ter resolvido logo. O presidente Lewandowski estava numa solenidade jurídica em Manaus. Teori Zavascki em Ribeirão Preto, recebendo o título de cidadão honorário. Os dois fizeram bonitos discursos.
Gilmar Mendes mantém o veto a Lula.
Às 21 horas e 8 minutos, o Supremo vetava pela primeira vez a posse de Lula. Coerência pura. Depois do que o Ministro falou sobre o ex-presidente, na quarta feira, não podia de jeito algum, referendá-lo para ser Ministro. Lula, para o Ministro, tem que ser investigado pela Lava-Jato, quer dizer, em Curitiba e não Brasília. (Hélio Fernandes) 

Bomba Carteira de Trabalho.
A manifestação dos brasileiros aconteceu num domingo; a dos petralhas, numa sexta-feira, dia dedicado ao enforcamento ou à redução da semana de trabalho, à vadiagem enfim.
Se jogassem uma bomba Carteira de Trabalho no meio daquela multidão de bocas que ali estavam clamando pela defesa das suas respectivas boquinhas, cada uma delas mamando entre 4 a 10 mil Reais nas tetas da Nação para nada fazer (além, é claro, das multidão de ignorantes que trocam o futuro do próprio país por uma esmola mensal), o que aconteceria? 

Lula e o Wikileaks.
Falar desse sujeito Lula que ainda consegue enganar milhares de tontos vai me dando a impressão que estou a chutar cachorro morto. Todavia, como o aspecto de agora é divertido, vale a pena abordar:
A figuraça, chefe da gangue petralha, vive, hoje, de pagar micos, colhendo o que plantou. Quando era oposição, dizia: pobre, quando rouba, é preso; rico, quando rouba, vira ministro. Ainda há pouco, vi-mo-lo tentando assumir o cargo de ministro para escapar da Justiça do Juiz Sérgio Moro que vai descobrindo, nas peripécias do malandro, condutas de pura rapinagem. O cara, nessa de pedir para virar ministro, confirmou a profecia que fez sobre si mesmo. A sua frase profética cabe-lhe como perfeita carapuça.
Mais recentemente, tendo sido flagrado em conversa altamente comprometedora com Dilma, a peça choraminga pelos cantos, dizendo que escuta telefônica, mesmo autorizada pela Justiça, é ilegal. No entanto, há pouco tempo, veja como ele defendeu o Julian Assenge, dono do site Wikileaks, aquele australiano que foi preso por ter divulgado telegramas trocados entre o governo dos EUA e seus embaixadores. Para esse pagador de micos, tornar público conteúdos de telegramas, sem autorização judicial para tanto, é perfeitamente aceitável; mas, divulgar armação entre ele a o seu poste Dilma, é totalmente inaceitável. A patetice desse sujeito chega a ser comovente. (AC) Aqui

A fraude das palestras de Lula.
Um detalhe importante que o Antagonista esqueceu de acrescentar: não há vídeo, gravação, convite promocional, anúncio do evento... nada; sequer uma foto de nenhuma dessas caríssimas palestras. É apenas mais um tropeço - dessa vez, do chefe da quadrilha - se embaraçando nas próprias pernas. Toda a grana recebida tem um nome apenas: propina. Construtora que não pagasse a sua cota, não teria obras. As construtoras, para não perderem a boca rica, carregavam os valores das propinas nos preços das obras. Por aí, se uma obra custava 1 bilhão, passava custar 2 bi, que o governo pagava, sem discutir, visto que a construtora repassava esse acréscimo de 1 bi para a quadrilha, sob forma de “doação” para as campanhas, pagamento de palestras não acontecidas, etc. e tal. O olha que as investigações não chegaram ainda no BNDES. Lá é que o banquete alcançou dimensão oceânica.
E, apesar de todas essas tramoias, ainda há aqueles, que, mesmo sem ganhar sanduíche de mortadela, perdem horas no teclado em defesa do jarareco e seus comparsas.
Fonte: Aqui

O Antagonista, site de jornalistas independentes que vêm descobrindo os podres da corja petista, postou no Soundcloud todas as gravações das ligações interceptadas pela PF.
Pelo conteúdo das conversas, composto de palavreado de bordel, futilidades, pobreza vocabular e outros componentes da mais baixa favelice moral, temos um idéia perfeita do tipo de gentalha em cujas mãos este País esteve entregue. (AC) 
Ouça aqui.

Silvio Santos e Lula hipócrita.
1988: Nós vamos provar que você pode colocar tranquilamente corrupto na cadeia.

Um juiz.
Muitos podem pensar que ele surgiu de repente, num passe de mágica, para ser e se transformar no cavaleiro da esperança do povo brasileiro. Encarnou e se revestiu da moralidade clamada pela população e vai com determinação marcando novos rumos. Na verdade, foram anos de preparo, amadurecimento pessoal e jurídico. Acima de tudo a competência que lhe ampara em todas as decisões.
Sérgio Fernando Moro, natural de Maringá, nascido em 1972, filho de Odete Starke Moro e Dalton Áureo Moro, ex-professor de geografia da Universidade Estadual de Maringá, formou-se em direito pela Universidade Estadual de Maringá em 1995, tornando-se juiz federal um ano após, em 1996. Cursou o programa para instrução de advogados da Harvard Law School em 1998 e participou de programas de estudos sobre lavagem de dinheiro promovidos pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos. É Mestre e Doutor em Direito pela Universidade Federal do Paraná. Juiz Federal da 13.ª Vara de Curitiba. Ministra aulas de processo penal na Universidade Federal do Paraná e comanda a operação Lava Jato. Casado, tem dois filhos.
Além da Operação Lava Jato, o juiz também conduziu o caso Banestado, que resultou na condenação de 97 pessoas, atuou na Operação Farol da Colina, onde decretou a prisão temporária de 103 suspeitos de evasão de divisas, sonegação, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro . No caso do Escândalo do Mensalão, a ministra do Supremo Tribunal Federal Rosa Weber convocou o juiz Sergio Moro para auxiliá-la, devido sua especialização em crimes financeiros e no combate à lavagem de dinheiro./ Foi indicado pela Associação dos Juízes Federais do Brasil para concorrer a vaga deixada por Joaquim Barbosa no STF. Eleito o Brasileiro do Ano de 2014 pela Revista Isto É. Um dos 100 mais influentes do Brasil em 2014 pela Revista Época. Na décima segunda edição do Prêmio Faz Diferença do jornal O Globo, foi eleito a "Personalidade do Ano" de 2014 por seu trabalho frente às investigações da Lava Jato.
Sugiro àqueles que desejam conhecer os posicionamentos de Sérgio Moro, não de hoje, mas de 11 anos passados, que leiam e releiam na íntegra o seu artigo, em que fala sobre uma das maiores faxinas ocorridas na Europa, intitulado Considerações sobre a Operação Mani Pulite"(Operação Mãos Limpas), publicado na época, na Revista do Conselho da Justiça Federal. Está tudo lá. Na Operação Mãos Limpas, 6 mil pessoas foram investigadas, três mil mandados de prisão, com 872 empresários, muitos ligados a petroleira italiana e 438 parlamentares enrolados nesta rede, inclusive, com alguns suicídios.
A Operação Mãos Limpas, diz Moro em seu artigo: A ação judiciária revelou que a vida política e administrativa da Itália, estava mergulhada na corrupção, com pagamento de propina para concessão de todo contrato público, o que levou Milão ser classificada como cidade da propina. Igualzinho aqui no Brasil!
A Operação Mãos Limpas, momento extraordinário na história contemporânea do judiciário, iniciou-se em meados de fevereiro de 1992, redesenhando o quadro político, talvez não encontrando paralelo de ação judiciária com efeitos tão incisivos na vida institucional de um país. Em 2004, Sérgio Moro falava em seu artigo: Encontram-se presentes várias condições institucionais necessárias para a realização de ação semelhante no Brasil, mas enquanto Sérgio Moro liberava seu escrito, os políticos e seus representantes encomendados, metiam a mão, sem dó, no dinheiro brasileiro, transferindo-o para o exterior e para suas contas pessoais, em quantidades incalculáveis.
O Moro de 2004, que é o mesmo de hoje, bem mais aperfeiçoado, em seu artigo afirma, é ingenuidade pensar que processos criminais eficazes contra figuras poderosas como autoridades governamentais ou empresários, possam ser conduzidos normalmente, sem reações. Um judiciário independente, tanto de pressões externas, como internas, é condição necessária para suportar ações desta espécie. Entretanto, a opinião pública, como ilustra o exemplo italiano, é também essencial para o êxito da ação judicial.
Na Itália uma nova geração dos assim chamados giudici ragazzini (jovens juízes), sem qualquer senso de deferência em relação ao poder político, iniciou uma série de investigações sobre a má conduta administrativa e política.
Acrescenta: talvez, a lição mais importante de todo episódio seja a de que a ação judicial contra a corrupção se mostra eficaz com o apoio da democracia. É esta quem define os limites e as possibilidades da ação judicial. Enquanto ela contar com o apoio da opinião pública, tem condições de avançar e apresentar bons resultados.
Embora estejamos em momento triste, dolorido, com desemprego avançando em números jamais vistos, é muito positivo sentir que o Ministério Público, Polícia Federal, Imprensa, todos vivem o momento da verdade. Concluo com três frases significativas de compromisso:
A primeira, do ministro Celso de Mello: É preciso esmagar, sim. É preciso destruir, esmagar com todo o peso da lei, respeitada sempre a garantia constitucional do devido processo, esses agentes criminosos que atentaram contra as leis penais da República e contra o sentimento de moralidade e de decência do povo brasileiro.
A segunda, da ministra Carmem Lúcia: Na história recente da nossa pátria, houve um momento em que a maioria de nós, brasileiros, acreditou que a esperança tinha vencido o medo. Depois, descobrimos que o cinismo tinha vencido aquela esperança. Agora parece se constatar que o escárnio venceu o cinismo. O crime não vencerá a justiça.
Por último, do juiz Sérgio Moro: O político corrupto, por exemplo, tem vantagens competitivas no mercado político em relação ao honesto, por poder contar com recursos que este não tem. O corrupto costuma enxergar o seu comportamento como um padrão e não a exceção. A corrupção envolve quem paga e quem recebe. Se eles se calarem não vamos descobrir jamais. A corrupção política italiana assemelha-se bastante à brasileira na amplitude, na naturalidade com que era praticada e até mesmo na aura protetora e fatalista que parecia torná-la invulnerável. (AD)

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