30 de nov. de 2015

Agora sabes que ninguém sabe de nada...

• Prazo para pagar tributos de domésticos acaba nesta 2ª. Atraso renderá multa de 0,33% por dia.
• Frente fria avança mas chuva continua a atingir o Rio nesta segunda-feira. 
• Prisão de Esteves vira preventiva. Sem prazo. A decisão acaba de ser tomada pelo ministro Teori Zavascki (STF). Na noite deste domingo, o banco BTG Pactual divulgou fato relevante em que confirma a renúncia do banqueiro André Esteves, sócio principal da instituição, dos cargos de presidente do conselho de administração e diretor-presidente; Persio Arida e John Jenkins passam a ser presidente e vice do conselho e dois sócios fundadores, Marcelo Kalim e Roberto Sallouti, dividirão a presidência; o Supremo Tribunal Federal (STF) aceitou ontem o pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) e transformou a prisão temporária de Esteves na Lava Jato em preventiva, ou seja, por tempo indeterminado. 
• Prisão recoloca na mira suspeita de propina da Alstom a Delcídio no governo FHC. Em depoimento ao juiz Sérgio Moro, o delator Paulo Roberto Costa disse quando era diretor de Gás e Energia da Petrobras, Delcídio e Nestor Cerveró receberam propina para facilitar negócio envolvendo a compra de turbinas termelétricas. 
• Propina de R$ 45 milhões do BTG a Cunha é alvo da PGR. Documento apreendido pela Procuradoria Geral da República (PGR) dá conta de que o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, recebeu R$ 45 milhões do Banco BTG Pactual, de André Esteves, em troca da aprovação de uma emenda provisória para beneficiar o banco em 2013; a anotação foi encontrada por agentes da Polícia Federal na casa de Diogo Ferreira, chefe de gabinete do senador Delcídio do Amaral, e preso com ele na quarta-feira em decorrência da Operação Lava Jato; Em troca de uma emenda à medida provisória nº 608, o BTG Pactual pagou ao deputado federal Eduardo Cunha a quantia de 45 milhões de reais, diz o documento; Cunha diz que é um absurdo o papel ligando seu nome ao recebimento de dinheiro por parte do BTG. 
Forças ocultas do governo, segundo membros da CPI dos Fundos de Pensão, tentam barrar as investigações da comissão que apura o rombo dos fundos de pensão de empresas estatais, que lesou milhares de aposentados. Os ministros Ricardo Berzoini (Secretaria de Governo) e Jaques Wagner (Casa Civil) seriam os responsáveis pela frente governista contra a comissão na Câmara. Ordem seria sufocar a CPI. 
• BNDES teve prejuízo de R$ 845 mi após sociedade com JBS, diz TCU.
• Dilma celebra 30 anos de parceria com a Argentina. Presidente do Brasil lembra a Declaração de Iguaçu e pede união pela construção de sociedades mais justas e mais prósperas e de contribuir para que a América do Sul constitua cada vez mais um espaço de paz, de desenvolvimento e de cooperação; recém-eleito, o presidente da Argentina, Mauricio Macri, declarou que quer a expulsão da Venezuela do Mercosul. 
• Receita vai tributar dinheiro de delatores. Ministério Público discorda da decisão e diz que a cobrança de Imposto de Renda e multa sobre esses valores milionários pode dificultar o fechamento de novas delações; até agora foram 35 acordos; na avaliação de auditores fiscais, a obrigação tributária decorre da renda recebida e não declarada, que causou um acréscimo patrimonial; Pedro Barusco, que era gerente-executivo de Engenharia da Petrobras, prometeu devolver US$ 97 milhões.
• Campanha pede que presidente do TCU não seja reeleito. Aroldo Cedraz é alvo de uma sindicância interna que investiga suspeita de tráfico de influência envolvendo seu filho, o advogado Tiago Cedraz, acusado pelo dono da UTC, Ricardo Pessoa, de receber R$ 1 milhão para atuar em seu favor no órgão. 

• Plenipotenciário? Israel suspende União Europeia de negociações de paz com palestinos. 
• COP21 começa hoje com desafio de chegar a novo acordo climático global. Conferência do Clima: Nenhum país pode se omitir, diz chefe da ONU antes de Paris. Não há plano B para mudanças climáticas. 
• EUA e China concordam em impulsionar acordo sobre mudanças climáticas. 
• Mais de 90 pessoas são resgatadas em acidente marítimo em Cingapura. 

Procura-se um candidato.
. O tsunami de corrupção que nos assola invadiu a praia do establishment político e os dejetos da rejeição contaminaram a todos. O público quer o novo, e com forte discurso contra a corrupção.
. A voz rouca das ruas mudou de tom, e ganha o jogo de 2018 quem melhor conseguir captar isso e entrar na nova vibe. Pela primeira vez na história pós-ditadura, mostra o Datafolha, a corrupção é considerada o maior problema do pais (34%) - superando desemprego (10%) e economia (6%) num momento em que vivemos nossa pior crise, em que 77% acham que a inflação vai subir e 67% que o poder de compra vai cair. Ao mesmo tempo, numa hipotética corrida presidencial, Lula alcança sua pior rejeição (47%), Aécio Neves cai uns pontinhos e Marina Silva cresce.
. O que quer dizer tudo isso? Do ponto de vista eleitoral, ainda nada, porque ninguém ganha nem perde eleição com três anos de antecedência. Em relação ao que se passa na cabeça dos brasileiros - e vai influenciar o futuro -, a pesquisa Datafolha do fim de semana dá um recado claro: o tsunami de corrupção que nos assola invadiu a praia do establishment político e os dejetos da rejeição contaminaram a todos. O distinto público quer o novo, e um novo com forte discurso contra a corrupção.
. Isso explica em parte o crescimento, ainda que modesto, de três pontos de Marina Silva (21%), hoje encostada em Lula (22%), que perdeu definitivamente a aura da invencibilidade e vem sofrendo deterioração galopante de imagem. Além do crescimento de sua rejeição, em sete meses o ex-presidente perdeu 11 pontos no quesito melhor presidente da história - embora ainda seja de longe o mais citado, acima de Getúlio e JK. Talvez por isso, de olho na preservação desse lugar garantido na história, nem entre no páreo.
. Curiosamente, Aécio Neves não vem se beneficiando nas últimas rodadas com a derrocada do PT. O tucano, que quase derrotou Dilma Rousseff em 2014, perdeu quatro pontos em cinco meses. Ainda venceria Lula facilmente num segundo turno (51% x 23%), mas empataria com Marina por 42% a 41%. Assim como os demais postulantes tucanos, como o governador Geraldo Alckmin, Aécio é identificado como um legítimo representante do establishment.
. Ressuscitada politicamente com a formalização de sua Rede, de volta à mídia, a candidata sonhática talvez seja hoje o que mais se aproxima do que se poderia chamar de novo, ao menos no terreno das práticas políticas. Possui também, até agora, certa blindagem contra a corrupção. A continuarem as coisas como estão, deve continuar subindo nas pesquisas.
. Mas Marina, é bom lembrar, acabou desmontada pela campanha negativa de Dilma em 2014. Tem estrutura frágil. Candidata duas vezes a presidente, também não é rigorosamente a novidade da hora.
. Os quase três anos que nos separam das eleições de 2018 podem passar voando, e o tempo pode correr mais ainda no caso improvável - mas não ainda impossível - de um impeachment ou da cassação da chapa presidencial pelo TSE.
. Convém observar o cenário de todos os ângulos, pois há espaço e tempo para o surgimento do novo, de alguma liderança que venha a se forjar com discurso de combate à corrupção e de mudanças na economia. É evidente que desemprego e recessão continuarão a ser também fortes fatores a determinar as escolhas eleitorais. O que mais vai pesar, porém, será a capacidade desse sujeito de convencer as pessoas de que é diferente de todos os políticos que estão aí. 
Eduardo Cunha ao mar
. O presidente da Câmara ameaça assinar o impeachment de Dilma Rousseff caso seu processo de cassação seja admitido no Conselho de Ética, nesta super-terça, com os votos dos três petistas do colegiado. Nos bastidores, porém, já não se leva tão a ferro e fogo a possibilidade. A prisão de Delcídio Amaral, referendada por larga maioria pelo Senado, reavivou o movimento dos que querem não só afastar, mas também mandar prender o presidente da Câmara. Nos últimos meses, o Ministério Público vem colhendo elementos que possam comprovar que Cunha teria usado o cargo para obstruir investigações sobre si próprio. A cereja do bolo seriam as ameaças ao relator de seu processo no Conselho, Fausto Pinato. E o trabalho dos procuradores estaria facilitado pelas ações já impetradas por deputados pedindo o afastamento do presidente da Câmara. (Helena Chagas) 

Um fio de esperança todo o poder ao judiciário. 
. Não sobrou nem Papai Noel. No fim de semana, de roupa vermelha, barbas brancas e um saco de presentes, o bom velhinho sequestrou um helicóptero que alugou no Campo de Marte, em São Paulo, para levá-lo à cidade de Mairinque. Em terra, num terreno baldio, o piloto foi rendido e amarrado por dois asseclas que esperavam Papai Noel e com ele levantaram voo.
. Episódio tão grotesco jamais havia sido registrado em outros natais, mas, também, jamais o país viveu tantos inusitados, desde a prisão do senador do PT, líder do governo, até banqueiros, empresários e políticos postos na cadeia ou em vias de chegar nela. Dá para desconfiar se o roubo do helicóptero não foi praticado pela quadrilha de um dos presos, para resgatá-lo e voar, senão ao Polo Norte, quem sabe ao Paraguai?
. A pesquisa divulgada ontem pela Datafolha não deixa dúvidas quanto à indignação nacional diante das dimensões da corrupção no país. Preocupação maior do que o desemprego e o caos na educação e na saúde públicas, a corrupção desmoraliza as instituições, do governo aos políticos e aos empresários, por mais que exalte o Judiciário, o Ministério Público e a Polícia Federal.
. Nos idos de 1945, com o Estado Novo nos estertores, uma esperança de recuperação ganhou a opinião pública: todo o poder ao Judiciário! Assim aconteceu, pois não havia Congresso, nem partidos políticos, e os militares reconheciam sua culpa na prática da ditadura agonizante. Convocou-se o presidente do Supremo Tribunal Federal, como nos Estados assumiram os presidentes dos Tribunais de Justiça. Vieram as eleições e, tanto quanto a volta da democracia, estabeleceu-se um regime de honestidade. O tempo passou, chegamos a viver outra ditadura militar que, uma vez superada, ensejou a realidade atual: de novo, a corrupção, só que agora atingindo níveis jamais registrados e desvirtuando a democracia. O poder caiu nas mãos dos que prometiam justiça social, uns mergulhados na tentação de aproveitar as benesses permitidas às elites, outros impotentes para conter a desagregação de suas próprias estruturas.
. O resultado aí está: um governo que não governa, um partido dos trabalhadores que nem é partido, muito menos dos trabalhadores, as instituições em frangalhos e apenas um fio de esperança: todo o poder ao Judiciário! (Carlos Chagas) 
Triste o país sem candidatos a altura dos problemas nacionais. Ninguém dito nos representa. (AA)

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