7 de dez. de 2015

Discursos direita e esquerda cansativos...

• Golpe maior é o do povo que já não aguenta mais tanto desgoverno e ver o país cair aos pedaços. Os discursos mentirosos, blogs e mídia parece a serviço, furtam com notícias de seu caráter mais honesto que os votantes merecem como respeito. Como acreditar em vãs filosofias se o que se mostra está bem claro e não será com dando casas e pão com mortadela que se comprarão mentes de necessitados ou espertos que vivem à sombra do pasto. Palavras são palavras, mas atos doem fundo quando se fala de honestidade e ética. Dizem o golpe não passará, mas que golpe. Ah, só se for esses anos de fracassos e que se jogam em mãos judiciais e cadeias. O brasileiro merece respostas e as terá. (AA)
Dilma nunca confiou em mim, afirma Michel Temer a aliados. No sábado, presidente disse esperar integral confiança por parte de seu vice. 
• Senador tucano José Serra voltou a defender um eventual governo Michel Temer (PMDB), após o afastamento da presidente Dilma Rousseff: Creio que se o destino exigir dele a tarefa de presidir o Brasil, ele estará à altura. Vai dar tudo de si, afirma; Vou fazer o possível para ajudar, completou; ele se diz contra protelar a votação do impeachment após o recesso para ampliar o desgaste do governo: Temos que ter a responsabilidade de concluir esse processo o mais rápido possível. Começou, agora precisa ter fim
• Cronograma do impeachment não pode se sujeitar a conveniências. Processo não seria a renovação, mas o reforço de nossos velhos padrões. 
• Para Levy, crise pode impulsionar reformas. 
• Dilma vai repetir a defesa que fracassou no TCU: A estratégia de defesa da presidente Dilma, na comissão processante do impeachment, é repetir o que fracassou no julgamento das pedaladas fiscais no Tribunal de Contas da União: que “todo mundo fez igual”. A alegação, que os ministros do TCU consideraram risível, nem sequer leva em conta que entre governos passados e o atual, foi criada uma lei que Dilma costuma ignorar: a Lei de Responsabilidade Fiscal; Ofensa à inteligência: Os analistas do TCU se ofenderam com as justificativas de Dilma sobre as pedaladas: crime fiscal é crime, independentemente do autor. (Diário do Poder)  
• Greve no Nordeste piora surto de microcefalia. Estados deixam de combater mosquito por falta de servidores e larvicida. 

• Oposição conquista maioria em eleição na Venezuela. Candidatos obtiveram ao menos 99 das 167 cadeiras do Parlamento. 
• Em raro pronunciamento em horário nobre no Salão Oval, o presidente dos EUA, Barack Obama, promete que a facção terrorista Estado Islâmico será destruída. 

A praça da traição.
Ao demitir-se do ministério da Aviação Civil, Eliseu Padilha definiu-se pelo impeachment da presidente Dilma? Ou foi antes? Tanto faz se Madame já sabia do posicionamento do agora ex-ministro, e por isso sustou a nomeação já aprovada de um protegido dele, porque ninguém acredita que a demissão deveu-se o cancelamento da nomeação. O polêmico conselheiro de Michel Temer já havia desembarcado do governo pelo menos desde que, junto com o vice, perdeu a função de coordenador político da presidente. Não adiantou nada ter sido confirmado no ministério, ingenuidade de Dilma e malandragem dele. Já estava do outro lado e agora trabalha abertamente pelo afastamento da chefe do governo. Espera convencer, senão todos, ao menos alguns ministros do PMDB a pedir as contas.
O entrevero dá a medida de como nada é garantido nessa tentativa de degola da presidente, liderada por Eduardo Cunha, certamente assessorado por Eliseu Padilha. A Praça dos Três Poderes só não pode ser rotulada de praça da traição porque o Poder Judiciário mantém-se à margem da baixaria que atinge Legislativo e Executivo. São raros os que não mentem e não afiam punhais para espetar hoje os aliados de ontem. Porque o chefe da Casa Civil e o ministro da Comunicação Social inventaram comentários que o vice-presidente não fez, contra o impedimento de Dilma, obrigando-o a um desmentido formal, ao tempo em que parte da bancada do PMDB procura saber o dia em que Michel Temer assumirá o palácio do Planalto.
O substituto, sequioso de transformar-se em sucessor, reúne-se com partidários do impeachment e nega-se a condenar o processo em andamento, tanto quanto a entoar loas à presidente da República. Impossível desconsiderar que no fundo do cérebro não tenha montado o seu ministério, ainda que de público preserve o silêncio.
Enquanto isso o Brasil continua parado, a economia posta em frangalhos, o governo inativo e deputados e senadores dispostos a não estragar suas férias. O cancelamento do recesso parlamentar parece afastado, porque ninguém é de ferro. Quando retornarem, em fevereiro, Suas Excelências trarão de suas bases mais toneladas de pessimismo, ainda que sem a certeza de terem perdido os 173 votos, na Câmara, suficientes para frustrar o impedimento de Madame. Mesmo assim, o tempo trabalhará contra ela, pois o desemprego só faz multiplicar-se e o custo de vida, aumentar, junto com os impostos, taxas e tarifas.
Começarão amanhã encontros de Dilma com os governadores, todos temerosos de que a moda pegue e seus adversários, nas Assembleias Legislativas, iniciem processos de impeachment contra eles. Mas andam, também, envoltos em desgaste, dada a falta de recursos para enfrentar as dificuldades. Não há um só chefe de executivo estadual que tenha melhorado sua performance em termos de popularidade. Muito pelo contrário, levando alguns a torcer pela ascensão de Temer ao poder. Em suma, nem Papai Noel desatará o nó que sufoca o país sem futuro. (Carlos Chagas)
"A 'virtude' da covardia". 
Você se considera alguém de coragem? Claro que sim! Quem, nesse mundo de Deus, ou sem Deus, teria coragem de dizer Não sou corajoso, sou um covarde, graças a Deus? Ironia?
Somos uns mentirosos. A covardia, e não a coragem, é a marca de nossa humanidade. Sim, eu sei. Os bonitinhos de plantão nesta segunda-feira, 7 de dezembro, dirão que deliro e que eles são a fina flor da coragem no mundo. Mentem. No escuro, lambem botas por aí. Mentem porque a mentira faz bem à saúde social. Logo, socialmente falando, faltar com a mentira é uma forma de patologia.
Sou um apaixonado pelo evolucionismo. Antes de tudo, por ser uma espécie de ópera humana: o darwinismo descreve a história do homem como um drama em que o pó toma consciência de si mesmo. Nós somos o pó clamando no deserto. Sou um darwinista por razões estéticas, antes de tudo.
É comum se falar da virtude da coragem como sendo algo selecionado pela evolução das espécies, mas cada vez mais tenho dúvidas quanto a isso. Pelo contrário, acho que a covardia é que foi selecionada como comportamento. Veja que machos e fêmeas alfa são raros. A maioria esmagadora prefere servir seja lá a quem for e, assim, garantir a janta todo dia. Pudera: quem aguenta sofrer?
E aqui, me parece, jaz a razão da covardia ser a maior de todas as virtudes morais na história da seleção da espécie humana: o sofrimento é insuportável, logo, o utilitarismo e sua máxima o homem foge da dor e busca o bem-estar é uma das provas cabais desta minha tese de segunda-feira, dia 7 de dezembro (está chegando o Natal...). O utilitarismo é a escola ética que prova que o homem é um covarde por excelência. Graças à covardia, sobrevivemos.
Mais do que isso. Gostamos de ver os corajosos sangrarem porque assim nos sentimos bem com nossa escolha pela covardia. Parênteses: na realidade, não acho que seja escolha, assim como não acho que exista escolha em nada de intrínseco na vida. Não se escolhe sexualidade, caráter, dons artísticos. O leitor atento sabe há muito tempo que, na verdade, sou um romântico exilado no mundo da eficácia burguesa. A gente se vira como pode.
O filme A Salvação (2014) do dinamarquês Kristian Levring (um dos caras que assinou o documento Dogma 95), com Mads Mikkelsen e Eva Green, é uma obra-prima de western. Quem gosta do gênero western sabe que se trata, quando o filme é bom, sempre de um tratado moral. A vastidão do oeste americano no cinema é a transposição para a geografia do vazio moral humano.
O filme mostra a violência que criou a riqueza do oeste americano. Da violência moderna das empresas que descobriram o petróleo aos índios cortando língua de mulheres pelo gosto de fazê-lo. Sim, sim, eu sei que os bonitinhos, que acham que um mundo governado por índios seria o paraíso na Terra, ficarão ofendidinhos comigo, mas pouco me importa o que eles pensam. Os ofendidinhos são uma praga a devastar o mundo do pensamento público neste início do século 21.
A violência na pequena cidade em que se passa o filme também assola o ministro religioso, o banqueiro, o xerife, e a mais simpática e indefesa das imigrantes hispânicas. Ou melhor: é a covardia que assola a pequena cidade. Se o filme ficasse apenas na violência, seria mais comum. O filme mostra como a covardia se revela no seu modo adaptado e miserável de sobreviver.
Num dado momento do filme (não vou dar spoiler), o xerife, um tal de Mallick, diz para o Jon (Mikkelsen): Agora só restaram boas almas aqui. Na verdade, bons cidadãos covardes. Mas quem é esse xerife? É o mesmo que negocia a paz com o malvado da história (Mr. Delarue), dando pessoas para ele matar, para ganhar mais algum tempo de paz para os bons cidadãos. E quem enfrentar o malvado estará sozinho na empreitada. Os bons cidadãos não estão nem aí para os corajosos.
Pergunto eu, para animar sua segunda-feira: caso você vivesse num regime totalitário, tipo nazismo ou socialismo, e seu filho pudesse arrumar um bom emprego às custas de apoiar o regime, o que você escolheria? (Luiz Felipe Pondé, filósofo) 
A decepção pode ser uma grande oportunidade para recomeçar de uma maneira diferente, deixando pra trás aquilo que não merece sua confiança.

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